Falso amor escrita por EllaRuffo


Capítulo 7
Capítulo 7




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Olá lindas, aí vai mais um capítulo pra vocês. Espero que gostem...

Estevão entrou na mansão desnorteado. E assim que ele passou pela porta, viu Alba. Ela estava ali, por saber que ele tinha deixado a mansão e ela só pensou que tinha a ver com Maria que não o fez guardar aquele dia todo de repouso. E só pela cara dele ela teve certeza do que havia pensado.

E assim Estevão disse, agora ali diante de Alba se quebrando.

— Estevão : Ela tem uma filha. Maria tem uma filha. Uma menina.

Os olhos de Estevão umedeceu de lágrimas . No caminho todo havia pensado na hipótese de que aquela menina que ele ouviu Maria chamar de filha, era dele. E se fosse, ele estava certo que Maria tinha ido embora grávida e se vingado assim dele por Heitor. Alba sentiu o corpo todo tremer quando ouviu Estevão. Já era uma desgraça para todos Maria de volta, e agora ela tinha uma filha? Uma filha de Estevão que ela não tinha dúvida disso. Mas sabia que Estevão poderia ter. E para o bem de todos o recordaria disso.

E então ela se aproximou dele. Estevão arrasado, havia sentado nos primeiros degraus da escada, enquanto altas lembranças do passado invadia mente dele.

Flashback, um pouco mais de 15 anos atrás.

Maria estava deitada em um cama, com Estevão ao seu lado. Nua apenas coberta com um lençol, Estevão acariciava a barriga dela. Ele tinha um sonho de ser pai de menina, antes mesmo de ser pai de Heitor ele sonhou primeiro em ser pai de uma menina. Ainda que amasse seu primogênito de quase 5 anos mais que tudo no mundo, ele sabia que sua felicidade completa seria ter mais um filho com Maria e que fosse menina e se não fosse, ele desejaria ficar tentando até que uma princesa San Román nascesse. E Maria sabia desse sonho desde que havia se casado com ele, e que já há alguns meses ele começava pedir que ela deixasse os anticoncepcionais para tentarem serem pais novamente. E ela já tinha deixado só que ele ainda não sabia.

E então ela olhou ele também nu e com parte do corpo dele coberto, acariciando a barriga dela carinhosamente. Maria sabia que o que Estevão fazia, era um pedido novamente silencioso para terem mais um filho. Para terem a menina que ele tanto queria.

E então ela resolveu revelar, tocando a mão dele que estava no ventre dela.

— Maria : Tem uma semana que já não tomo os anticoncepcionais, meu amor. Acho que gostaria de saber.

Estevão buscou os olhos de Maria. Primeiro a olhou incrédulo e depois sorriu feliz . Se sentia como uma criança que estava prestes a ganhar um presente em época de natal que tanto queria.  E ele então disse.

— Estevão : Por Deus, Maria, não brinque com isso, meu amor. Não brinque, que se já não queria sair dessa cama, agora que não iremos sair até que nossa princesa esteja aqui dentro.

Maria gargalhou sentindo Estevão acariciar o ventre dela e depois dar vários beijos. O som do riso de Maria, fazia Estevão sentir como sempre se sentia ao lado dela quando a ouvia rir, o homem mais afortunado da terra de ser o motivo das verdadeiras risadas dela. E assim ela disse, levando as mãos nos cabelos dele.

— Maria : Não estou brincando, meu querido. E também não ligaria se passássemos horas e dias na cama só fazendo amor.

Ao final das palavras o rubor tomou o rosto de Maria mesmo que ela sorrisse, e Estevão ao ter olhado para ela, lhe tomou os lábios, tirando do corpo dela o lençol. Achava lindo como ao mesmo tempo se excitava ao ver Maria em momentos como estavam se ruborizando como da primeira vez que ela o viu nu. Bem na noite de núpcias deles quando ela havia se tornado mulher. O que o fazia se sentir mais do que afortunado ao lado dela, se sentia o homem mais feliz da terra e que agora, seria o mais completo também quando Heitor ganhasse sua mais nova irmãzinha.

Fim de flashback.

Estevão sentiu a mão de Alba no joelho dele quando ela se agachou para vê-lo melhor, o rosto dela estava o encarando e então ele ouviu as palavras que acenderia seus rancores e com força.

— Alba: Não seja o tolo Estevão que já penso que está sendo. Maria o traia, sabemos que ela fugiu com aquele amante que todos vimos as fotos dela com ele, ou aquele seu advogado, mas que também era o amante dela. E me diga quantos homens ela já esteve? Se está pensando que essa menina é sua filha, se faça essa pergunta e se levante desse chão!

Estevão olhou para Alba e seu coração endureceu, a expressão do seu rosto ficou sério e seu corpo todo se enrijeceu . Ela estava certa e ele estava sendo um completo imbecil que estava se ilusionando. Maria havia engravidado de seu amante mais jovem, de Luciano de qualquer um, menos não dele. Que ainda que a menina pudesse ter quinze anos, desgraçadamente ainda casada com ele, ela o traia. E como podia ter esquecido desse fato? Um fato que ainda o feria. E Pensar que Maria tinha uma filha com um homem que não era ele, era como que se sua ferida fosse cutucada e com força. Maria era mãe de uma menina que ele tanto sonhou ter com ela. E Estevão só teve a certeza que Maria o feria mais uma vez. O amor que sentiu por ela era a pior das desgraças que um homem como ele poderia sofrer. Ali sentado na escada daquela forma Estevão via o poder que aquele amor, não que sentiu, mas que ainda sentia por ela poderia deixá-lo daquele jeito, em um estado vergonhoso para um homem como ele estar.

E no apartamento de Maria, a noite de pizza se converteu em um macarrão instantâneo que Maria havia feito para ela e Estrela, que não teve ânimo pra comer pizza. Que já de pijama e na cama da mãe, ela só queria estar ali perto dela. O que Maria dava atenção e carinho a ela.

E assim deitada de lado e de costas para Maria, Estrela disse, sentindo os dedos dela tocando seus cabelos.

— Estrela: Ele já te bateu, mãe?

Maria tirou a mão dos cabelos de Estrela, e a menina se virou para olha-la e para buscar assim a verdade no rosto da mãe. Estrela não conseguia esquecer a forma que Estevão agarrava os braços de Maria, nem o modo que ele estava tão alterado. O único homem que ela tinha convivido sempre ao lado dela e da mãe, era Luciano, que foi sempre um homem gentil e amável com elas e principalmente com a mãe dela. Tão gentil que Estrela as vezes pensava que ele era um bobão, mesmo o respeitando como um pai, o bobão era por ele nunca ter conseguido ser o pai dela de verdade como em ter se casado com a mãe dela, ele seria. E fora Luciano, Estrela só via os advogados da firma que a mãe dela era sócia, e ainda assim não os via sempre. Então presenciar o homem que a mãe dela dizia ser seu pai daquela forma, a assustou demais. Tanto que na sua mente, veio o que Estevão poderia ter sido capaz de fazer além de tudo que ela sabia que ele tinha feito para Maria.

E Maria entendia o porquê Estrela tinha aquele pensamento e ela sentiu novamente um remorso bater, por saber que com que a filha tinha visto, cultivaria mais sentimentos ruins nela. O que ela não queria em hipótese alguma ver Estrela lidar. E assim, Maria vendo os olhos dela em lágrimas, ela disse certa que em relação a pergunta dela, Estevão não tinha mais aquele pecado sobre ele e por isso ela seria justa.

— Maria : Não, meu amor. Ele nunca me bateu, mesmo depois de toda mentira sobre mim que ele acreditou. Seu pai antes de tudo que me aconteceu, era outro homem. Não era esse que viu.

Maria arrumou os cabelos de Estrela que estava entre os olhos dela no fim de suas palavras e ficou a olhando com amor. Daria tudo para protegê-la de tudo que estava acontecendo, mas já tinha feito isso desde de seu nascimento e já não poderia mais. Tinha Heitor que agora queria voltar a tê-lo e para tê-lo teria que fazer sacrifícios, como o qual estava fazendo, sacrificando a vida calma e protegida que Estrela viveu todos aqueles anos ao lado dela. E assim, Estrela pegou na mão dela que lhe tocava os cabelos e pediu séria, ainda que soubesse que o que pediria não seria atendido.

— Estrela : Vamos embora daqui, por favor mamãe. Estevão é louco e já sabe aonde nós moramos e agora sabe que sou sua filha e vai tentar me tirar da senhora. Vamos fugir amanhã cedo. Por favor!

Estrela sentou na cama e Maria fez o mesmo. Ela notava que não era primeira vez que que Estrela pedia para ir embora e era daquele sacrifício que ela pensava. Estava sacrificando o bem estar de um filho para ter o outro também ao seu lado. E que injusta era a vida. E então ela tocou o rosto de sua menina e a respondeu certa.

— Maria : Eu já te falei, minha Estrela, que ele não vai me tirar você. Ele não vai! E está certa, ele sabe que é minha filha mas não sabe quem é seu pai. Para ele meu amor, eu sigo sendo a pior das mulheres e pra deixá-lo longe de você, não vou fazer questão de desmentir qualquer coisa que ele pense.

Estrela entendeu o que Maria quis dizer . O que para ela, era preferível que Estevão pensasse que ela fosse filha de qualquer um menos dele. Que a abraçando ela disse rápido.

— Estrela: Diz que sou filha do Luciano, de todo mundo, menos dele! Assim ele não chega perto de mim, mãe.

Maria riu ainda que o assunto que falavam fosse sério e que o medo que Estrela tinha de Estevão estar perto dela, era cada vez mais real. E a afastando só para olha -lá nos olhos, ela disse com um riso nos lábios.

— Maria : Filha de todo mundo? Me senti muito irresistível agora para todo o mundo me querer.

Estrela tocou os cabelos toda afobada e sem jeito ela disse.

— Estrela : Acho que exagerei. Me perdoa, mãe, não quis ofende -lá.

Maria revirou os olhos, deu um beijinho no ombro de Estrela e disse ainda com o riso nos lábios.

— Maria: Não me ofendeu, meu bebê. Eu entendo você.

Estrela suspirou e voltou a deitar e Maria fez o mesmo. E assim as duas ficaram olhando o teto em silêncio, até que Estrela olhou de lado buscando o rosto de Maria e com uma mão indo encontrar a dela. E assim que Maria sentiu a mão jovem da filha segurar a dela com leveza, ela virou o rosto para o lado dela e lhe sorriu de lábios fechados, e então ela a ouviu dizer.

— Estrela: Quero que sempre se lembre, que se tivesse mesmo traído ele, eu não me importaria e seguiria te amando, mãe.

Maria beijou a mão da filha se virou ficando de lado assim como ela tinha feito também. Não tinha dúvida que Estrela a amaria de qualquer forma. Os filhos amavam suas mães, ainda que se sentisse magoados e decepcionados por algo, o sangue sempre falava mais alto. O que ela torcia que fosse assim com Heitor quando chegasse o momento de estar diante dele. E assim ela a respondeu.

— Maria : Eu sei, meu anjo. Sei da grandeza que é seu amor por mim. Mas ainda assim, eu não fui capaz de fazer isso mesmo tendo oportunidades. Amava tanto seu pai.

Maria suspirou pensando no amor que sentiu por Estevão e que ela sentia que o dela sim foi verdadeiro. E ouviu Estrela movendo suas mãos unidas, dizer.

— Estrela : Quero que namore e ame outro como o amou.

Maria suspirou quando ouviu as palavras de Estrela, que se ela soubesse como era o amor, não daria aquela opção para ela. Pois ela mesmo havia tentado com todas as forças amar Luciano, ou voltar pelo menos amar alguém. O que falhou nas tentativas, como falhou na tentativa de voltar a ser mulher e confiar, não só seu amor mas também seu corpo a um homem outra vez. E então não mais sorrindo, ela disse.

— Maria : Não escolhemos a quem amar, filha. Não é assim que o amor funciona.

E Estrela então insistiu. Por não desejar ver a mãe sozinha como já a via por tanto tempo.

— Estrela : Então só namora. Não quero que termine sozinha. Volta namorar com Luciano. Eu gosto dele, mamãe.

Em quem pensava quando o assunto era amor, Estrela acabava de falar. E Maria pensou novamente que se pudesse escolher, amaria Luciano . Mas não podia, nem podia outra vez tentar só namora-lo como Estrela havia sugerido. Não outra vez.  E assim ela disse.

— Maria : Com ele, eu não posso só namorar. Ele não merece isso depois de tudo que nos fez.

Estrela então se virou pra cima, cruzou os braços e disse insistindo.

— Estrela : Então namora outro!

Maria então estranhou. Tinha conversas como aquela com Estrela pelo menos até onde ela poderia ir. Já que não diria a ela que o relacionamento dela com Luciano não havia dado certo não só por não ama-lo, mas também por não ter podido estar com ele como mulher. O frustrando, a frustrando! E assim se sentando ela a questionou.

— Maria : Que isso Estrela? Por que quer que eu namore de repente?

Estrela então se sentou rápido para olhar nos olhos da mãe e revelou suas reais intenções por trás de suas palavras.

— Estrela: Na escola na maioria das vezes, quando um menino implica muito com uma menina, é porquê gosta dela! E se Estevão ainda gosta da senhora?

Maria ficou calada por um momento. Nem gostar, nem amar. Nada que fosse pelo menos um apresso por ela, Maria tinha certeza que Estevão não sentia. E então ela respondeu certa.

— Maria : Ele me odeia. É impossível isso, filha.

E longe dali em uma boate, Heitor estava a frente do bar de bebidas. Ele ergueu a mão e pediu mais um copo da bebida de líquido azul que tinha acabado de tomar. Estava ali ainda em um dia da semana por insistência de Leonel que o chamou quando percebeu que ele havia passado o dia todo desanimado. E de costa enquanto o barman já vinha com um novo copo para ele, ele sentiu dois tapas no ombro. E ouviu Leonel dizer eufórico.

— Leonel: Te trouxe para se animar e não seguir com essa cara de enterro, Heitor.

Leonel pediu sua bebida, fazendo sinal que queria da mesma que Heitor tomava. E Heitor olhou para o amigo, segurando seu copo cheio na mão e disse.

—Heitor : Nada vai me animar, Leonel. Eu nem devia ter vindo.

Leonel pegou da mão do barman a bebida dele. O som aonde estavam, estava alto e então assim como Heitor falava com ele gritando, ele se virou de lado e o respondeu.

— Leonel: Afinal, o que aconteceu para estar assim? Disse que Estevão está bem, então tinha que estar feliz.

Leonel tomou um gole de sua bebida.  E Heitor depois de fazer o mesmo, resolveu dividir o que acontecia com seu amigo.

— Heitor : Minha mãe voltou.

Leonel cuspiu a bebida que bebia, surpreso com o que ouviu. Por saber da história toda da mãe de seu amigo, agora entendia o motivo de vê-lo como estava. Mas o que Leonel não sabia, era que a mesma Maria que ele conhecia só por nome que era a mãe de Heitor, era a mesma que tinha visto nas empresas San Román há um dia atrás e que não saia da mente dele. Até que depois de um silêncio de ambos, ele piscou raciocinando que de repente uma Maria aparecia nas empresas e buscava por Estevão e agora Heitor falava que a mãe dele tinha voltado. Seriam as mesmas Maria? Havia ficado interessado na mãe de seu melhor amigo?

E sem querer dividir com ele suas dúvidas, Leonel apenas disse.

— Leonel : Acho que devíamos ir embora e conversamos no meu apartamento sobre isso, e não em uma boate. E pode ficar pra dormir se quiser Heitor.

E ainda na mesma noite, no escritório da casa de Demétrio e Daniela, Bruno estava com eles.

Bruno estava sentado a frente da mesa que Demétrio estava por trás também sentado, e Daniela o massageava nos ombros em pé atrás dele.

Eles sabiam que Maria tinha uma filha de Estevão. Demétrio contou aquilo apenas ocultando de Estevão aquela verdade quando foi visita-lo.  O que ele e todos presentes já deduziam que Estevão já sabia, por já ter o endereço de Maria em mãos.

E assim, depois de soltar um suspiro, Daniela disse.

— Daniela: Então, Maria também teve uma filha com Estevão.

Ela parou de mover os dedos nos ombros de Demétrio. Todos estavam apreensivos. Maria ter regressado já era um problema e com uma filha era pior ainda. Pois tinham certeza que Estevão logo cairia rendido a filha e Maria conseguiria tê-lo ao seu lado. O que botava todos presentes e os envolvidos na armação contra Maria e as empresas, em risco. Maria era um risco para a boa vida de todos. A boa vida que levavam nas costas de Estevão San Román e sua empresa.

Bruno cruzou as pernas. Sabia que tinha que agir. Patrícia tinha que manter Estevão entre as pernas dela, mas talvez precisariam de apoio. E então ele disse.

— Bruno : Aonde está sua sobrinha? Ana Rosa pode ser muito útil para nós, Daniela, minha querida.

Demétrio buscou a mão de Daniela, segurou e beijou ela. E respondeu ele mesmo a Bruno.

— Demétrio : Ana Rosa está fora de questão. Não acho que jogando mulheres para Estevão vai impedir que ele não volte para Maria. Sabemos que apesar do tempo e do que houve, ele ainda a ama .

Bruno revirou os olhos com desdém. Maria seria o fantasma de Estevão, longe ou perto ela sempre seria um fantasma na vida dele, mas ainda assim ele seguia aproveitando muito de sua vida de solteiro, incluindo com a mulher que ele queria. E então ele disse.

— Bruno : Demétrio meu querido, sei que se sente o porta voz de Estevão. Mas sabemos que ele como qualquer homem não resiste a um bom rabo de saia.

Daniela se afastou de Demétrio. Quando o marido regressou para casa dizendo que tinha uma ótima oportunidade de trabalho, não imaginava que ela custaria um casamento e a culpa de um desfalque sobre as costas de uma mulher inocente. Mas quando soube o que Demétrio fazia com Bruno e os demais envolvidos, já era tarde e estava feito, e ela já se beneficiava como todos do bom é velho dinheiro, que chegava fácil e mais alto que devia nas mãos dela e de Demétrio. O que ela também não queria perder a boa vida que agora tinha. Ninguém queria. E fora as questões dos negócios que ela sabia que seu marido tinha, sabia que o homem a frente na mesa junto a Evandro tinham uma rivalidade secreta com Estevão, Evandro por ter sido obcecado por Maria e Bruno por Patrícia . E assim ela disse o respondendo.

— Daniela: Sabe muito bem o que fala, não é Bruno? Evandro e você, tem suas obsessões secretas, além da que tem do dinheiro . Apenas meu marido não tem nada a ver com tudo que fizeram.

Demétrio então quis intervir dizendo.

— Demétrio: Não caia nas provocações de Bruno, querida.

Bruno se levantou . Já era tarde e ele não queria seguir a noite ali, tinha outros compromissos. E assim ele disse confiante e sem dar crédito as palavras de Daniela.

— Bruno : Tudo está sobre controle. Temos Estevão e as empresas San Román em nossas mãos. Maria e nem sua bastarda irá tirar isso de nós, Demétrio.

E Demétrio se levantou também e deu a mão para Bruno. A aliança seguia, porquê valia lembrar que se um caísse todos cairiam.

Na mansão San Román, Estevão não dormia . Tarde da noite já na cama, pensava outra vez em Maria e na filha que ela tinha. Aquela menina de olhos verdes e cabelos loiros lembrava tanto a falecida mãe dele, que tinha suas origens alemãs. Filho de uma alemã com um mexicano, tinha resultado nele. E Estevão pensava que se aquela menina realmente fosse filha dele com Maria, ela havia puxado a vó paterna. Mas que quando desejou ter uma filha com Maria, desejou que ela tivesse os olhos dela, os cabelos negros iguais e o belo sorriso que o encantou assim que a viu pela primeira vez. Mas que a contrário disso, se ela realmente tivesse seu sangue, havia nascido como a descendência alemã da avó em suas veias, sendo tão galega como ela, diferente de Heitor.

E ele suspirou e sentou na cama esfregando os olhos, que de pijama se levantou e andou no quarto. Estava se ilusionando de novo com o que era tão óbvio como Alba o havia lembrado. E ele olhou a cama vazia que parou para olha-la. A cama só era quente quando ele dividia ela com alguma mulher mas depois voltava ser fria, pois não havia amor. O amor que pensou que teve naquele mesmo quarto, havia sido falso. As pernas e os braços que o envolveu por muitas vezes naquele ninho que ele acreditou que foi de amor, foi tudo para engana-lo.

Flashback de 15 anos atrás, da manhã que Maria regressou para mansão.

Estevão havia passado a noite mais terrível de todas. Pelo menos isso ele pensava sem saber como poderia ser terrível o dia que estava. Sem respostas de Maria, ele havia passado a noite toda depois de se despedir dela quando ela foi a um jantar breve de negócios, que deveria levar apenas alguns minutos e levou horas e a madrugada, só a trazendo pra casa com o sol de um novo dia.

Que desesperado, ele tinha acionado a polícia no meio da noite. Mas nada puderam fazer, já que Maria era maior de idade e para acusar um sequestro relâmpago como havia pensado, tinha o tempo exato para aquilo. E então o que Estevão fez, depois de ser aconselhado a esperar, foi buscar Bruno e Evandro, seus amigos mais próximos para ajuda-lo, e Patrícia que era a melhor amiga de Maria. Que nem ela soube dizer aonde ela estava. As horas haviam passado rápido mas ao mesmo tempo em uma eternidade.  Passaram rápido, porquê, as 20:00h que era previsto para Maria regressar, logo se tornaram 01:00h da manhã e nada dela. E lento demais como uma eternidade, como que se o tempo tivesse parado, por não saberem nada dela.  E foi pela manhã já anestesiado pelo álcool, sem seus amigos na mansão e por já ter em mãos provas que diziam que todo aquele tempo, estava sendo o maior dos imbecis, por ter se desesperado por uma mulher que não merecia nada dele, muito menos sua miserável preocupação que teve a noite toda e o resto do dia, a mulher que o tinha enganado desde que se viram, atravessou a porta da mansão.

E quando Estevão a viu, ele quis morrer, desejou mata-la e depois fazer o mesmo com ele. Desejou toca-la como nunca fez, desejou vê-la presa até o final de seus dias, desejou vê-la envergonhada como sentia que estava. Desejou fazer tudo que fizesse ela sentir a mesma dor que ele sentia. Tinha feito um papel digno do Oscar, do maior cego e corno do ano. Havia mobilizado a polícia, os amigos, qualquer um que conhecia e poderia ajudar e já tinha uma quantia alta em dinheiro em mãos, quando pensou que poderia precisar caso ela tivesse realmente sido sequestrada e os sequestradores entrassem em contato. Mas Estevão só esteve passando vergonha e cego por ter percebido que só ele não tinha conseguido ver a verdade que acontecia. Que Maria, a mulher que amava com loucura, enquanto ele estava desesperado para encontrá-la, transava com outro todo o tempo que ele morria aos poucos em só pensar que algo passava com ela. Os olhos dele estavam vermelhos, e a roupa toda amassada do dia anterior, dizia que ele nem havia pregado os olhos. A imagem de um homem desiludido recebia Maria com um olhar que ela nunca viu.  E o medo se apossou mais ainda do coração dela. Estevão a via ali, se aproximando dele enquanto ele não podia nem dar um passo para estar até ela, mas não via a Maria que havia se casado, via outra. Que só depois das 11:00h da manhã quase terminando ela, que ela regressava e ele já tinha em mãos aonde ela esteve. Um fax foi enviado para ele nas empresas San Román. Sua secretária por não tê-lo na empresa, recebeu e leu a bomba nela revelada, e Bruno acionou a polícia quando viu que as empresas San Román havia sido desfalcada. Uma conta fantasma e que ligava Maria nela, foi aberta fora do país, e estava nela todo o dinheiro que faltava nas empresas e que estava tudo explícito no fax que a secretária leu e deixou a empresa com várias cópias, inclusive de fotos da mulher do chefe com outro homem para entrega-lo. E aquela facada no peito de Estevão foi dada pouco antes de Maria aparecer . E agora estava ele de coração partido, sangue nos olhos e cego pela dor.

— Maria : Estevão, aconteceu alguma coisa, e eu, eu não sei o que houve, mas...

Maria seguia desnorteada por ter acordado em meio aquele inferno. Assim que saltou do táxi e viu Estevão a espera dela, ela sabia que devia explicações. Mas as tais explicações que devia, nem ela sabia explicar. Era um pesadelo real que passava. Mas que saberia naquele momento o tamanho dele. Que quando foi tocar Estevão e ele pegou em seus braços ela soube, que nada que diria poderia fazê-lo ouvi-la.

— Estevão : Não me toque!

Com os olhos banhados em lágrimas e arregalados de medo, Maria soluçou por ter Estevão daquela forma com ela. Ela sofria apenas o começo que ainda não entendia do que era vítima, a não ser que tinha acordado nua em um lugar e em um quarto desconhecido.

E então com a voz embargada, ela tentou falar outra vez.

— Maria : Este... Estevão.

Estevão chorou. O que não foi a primeira vez que fazia aquilo em menos de 24 horas, que primeiro chorou preocupado com seu amor e agora chorava ferido por esse mesmo amor.

— Estevão : Como pôde? Como pôde Maria? Como pôde fazer isso comigo? Me roubar? Me trair? Que classe de mulher foi que me casei!

Estevão havia gritado e Maria sentiu que poderia enlouquecer, pois mais uma vez estava tão perdida no que Estevão falava, como momentos antes esteve ao acordar em uma cama que não conhecia. Mas sabia que tinha que se defender, ainda que não lembrava da noite anterior, ainda que não soubesse do que Estevão falava, tinha que se defender. Não havia o traído como ele dizia, tão pouco o havia roubado, o que ela não entendia o porquê era acusada disso.

E então ainda sem ser largada por ele, ela teve coragem de dizer toda nervosa e de corpo trêmulo.

— Maria: Estevão, eu não, não o trai! Não o roubei! Por Deus, eu nem sei o que fala! Não sei o que se passa! Eu acho que vou enlouquecer!

Estevão sacudiu ela . Agora sentia que tudo que viria de Maria e o que ela falasse, seria mentira, seria falso! Então ele disse gritando outra vez com ela.

— Estevão : Não me minta mais, Maria! Já tenho provas que roubou minha empresa e que me traia todo esse tempo!

Maria fechou os olhos deixando grossas lágrimas caírem. Se sentia tão indefesa, tão pequena, tão sozinha, que disse chorando sem poder abrir os olhos.

— Maria : Está me machucando, Estevão! Eu não fiz nada que me acusa! Não fiz nada!

Ela abriu os olhos ao final das palavras e Estevão cansando de vê-la negar a verdade que ele já tinha em mãos, ele disse.

— Estevão : Chega a essa hora em nossa casa e não fez nada, Maria? Vamos ver se vai seguir negando pra mim!

Estevão largou Maria de um jeito rude que ela se desequilibrou e caiu na frente da escada. Ali aos prantos sem saber o que fazia, ela levantou o rosto e viu Alba no topo da escada olhando para ela, e como fosse chuva de papel, ela sentiu folhas caírem sobre ela. Eram fotos dela com o amante que Estevão lhe acusava estar sobre a cama que ela reconheceu que era aonde tinha acordado pela manhã, e muitas cópias do desfalque que ela supostamente estava dando nas empresas San Román junto com seu amante.

— Estevão : Agora negue que não me traiu? Negue que não é a vagabunda que nessas fotos mostram que você é, Maria!

A voz de Estevão ainda que gritasse atrás de Maria ficou em segundo plano. O conto de fadas que parecia que era o amor que viveu ao lado do homem que lhe gritava acusações sem lhe dar o direito de defesa, acabava ali. Já que ela via que não tinha defesa diante das fotos e nem Estevão deixaria que ela se defendesse ou acreditaria nela. E que logo depois foi levantada pelo braço por ele, e que ela viu a mão dele erguida pronto para lhe bater no rosto.  Os olhos dela cheia de dor e medo penetrou os dele. Ambos estavam de almas feridas, corações partidos, sofrendo por uma cruel armação. Que por um momento de lucidez, Estevão fechou a mão que ergueu, a abaixou e chorou a soltando para longe dele.

Fim de flashback.

Maria acordou assustada e toda suada. Tinha tido outro pesadelo com Estevão mas dessa vez, ainda que Estrela seguisse na cama dela, não tinha acordado ela.

Pela manhã na mansão San Román.

Estevão estava na mesa tomando café da manhã. Heitor não tinha dormido em casa e ele sabia. E então ele disse.

— Estevão : Tia, se souber antes de mim que Heitor vai se encontrar com Maria, me avise, hum. Ela não vai chegar perto do meu filho sem antes que eu esclareça outras questões com ela. 

Alba riu e depois de beber um pouco do seu suco de laranja, ela disse, por imaginar o que ele queria esclarecer com Maria.

— Alba : Esclarecer o que? Que aquela menina é sua, ou de algum outro amante dela?

Estevão bufou. Claro que ia esclarecer aquela dúvida que tinha lhe tirado o sono, ainda que era mais certo que a menina que viu ser filha de qualquer outro homem do que a dele. E que por isso, se antes já desejava estar outra vez de frente com Maria agora desejava muito mais.  E então ele disse certo.

— Estevão : Tem muitas coisas da vida de Maria que quero saber, inclusive quem é o pai dessa menina. Que se for eu, tia. Se ela foi capaz de me tirar uma filha, a farei se arrepender por isso!

Alba limpou os lábios no guardanapo que tinha na mesa e depois, disse, por ter achado graça o que Estevão dizia bravo .

— Alba : Engraçado ouvir te falar assim Estevão, se foi o primeiro a fazer isso com ela.

Estevão se moveu inquieto na cadeira . O que Alba o lembrava só trazia na mente dele que a hipótese de Maria ter se vingado dele, era certa. E então ele disse se justificando.

— Estevão : Conhecia minhas razões, tia! E sigo tendo as mesmas! Que se essa menina for minha filha, serei capaz de fazer o mesmo!

Alba não duvidou que Estevão poderia fazer o que ameaçava, mas tinha certeza que não seria tão fácil como antes . E então ela o alertou.

— Alba : Cuidado Estevão. Pois penso que agora não será tão fácil como antes fazer isso. Maria pode ter mudado. Me contou como foi estar com ela nas empresas e depois no maldito endereço que ela mora. Ela não é a mesma!

Estevão bufou outra vez e tirou o guardanapo que tinha sobre as pernas e jogou na mesa. Havia dado detalhes de como Maria agiu nas empresas a sua tia, e depois lhe contado aonde ela morava, que ele viu que era localizado em um bairro nobre com apartamentos que uma simples secretária que um dia ela foi, não poderia pagar. E ele percebeu que não poderia usar como fez com Heitor no passado, a questão da incapacidade dela poder manter a menina, que ele nem sabia o nome ainda.  E então ele disse indignado .

— Estevão : De que lado que está, tia? Não vê que se essa filha que Maria tem agora é minha, o fato que conta é que ela se vingou de mim me tirando o direito de ser pai dela? E que eu posso muito bem cobrar isso pela lei?

Alba revirou os olhos. Veria um filme de quebra de braços acontecer. E que pensava que Maria poderia sair daquela vez muito bem vencedora por saber quanto Estevão era preso ainda a ela.

— Alba : Não há dúvida que Maria será sempre sua fraqueza Estevão. E talvez agora ela será sua real ruína com essa menina.

Patrícia entrava na mansão . Logo cedo ela foi guiada por uma empregada até a sala de jantar. Que então, ela parou na porta para ouvir a conversa.

— Estevão:  Ela não é minha fraqueza, tia! O que Maria me fez não tem perdão e se ela foi capaz de me tirar uma filha e de me esconder ela. Ela saberá o que serei capaz de fazer para ter meus direitos sobre essa menina! Os tempos mudaram tia, mas o jogo continua o mesmo!

Estevão então se levantou bravo. Ele estava certo com o que havia dito, que o jogo que voltaria jogar contra Maria continuava o mesmo, mas estava certo também que agora ela como sua adversária, era mais forte.

E Patrícia que ouviu o arrastar da cadeira, entrou na sala de jantar e Estevão a viu. E então ela disse.

— Patrícia : Olá, meu querido. Bom dia.

Ela lhe deu um selinho. O que tinha escutado só sabia aquele momento. E ela entendeu que mais que nunca tinha que marcar pontos com Estevão. Porque se pensou que perderia pra Maria, para uma filha deles a derrota era certa.

Alba revirou os olhos ouvindo os beijos que Patrícia dava em Estevão com ele todo sério. E então ela disse.

— Alba: Pelos demônios, vão se beijar longe de mim.

Estevão suspirou. Estava nervoso, tenso e o dia só estava começando. E então ele tocou nas costas de Patrícia e quando já estavam na sala, ele disse com segundas intenções.

— Estevão : Vou fazer duas ligações no meu escritório, porque não me espera no meu quarto, hum?

Patrícia sorriu e levou os braços em volta do pescoço de Estevão. Havia entendido a intenção dele com seu convite. E então ela disse.

— Patrícia : Mas é claro, meu amor.

Ela o beijou e subiu. Não ia questionar nem tocar no nome de Maria como tinha feito no hospital. Pois Bruno estava certo, tinha que manter Estevão entre as pernas dela, preso a ela. E assim Estevão foi para o escritório. Ligaria para Arnaldo e depois para Demétrio.

E então ele pegou o telefone da mesa,  e o primeiro toque seu motorista atendeu. E rápido ele disse.

— Estevão : Ela já saiu? Deixe claro assim que vê-la que a espero aonde mandei que dissesse. Ressalte que ela não tem escolha, Arnaldo!

Arnaldo estava parado como um poste todo de preto do outro lado da rua que ficava o apartamento de Maria. O tempo que levou ali só viu ela de longe se despedir da adolescente que entrou em uma van escolar e que logo ela seguiu para dentro do apartamento de novo. E assim ele respondeu, Estevão.

— Arnaldo : Ela ainda não saiu. Mas sei o que fazer senhor quando ela o fizer.

Estevão suspirou e deu uma nova ordem.

— Estevão : Não vou precisar de você hoje . Então a siga pra todo canto que ela for, até mesmo quando ela for me encontrar e depois disso!

Arnaldo assentiu antes de responder.

— Arnaldo : Farei como quiser, senhor San Román.

Estevão então suspirou pesadamente. Estava louco, passando todos os limites, mas que não o tinha e não conseguiria ter com Maria novamente tão perto dele e ainda com uma provável filha deles. Mas não teve tempo de pensar quando desligou a ligação e ligou pra Demétrio, que assim que o atendeu ele disse, sem paciência.

— Estevão : É um incompetente Demétrio! Maria tem uma filha e nem isso foi capaz de me dizer! Espero que hoje nas empresas tenha algo a mais! Ou melhor, tudo que eu preciso saber de Maria! Que se não tiver, dê esse trabalho para alguém mais eficiente que você, já que meu motorista está me servindo muito melhor!

Demétrio tomava café na mesa com Ana Rosa e Daniela, que por o som do celular estar alto ambas ouviram Estevão falar daquela forma com ele. E ele então disse certo, que teria o que Estevão pedia assim que chegasse na empresa.

— Demétrio: Assim que estivermos na empresa terá tudo que precisa saber. Eu lhe garanto!

Demétrio ouviu a respiração pesada de Estevão e depois ele dizer.

— Estevão : Assim espero!

Demétrio então desligou o celular e Daniela, disse.

— Daniela: Como deixa Estevão trata-lo assim? Bruno também o trata assim, Demétrio. As vezes acho que casei com um bundão!

Ana Rosa não se conteve e riu. E Demétrio então se levantou e cuspiu, dizendo.

— Demétrio : O que aturo é para que tenha os malditos luxos que as duas tem hoje! Mas aproveitem que isso tudo pode acabar!

Ele então saiu da mesa com raiva.

E de volta a mansão San Román, Estevão assim que entrou no quarto dele encontrou Patrícia de langerie azul no meio da cama. E ele suspirou já tirando a gravata. Chegaria mais tarde nas empresas San Román mas não deixaria a oportunidade de ter um bom orgasmo passar. Ainda que não fosse com a mulher que no fundo mas evidente demais, ele desejava ter.

Maria já deixava seu apartamento. Um táxi que ela tinha pedido já a esperava estacionado na frente do prédio, que antes dela entrar nele, ela viu que um homem aproximava dela e ela o reconheceu da noite passada.

E então ela disse, já procurando Estevão com raiva por pensar que ele poderia estar em algum lugar.

— Maria : Cadê ele? Cadê o covarde do seu chefe!

De bolsa na mão ela começou olhar para todos os lado querendo identificar até o carro que Estevão poderia estar. Poderia chegar atrasada aos compromissos que tinha naquela manhã, mas cobraria sem Estrela presente o que Estevão havia feito noite passada.  Mas então, sem sucesso na sua varredura com o olhar, ela ouviu Arnaldo dizer.

— Arnaldo : Ele não está, mas tenho ordens para dizer que ele te espera para um almoço no restaurante que fica próximo da empresas San Román que ele disse que conhece muito bem qual é.

Maria riu levando a mão nos lábios. O restaurante que Estevão sugeria, ela sabia mesmo qual era já que ambos costumavam almoçar nele quando ainda eram casados e estavam em um dia de trabalho nas empresas San Román. Mas foi o tenho ordens que Arnaldo falava em nome dele, que lhe havia dado vontade de rir. O tenho “ordens” para ela claramente só se aplicava ao motorista em sua frente e não a ela. Ainda que ela sabia que tinha que falar com ele para lhe gritar mais verdades e falar novamente de Heitor, ela não faria como ele queria que fosse nem no momento que ele queria. E assim ela disse, depois que cruzou os braços deixando a bolsa entre eles.

— Maria : Diga a ele que não recebo ordens dele! Estevão sabe o que busco com minha volta e se ele não quer me ajudar com isso, não temos nada o que falar, a não ser quando eu quiser!

Maria pegou na  porta do carro do táxi, que o motorista seguia ali esperando ela e Arnaldo disse, para convencer Maria ceder.

— Arnaldo : Ele quer falar da menina e não quer um não como resposta.

Maria parou com a mão no lugar e sentiu um arrepio. De repente lhe passou uma insegurança quando ouviu Arnaldo, o que eram consequências do passado, do que havia sofrido com a perca de Heitor para Estevão. Mas então ela suspirou repassando na mente que daquela vez seria tudo diferente. Ela estava diferente, as circunstâncias eram diferentes. E então ela fez sinal para o motorista do táxi espera-la mais um pouco e se virou para o motorista de Estevão e disse.

— Maria : Ainda assim, ele terá meu não e falaremos da minha filha quando eu quiser!

Maria então abriu de vez a porta do táxi e entrou. Quando entrou ela suspirou exausta emocionalmente. Sabia que não teria por onde correr em relação a  Estrela com Estevão, mas voltou a lembrar que diferente de antes, ela não era indefesa mais e não temeria perde-la. Então complicaria o que fosse preciso para impedir que ele tivesse qualquer direito de pai por ela o que ela ser uma advogada, sabia muito bem como fazer Estevão penar, no que ela deduzia que ele já queria buscar.  E depois de puxar o ar do peito e dar bom dia ao motorista, ela seguiu plena, até a concessionária que pegaria seu carro e que depois iria tratar do contrato que tinha que assinar na firma de advogados, que depois desse compromisso, também iria até a igreja conversar com o padre Belisário e pro último, pegaria Estrela na sua escola de ginástica já de carro novo. Então juntas, decidiram quem seria a nova diarista da casa e babá, já que Estevão tinha estragado a noite delas as colocando pra cama cedo e não resolveram juntas aquela questão pendente. Aquela era a última questão que a deixaria livre pra buscar Heitor aonde estava.

Na mansão San Román depois de um banho tomado, Estevão colocava a parte de cima do seu terno. Ele tinha pressa e raiva, já que tinha sido comunicado por uma mensagem por não ter atendido ao celular que, Maria tinha recusado almoçar com ele.

E assim Patrícia veio enrolada em uma toalha. Tinha feito sexo com ele na cama e depois debaixo do chuveiro. O que Estevão não gostava de fazer sexo em banheiros. Já que o pegava desprevenido, que para ele, desprevenido era estar sem um preservativo ao alcance das mãos .

E assim ela disse o beijando nas costas.

— Patrícia : Estava intenso. Parecia que não tinha sexo a muito tempo. O que me deixa feliz, já que isso significa que só está comigo, Estevão.

Estevão saiu pro lado e foi até seu criado mudo pegar o que levava no bolso antes de tirar a roupa. O que Patrícia falava era certo, mas ele pensava que ela não tinha motivo para se gabar, já que a sede de sexo que mostrou mais intensa não tinha sido estimulada por ela. E assim, ele disse colocando um relógio caríssimo no pulso.

— Estevão : Não devia ter entrado no banheiro enquanto eu o usava . Sabe que não gosto de sexo no banheiro, Patrícia.

Patrícia tocou os ombros de Estevão. Ele a respeitava como mulher, não a ofendia e deixava ela livre naquele relacionamento que viviam, mas ele sempre era frio como mostrava naquele momento com ela. O que fazia Patrícia desejar dar tudo que tinha para ter ao menos a metade do amor que ela presenciou que ele teve por Maria. O amor que ela tanto invejou. Que assim ela disse.

— Patrícia : Quando estava dentro de mim não se queixou, meu querido.

Ela beijou toda melosa o rosto dele e Estevão pegou nas mãos dela e disse sem paciência.

— Estevão: Tá, já chega por hoje Patrícia. Estou atrasado e é melhor que não tome meu tempo mais.

Depois de suas palavras. Estevão deixou com pressa o quarto e Patrícia lamentou não ser quem Estevão amava.

Quando descia as escadas, Estevão topou com Heitor que subia de roupa do dia anterior.  E então ele disse.

— Estevão : Agora filho?

Estevão analisou a expressão do rosto de Heitor e jurou que ele tinha tomado um porre. E Heitor apenas perguntou interessado.

— Heitor :E ela?

E Estevão por não saber que ela, Heitor se referia, se era de Patrícia que estava na mansão ou de Maria, disse.

— Estevão : Ela quem?

E Heitor então agoniado disse.

— Heitor : Maria, papai. Voltou ter contato com ela?

Estevão puxou o ar de corpo todo rígido e então ele disse, apreensivo.

— Estevão : Está muito interessado nela. Não faça isso comigo Heitor.

Heitor notou o pai abalado. O que queria com Maria era de uma vez por todas jogar pra fora tudo que ficou entalado dentro dele todos aqueles anos que pensava assim que só depois  seguiria ter seus dias em paz, sem a sombra dela que estava mais forte agora que ele sabia que ela estava de volta. E então ele disse .

— Heitor : Foi ela que me gerou, não foi? Então eu quero que ela lembre disso o quanto antes e sofra quando saber que não a vejo como mãe! Quero que ela sofra como sofri a ausência dela! É por isso que pergunto dela pai! Eu quero acabar logo com tudo isso!

Estevão suspirou agora relaxando seu corpo rígido. Ainda que soubesse que o que Heitor falava claramente sofrendo ainda o impacto de ter a mãe de volta, que iria acabar só estava começando ainda por ele ter uma irmã. E então ele tocou no rosto do filho e disse.

— Estevão : Ela nem esteve diante de você e já sofre assim. Eu não posso permitir que isso siga assim, filho.




 


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