Falso amor escrita por EllaRuffo


Capítulo 8
Capítulo 8




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Maria havia escolhido um carro branco. Importado e zero quilômetro, que era um carro que há 15 anos atrás, Maria nunca poderia comprar com seu próprio dinheiro. Mas que graças a sua força e dedicação junto a decisão de crescer profissionalmente para não depender mais de um homem como antes, nem mesmo o que a ajudou sem pedir algo em troca, agora ela podia contar com o fruto de seu trabalho que lhe dava regalias como comprar o melhor carro de sua escolha como tinha feito. 


E assim o dirigindo, ela seguiu para a firma de advogados que logo faria parte e tudo sendo seguida pelo motorista de Estevão.


E nas empresas San Román. 

Estevão com Demétrio a frente dele, lia os documentos que tinha de parte da vida de Maria durante aqueles anos sem ele saber dela. Era uma folha grampeada, atrás da outra que ele virava enquanto lia atentamente o conteúdo delas. 

E Demétrio calado apenas observava Estevão. Até que ele o ouviu dizer.


— Estevão : Saia, Demétrio. Quero seguir lendo sozinho.


Demétrio se levantou. Se conhecia Estevão sabia que ele estava abalado com o que lia, mesmo não querendo mostrar sua fraqueza diante dele. E então ele disse.


— Demétrio: Sabe que não tem em mim só um advogado, Estevão. Tem também um amigo! 

Estevão nada respondeu e esperou que Demétrio saísse. E então ele se levantou desapertando a gravata. Parecia que o ar era pouco naquela sala como no dia que Maria o deixou nela e ele sofreu um ataque do coração. 

E então ele foi até a janela. O que acabava de ler sobre Maria era muito revelador e também esclarecedor. Que agora ele entendia muitas coisas, inclusive o fato de vê-la tão confiante na frente dele em sua primeira aparição depois de todos aqueles anos. O que dava em Estevão, misturas de sentimentos. Nas folhas que leu, ele sabia que agora ela era uma advogada e sócia de um escritório de advocacia que ele já tinha escutado falar e que ficava em Londres, aonde ele descobriu que era o país que ela havia estado, e que o nome da firma de advogados o fazia lembrar de um dos associados dela que havia sido um advogado dele nas empresas San Román e mais que isso, também um amigo. Mas havia algo que Estevão não havia encontrado entre as folhas, que era o amante que Maria o havia traído e tramado o desfalque na empresa. Ele não estava nas letras que leu, mas Luciano sim e em cada linha. Seu amigo e advogado do passado o havia traído e agora ele tinha mais do que certeza. Sentindo seu peito doer com a certeza que Maria o traiu no passado também com seu ex advogado, Estevão esfregou a mão nos cabelos. Maria havia de fato tido mais que um amante, mas que como ele havia descoberto, ela tinha escolhido viver com Luciano todos aqueles anos que constavam nos documentos, ainda que percebeu que alguns deles ela havia morado sozinha com a filha, porque nas tantas folhas que havia lido, constava também a existência da menina. Demétrio havia feito um ótimo trabalho, que tinha até o registro da data que Maria havia dado a luz da menina que agora ele sabia o nome, que exatamente há 15 anos atrás Estrela nascia como filha de mãe solteira. O que perturbou mais Estevão. Ele pensava sim que poderia ser o pai da adolescente, ainda que estava mais que certo para ele que Maria teve mais que um amante ainda casado com ele. Porque ele tinha certeza que só um amante faria o que Luciano havia feito por ela. 

Estevão voltou pra mesa que em pé ele pegou as folhas grampeadas uma na outra e, fixou os olhos no nome completo de Maria que ainda era de solteira e se perguntou, do porquê ela não havia se casado e refeito a vida com Luciano. Ele tinha um porquê não havia se casado com Patrícia e nem com ninguém, pois tinha perdido a fé no amor. Mas e ela? Estevão largou a folha na mesa também, deduzindo que talvez Maria não poderia amar ninguém, pelo menos não a um homem.


No meio da tarde, Maria estava na igreja .


Na sacristia com o padre Belisário, ela desabafava com ele mas também ouvia os sermões que ficaram pendentes na última visita dela a igreja.


E assim depois de levantar da cadeira que estava e deixado o padre sentado por trás da mesa, Maria disse se defendendo.


— Maria : O que queria que eu fizesse, padre? Que revelasse a minha filha quem era o pai dela sem contar como ele foi covarde e cruel comigo? O senhor deveria me apoiar por não ter mentido a ela!


O padre Belisário suspirou preocupado com Maria. Porque, ele pensava que as palavras dela era mais ditas para entrar na cabeça dela e lhe trazer tranquilidade do que na dele. Já que ele havia dito novamente que tanto ela, como Estevão haviam errado em relação aos filhos, que ao saber melhor como Estrela estava agindo e agiu ao ver Estevão, ele havia apontado mais o erro dela naquilo. Porque assim como ele sabia que Estevão tinha feito, Maria tinha plantado antes mesmo que Estrela pudesse ter uma conversa franca com o pai, os sentimentos de desprezo em relação a ele. Que como os mandamentos bíblicos diziam para honrar os pais, ele como padre cobraria de sua filha espiritual o erro dela. E assim ele disse calmo.


— Padre Belisário: Filha, pode tentar justificar o que fez como Estevão por anos faz isso quando me visita, que eu não vou aprovar o que fizeram com os filhos de vocês . Heitor e Estrela são os mais prejudicados em toda essa história.


Maria cruzou os braços e virou o rosto. Queria chorar mais se segurava. Porque ainda que não deixasse claro e mesmo que odiasse admitir, tinha sentido remorso quando viu o modo que Estrela tratou Estevão. Mas não por ele e sim por sua menina, já que ela como mãe poderia ter dito algo a ela para que não odiasse o pai, mas não o fez. Que talvez se tivesse contado o quanto Estevão sonhou em ter uma filha, como a desejou e foi um exemplo de pai para Heitor quando ainda eram casados, talvez, só talvez Estrela não o desprezaria tanto. Mas o que também, se ela presenciasse sua menina vendo e querê-lo como pai lhe daria revolta por saber que Estevão não a merecia como filha. Não a merecia, já que se fosse por ele, a teria em qualquer calçada e passaria fome e necessidades, já que sabia que seria capaz de tentar esconder a gravidez até o fim se seguisse na cidade do México. Portanto, era um pago que Estevão tinha que sofrer por tudo que tinha feito. E ela não poderia se arrepender.


E assim, Maria ficou mais um tempo conversando com o Padre Belisário e deixou a igreja mais cedo que pensou. Que então, ao sair da igreja ela viu Socorro que juntava sua mesa de artesanato com todo seu material para ir embora, e ela a ofereceu uma carona.


E então Maria chegou aonde Socorro morava. O bairro era em xochimilco e que ficava  perto das trajineras, que era as famosas barcas mexicanas. Mas passando longe delas para evitar más recordações, Maria apenas entrou na casa de Socorro . Uma casa aconchegante que dizia a todos que entravam nela que ali morava uma família unida e feliz. Maria andava na sala e sorriu pra uns quadros em volta de um altar com a virgem de Guadalupe ao meio e duas grossas velas ao lado dela. Depois de tocar com devoção a santa, Maria pegou um quadro na mão e disse.


— Maria : São seus filhos? 


Maria notava sem precisar que Socorro a respondesse que ela tinha um casal de filhos como ela, e a moça que via na foto ela conhecia. E então Socorro trazendo uma bandeja com café em xícaras sobre um pires a respondeu.


— Socorro :  Sim Maria, tenho Lupita de 21 anos e Greco de 15 anos. Eles são meus amores.


Socorro deixou a bandeja no meio da mesinha na sala e foi até Maria pegando gentilmente o quadro da mão dela, e passando a mão na foto logo em seguida. E Maria disse, reconhecendo Lupita como a secretária de Estevão, o que ela pensava na coincidência daquilo.


— Maria: Eles são lindos. E também tenho dois filhos Socorro, que além de Estrela que conheceu de já 15 anos, tenho um rapaz de 20.


Socorro sorriu. Para ela, Maria parecia jovem demais para ser mãe de já um homem feito. Mas gostou de saber que assim como ela, sua nova amiga tinha um casal de filhos. E então ela perguntou sorrindo.


— Socorro: E aonde está esse lindo rapaz, que só te vi com a menina?


Maria suspirou e se curvou para pegar uma xícara de café da mesinha, e depois que fez, ela disse.


— Maria : É uma longa história que talvez eu conte em outro momento.


Socorro fez o mesmo, pegou sua xícara de café junto com o pires estendeu o braço a frente em um convite para Maria sentar no sofá, e disse, interessada na história dela, na história que ela viu nos olhos de Maria.


— Socorro : Talvez nada. Parece que vejo em seus olhos uma dor que sei que compartilhada pode te aliviar, Maria. Então deixo a seu critério resolver quando quiser conversar sobre isso comigo. Disse que necessitava de amigos com seu regresso . Olha eu aqui.


Quando sentou também no sofá, Socorro tocou no ombro de Maria que sorriu com a maneira que ela lhe havia falado. E então, ela disse.


— Maria : Havia me esquecido como o povo de minha terra amada podem ser um excelente anfitrião. Obrigada, Socorro.


Maria bebeu um pouco mais do café de Socorro e seguiram conversando, até que ela viu dar o horário de buscar Estrela e se despediu da senhora prometendo voltar .


Mais tarde dentro de um ginásio coberto de uma escola, Maria entrava a procura de Estrela. E assim ela avistou alguns jovens com seus professores nos aparelhos olímpicos que via, até que viu Estrela de maiô azul, em cima de um aparelho e uma professora estava do lado dela. Estrela estava no aparelho chamado trave de equilíbrio, mas conhecido como trave. Comprido e fino, na altura de 1,25 metros do chão, ela estava se equilibrando com uma perna esticada no alto e segurando do lado da cabeça pela ponta do pé, enquanto a outra perna estava sobre a trave. E já acostumada ver a filha naquela posição sobre aqueles aparelhos, Maria sorriu e cruzou os braços a espera do próximo ato dela que seria correr, virar pirueta e depois cair em pé nos colchonetes a frente em azul . 

E foi o que Estrela fez, correu virou a pirueta no ar e caiu perfeitamente em pé, esticando os braços pro alto logo em seguida. E Maria aplaudiu no canto dela enquanto sorria. E quando Estrela viu a mãe lhe dando um sorriso, ela acenou pra ela sorrindo também. No quarto da menina, havia tantas medalhas que Maria nem poderia contar e que com elas, ela morria de orgulho. Que sempre, sempre Maria tinha estado presente em qualquer competição da filha, sendo amistosa ou não.  O que ela tinha participado de várias em Londres. E agora Maria já ansiava ver sua filha voltar a participar de competições que a deixava feliz e se gabando por semanas quando trazia alguma medalha pra casa. Que só assim, Maria teria mais certeza que Estrela ainda que fora do país que nasceu voltava viver sua vida que antes tinha. 


Horas mais tarde. Exausta e já em casa, Maria já de pijama e pés descalços e sobre o sofá da sala de seu apartamento, tinha seu notebook sobre o colo. Aberto em uma foto de Heitor que havia salvado quando pesquisou, ela pensava nele. Nem sabia nem por onde começar pra encontrar meios pra chegar até ele. Apesar que tinha dois, procurar ele nas empresas San Román ou ir até a mansão que um dia morou e que lembrava muito bem como havia deixado ela. Mas ambos lugares Maria não queria voltar a pisar mais, e então ela fechou os olhos e desejou um milagre, que não a fizesse voltar a pisar aonde ela sabia que Estevão estaria e nem depender dele para estar a frente de seu filho. Havia jurado que o veria sozinha se precisasse e era isso que faria. 

E então assim o celular dela tocou. Ela olhou de lado o aparelho largado no sofá, na tela mostrou um número que ela desconhecia mas ainda assim ela atendeu e então, ela ouviu. 


— X: Janta comigo. Estou aqui na frente do seu prédio Maria, e não vou sair daqui até que desça! 


Maria de coração acelerado assim que ouviu quem lhe falava todo autoritário, se levantou rápido do sofá e foi até a janela. Em seguida ela afastou a grande cortina marrom e branca e olhou para baixo e viu um carro preto como da noite anterior parado . E ela teve certeza pelo que acabava de ouvir na ligação, que Estevão estava naquele carro.  E então ela fechou a cortina, andou de passos largos até seu quarto e fechou a porta logo em seguida para Estrela que estudava não ouvi-la.  Agora cuspiria a raiva que estava de Estevão pela noite anterior, ainda que fosse por uma ligação. E então ela disse gritando com ele . 


— Maria : Como conseguiu meu número, Estevão? Vai me perseguir agora? Disse que não me ajudaria com Heitor, então não temos mais nada para falar, a não ser que pare de vim até aonde moro! 

Estevão do carro e sem o motorista, respirou fundo. Esperava aquela atitude de Maria, mas não queria, não podia perder outra noite de sono com as questões que tinha na mente depois de ter lido tudo do que tinha sido a vida dela em Londres. Que se ele pensava que ainda tinham muito o que dizer depois do encontro nas empresas San Román, agora ele tinha certeza. Então ele não estava disposto a dar o braço a torcer, insistiria até que ela cedesse. Que assim ele disse impaciente. 


— Estevão : Sabe que temos! Temos muito o que falar Maria! Que inclui saber se Estrela é minha filha! Eu quero saber de uma vez, se essa menina pode ser minha filha! 

Maria tocou nos cabelos com uma mão. Estevão já sabia o nome de Estrela, além de seu endereço e agora seu telefone. E ela se perguntou quanto tempo ele levaria para ter certeza da paternidade de sua menina. Mas era o que ela faria questão que ele sofresse com a dúvida, que não duvidou nenhum momento que ele teria. E assim, depois de rir ela disse. 

— Maria : É um cúmulo Estevão que tenha vindo me incomodar mais uma vez, com que pensa que tem algum direito. Estrela só é minha filha! Lembra-se que tive um amante. Ela não pode ser sua filha! 

Maria sentou na cama e cruzou as pernas. Depois do que tinha dito ouviu a respiração de Estevão aumentar na ligação. Sabia de sua inocência em tudo, mas por Estrela como haviam conversado, mas mais por vê-lo como pensava que estava sofrendo com a dúvida, assumiria qualquer caso que ele a acusasse. Que assim depois de um som como que se ele tivesse batido em algo no carro, Maria o ouviu dizer bravo. 

— Estevão: Então agora assume que teve amante! Não seja sínica Maria! Sabe que essa menina pode ser minha filha! 

Maria então se levantou decidida terminar aquela ligação e não ouvir mais Estevão. Não era obrigada ouvi-lo ofende-la, não era nem obrigada mais se defender pelo passado que ele nunca acreditaria nela. Que assim ela disse mais furiosa. 

— Maria : Não comece me ofender Estevão! Não sou obrigada ouvi-lo, nem assumir ou negar mais nada! Mas já que me ligou, isso me poupa de voltar a vê-lo, para deixar claro que não quero que volte rondar aonde vivo com minha filha! Que se volto a vê-lo por aqui faço uma queixa contra você! 

Estevão suspirou tenso entendendo o aviso de Maria, o que o recordou que agora ela era uma advogada e sabia do que falava. Mas ele pensava que uma queixa não o pararia, nada o pararia na tentativa de saber se a filha dela era também dele.  E então ele a respondeu com um tom de sarcasmo. 

— Estevão : Claro Maria, estou te devendo meus parabéns. Agora é uma ilustre advogada e entende do que fala, não é mesmo? Quem foi que te inspirou? Luciano? Luciano que fez que seguisse essa carreira? Aquele maldito traidor! 

Estevão saiu do carro nervoso depois de suas palavras e depois que desceu olhou para o prédio querendo saber qual andar Maria morava. E ela depois de ouvi-lo falar de Luciano que ela sabia que teria uma eterna dívida de gratidão, puxou o ar do peito e disse para o defender e expor quem agora era. 

— Maria : Não fale assim de Luciano, Estevão! É tão frio e cego que não pensa que o único homem que me levou ser uma advogada, foi você! Jurei que ia defender as mulheres de homens covardes como você! Jurei a mim mesma que não deixaria que mulheres como um dia fui, passassem o mesmo que passei! 

Estevão suspirou ainda olhando para o alto das janelas, depois que ouviu as pesadas verdades de Maria. Não negaria o que havia feito mas se justificaria até o final os motivos que cego o levou fazer. Que assim ele disse . 

— Estevão : Vai seguir me chamando de covarde, mas foi você Maria que me levou fazer tudo que fiz! Eu te amava! Você me transformou no homem quem sou hoje!


Maria riu amarga e foi até a janela do quarto dela. Escutava melhor o movimento da rua pela ligação, e então ela tirou só um lado da cortina e buscou ver por trás dela . E embaixo próximo ao carro que antes viu, Maria viu Estevão todo de preto e de celular na mão e ela fechou logo a cortina e disse encostada na parede ao lado da janela. 

— Maria : Você já era esse homem, Estevão! Sempre foi! Ninguém se transforma em um monstro que tira o filho de uma mãe da noite para o dia. Você já era assim! Então não me culpe por revelar o monstro que era quando me humilhou, me colocou na cadeia e me tirou Heitor sem ao menos me dar o direito de me defender e lutar por ele! 


Depois de cuspir suas palavras, Maria sentiu seu coração doer e as lágrimas querendo vir aos olhos. Voltar para o México ainda que acreditasse que já não era como antes, estava derretendo o gelo que havia anestesiado a dor que ela carregava no peito todo aquele tempo. Estevão, apenas ele cutucava a ferida dela o que fazia ela crer que podia odiá-lo cada dia um pouco mais.  

E Estevão na calçada, virou de costa e levou a mão no teto do seu carro estacionado. As pessoas sempre revelam quem verdadeiramente são depois de um tempo de convivência, mas as vezes revelam também como não sabem lidar, quando algo terrível suficiente para marca-los, acontece. E ele riu amargo, com a marca em seu peito que o havia deixado frio o suficiente para não se arrepender do que Maria lhe dizia, mesmo que sofria ainda a dor do suposto engano.


— Estevão : Monstro . Foi assim que sua filha me chamou! Desça, Maria e me olhe nos olhos quando eu lhe perguntar se sou o pai dessa menina!


Voltando para principal questão que o havia levado ali e não o passado, Estevão exigiu novamente e Maria disse fora de si, o desafiando, depois que se recompôs do abalo que lhe quis pegar.


— Maria : Descobriu aonde eu morava, minha profissão, meu número, então por que não descobre se é pai dela também, Estevão? Se sente um deus! Então descubra sozinho!


Estevão bufou. Pois faria de qualquer forma o que Maria o desafiava, movendo céu, mar e terra mas descobriria se era pai ou não de Estrela. Que assim ele disse certo que faria se suas dúvidas eram certas. 

— Estevão : Já que é uma advogada, sabe muito bem que se eu conseguir provar que sou o pai de sua filha, poderei ter meus direitos e que vou exigi-los, Maria!


Estrela havia deixado o quarto dela  há mais de 10 minutos que ao ouvir, Maria alterada ao passar na frente do quarto dela, ficou por trás da porta quando ouviu ela falar Estevão o que fez ela querer ouvir tudo. Que então ainda aonde ela estava, ouviu Maria dizer, tendo a certeza que a luta que Estevão queria lutar sem ajuda dela seria nada fácil mesmo por lei .


— Maria: Estrela é menor de idade, não tem seu nome na certidão dela e vai ter que lutar sozinho pra provar que ela é sua filha, Estevão. Porque não vou levá-la como mãe a lugar algum para que consiga o teste que precisará! Que com tudo isso, devo avisá-lo, que se tirar ela de mim em algum momento sem que eu saiba para conseguir o que quer, te denuncio por sequestro!


Estrela sorriu da porta e fez um gesto com mão vibrando pelo que ouviu. Enquanto Estevão com a mente clareada pelas palavras de Maria, se viu sem saber o que faria. Precisaria da ajuda dela, não só com palavras pois iria exigir o teste de paternidade, mas desgraçadamente ela tinha razão. Maria realmente sabia o que falava e ele entendeu que se ela não iria ceder ao dar o que ele exigia ele tinha que fazer aquilo pela lei o que podia levar uma eternidade com ela relutante como estava. E então ele disse, ao tentar achar uma saída. 

— Estevão : Vou te propor um acordo perante a isso, Maria. Então desça de uma vez, jante comigo e conversaremos sobre isso. 

Maria suspirou desconfiada. Mesmo que já estava de pijama, nem era 10 noite e o convite para jantar ainda seria válido, se não fosse naquele tom que ele falava como que se ela não tivesse escolha de negar . Que assim, ela perguntou.


— Maria : O que quer propor Estevão? Não irei a lugar algum e não cairei nos seus truques!


Maria respirou e passou a mão na testa. Ela suava, e ela notou que Estevão queria vencê-la pelo cansaço.  E ele então certo do que iria fazer, disse.


— Estevão : Não tem nenhum truque Maria! Quer ver Heitor e eu posso fazer que ele aceite isso, posso leva-la até ele.  Mas antes exijo que tenhamos uma conversa franca! Não mais sobre o passado, não mais sobre o que houve. Quero falar de sua filha. Eu quero falar da possibilidade dela ser minha filha também!


Maria suspirou e sentou devagar na cama. A troca parecia justa. Ela teria o que queria e ele também. Mas e as consequências depois? Poderia confiar em Estevão? Maria se fez tais perguntas. Se enchia de ilusão em pensar estar em frente a Heitor que já nem lembrava do que estava jurando fazer em busca-lo sozinha.


E então ela disse logo. 

— Maria : Que garantia me daria Estevão que conseguiria fazer com que Heitor aceitasse me ver? 


Estevão riu de lado. Heitor já havia aceitado ver Maria. Ele sabia disso, mas ela não . E então ele disse.


— Estevão : A mesma certeza que me dará que dirá a verdade sobre a paternidade de sua filha. 


Maria suspirou. Já sobre aquilo não tinha nenhuma ilusão. Apenas uma certeza que faria Estevão penar para ter suas dúvidas esclarecidas.  E então ela rápido disse.


— Maria : Não Estevão, obrigada pela proposta mas recuso! Posso muito bem estar com Heitor sem precisar de você! Ele é meu filho, uma hora ele terá que estar na minha frente e então eu desmentirei qualquer história que disse para ele até hoje! 

Estevão bateu a porta do carro dele com força. Acabava de entrar. E ao ouvir Maria recusar a proposta dele, ele disse, impaciente. 


— Estevão : Não seja tola Maria! Sabe que com minha ajuda será mais fácil. E não tem nada que desmentir. Heitor sabe o que fez, e pode ter certeza que ele não te receberá sorrindo, mas posso fazer com que ele te receba em minha casa aonde terão a conversa que precisam ter. 


Maria sentiu de novo as lágrimas virem aos olhos. Quando Estevão falava daquela forma lhe dava medo da rejeição de Heitor mas também aumentava o rancor que tinha dele.  E então, ela puxou o ar do peito e falou mais alto que ele e deixando as lágrimas teimosas caírem .


— Maria : Você é um maldito, desgraçado Estevão! Eu te odeio, com a mesma intensidade que amei um dia!


Estevão ficou calado. Sentiu novamente todo o ódio e desprezo que Maria sentia por ele ao cuspir suas palavras. Mas que sentia que só ele tinha o direito de sentir tais sentimentos, que ao invés disso ainda a amava. Ainda a amava, porquê havia amado sozinho quando tinham se casado. E então de corpo tenso ele disse.


— Estevão: Aceite minha proposta e falaremos também dos seus bons sentimentos a mim, aonde iremos. Sei que quer cuspir mais seu desprezo sobre mim. Ande Maria estou lhe dando também essa oportunidade!


Maria respirou fundo. Poderia passar horas, dias, semanas e até anos em frente a Estevão e não seriam suficientes para cuspir toda dor que ele tinha causado nela na cara dele. E para isso, ela precisava estar na frente dele mais uma vez e outra e mais outra e daquela vez tinha a chance de chegar até Heitor. E então ela disse, depois que tomou uma decisão. 


— Maria :  Amanhã. Amanhã almoço com você.


Estevão se calou por segundos.  Achava que sairia dali sem conseguir o que queria. Mas como pensava que tinha conseguido, ele disse manso para que ela não voltasse atrás. 


— Estevão : Acredito que esse almoço será no restaurante próximo às empresas San Román.


Maria não queria estar em nenhum lugar que já esteve com Estevão que lhe trazia lembranças de um amor que foi ilusão. E ir até em um restaurante que ele mostrava mais uma vez lembrar que sempre iam no meio do expediente das empresas, a traria lembranças não só do amor que tinham mas também a parceria para os negócios que tinham. E então rápido ela disse. 

— Maria : Não, outro restaurante. 

Estevão suspirou e depois disse. 

— Estevão : Eu te ligo para que fale aonde quer que almocemos. Vou querer saber mais de Estrela. E se ela for minha filha...


Estevão escutou o som na linha que dizia que a ligação foi desligada na cara dele. E então ele tirou o carro dali cantando pneu. 



 


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