Falso amor escrita por EllaRuffo


Capítulo 6
Capítulo 6




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Olá lindas. Eu amo essa fanfic ainda que eu esteja estagnada ainda no começo dela. Mas prometo pra vocês que vou tentar postar ela mais vezes para a história decolar de vez ok? Espero que gostem do capítulo.


Como havia previsto, Maria já na cama rolava de um lado para outro sem conseguir dormir. Seu passado tão presente reacendia dores e rancores que tentou esquecer . Mas o que foi uma missão impossível esquece-lo, ainda mais agora . 

E assim ela puxou a coberta tirando do corpo e colocou um travesseiro entre as pernas o agarrando, fechou os olhos e cinco longos segundos passaram e ela voltou inquieta a virar o corpo pra cima e teve a visão do teto daquele quarto escuro. E mais lembranças do passado voltaram roubar a mente de Maria. 



Flashback 15 anos atrás. 


Maria estava em um hotel. O quarto que estava era simples, não tinha ar-condicionado, a cama no meio do quarto era nada confortável e para terminar o atendimento no hotel era um descaso, mas a diária dele era o que fazia Maria ficar. Tinha passado três semanas que ela estava livre e dentro daqueles dias já havia se tornado uma mulher divorciada. Na recepção do hotel mesmo, depois de livre, foi comunicada que um advogado a esperava e quando Maria desceu para recebe-lo, percebeu que seria daquela forma que Estevão desfazia de um casamento que foi tão lindo, tão real dentro daqueles anos. Pelo menos era o que ela havia pensado que o casamento deles tinha sido real. 


E Maria encolhida na cama sofria na realidade que agora estava. Nunca tinha sido amor o que Estevão tinha sentido por ela. Nunca tinha sido real. Ele estava se desfazendo dela e do casamento deles como que, o que um dia viveram não fosse nada. E isso a fazia se sentir um lixo tóxico, a menor das mulheres, a que Estevão queria se ver livre o mais rápido possível. E ela chorou forte agarrada a um travesseiro . Não tinha o filho mais.  Não podia vê-lo, não podia se aproximar dele, que se fizesse isso, voltaria para cadeia, assim Estevão havia deixado claro e por isso ela tinha medo. Estava esperando um anjo que não tinha culpa de nada do que estava acontecendo e que não podia voltar pra cadeia naquela condição. O bebê que crescia na barriga de Maria estava condenado a viver sem uma família, sem um pai. E que por medo de voltar a ser presa estando grávida e assim Estevão descobrir e lhe tirar aquele filho também dela, Maria pensava nas ajuda que Luciano ofertava a ela.  Uma nova vida a esperava se ela aceitasse abandonar tudo. Mas tudo o que? Não tinha mais nada. Não tinha aonde morar, não tinha uma renda, não tinha amigos e muito menos uma família para quem contar. E seu único tudo foi seu filho que já não podia ter.  E entre lágrimas Maria ouviu baterem na porta. 


Ela se assustou. Segundo Estevão, ele a queria longe . Ele deu dinheiro a ela pra ela fazer isso, para ir pra longe dele, mas ela não foi. E então ela pensou na hipótese de ser ele na porta. Afinal, o advogado dele esteve ali, claro que ele sabia aonde ela estava . E então ela deixou baterem mais, até que ela ouviu a voz conhecida dizer. 


— X : Sei que está aí, Maria. Sou eu, Luciano. 


Maria então saltou da cama e pisou descalço na madeira surrada do chão que tinha naquele quarto, e abriu a porta. 


Luciano quando a viu a abraçou com força. Antes de acontecer toda aquela mentira que ele acreditava que era, ele tinha uma amizade sincera com Estevão e trabalhava para ele nas empresas San Román e por essa amizade, ele era próximo do casal. E ver o que acontecia revoltou Luciano. A atitude covarde de Estevão o deixou indignado e por isso, naquela manhã que tinha apresentado sua demissão nas empresas San Román, Estevão não tinha só perdido um advogado mas também um amigo de longa data. Que agora ajudar Maria para Luciano, era uma questão de honra. Que além de confiar na inocência dela, ela estava grávida o que a fazia mais indefesa diante de tudo o que estava acontecendo. E assim com ela nos braços ele disse. 


— Luciano : Não pode mais esperar, Maria . Aceite minha ajuda e vamos embora daqui. 


Maria se separou de Luciano . Estava abatida e sentou devagar na cama de casal que antes esteve. E chorosa ela disse . 


— Maria : Aceitar sua ajuda significa que vou deixar para trás meu filho, Luciano. Não vou vê-lo nunca mais. Me dói tanto saber disso. 


Luciano suspirou e se abaixou, pegou nas mãos de Maria, buscou os olhos dela e disse a verdade que sabia dos fatos. 


— Luciano: Mesmo que fique, Estevão não vai permitir que volte a vê-lo Maria. Não pode seguir nesse lugar, logo o dinheiro vai acabar e o que vai fazer, hum? Vai trabalhar? Quem vai dar emprego a uma mulher grávida?  E pior, como vai esconder que está grávida? Se fica vai seguir na miséria que Estevão te deixou e vai correr risco que ele leve o filho que espera também. 


As palavras de Luciano foram duras mas verdadeiras. Maria começava viver uma vida miserável e que não merecia estar e que grávida tão pouco sairia dela. E ela soluçou puxando a mão dela das deles e levando no ventre que começava mostrar. Estava perdida. No fundo do poço que amar o homem errado a tinha levado . E assim ela disse. 


— Maria : Não quero, não posso perder mais um filho, Luciano. Mas também não posso fazer dele um peso para você. Como você mesmo disse, estou grávida. Como vou trabalhar aonde iremos para ajuda-lo? 

Luciano sorriu de lado. Ele só queria que Maria lhe permitisse ajudar e não que ela seguisse dando porquês de não aceitar a ajuda dele. E então ele a respondeu. 

—Luciano : Uma gravidez só leva nove meses Maria . Não se preocupe com isso. Sou sócio de um escritório de advocacia e pode trabalhar comigo quando puder refazer sua vida. 

Ele sorriu mais, vendo os olhos de Maria confuso olha-lo. Já que ela desconhecia a informação que ele acabava de dar. E então ela disse. 

— Maria : Nunca me disse isso. E aonde é esse escritório? 

Luciano se levantou e a respondeu. 

— Luciano: Achou mesmo que só vivia do salário que recebia como advogado nas empresas San Román? O escritório que tenho uma sociedade fica em Londres, o que é muito longe daqui e perfeito para que refaça sua vida, Maria. Então comece fazer suas malas e vamos embora. 

Maria chorou e se levantou. As lágrimas já haviam caído tanto dos olhos dela que já tinham um caminho certo para seguirem, que era nas marcas das lágrimas anteriores. E assim ela disse, depois que passou a mão nos olhos. 

— Maria : Está sendo um anjo na minha vida Luciano. Nunca pensei que ficaria do meu lado, sendo amigo de Estevão e ainda sendo um homem que poderia ser mais um que não acreditaria em mim. 

Luciano buscou as mãos de Maria e segurou junto as dele. Tinha dois pensar, o primeiro era que acreditava em Maria. O segundo era que, mesmo que nas acusações se ela fosse realmente culpada e mesmo Estevão ter retirado a queixa por conta própria, não o daria direito de fazer o que fazia com Maria. O casamento deles acabava como qualquer um poderia acabar, mas o que ele parecia ter esquecido que nele havia ficado um filho e que ele não tinha direito de tirar de Maria só por não ter aceitado o fim do casamento deles. Que assim, para Luciano, Estevão era um covarde além de não honrar as calças que vestia como homem. E então ele respondeu Maria. 

— Luciano : Estou longe de ser um anjo, Maria. Mas Estevão está sendo covarde com você. Acredito na sua inocência mas mesmo se não fosse inocente, ele não tem o direito de fazer o que faz. Ele devia se divorciar seguir a vida dele e deixar que seguisse a sua e com o filho de vocês que como pai ele teria todo direito de vê-lo ainda que separados. Estevão foi cruel e imaturo! 

Maria suspirou ao final das palavras de Luciano. Ele tinha toda razão e ela todo direito de sentir ainda que cheia de dor, o ódio e o rancor que crescia em seu peito contra Estevão . E então, ela disse sem mais chorar. 

— Maria: Eu sinto que o odeio, Luciano. 

Luciano viu outro brilho nos olhos de Maria. Um brilho que não era doce. Era o veneno dos sentimentos que ela começava sentir e deixar fluir dentro dela contra Estevão. E então ele disse. 


— Luciano : Tem suas razões em sentir assim. Mas siga fazendo isso longe daqui antes que ele acabe tirando esse filho de você também. Aceite minha ajuda Maria e recomece sua história. 


E momentos depois, Luciano saia do quarto de Maria apressadamente para comprar passagens aéreas. Iria tira-la da visão tirana de Estevão o quanto antes. 

E então alguns meses passou. E em um quarto de hospital no reino unido. Maria recebia Estrela recém nascida nos braços. Tinha sofrido de um parto normal para ter sua menina que nasceu cheia de saúde. Tinha dado aquele nome a ela quando soube que teria uma menina e do apartamento que dividia com Luciano olhou pela janela, com sua gravidez já avançada e viu pela noite bonita que fazia de Londres uma única estrela brilhar em um céu bem azul e ela então sorriu acariciando a barriga e deu o nome daquela menina de Estrela . A estrela que estava vindo para iluminar os dias escuro que ela estava tendo. 

Fim de flashback.


Um barulho insistente soava vindo do quarto de Maria. Era 06:30h e o despertador dela tocava ao lado de sua cama. Maria então gemeu achando que seria difícil esconder as olheiras da noite mal dormida que teve. Mas se levantou logo em seguida, para começar mais aquele novo dia que sabia que seria tão corrido como os que estava tendo de volta ao México. 



Na mansão San Román, já as 7:30h da manhã, Estevão chegava do hospital. Como Maria, ele não tinha pregado o olho pela noite. Esteve ansioso para deixar o hospital e estar frente ao filho, pra ser ele a contar que Maria estava de volta, e mais ainda, estava ansioso para voltar agora ele estar diante dela e dizer as verdades que ele pensou que ainda não teve a oportunidade de dizer. Era quinze anos de separação, ele sentia que tinham muito ainda o que dizer. Mas agora com ele no comando da situação não o contrário. 

E assim que ele cruzou a porta com Alba grudada em um braço dele, e o motorista atrás deixando uma malinha ao chão, ele ouviu passos de alguém que descia as escadas rápido demais. 

E então apareceu Heitor, que logo foi de encontro ao pai e o abraçou com força. Heitor havia chegado de madrugada de viagem. Impedido de estar aquela hora no hospital por Estevão, esperou ansiosamente a volta dele. E agora preocupado com a saúde dele, ele o abraçava forte e cheio de medo. Estevão era um homem forte e Heitor não lembrava um só dia que teve o pai de cama, e então de uma hora para outra, ele tinha tido um ataque do coração. Que isso, ele exigiu saber o que o levou ao hospital que quando Alba contou que foi apenas excesso de trabalho, ele temeu perder o pai que vivia mais dentro das empresas San Román do que fora. 

Heitor era ciente que só tinha o pai na vida e sua tia Alba que se tornou como a figura materna pra ele e que ele não queria nem pensar em uma vida sem eles, principalmente sem o pai, que cresceu sabendo que ele foi mais que um pai, foi seu herói que ele sim não o tinha abandonado e o havia o tornado no homem que era.  

E então assim que se soltaram, Estevão buscou os olhos de Heitor, os vendo avermelhados, e então ele tocou no rosto dele dando tapinha e disse, se forçando sorrir para tranquiliza-lo. 


— Estevão : Sei que temeu por meu bem estar mas já estou aqui, hum. Não fique assim, filho. 

Estevão abraçou Heitor de novo e Alba se afastou deles indo até a sala e disse para ver logo a bomba explodir. 


— Alba : Precisa contar a ele o que realmente te levou ao hospital, Estevão. Heitor deve saber.  

Heitor olhou desconfiado para Estevão assim que se soltaram. Estava crendo que era por ele trabalhar demais que o havia levado ao hospital. E então Estevão suspirou e Heitor depois de buscar os olhos de Alba, que buscava uma bebida no bar de bebidas ainda que fosse cedo demais para aquilo, ele disse, olhando o pai. 

— Heitor : O que tia Alba está querendo dizer pai? O que devo saber? Se está doente, devo saber! 

De costa Alba soltou um riso ao ouvir Heitor. O circo começaria pegar fogo, mas ela tinha certeza que a tenda dela sairia mais ilesa do que as dos demais e que de novo como no passado, ela assistiria tudo queimar. E Estevão então voltou a dizer a Heitor. 

— Estevão: Não tem nada a ver com minha saúde, Heitor. Mas ainda temos que conversar. Então vamos até meu escritório. O quanto antes termos essa conversa melhor. 

Quando Heitor encostou a porta do escritório de Estevão, ele já tinha o coração acelerado demais. Quando entrou em contato assim que pisou no México com o pai, Heitor pela voz dele o viu como sempre era ao mandar ele não ir ao hospital, mandão e teimoso ao falar que estava bem. O que tinha o tranquilizado mas agora ele começava a ter dúvidas do quanto bem Estevão estaria. Mesmo que o visse ali de pé em sua frente mesmo depois de um enfarte forte, como um touro. Já pensava se tudo fosse fachada. Talvez Estevão tivesse uma grave doença e Heitor temeu, pensando novamente que só tinha ele e sua tia Alba na vida.  


— Estevão : Sente – se filho. 


E a voz de Estevão trouxe Heitor para aquele escritório outra vez. O olhar confuso e assustado de Heitor não passava despercebido por Estevão, que ele desejava logo tirar aquela tensão toda dele. Ainda que com o que tinha que falar não o deixaria tão pouco calmo.  

— Heitor : Se está doente pai, me diga de uma vez ! 

E Heitor falou firme como um homem que já era, mesmo que tremia por dentro e Estevão sabia dos tremores do filho . Ele sabia tudo de Heitor tudo que um pai dedicado e atencioso sabe de um filho.  E então ele sentou por trás da mesa e voltou a pedir sério demais. 


— Estevão: Sente-se. Não estou doente mas o que tenho a dizer é muito sério, filho. Então é melhor me ouvir sentado. 


Heitor puxou a cadeira sem quebrar o contato com os olhos de Estevão. Não entendia que conversa séria ele poderia ter com ele se não tinha haver com sua saúde. Então assim que sentou ele rápido disse. 


—Heitor: Se não está doente, porque todo esse mistério? 


Estevão suspirou pesadamente. Pensava que não havia um jeito melhor de falar para Heitor que Maria estava de volta. Sabia que de qualquer forma que buscasse falar, o teria alterado. Já que como pai, conhecia e sabia o tamanho da magoa que Heitor tinha da própria mãe, o que ele ajudou aumentar.  E que as vezes ele pensava que talvez queimaria no inferno por ter feito aquilo mesmo sem se arrepender. E sem mais poder adiar o inevitável, ele disse. 

— Estevão : Sua mãe está de volta. Ela regressou e esteve nas empresas San Román, filho... 


Heitor se levantou tão rápido da cadeira que estava que Estevão fez o mesmo movimento, apreensivo e em alerta. Com o olhar de assombro, Heitor olhava o pai. Parecia que ele tinha escutado o pior dos absurdos, a pior das blasfêmias. Cresceu e boa parte de sua infância e juventude, havia ilusionado com a volta da mãe que nunca tinha chegado. Imaginava seu retorno com um pedido de perdão, com palavras de amor e um abraço de mãe de muitos que ele sentiu que precisou. Mas depois as ilusões foram embora e só ficaram as marcas da decepção que a partida dela havia causado nele e a vergonha. A mãe que tinha o havia deixado para ir embora com um amante e tudo depois de ter tentado roubar o pai dele. E como não ter vergonha de uma mãe que fazia algo assim? Heitor tinha vergonha da classe de mãe que tinha, da classe de mãe que Maria era. Ele já era um homem e sentia vergonha de contar a história da mãe dele a qualquer pessoa, que quando alguém perguntava dela, ele chegou a mata-la em vida. Afinal que valor tem uma mãe que abandona um filho? Os olhos de Heitor se avermelhou em lágrimas que ele não permitiu nunca mais cair, não quando o assunto fosse sua mãe que o trocou por dinheiro e prazer dos braços de um homem mais novo. Ele sabia de tudo, toda vergonha, tudo que agora já homem entendia o que Estevão havia passado. E então o rancor que sentia podia ser igualado ao ódio e desprezo que tinha por aquela mulher, que só tinha agora borrões de lembranças dela ainda jovem quando ele ainda tinha cinco anos. A mulher doce que o chamou de bebê entre carícias que apenas os momentos mais marcantes podia lembrar, havia morrido. Porque agora em uma única foto que tinha dela e não conseguiu se livrar só via quando olhava a fotografia, a mulher vulgar que havia preferido o amante ao invés do filho. 


E por ver que nada saia da boca de Heitor, Estevão disse nervosamente. 


— Estevão : Filho, diga algo. Fale algo! 

Heitor piscou nervoso. Nem podia sentir o chão que pisava, mas tentou dizer por fim algo. 


— Heitor: O que essa mulher quer? O que ela quis ao te procurar, pai? 

Estevão saiu do lugar dele. Não podia seguir aquela conversa longe de Heitor. Via nos olhos dele que ele estava lutando para não desmoronar. E quando o viu  levar as mãos na mesa e baixar a cabeça, Estevão acreditou que o veria chorar como o menino que por bastante tempo chorou ao sentir falta da mãe. E assim ele disse ao lado dele. 

—Estevão: Ela quer vê-lo, filho. Está exigindo isso e me acusando que o tirei dela. Mas sabe o que fiz foi o melhor pra você. 


Estevão tocou no ombro de Heitor. Mas ele se afastou e Estevão temeu por um momento aquele gesto dele. Morreria se a volta de Maria significasse ter Heitor contra ele e a favor dela. Por isso, havia jogado com suas palavras no final. Havia percebido que Maria estava decidida a tudo, inclusive se fazer de vítima.  Mesmo que ele tinha consciência do que tinha feito e justificaria até o fim dos seus dias, que o que tinha feito foi o melhor do que ver seu filho sendo criado por uma mulher que foi capaz de trai-lo e rouba-lo o que em todos os quinze anos passados, não tinha escondido esse fato de Heitor. E então ele repetiu apreensivo. 

— Estevão : Sabe que o que fiz, foi o melhor a ser feito, não sabe ? Não podia permitir que ela ficasse contigo e ao lado do amante dela. Dos amantes, que estou certo que foi mais que um . 

Estevão cuspiu as palavras finais todo ressentido. Maria o havia traído com um homem mais jovem mas deixado México com outro homem. E ele só pensava que ela tinha lhe dado muitos enfeites na cabeça que jamais poderia contar. 

Enquanto Heitor depois de ouvi-lo, se virou para o lado de Estevão. Se sentia criança outra vez. Queria chorar e se esconder até que o medo passasse. Mas também sentia raiva e o nó na garganta querendo sair. Um nó que foi alimentado todos aqueles anos com palavras que sempre quis dizer quando estivesse frente a mãe que o havia abandonado. Ainda que ele sabia que, Estevão havia tomado a guarda dele, era abandonado pela própria mãe que Heitor se sentia . Porque agora maduro, entendia, que ela teve escolha, escolha ao trair o pai, escolha ao ir embora com um amante e escolha em só aparecer 15 anos depois. O que para Heitor já era tarde demais. 

Mas que segurando o choro ele disse. 

— Heitor: Nunca me escondeu o que fez pai. Ela que errou! O traiu e o roubou! Ela escolheu me deixar. Nos deixar! Eu a desprezo tanto por isso. 

Estevão sentiu todo corpo rígido. Tinha um coração mas que parecia que estava frio como um gelo que não podia intervir nos tais sentimentos que Heitor dizia sentir pela própria mãe com as palavras que acabava de dizer . Ele só conseguia pensar que ele e Maria começariam uma guerra e por nada no mundo ele queria perder, que perder pra ele, significava ela recuperar Heitor. E assim ele disse. 


— Estevão : Ela não vai desistir e vai querer vê-lo filho. Mesmo que a despreze. Ela vai insistir por ter me deixado isso claro. E eu, eu temo que se vire contra mim, meu filho. 

Os olhos de Estevão se inundou de lágrimas. O medo que tinha era real. Heitor era tudo pra ele. Tudo que tinha restado dos momentos que pensou que era o homem mais feliz da terra. 

Heitor então o buscou em um abraço e nos braços dele, ele disse certo. 

— Heitor : Nunca pai. O senhor não me abandonou em nenhum momento! E se ela quer tanto me ver que venha até mim! 

Heitor se afastou e Estevão voltou a temer.  E então de mãos nos ombros dele, ele disse. 

— Estevão: Disse que não vai se virar contra mim. É melhor que evite ela. Evite esse encontro filho! 

Heitor tocou em uma das mãos de Estevão que estava em seu ombro, e disse certo. 

— Heitor : Esse encontro tem que acontecer, papai, e nele irei dizer tudo que ela tem que ouvir. Tudo que guardei durante todos esses anos! 

Estevão suspirou. Não podia demonstrar tanto medo. Mas não conseguia fingir. Maria o tinha levado para o hospital em só sua primeira aparição e antes ele mesmo tinha se visto nas garras dela quando se beijaram. E como seria o encontro dela com Heitor? Ele tinha razões pra temer. E então de voz embargada, Estevão voltou a dizer. 

— Estevão : Se pensa em fazer isso. Só não esqueça que é tudo pra mim, tudo que me restou filho, que se por acaso se virar contra mim, eu vou preferir a morte do que perde-lo. 

E foi Heitor dessa vez que suspirou. A ideia de ter a mãe outra vez em sua frente o aterrorizava de várias formas. Mas sabia que não tinha em hipótese alguma, a opção dele quere-la em sua vida quando primeiramente ela escolheu não tê-lo na dela. Que por isso agora ele tinha apenas Estevão e nunca o trocaria.  Então ele disse. 

— Heitor : Papai, já disse que sei o que fez por mim. Só vou vê-la porque chegou o momento que tanto esperei e depois dele, vou pedir para que ela nós deixem em paz! 



O dia seguia. Ainda de manhã, Maria estava a frente de um prédio que ficava um famoso escritório de advocacia. Com o celular na mão, Maria olhou o endereço que estava no e-mail que Luciano havia dado a ela.  Segundo ele, naquele prédio tinha um amigo de longa data que já a esperava para uma entrevista, para assim ela fazer parte dos advogados daquela firma. E ela pensou que Luciano tinha razão, ela já era sócia dele em Londres e tinha data para voltar, então abrir um escritório do zero não era muito um bom negócio a se fazer. Trabalhar era o que Maria queria durante sua estadia no México outra vez, então poderia ser em uma firma que seria apenas mais uma funcionária .  

E assim ela tocou o interfone na portaria do prédio, e foi liberada para seguir logo depois quando a porta destravou. Enquanto buscaria recuperar o filho, não cairia mal voltar a trabalhar com o melhor que sabia fazer, que era ser uma advogada e lutar pelos direitos de mulheres como ela. 


Vários advogados andavam para lá e pra cá entre a recepção e salas do décimo primeiro andar daquele prédio que Maria de elevador chegou nele. As salas com homens e mulheres trajados de social, com pastas nas mãos que dava pra Maria ver assim que parou no meio do salão já que as paredes das salas eram metades de vidros, fazia ela se sentir em casa. E em uma sala que tinha dois homens em pé e uma mulher sentada em uma cadeira de uma mesa enorme ao meio da sala, um homem olhou para Maria pelo vidro. Ele sabia quem era ela. Luciano seu amigo de longa data, havia lhe enviado um currículo online para ele além de ter recomendado ela com um certo favoritismo. Mas o que ele havia deixado de dizer além de destacar seu desempenho profissional, era o quanto ela era linda. E assim ele deixou seu funcionário recém formado em direito com a cliente e saiu da sala. 


Maria nervosa quando viu que vinham em direção dela, suspirou. Não lembrava mais quando foi a última vez que passou por uma entrevista de emprego, já que trabalhar com Luciano não a fez brigar por uma vaga que desde do início foi dela. Mas no fim ela lembrava, só preferia esquecer. 

— X : Você deve ser nossa mais nova advogada. 

Maria sorriu para o homem trabalhado em um terno social preto e bem alinhado que lhe deu a mão e ela pegou. E então assim ela disse, sustentando o sorriso. 


— Maria : Bom dia, me chamo Maria, Maria Fernandez da Cunha, mas ainda não passei por nenhuma entrevista para fazer parte da firma. Estou aqui para isso. 

Sem largar a mão de Maria, o advogado disse. 

— X : Claro que é a Maria que tanto meu querido amigo, Luciano me recomendou. E considere essa nossa conversa sua entrevista, Maria. 

Maria arqueou uma sobrancelha sorrindo mais confiante, que pelas palavras do advogado ela já sabia quem era ele . E então ela disse. 

— Maria : Então você é... 

— X : Geraldo Salgado. Seu novo chefe . 


Geraldo sorriu mais . Nem tinha largado ainda a mão de Maria. Ela estava vestindo preto, calça, terninho, cabelos escovados e soltos e um batom pink nos lábios. E ele só tinha olhos para beleza de mulher que tinha em sua frente. Ele via que além de linda, ela era muito boa no que fazia pelo currículo que ele tinha recebido dela com as altas recomendação de Luciano. O que o fazia contrata-la sem dúvidas, ainda que soubesse que Maria só estaria no seu escritório de advocacia e associados Salgado por alguns meses, o que para ele não seria lucro já que precisava de um novo advogado pra ficar e não precisar mais procurar um outro advogado pra preencher a vaga que agora ela entraria. Mas naquele caso, por Maria ele arriscaria o tempo que não podia perder quando fosse buscar outro advogado apenas para tê-la em meio de sua equipe por alguns meses. 


Estevão estava na mansão. 
Um almoço saudável já em uma dieta do médico, estava o esperando na sala de jantar. Mas Estevão não tinha cabeça para comer. Estava esperando ansiosamente Demérito chegar com algo para ele de Maria.  Demérito estava por dentro do prazo quando Estevão havia pedido para ele vasculhar tudo sobre a vida de Maria. Mas Estevão tinha pressa e por isso o apressou o fazendo levar o que tinha.  Ele não estava disposto esperar Maria procura-lo outra vez ou estar ali na mansão . Queria ele agora busca-la nem que fosse no inferno para dizer a ela tudo que sentiu que ainda tinha que dizer. Havia tanta magoa e rancor no peito de Estevão que ele sentia por Maria que não conseguia respirar em paz por saber que ela estava de volta e em algum lugar tão perto dele e de Heitor. Heitor que era seu único tesouro, a única verdade da falsa história de amor deles, que Estevão sabia que ele sim ela tinha amado de verdade, que por isso ele também o preocupava. Ainda que estava certo que Maria sairia lastimada na luta que deixou claro que ia batalhar para ter o amor dele, Estevão ainda temia se Heitor resolvesse culpa-lo da separação dele da mãe . 

E como não temeria. Os tinha separado mesmo . E ainda não se arrependia. Maria tinha ferido ele, e então a feriu também tirando quem ele acreditou que foi o único que ela amou. 


E assim, ele andou inquieto no escritório. Até que alguém bateu na porta e ele disse irritado por pensar que era Alba de novo para que ele fosse almoçar. 

— Estevão: Tia, eu não estou com fome! 

Mas então ele ouviu Demétrio dizer, já entrando. 

— Demétrio: Sou eu Estevão. 


Demétrio entrou com uma maleta na mão. Não tinha conseguido tudo que Estevão queria sobre a vida de Maria todos aqueles anos. Mas o básico já tinha, já que ela tinha entregado seu documento quando esteve nas empresas San Román. Com o número da carteira de identidade dela ele pôde descobrir imóveis no nome dela e não só aquilo. 


E então Estevão disse rápido. 


— Estevão : Espero que tenha algo de Maria, Demétrio! 

E então Demétrio o respondeu já colocando sua maleta em cima da mesa dele. 

— Demétrio : Me deu um prazo e ainda estou nele Estevão. Mas já sei aonde ela reside. 

E os olhos de Estevão brilhou assim que ouviu Demétrio. 



No final da tarde, já caindo a noite,  Maria voltava para casa em um táxi com Estrela com ela. Havia buscado ela na sua segunda escola depois de ter passado em uma concessionária e comprado um carro que só o pegaria na manhã seguinte. Estava com os dias tão corridos que ela suspirou exausta mais uma vez dentro do táxi.  Londres parecia que tinha dias mais tranquilos mesmo quando havia pensado o contrário. E ela tinha um jornal no colo que havia comprado apenas pra ver se conseguia uma diarista que pudesse ajudá-la com a casa e Estrela. Que olhando de lado, vendo sua filha adolescente mas também tão menininha olhando a janela, tinha certeza que não podia deixa-la sozinha em casa o que nem fazia em Londres. Mas que agora sabia que trabalharia muito mais que quando estavam ainda no reino unido, então querendo ou não Estrela teria uma babá além de alguém para cozinhar para as duas, já que em mais uma noite jantariam pizza. 

E fazer que a vida de Estrela voltasse ao normal era o que Maria queria e  para isso, ela precisava se organizar. E então só assim ficaria tranquila para lutar por Heitor. Porque não tinha esquecido que há um dia atrás tinha deixado claro a Estevão que faria isso, ele querendo ou não, buscaria Heitor em qualquer lugar que fosse mesmo sem a ajuda dele. 

Dentro de um carro preto, Estevão aguardava nervoso a frente de um condomínio nobre de apartamentos, Maria chegar. Já que seu motorista aguardando com ele também, tinha checado na portaria se quem eles queriam estava em casa, no caso ela. Quando Estevão deixou a mansão, foi sem ser visto. Já que estava de repouso sem mesmo poder ter ido mas empresas San Román, o que era para ele estar guardando ainda leito mas em troca esperava quem o havia mandado para hospital chegar. E Estevão todo cheio de si, estava certo que Maria estava na mão dele. Que se ela pensava que se esconderia dele e só aparecesse quando quisesse, ela estava muito enganada. Porque ele também poderia ditar as regras do jogo que ela queria jogar.  

E Arnaldo, seu motorista disse quando avistou um táxi encostar na calçada do prédio. 


— Arnaldo : Senhor, um táxi acaba de chegar . Será que é ela? 


Estevão saiu dos pensamentos que estava e olhou para o carro a frente do dele. Ele conseguiu ver que tinha dois passageiros, e um com certeza apenas reconhecendo os cabelos, ele jurava que era Maria. E assim ele disse. 


— Estevão : É ela! Não saia daqui. 


Estevão então abriu a porta do carro dele para sair . 

Maria saltou do táxi primeiro e Estrela saiu depois, e assim ela disse. 


—  Maria : Sobe na frente e já pede nossa pizza que hoje será nosso jantar de novo, filha. Me perdoe. 

Estrela tinha jogado a bolsa nas costas, ela vestia uma legging e um uniforme escolar, os cabelos em um rabo cumprido no alto e jogado a frente de um de seus ombros. Estava toda uma moça ainda que tinha ainda boa parte de sua inocência de criança, que mostrou ao rir animada demais ao saber o que ia jantar com a mãe. 


— Estrela: Uma pizza metade doce e salgada! 


Maria sorriu abrindo a bolsa dela para pegar o dinheiro do táxi e disse ainda sem olha-la. 


— Maria : Vamos ficar enormes se seguimos com esse cardápio toda noite. 

Estrela havia corrido e já entrava pelo portão do prédio pra passar pela portaria do porteiro. E Maria quando se virou para pagar o motorista, seu braço foi puxado por fortes mãos. Só havia dado tempo do motorista pegar o dinheiro da mão dela para Estevão puxa-la e com o movimento ela derrubar a bolsa que trazia na outra mão e o jornal abaixo do braço. 

Quando os olhos de Estevão bateram nos assustados dela ele bufou, porque se lembrou do beijo que haviam trocado. O que para ele era uma doença o que sentia perto de Maria. Antes longe não podia esquece-la agora perto queria tê-la . Era uma maldição ama-la daquela forma que ele sentia que o fazia mal. 

E  Maria depois do susto, seus olhos assustados se tornaram raivosos, que brilhou no ódio e no desprezo que sentia por Estevão. E então ela gritou com ele. 

— Maria: O que faz aqui? Solte-me Estevão! 

Estevão pegou no outro braço de Maria, a deixando de frente para ele e presa. A odiava tanto como sabia que desgraçadamente a amava. E então ele disse, com um riso soberbo nos lábios. 


— Estevão : Pensou o que hum? Que ia aparecer na minha empresa e eu ia esperar que fizesse isso de novo, ou que estivesse com Heitor, sem terminarmos o que deixamos pendente?! 

O motorista do táxi havia deixado ele quando viu o que acontecia, e então o homem pardo e forte de trinta anos, disse. 


— X : Solte a mulher! 


Maria e Estevão olharam para o motorista ali bravo e Estevão riu. Era claro para ele  que por trás de Maria sempre teria um homem louco por ela. Mesmo que fosse para defende-la como ele via que o taxista faria.  E ele então disse bravo quando a soltou. 

— Estevão : Aconselho que não se meta! Não sabe quem sou! 

Estevão olhou seu motorista se aproximando. Arnaldo não era só um motorista, ele andava armado e o protegia como um segurança. Na verdade, ele era treinado para fazer muito mais do que apenas dirigir um carro importado. 

Maria tinha pegado suas coisas do chão . Estava nervosa. Estevão estava em sua porta e muito perto de descobrir a verdade que ela decidiu que não iria revelar a ele. Estrela, ela poderia voltar a qualquer momento quando percebesse sua demora e então pai e filha estariam de frente um com outro. E não. Não era assim que ela queria que Estevão soubesse de Estrela. Era justo que ele descobrisse tarde, muito tarde e não por ela. Porque como pensou ela sabia que ele ia saber que tiveram uma filha, ele ia saber assim como de alguma forma ele soube seu endereço. Mas ela não estava preparada para ser naquele momento. Estrela não estava preparada para ficar de frente com o pai. Então ao invés de segura-lo aonde ele estava, ela o deixaria plantado na calçada. Ainda teriam o terceiro encontro e nele cobraria sua abordagem como devia. 


E assim que Estevão viu ela ir até o portão a frente enquanto seu motorista abordava o taxista, ele se apressou indo até ela e disse, a puxando pelo braço novamente. 

Maria torceu os lábios com ódio, doía a mão dele no braço dela como havia doído momentos antes que ele tinha feito o mesmo. Então, com a mão que tinha o jornal ela bateu com ele na cara dele e gritou. 

— Maria : Me solte seu desgraçado, está me machucando! 


O rosto de Estevão tinha ficado mais vermelho que antes depois do jornal que tinha levado na cara. Estava fora de si e não conseguia medir a força que usava nas mãos mais uma vez.  E então ele disse alto. 

— Estevão: Não solto! Mas te dou a oportunidade de entrar no meu carro ou me mandar subir ao seu apartamento, porque daqui não saio! 

Ele pegou outro braço dela e Maria lutou pra ser solta derrubando suas coisas outra vez. Nem uma coisa nem outra ela faria, não entraria no carro de Estevão tão pouco o mandaria subir com Estrela presente no apartamento, mas nem mesmo que se ela tivesse sozinha ela estava certa que não o deixaria subir. Sentia náuseas de novo só por seguir na frente dele, então não poderia passar nem mais um minuto respirando o mesmo ar que ele. 

E então ela gritou outra vez querendo se solta. 

— Maria : Não vou a lugar algum com você e não vai subir em meu apartamento! Apenas me solte! Me solte Estevão! 

Estevão não soltou, mas ouviu uma voz jovem e feminina gritar. 


— X : Solte ela! Solte ela, seu monstro! 


Quando Maria ouviu a voz de Estrela sentiu suas pernas fraquejarem e Estevão seu coração palpitar. E ele soltou Maria como que se ela fosse contagiosa e olhou assombrado para mocinha que lhe havia gritado. A menina insolente era claramente uma adolescente cheia de hormônios que faltava de respeito a ele daquela forma. E ele se perguntou quem era aquela loirinha que estava de rosto vermelho como um pimentão. 

E assim ele disse bravo. 


— Estevão : Quem pensa que é sua garota insolente para me falar assim? 

Estrela passou por ele como se ele não fosse ninguém e agarrou Maria. Estevão viu a cena confuso até que ele ouviu ela dizer. 


— Estrela : Ele te machucou mãe? Vamos chamar a polícia! 

Estevão arregalou os olhos assustados. Agora as pernas dele que fraquejaram.  A voz que ele queria ter, saiu em um sussurro que Maria nem Estrela poderiam ouvir. Ele repetia a palavra mãe. Como que se tivesse se perguntando mas tendo a resposta com a cena.  Maria era mãe. E mãe de uma jovem adolescente. Ela era mãe de uma menina. Uma menina que ele quis tanto ter com ela. 


— Estrela: Sai daqui! Sai daqui Estevão! 

De costa agora para Maria como que quisesse defende-la, como uma mulher, não mais uma menina, Estrela ergueu a cabeça para encarar Estevão, que sentiu desarmado naquele momento quando ouviu ela chama-lo pelo nome. Saber que Maria tinha uma filha tinha lhe tirado o fôlego e o chão que pisava. E ouvi-la chama-lo pelo nome só o fez entender que ela sabia quem ele era.

Mas então Maria fez Estrela se virar para ela e a tocou no rosto. Tinha que tomar controle da situação . Via Estevão branco como um papel e sua filha alterada o suficiente para fazer daquele momento pior do que estava. Ela era só uma menina, que Maria nunca a tinha presenciado daquela forma tão mulher, mas também tão agressiva. Seu anjo estava marcada e Maria quis chorar por entender que o desprezo que Estrela sentia do próprio pai era tão maior quanto o que ela tinha pelo ex que consequentemente era o pai dela. Com aqueles sentimentos ruins que lhe amargaram a alma, Maria sabia lidar mas não queria ver Estrela aprendendo lidar com eles. Ela não. 

— Maria : Meu amor, filha. Por favor. Deixe- me aqui e entre. Estevão e eu vamos conversar. 

Estrela chorou como uma desesperada. Estevão vendo as lágrimas dela descerem, sentiu culpado por elas o que fez seu coração apertar em presenciar o desespero da menina. E Estrela certa que não ia a lugar algum disse. 

— Estrela : Não, mamãe. Não vou deixá-la aqui com ele. 

Estrela agarrou Maria e chorou  agarrada nela. Maria sentia o corpo dela todo tremer e por nada no mundo soltaria sua menina naquele momento e então ela disse, já que sabia que Estevão ainda estava no mesmo lugar. 

— Maria : Vai embora Estevão! Em outro momento conversamos! 


Em choque. Estevão suspirou pesadamente o que fez trazer o ar dos pulmões dele outra vez. Ele constatou que a filha de Maria além de conhece-lo, tinha horror a ele. Ele sentido que seu coração batia rápido demais, se perguntava quantos anos a menina tinha. Entre seus cálculos que começou a fazer, menos de quinze anos, ela não seria filha dele. Mas se ela tivesse exatamente quinze anos, ele acabava de descobrir não somente que Maria tinha uma filha, mas que tinha uma filha com ele. 

 


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