Belong escrita por Kim Nari


Capítulo 12
Family, Fear and Scars


Notas iniciais do capítulo

Hye, voltei!
Uma semana longe e eu já senti falta, capítulo não revisado perdoem os erros, espero que gostem :) Bom fim de semana à todos.



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A tarde já estava indo embora quando retornei a casa de depois de conversar com Sakura. A noite ia tomando forma e sons conforme ia adentrando a nossa casa que estava absolutamente silenciosa, quase como se não houvesse ninguém. 

 

Eu sabia que não era verdade, podia sentir a presença de Itachi emanando ondas negras que irradiavam por nossa casa e chegavam até mim que estava na varanda junto de alguns guardas, que diante de tal presença alfa esmagadora se sentiam incomodados.

 

Entrei em casa com certa cautela, temendo o que podia estar acontecendo lá dentro, a falta de som e a presença sufocante de raiva de Itachi me deixavam com medo, meu coração batia errático dentro do meu peito, alfas mesmo tão controlados como Itachi, podiam causar um estrago irreversível quando deixavam seu lobo interior tomar conta de sua consciência.

 

Fui me guiando pelos cômodos orientais vazios, arrastando cada porta de correr sentindo a presença de Itachi cada vez mais forte e raivosa dominando toda a casa, ao sentir sua presença crescer ainda mais me apressei em checar os cômodos.

 

Faltando apenas o nosso quarto e seu escritório ouvi um estrondo alto e a porta ser quebrada e um objeto ser arremessado de lá, uma caixa manchada de vermelho e terra, mesmo assustado e com o coração disparado como se eu tivesse acabado de correr muito e a respiração rápida, pus um pé na frente do outro, caminhando até seu escritório que ficava nos fundos da casa próximo ao jardim das carpas e a grande floresta que era nosso como nosso quintal.

 

Podia sentir meu cheiro ficando mais forte exalando medo do que estava acontecendo. Ao me aproximar do escritório, as vozes iam ficando mais claras e distintas, não parecia uma discussão ou coisa parecida, podia ouvir a voz clara de Sasuke tentando acalmar Itachi.

 

Isso me fez vencer o medo e caminhar mais rápido pelo longo corredor, ao estar bem próximo da caixa arremessada e dos pedaços da porta pude sentir o cheiro fétido que vinha dela como se houvesse algo morto dentro.

 

Não me atrevi a olhar seu conteúdo, o cheiro estava me causando náuseas, estava parando em frente a porta vendo os alfas dentro do escritório, tão absortos em conter Itachi que não perceberam a minha chegada.

 

A presença de Itachi era tão forte e feroz que me fazia querer correr para bem longe, seu ódio era sufocante para mim, mas seu olhar torturado, mais animal do que homem me fez ficar, eu estava indo contra todos os meus instintos de preservação.

 

Zabuza e Sasuke estavam concentrados em conter Itachi, Fukagu apenas observava com uma expressão séria, que se tornou de ódio assim que me viu, seu olhar que um dia já foi caloroso, me fez tremer, esse olhar me dava mais medo do que Itachi descontrolado a minha frente.

 

—-- Vá embora, seu lugar não é aqui --- Sua voz é fria e cortante cheia de raiva, é só o que diz se virando para o canto onde Itachi estava sendo contido.

 

Suas palavras e seu tom me ferem profundamente, há certo um tempo já vinha notando que seu jeito cordial e receptivo de me tratar dos primeiros dias eram apenas uma fachada para esconder seus verdadeiros sentimentos, Fugaku não gostava de mim, ele parecia me odiar, eu não conseguia entender o porquê, nunca fiz nada para ele.

 

Sua fala fez Sasuke e Zabuza me olharem, finalmente me percebendo ali.

 

—-- É melhor ir Gaara, Itachi está absolutamente tomado pelo seu lobo é melhor você ir, ele jamais se perdoaria se te machucasse, mesmo que sem querer. --- O tom de Sasuke é gentil e caloroso cheio de preocupação com o meu bem estar bem diferente de seu oto-san.

 

Posso ver a cor carmesim brilhando nas íris animalescas de Itachi que parecem focados em mim, sua respiração pesada o dorso de sua mão esquerda em carne viva, mesmo tomado pelo lobo que habita dentro de si, sei que ele me reconhece, Itachi me ama e jamais me machucaria.

 

—-- Itachi --- Chamo com a voz baixa, fazendo com que os quatro alfas me olhem, evito olhar para Fugaku, me concentrando apenas em Itachi, ele precisa de mim agora.

 

Ele está absolutamente concentrado em cada movimento meu.

 

—-- Você precisa se acalmar --- Digo suave, caminhando mais para dentro do escritório.

Itachi agora está completamente imóvel, ele não tenta mais sair do aperto de Sasuke e Zabuza.

 

—-- Gaara não! --- Zabuza-san alerta, seus olhos em pânico devido a minha aproximação.

 

—-- Está tudo bem, ele não vai me machucar. --- Eu tenho certeza disso, Itachi jamais me machucaria. Ele me ama.

 

Estou tão perto que posso tocá-lo. Sinto o olhar feroz de Fugaku sempre me seguindo e me analisando.

 

—-- Itachi se acalme está bem, volte para mim --- Sussurro, tocando seu rosto com a palma da minha mão que está gelada.

 

Ele demora alguns segundos me olhando, antes de apoiar a sua cabeça contra a minha palma.

 

—-- Eles.não.vão.machucar.você! --- Sua voz sai dura e rouca, seus olhos se tornam ainda mais vermelho, de um tom tão escuro quase preto, seu corpo treme. --- Meu ômega.

 

—-- É melhor você ir criança --- Fugaku agora está parado ao meu lado tocando o meu ombro.

 

—-- NÃO! --- Itachi rosna.

 

—-- Gaara é melhor você ir. --- Tenta Zabuza, Sasuke apenas intercala olhares entre mim e Itachi.

 

—-- Ele não vai me machucar --- Repito me afastando do toque gelado de Fugaku e ficando tão próximo de Itachi que posso sentir sua respiração na minha.

 

—-- Eu sei que você não vai deixar ninguém me machucar --- Sorri, vendo ele me analisar --- Eu confio em você. Volte para mim.

 

Para surpresa geral, inclusive de Itachi eu o abraço apertado, enterrando meu rosto contra seu peito, escutando as batidas do seu coração disparadas.

 

Demora um bom tempo antes que eu sinta seu corpo parar de tremer, a sua presença diminuir e se tornar menos agressiva, seus braços me rodearem depois que Zabuza e Sasuke o soltam.

 

Seu rosto afunda na curvatura do meu pescoço, o sinto aspirar meu cheiro, seus lábios tocando de leve a minha pele me causando arrepios e fazendo as minhas bochechas arderem em brasa.

 

—-- Gaara --- ele sussurra --- Meu amor.

 

Sinto seus braços me apertarem ainda mais a minha cintura, uma de suas mãos indo até o meu cabelo fazendo um carinho neles.

 

Me afasto um pouco para olhá-lo, vendo seus olhos de uma cor vermelha mais clara quase um vermelho líquido e suas íris normais de novo.

 

—-- Gaara você não devia ter ficado, eu poderia ter te machucado. --- Ele me repreende passando a mão por meu rosto, como se temesse ter me machucado de alguma forma.

 

—-- Eu sei que você jamais me machucaria.

 

—-- Gaara...

 

Itachi é interrompido pela risada alta de Zabuza que não parece se incomodar com o olhar mortal de Fugaku.

 

—-- Vocês entenderam o que acabou de acontecer aqui? --- Ele pergunta rindo escandalosamente.

 

Sasuke também sorri, só que mais contido, a expressão de Fugaku se suavizou um pouco, mas ainda sim continua carrancuda especialmente com esse vinco no meio de sua testa.

 

—-- Sim --- Sasuke e Fugaku responde ao mesmo tempo, acho que sou o único que está perdido aqui.

 

—-- Você o ama. --- Não é uma pergunta é uma afirmação que parece deixar Fugaku sem reação.

 

Ante as palavras de Fugaku sinto o corpo de Itachi se retesar ao meu lado, sua mão apertar a minha cintura com mais força.

 

—-- Eu já disse, Gaara não é um capricho!

 

Os olhos de Fugaku brilham de uma maneira estranha ficando zangados novamente, ele não gostou de saber que Itachi me ama, Fugaku parece prestes a falar alguma coisa quando é interrompido por Sasuke que toca seu braço e balança a cabeça em sinal negativo.

 

—-- Mais tarde nós conversaremos. Isso não acabou. --- Diz a contragosto saindo do escritório.

 

—-- Gaara meu amor --- Itachi se vira para me olhar de frente depois que seu pai saiu, ele tenta esconder mas posso ver seu olhar magoado. --- Você pode me esperar no quarto? eu ainda tenho alguns assuntos para resolver, já, já eu te encontro.

 

—-- Isso tem haver com aquela caixa? --- Aponto. --- Não me esconda as coisas por favor.

 

Ele toca meu rosto, e sorri fraco.

 

—-- Sim, --- Suspira, seus ombros caem um pouco e sua expressão se torna sombria. --- Não vou te esconder nada meu amor, eu realmente preciso acertar algumas coisas e depois vou te encontrar, tudo bem?

 

—-- Tudo bem. --- Toco seu rosto com minha mão antes de deixar um beijo em suas bochechas.

 

Me despeço de Zabuza e Sasuke. Na saída evito olhar para a caixa, tenho medo de olhar seu conteúdo.

 

Vou até nosso quarto como Itachi pediu. uma sensação ruim me acompanha os olhos ferozes de Fugaku parecem impregnados em mim, seu jeito de olhar me deixa com medo, medo de que ele possa se opor a Itachi ou tente fazer algo para nos separar.

 

Itachi leva a família Uchiha em seu coração e os considera parte dele mesmo, porque não é o sangue que nos torna família mas, sim nossos sentimentos e comprometimento uns para com os outros, e eu sei que Fugaku se importa muito com Itachi e não faz distinção nenhuma entre ele e Sasuke, posso ver em seus olhos que ambos são seus filhos.

 

Muito diferente da tarde ensolarada que passei ao ar livre, a noite vem fria e carregada de nuvens negras trazendo uma provável chuva durante a madrugada.

 

Itachi ainda demora um bom tempo no escritório resolvendo mais problemas, me pergunto quando teremos um pouco de paz e se é mesmo uma boa ideia fazer essa cerimônia de casamento no templo.

 

Tudo parece contra nós, nem mesmo seu pai está do nosso lado, eu achei realmente que ele estivesse feliz por Itachi, porém estava enganado, talvez ele tivesse razão e a minha existência só traz tristeza as pessoas que estão ao meu redor, primeiro a minha mãe que eu nunca conheci, depois meus irmão, Chiyo-sama e agora Itachi.

 

Não quero que Itachi brigue com sua família, nem que a causa seja eu, só queria um pouco de paz e felicidade, uma chance de viver esse amor que cresce cada vez mais dentro do meu peito, que quer florescer cada vez mais. Sempre que estou perto de Itachi me esqueço de tudo de ruim que já me aconteceu e está ao nosso redor nesse momento.

 

Me sinto sufocado com todos esses pensamentos, a tristeza volta com tudo e junto com elas as lágrimas, eu só queria ser feliz, as vezes parece que eu não nasci para ser feliz, é como se a dor e tristeza me acompanhassem aonde vou.

 

Não consigo respirar direito, a falta de ar me deixa atordoado, preciso de ar, preciso sair, com passo apressados faço o caminho até a saída da casa, em direção ao jardim dos fundos o lago das carpas é um dos meus lugares favoritos, só preciso de um pouco de ar, isso vai me fazer bem, sim, isso vai me fazer bem.

 

Para chegar até o lago tenho que passar pelo escritório de novo que agora está vazio, nem sinal da caixa ou dos pedaços da porta, só há uma mancha avermelhada pegajosa no chão onde antes estava a caixa.

 

Ao sentir a brisa gélida da noite bater no meu rosto me sinto um pouco melhor, as tochas que iluminam todo o jardim e boa parte da entrada da floresta já estão acesas, me dando visão quase que completa do jardim, e do lago das carpas.

 

Desisto de tentar limpar as lágrimas que não param de cair, eu vou caminhando até a beirada do lago, me ajoelho observando as carpas nadando observar seus movimentos fluidos pela água me acalma, vejo as lágrimas salgadas se misturarem com a água doce do lago conforme elas vão caindo contando uma história triste.

 

Não consigo contê-las é demais para mim, com certeza recebi mais do que jamais ousei pedir para os deuses, nunca me achei merecedor de tamanha felicidade como a que estou experimentando aqui com Itachi e os outros, é mais do que eu ousei sonhar, tenho minha irmã comigo, amigos que me amam e Itachi. E tudo parece prestes a se tornar sombras novamente. É uma brincadeira cruel do destino me fazer ter o que eu sempre quis para logo depois me tirar tudo e me deixar sozinho mais uma vez. Será que esse é a minha sina? Ser odiado e ficar sozinho.

 

Só percebo a chuva quando ela já está caindo em gotas grossas e geladas acompanhadas por um vento ainda mais frio.

 

Tento me levantar querendo voltar para dentro mas, não tenho forças contínuo ajoelhado, tentando me livrar desse sentimento ruim que se apossou de mim.

 

—-- Gaara? --- Escuto seu chamado e o vej0 correr em minha direção me alcançando em questão de segundos. --- O que você está fazendo? Você está todo molhado. --- Sinto seus braços quentes me envolverem, seu calor e conforto emanando e isso me faz chorar mais ainda.

 

—-- Eu... Eu ... --- Tento falar algo mas, não consigo. --- Eu n-não... querrro ficar sozzinnho --- Meus dentes batem, não havia percebido como está frio.

 

Itachi em um movimento rápido e preciso me pega no colo passando suas mãos por baixo dos meus joelhos e me aninhando contra seu peito.

 

Ele corre comigo até a varandas onde algumas betas que trabalham na casa nos olham com espanto.

 

—-- Preparem um banho bem quente por favor --- Pede ao passar correndo comigo em seu colo.

 

Está tão frio. Tento me aconchegar ao peito quente de Itachi querendo fazer o frio passar, uma das servas nos acompanhou é ela que abre a porta do quarto e pega cobertores quentes para mim enquanto Itachi me coloca na cama e esfrega meus braços e mão tentando me esquentar.

 

—-- Pode sair, obrigada --- Antes de ir ela me lança um olhar penalizado.

 

—-- O que você estava pensando ao ficar numa chuva dessas? --- Seu tom é zangado mas, seus olhos são dois céus negros de pura preocupação.

 

Mesmo com minhas roupas totalmentes encharcadas ele me abraça, posso sentir seu coração batendo forte e desenfreado assim como o meu.

 

—-- O que houve meu amor?

 

Ele me afasta um pouquinho querendo olhar em meus olhos.

 

—-- N-não m-me deixxe por faavor. --- Sussurro tremendo da cabeça aos pés, as lágrimas retornam.

 

—-- Jamais. --- Ele beija minha testa. --- Eu nunca vou te deixar.

 

O abraço querendo que isso seja o suficiente para espantar o medo.

 

Sinto suas mãos indo até minhas costas, porém ele não me abraça, Itachi desamarra o laço do meu obi soltando-o.

 

Me afasto dele com um empurrão, ele não pode ver as marcas da minha vergonha.

 

Itachi me olha confuso e um pouco magoado.

 

—-- O-o que você está fazendo?

 

—-- Você precisa se aquecer, se continuar com essas roupas vai ficar doente --- Ele para por um momento se aproximando de mim outra vez --- Eu não vou fazer nada com você só não quero que fique doente meu amor.

 

Não quero ver seu olhar enojado quando olhar as cicatrizes que foram deixadas na minha pele por Raza, não há uma área das minhas costas que não estejam marcadas por vergões profundos.

 

—-- Gaara o que está acontecendo? Me fala por favor? Me deixa de ajudar, confia em mim. ---Ele está novamente próximo de mim segurando delicadamente meu rosto entre suas mãos.

 

Estou tão cansado e com tanto frio, não tenho mais forças para lutar contra tanta dor, assinto com a minha cabeça.

 

Itachi se ponhe as minhas costas terminando de desamarrar o obi, com extrema delicadeza ele desenrola as camadas do obi da minha cintura deixando a saia-calça e a parte superior ainda.

 

Quando sinto suas mãos começando a remover a parte superior do kimono os soluços aumentam fazendo Itachi parar, olho por sobre o ombro vendo uma expressão triste em seu rosto.

 

—-- Eu não queria que você visse. --- Sussurro.

 

—-- O que? Eu não entendo.

 

—-- Isso. --- Termino de puxar eu mesmo as última amarras deixando que a blusa azul clara do kimono caia em meus quadris deixando as minhas costas amostra.

 

Percebo quando ele prende a respiração não consigo olhar para ele agora, não quero ver seu olhar de nojo ao ver como minhas costas são retalhadas. Mal posso aguentar o que ele vai dizer.

 

Demora alguns segundos para que eu sinta seus dedos traçando os retalhos da minha pele, me encolho com seu toque, o que o faz retirar a mão.

 

—-- Ele vai pagar pelo que fez a você Gaara, eu prometo.

 

Isso não é o que eu estava esperando.

 

Itachi toca novamente minha costas causando a mesma reação anterior, me encolho, conforme ele vai acariciando as minhas cicatrizes primeiro com os dedos depois com seus lábios macios e quentes , Itachi está beijando as minhas costas com tanta delicadeza que chega a me atordoar.

 

—-- Você não sente nojo? --- Pergunto com uma voz fraca ainda sem ter coragem de encará-lo.

 

—-- Gaara --- Ele tenta me fazer olha-lo mas, me recuso, o que o faz se levantar e se ajoelhar no chão a minha frente. --- Gaara meu amor, olhe para mim.

 

Levanto meu olhar buscando o dele, suas órbitas negras estão brilhando com amor, ele está me olhando com amor, não com nojo ou aversão.

 

—-- Eu gostaria que você não tivesse nenhuma delas, não por nojo ou aversão mas, pelo simples fato de que eu não queria que você tivesse sofrido o tanto que sofreu para ter marcas como essas na sua pele principalmente no seu coração. --- Ele acaricia o meu rosto e se inclina um pouco para frente beijando meus lábios de leve. --- Eu te amo, nada vai mudar isso, a cada coisa nova que descubro sobre você eu só sinto mais amor e orgulho da pessoa que doce e corajosa que você é meu amor.

 

—-- Itachi ...

 

Me jogo em seus braços nos fazendo cair no chão, ele me abraça acariciando as minhas costas nuas.

 

—-- Obrigada

 

—-- Shh não me agradeça, eu que tenho que agradecer a você por estar comigo e confiar em mim, jamais duvide do meu amor. --- O abraço ainda mais forte. --- Agora você precisa terminar de tirar esse kimono molhado, não quero que fique doente.

 

Me afasto dele, sentando na cama novamente sentindo meu rosto corar fortemente.

 

—-- Não se preocupe meu amor se você quiser eu posso me virar e você tira as roupas.

 

Ficamos nos encarando durante longos minutos antes que eu responda algo.

 

—-- Tudo bem, eu confio em você.

 

Itachi se aproxima de mim ficando de pé a minha frente, também fico de pé, sentindo minhas bochechas queimarem cada vez mais, sei que Itachi é meu marido e coisas como essas são normais mas, não consigo evitar ficar constrangido.

 

Com cuidado e sem nenhuma malícia Itachi ajuda a me despir e me cobrir com as cobertas enquanto o banho quente não fica pronto.

 

—-- Está feito --- Itachi sorri contemplando a sua obra, estou enrolado em várias camadas de cobertas para me aquecerem.

 

—-- Como está se sentindo?

 

—-- Como um bolinho --- Ele ri e me abraça nos jogando na cama.

 

—-- Então está perfeito. Agora você pode me contar o que aconteceu?

 

Paro de respirar por uns segundos me encolhendo em mim mesmo, não querendo me lembrar do que me atormenta.

 

—-- Gaara?

 

—-- Eu fiz algo de errado? --- Pergunto evitando olhar em seus olhos.

 

—-- Não entendi, me explique melhor por favor.

 

—-- Seu pai ... Ele não gosta de mim, o jeito que ele me olha, eu fiz algo de errado?

 

Itachi segura meu queixo com delicadeza aproximando nossos rostos e me fazendo olhar para ele.

 

—-- Não você não fez nada de errado meu amor. Ele só não consegue entender que eu realmente amo você. Nada disso é sua culpa, entendeu? Não fique com essas coisas na cabeça, oto-san só está com dificuldade de entender que nem tudo na vida sai como o planejado.

 

Estou prestes a perguntar o que ele quis dizer com essa última parte quando com batidas suaves na porta de correr é anunciado que o banho está pronto. Itachi me pega no colo novamente enrolado nas cobertas e me leva até a sala de banho.

 

Na sala de banhos ele dispensa as servas que me ajudariam no banho se eu deixasse mas, em todo o tempo em que estive aqui fiz como fazia em Suna dispensava a ajuda para o banho e para me vestir. Itachi me ajuda desenrolar as cobertas do meu corpo e eu mergulho rapidamente na enorme banheira de água quente.

 

Ele ri.

 

—-- Já disse que não precisa ter vergonha de mim Gaara.

 

—-- É mais fácil falar do que fazer --- murmuro baixinho não querendo que ele ouça.

 

E ele ouviu, sei disso porque ele ri.

 

—-- Não se preocupe meu amor nós vamos no seu tempo. Agora me deixe ajudá-lo. --- Com as mãos ele faz um gesto para que eu me chegasse mais perto dele. --- Era por isso que você não deixava ninguém te ajudar no banho?

 

Vou até ele, não tenho realmente medo de Itachi é minha timidez que me faz ficar envergonhado , nunca realmente pensei que um dia fosse me casar e principalmente com alguém que me ama e respeita como Itachi faz, isso me faz sorrir, preciso ser um pouco mais otimista se Chiyo-sama me visse com tanto medo ela brigaria comigo e me diria que não me criou assim, ela me criou para ser forte e corajoso, para agarrar a felicidade e não soltá-la quando ela finalmente aparecesse. Ela nem por um momento duvidou que eu seria muito feliz um dia, ela estava certa.

 

—-- Uhum --- Me apoio na beirada da banheira onde Itachi começa a lavar os meus cabelos.

 

—-- Se quiser me chame, eu não me importo em ajudar. --- quem sabe, talvez penso comigo mesmo, se eu não morrer de vergonha até lá. --- Sei que aconteceu muitas coisas com você que você não me conta, e eu entendo que seja difícil, eu respeito o seu silêncio mas, eu quero que saiba que quando você se sentir confortável ou quiser conversar, eu estarei aqui te esperando e vou te ouvir.

 

—-- Eu sei que sim, obrigada.

 

Me deixo levar pelas sensações boas que Itachi me faz sentir, nunca fui tão feliz como estou sendo agora.

 

Itachi me ajudou com o resto do banho, vez ou outra ele fazia um carinho nas minhas cicatrizes, também falava sem parar o quanto eu era lindo, me fazendo corar a todo instante.

 

Estava enrolado na toalha, já que minhas roupas de dormir não estavam ali, estava preste a caminhar de volta para o quarto quando Itachi me pega no colo novamente.

 

—-- Ei, eu posso andar sabe?

 

Ele ri e beija minha bochecha.

 

—-- Eu sei. É só que eu não consigo resistir, é viciante te ter perto de mim, eu tinha essa vontade desde o primeiro dia em que eu te vi naquele festival.

 

O olho um pouco chocado.

 

—-- Tanto tempo assim, você já gostava de mim?

 

—-- Desde a primeira vez em que te vi de longe perdido no meio de todas aquelas pessoas eu soube que você era o único para mim.

 

Não importa o que aconteça não vou deixar que nos separem, não vou deixar o medo me dominar, lidei a vida inteira com o ódio posso lidar com Fugaku.

 

Nada é mais forte que o amor.

 

Encosto de leve nossos lábios apenas um toque, sinto Itachi sorrir contra eles.

 

—-- Amo você.

 

—-- Amo você.

 

Ele me leva de volta ao quarto me deixando sozinho para me trocar, ele foi tomar seu próprio banho, o espero embaixo das cobertas grossas separadas para nós, ainda sinto frio mesmo com elas.

 

Fico escutando o barulho da chuva e o vento batendo contra o telhado da casa, até Itachi voltar, me aconchego contra seu corpo sentindo seu calor, ele faz carinho em meus cabelos até eu adormecer sonhando com o riso de crianças e um futuro ao seu lado.  

 


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