Belong escrita por Kim Nari


Capítulo 19
18- Pregnant




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/780514/chapter/19

GAARA

 

Quando os enjoos matinais começaram confesso que pensei nessa possibilidade, mas seria impossível, não seria?

 

Eu não poderia realmente estar grávido, poderia?

 

Ignorei todos os sintomas de gravidez pensando que havia mais chances de estar doente do que grávido, porque uma felicidade tão grande como essa não poderia durar para sempre, acho que sempre fui acostumado a esperar pelo pior, estava com medo e nervoso com essa possibilidade assustadora que se formou em minha mente e estava corroendo a minha felicidade, principalmente quando Itachi foi com os outros para conferir o fim da colheita.

 

Os sintomas se intensificaram com a sua ausência, os enjoos por qualquer coisa e cheiro e a minha inabilidade de dormir sem sentir o seu calor ao meu lado me fez passar uma semana insone, Itachi através da marca pôde sentir todo o meu desconforto e é claro que ele ficou preocupado, mas nada que uma explicação simples e plausível não tenha resolvido o problema, além é claro de me ver bem nos dias que se seguiram, preferi esconder dele o meu mal estar para não preocupá-lo mais do que ele já estava, Itachi tem sempre tantos problemas para resolver com o clã e todos que vivem sob a sua proteção, não queria preocupa-lo ainda mais.

 

Ao contrário da maioria eu adorava o frio, porque ele era tão diferente do calor escaldante e cruel de Suna, nesse poucos meses que passei aqui em Konoha descobri que gosto de tudo que seja diferente de Suna, o clima fresco, o Verde das florestas o colorido da flores e o frio que me fazia ficar abraçadinho com Itachi, como o percurso que fizemos até o templo para fazer as preces de agradecimentos pela colheita farta deste ano.

 

Me sentia extremamente inquieto depois depois das acusações de Temari sobre Itachi ter feito algo comigo, será que Temari tinha sentido alguma coisa? Ômegas geralmente são mais sensíveis, captando coisas no ar que passam despercebidas as outras castas, principalmente aqueles que tem laços sanguíneos, como eu e Temari que somos irmãos. Mas estar ao seu lado, sentindo o seu calor me dava aquela sensação boa gostosa de ser amado e cuidado.

 

Foi assim até nos separarmos no templo cada um seguindo para um lado, Naruto era minha companhia, mas parecia mais nervoso e aflito do que eu, já estava desconfiado de que de algum modo estávamos perdidos naquele imenso templo que estava cheio de pessoas.

 

─ Naru tem certeza que esse é o caminho ─ Pergunto me sentindo completamente desconfortável naquele aglomerado de pessoas. ─ Naru? ─ Chamo novamente quando percebo que ele não me ouviu.

 

─ Sim? ─ Mesmo tendo respondido, ele ainda não prestava atenção em mim.

 

O puxo para sairmos da ponte congestionada, parando embaixo de uma árvore antiga e frondosa, na qual não tinha ninguém por perto.

 

─ Está tudo bem? Você está distraído e nervoso aconteceu alguma coisa? Você pode contar comigo para o que for Naru.

 

Ele suspira pesado quase resignado como se estivesse cansado do peso que estava carregando há um bom tempo.

 

─ Eu ─ Seus olhos se enchem de lágrimas e o abraço imediatamente, escutando seus soluços altos, quebrados e doloridos. ─ Meus pais estão me pressionando está a ter um filhote, os anciãos do clã estão nervosos e preocupados com o futuro da aliança entre os Namikazes e Uchihas se eu não tiver um filhote, não sei porque não consigo engravidar, eu não sei o que fazer Gaara, eles não param de me pressionar e dizer coisas horríveis. ─ Ele diz tudo num fôlego só.

 

 

O deixo chorar tudo o que ele tem que chorar, sempre o consolando fazendo carinho em seus cabelos loiros e murmurando que estava ali com ele e para ele. Após alguns minutos ele parou de chorar, não em absoluto pois algumas lágrimas ainda escorriam por seu rosto cobrindo sua bela face com tristeza e pesar.

 

─ Obrigada ─ Sussurra parecendo envergonhado.

 

─ Não precisa me agradecer Naru nós somos amigos e eu aprendi que amigos devem sempre apoiar e encorajar principalmente nos momentos difíceis.

 

Sinto que ele está prestes a cair no choro novamente o abraço querendo consolá-lo.

 

─ O que eu faço Gaara? Me sinto tão perdido, não sei o que fazer.

 

─ Seus pais não podem te pressionar desse jeito, isso é muito errado, o que Sasuke acha disso? 

 

─ Ele se afasta de mim desviando o olhar, não querendo me encarar.

 

─ Eu não contei ─ Sussurra seus lábios tremem e ele volta a chorar.

 

─ Naru! Sasuke é seu marido, ele tem que saber o que estão fazendo com você, ele te ama muito com certeza vai te proteger.  ─ Seu olhar encontra o meu no momento em que a palavra ama sai da minha boca.

 

─ você acredita que ele me ama? ─ Sua expressão é de puro choque.

 

─ Claro que sim, os olhos não mentem Naru, ele te olha de uma maneira tão apaixonada e cuidadosa, com certeza ele te ama muito.

 

Um pequeno sorriso se abre ao ouvir as minhas palavras.

 

─ Às vezes é tão difícil acreditar nisso, nosso casamento foi arranjado e ele nunca tinha me visto antes de casarmos, apesar de eu já ter o visto e me apaixonado à primeira vista por ele, foi por isso que aceitei me casar com ele, apesar disso é tão difícil acreditar que ele me ama. Sorrio para ele enxugando as suas lágrimas que não param de cair.

 

─ Meu casamento com Itachi também foi arranjado e nós nos amamos. ─ tento passar confiança a ele.

 

─ Foi diferente, Itachi gostava de você quando casou com você.

 

─ Bom você está certo, mas veja eu me apaixonei por ele, seu caso e o de Sasuke é o mesmo então porque ele não poderia ter se apaixonado por você?

 

Naru cora e desvia o olhar.

 

─  Talvez seja isso, talvez possa mesmo ter acontecido. ─ Murmura um pouco desnorteado, me levando pela mão pelo caminho que viemos como imaginei estávamos indo pelo caminho errado.

 

─ Acredite Naru, Sasuke te ama.

 

Continuamos a seguir o caminho até uma das salas de adoração do templo pertencentes a deusa Tsuki para agradecer as bênçãos concedidas e orar pelo bem da nossa família. Ajoelhados nas almofadas disponibilizadas ali, Naru e eu acendemos os três incensos e fazendo nossas preces silenciosas.

 

Agradeci pela colheita, mas principalmente pela família que eu havia formado pedi pela proteção deles, não querendo que nada de ruim acontecesse as pessoas que eu aprendi a amar com todo o meu coração e eu sabia que me amavam de volta, e pedi, implorei por um pouco mais de tempo ao lado deles, estava com tanto medo do meu mal estar, que não podia fazer nada a não ser pedir a deusa por um pouco mais de tempo.

 

Ao terminarmos as preces, saímos da sala de oração, os corredores interligados estavam vazios, uma daquelas tonturas repentinas que me obrigavam a me sentar e ficar de olhos fechados para fazê-la passar.

 

Naru estava com o rosto um tanto pálido e preocupado.

 

─ Estou bem logo passa ─ digo após a tontura diminuir um pouco.

 

Ele crispa os lábios numa careta zangada, tão contrastante com o habitual sorriso que está sempre em seus lábios.

 

─ Fique aqui, que eu vou chamar alguém. ─ Tento impedi-lo de ir, mas falho me sentindo muito fraco como se todas as minhas energias tivessem sido sugadas.

 

Ele vai e volta alguns minutos depois arrastando uma Sakura preocupada, ela me olha feio, ela é a única que sabe dos mal estares que estou tendo já que presenciou alguns deles, desde o primeiro ela queria que eu a deixasse me examinar.

 

─ Naru você pode ir buscar um pouco de água para Gaara, por favor

 

─ Tudo bem eu já volto ─ Naru assente e parte em busca da água.

 

─ E você mocinho quando vai parar de teimosia e me deixar te examinar hein? ─ Sakura me repreende como se eu fosse uma criancinha de dois anos. Antes que eu possa retrucar ela toma meu pulso em suas mãos, o sentindo por um tempo antes de colar suas duas mãos sobre minha barriga a sentindo de todos os modos.

 

Ao terminar de checar ela tem um sorrisinho nos lábios.

 

─ como eu desconfiava, parabéns você está grávido.

 

Por um momento meu mundo para completamente, e logo depois voltar e girar lentamente, isso não é possível é? Olho para Sakura completamente sem reação, esperando que ela me diga que isso é uma brincadeira, porém posso ver por sua expressão séria e compenetrada que isso é sério.

 

─ Como isso é possível? ─ Pergunto para mim mesmo ainda estado de choque.

 

─ Bom ─ ela dá um sorrisinho travesso antes de continuar ─ você e um ômega fértil e sexualmente ativo e é casado com um alfa, então isso é totalmente possível. ─ Conclui sorrindo ainda mais.

 

─ Eu achei que nunca poderia ter filhos, foi o que sempre me disseram devido a minha constituição mais frágil que o normal. ─ O sorriso de Sakura diminui um pouco, mas ainda assim continua lá.

 

─ Bom seria um pouco mais difícil engravidar, mas não impossível ─ diz segurando minhas mãos trêmulas ─ você vai precisar de alguns cuidados extras, mas vai ser capaz de manter essa gravidez até o final.

 

─ Mas...

 

─ Mas nada, você é mais forte do que imagina Gaara.

 

─ Não conte a ninguém por favor eu mesmo quero contar.

 

─ Claro, mal posso esperar para ver a cara do Itachi ao saber que vai ser pai.

 

Assinto com a cabeça sem conseguir falar no momento, Naru está de volta com um copo de água nas mãos que me entrega, bebo a água devagar, ainda tentando assimilar a notícia que Sakura me deu, pouco depois já me sinto melhor para poder andar até os outros, que já estão esperando do lado de fora do templo.

 

─ Você está bem? ─ pergunta logo que me vê tocando o meu rosto com uma de suas mãos, imagino que deva estar com uma cara horrível.

 

─ Sim ─ sussurro com a voz embargada, é muito para eu assimilar, mal posso acreditar que estou realmente grávido.

 

Estou prestes a dizer que sim quando a tontura volta novamente acompanhada de uma escuridão que me faz perder os sentidos, a última coisa que faço antes de desmaiar é chamar seu nome:

 

─ Itachi...

 

***************

 

Há um cheiro suave e muito gostoso de lavanda no ar e um calorzinho agradável bem diferente do frio que estava do lado de fora do templo, sinto braços ao meu redor formando um casulo de proteção, não preciso nem olhar para saber quem é, estamos de volta ao nosso quarto, e estou deitado entre as pernas de Itachi, minhas costas apoiadas no seu peito.

 

─ Está melhor? ─ Ele beija meu cabelo, me apertando um pouco mais entre seus braços.

 

─ Sim ─ Murmuro com um fio de voz.

 

Não demora muito para que as lembranças voltem e a notícia de que estou grávido faça meu coração acelerar fortemente contra a caixa torácica dentro do meu peito.

 

Não sei se fico feliz ou assustado, os sentimentos dentro de mim são conflitantes, novos e assustadores, mas o que prevalece é a felicidade, eu tenho um filhotinho crescendo dentro de mim, eu vou ser pai, não consigo evitar que uma risada boba escape por entre meus lábios, fazendo com que Itachi incline sua cabeça um pouco mais para poder me olhar.

 

─ Eu te amo ─ Digo mirando seus olhos que brilham intensamente em um fogo negro. Aproveito que ele está bem perto para deixar um leve beijo em seus lábios.

 

─ Sakura disse que você estava bem, que eu não deveria me preocupar, já que você sabe o que tem, o que você anda me escondendo Gaara.

 

Ele não está bravo nem nada, apenas preocupado comigo, e novamente aquela sensação de calor, de ser querido e amado invade o meu coração me deixando ser superaquecido com tanto amor.

 

Me afasto de seu peito que estava servindo de cama e me viro ficando de frente para ele, apoiado nos meus joelhos.

 

─ Acho que estava escondendo de mim mesmo o que estava acontecendo ─ Sorrio trazendo suas mãos para a minha barriga, ele sem encara confuso sem entender nada, coloco minhas mãos por cima da sua as apertando de leve ─ humm Tachi nós vamos ter um filhotinho.

 

Ele para estático por um momento antes de sorrir e se aproximar ainda mais de mim, com um sorriso largo no rosto que ilumina o céu negro que ele possui nos olhos.

 

─ Isso é verdade meu amor, você está mesmo esperando um filhotinho nosso? ─ Pergunta com a voz um pouco tremida.

 

 Assinto com a cabeça sem ter condições de falar no momento, sinto as lágrimas quentes e de felicidade banharem meu rosto. Itachi me abraça forte porém com cuidado.

 

─ Estou tão feliz meu amor, achei que o dia em que você me escolheu como seu companheiro tivesse sido o mais feliz da minha vida, mas hoje estou ainda mais feliz, nossa família está aumentando.

 

─ Eu também Itachi, nunca imaginei que pudesse ser tão feliz quanto agora. ─ Sussurro contra seu peito.

 

Itachi me faz deitar novamente alegando que eu devia descansar devido a viagem que fizemos até o templo e as fortes emoções que tivemos para um dia que está apenas começando, algo me diz que ele será tão protetor quanto Zabuza com Haku e sua barriga de cinco meses.

 

Sorrio para Itachi que não para de tocar a minha barriga com delicadeza e cuidado, ás vezes suas mãos também passeia pelo meu rosto decorando minhas feições com os toques dos dedos. 

 

─ Você é tão lindo Gaara, com olhos tão doces e expressivos ─ Fecho os olhos me sentindo realmente cansado, seus toques são tão gostosos quase uma canção de ninar através de toques. ─ Tão lindo ... ─ repete novamente.

 

Me perco entre seus braços e suas carícias, escutando os seus elogios e acreditando em cada um deles Itachi me faz sentir como seu eu fosse a pessoa mais especial do mundo e talvez para ele eu seja mesmo e isso basta, adormeço entre seus braços o lugar onde realmente pertenço, minha casa.    

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Belong" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.