Falso amor escrita por EllaRuffo


Capítulo 4
Capítulo 4




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Olá lindas! Capítulo novo pra vocês. Espero que gostem!!!!

Maria entrou no prédio.  O piso bem cerado do chão das empresas San Román se via a imagem dela nele enquanto ela caminhava batendo com seus saltos . Na recepção, havia funcionários circulando e seguranças, e Maria avistou a catraca aonde os funcionários passavam o cartão dando início a sua carga horária de trabalho. E ela suspirou, tendo lembranças do passado de quando foi uma simples secretaria daquela grande empresa.

E assim em um balcão, Maria parou e uma mocinha muito bem vestida e com um sorriso simpático, disse quando a viu.

— X: É visitante ou está para uma entrevista, senhora?

Maria sorriu educadamente diante do protocolo formal da empresa e respondeu.

— Maria : Sou visitante.

A mocinha sorriu de volta, pegou um crachá que estava escrito “visitante” no nome  e antes de dar a Maria, disse.

— X: Preciso do número de seu documento senhora para que seja liberada.

Maria então tirou o RG da bolsa, a mocinha pegou e anotou o número no computador que tinha em mãos e depois lhe deu o crachá. Maria, agradeceu e pegou o lado esquerdo para entrar e subir pelo elevador. E então ela passou pela entrada de visitante e logo estava apertando no 15° andar aonde ela bem lembrava onde ficava a sala do presidente da empresa.

Dentro do elevador quando ele se fechou. Maria fechou os olhos fazendo uma breve prece.  Com o coração aos saltos, ela pedia forças para não fraquejar naquele momento.

Iria estar de cara com Estevão depois de 15 anos. Iria voltar a ver o homem que mais amou e era o mesmo que a feriu e a humilhou.  E como não poderia fraquejar na frente dele? Era quase impossível. Mas ela queria aparentar forte. Forte como estava, forte como teve que aprender ser por Estrela.

Estevão teve o direito de não acreditar nela perante as malditas provas que até os olhos dela viram, mas também ele teve a escolha, de dar uma chance para juntos encontrar a verdade. A final, enquanto respirava o ar frio do ar-condicionado daquele elevador cheio de espelhos, Maria se sentia de volta no mundo poderoso que Estevão vivia. Ele era um homem tão rico. E por que não usou o dinheiro todo que tinha para defender o amor deles? Porque não pensou em nenhum momento, usar o maldito dinheiro que ele tinha para irem até o inferno se fosse preciso para conseguir as verdadeiras provas do que houve naquela manhã? Estevão teve escolhas! E escolheu acreditar no que os olhos dele viam e não no amor que Maria sentia por ele. Um amor que ele acusou ser falso.

E o elevador parou e se abriu.  Maria viu então parte do andar dos acionistas da empresa. Ela viu as janelas grandes de vidros que via os prédios altos lá fora. A decoração era mais sofisticada naquele andar do que em outros. O piso era de uma madeira clara e lisa, tinha também quadros valiosos nas paredes brancas e alguns vasos grandes de plantas e uns sofá de couro em uma pequena salinha de espera ali no meio. E mais no fundo tinha uma mesa com uma secretária que digitava algo no computador a frente de uma sala que, Maria sabia que a porta por trás dela, a secretária guardava como um cão de guarda o presidente da empresa.

Maria então sentiu seu corpo tremer e malditas lágrimas se formarem nos olhos dela. O que não queria fazer na frente de Estevão, era chorar. Chorar não! Quando pensava na última vez que se viram, Maria lembrava das suas lágrimas de dor enquanto implorava que ele não arrancasse Heitor dela. E tudo depois dele ter usado o corpo dela como um prêmio de consolação que pareceu servir para amenizar o ego ferido dele. Foi humilhada e pisada. Ainda que soubesse que poderia ter passado aqueles anos todos na prisão, Maria  sentia que a prisão que Estevão deixou a alma dela, agora sem o mesmo brilho que tinha, era a pior de todas prisões. Porque era uma prisão que não tinha cadeados visíveis, mas sim os invisíveis que prendia a alma dela em um poço de amargura e rancor. E o que mais podia envenenar uma alma, do que as feridas causadas por decepções e regadas por lágrimas de ressentimentos?

E como Maria não saiu do elevador, ele se fechou e ela respirou fundo vendo que ele descia por ter sido solicitado no andar de baixo. E então ela se recompôs sabendo que iria dividir o pequeno espaço com algum desconhecido. E ao abrir, ela viu um rapaz mais jovem que ela pronto para entrar no elevador.

Leonel que via Maria, tinha um papel na mão. Ele estava naquele andar de baixo pra tirar uma cópia do papel que tinha na mão e que pensava no momento que foi o melhor que ele poderia ter feito. Pois havia  trombado com uma deusa no elevador que nunca tinha visto antes na empresa.

— Leonel: Bo-Bom dia.

E foi gaguejando que depois de piscar, Leonel encontrou voz para cumprimentar a morena que via. E Maria, constrangida com o jeito que ele a olhava, tocou nos cabelos de um lado e o respondeu.

— Maria : Bom dia.

Leonel entrou no elevador bebendo da imagem de Maria e depois ele se fechou com ela vendo que ele apertava para o elevador subir. E ela suspirou voltando a ficar tensa ao ver que estariam no andar da presidência outra vez.

E que dessa vez ela deixaria o elevador querendo ou não. E assim que ele abriu no andar que era a sala de Estevão, Maria, suspirou nervosa, vendo que Leonel esperava ela sair e saiu do elevador antes que ele.

E então ela com o coração aos pulos olhou tudo, Leonel a mediu novamente com os olhos vendo ela varrer com os delas o andar que estavam. E disse curioso.

— Leonel: Parece perdida. Por acaso posso ajudá-la, senhora...?

Maria que estava de costa para Leonel, girou rápido para ele e se apresentou educadamente por ver que o rapaz insistia falar com ela.

— Maria: Maria, me chamo Maria.

Leonel então enfiou uma mão no bolso e sorriu. Se sentiu atraído pela mulher que via e por isso não podia ir sem servir ela de alguma forma. E agora que sabia o nome dela ele disse todo prestativo.

— Leonel : Então, senhora Maria, posso ajudá-la? Esse andar só é reservados para os acionistas e o presidente da empresa.

Maria então arqueou uma sobrancelha e molhou um pouco seus lábios seco com a ponta de sua língua. E séria ela respondeu .

— Maria : É com ele que quero falar. Com o presidente da empresa, Estevão San Roman.

Leonel então olhou pelas costas de Maria logo a frente, Lupita concentrada na mesa dela e depois voltou olhar pra ela que levava no rosto uma seriedade, o que fazia ele acreditar que o que levava ela ali para ver o pai do amigo dele e chefe, era sério. Então ele disse.

— Leonel: Normalmente Estevão não recebe visitantes, mas vejo que está aqui por algo sério. Ali, é a secretária dele, pode falar com ela para que ele saiba que está aqui. Agora não sei se ele irá te receber.

Maria deu um riso de lado. Estevão não teria escolha em recusar a “visita” dela. E se caso tentasse ela passaria pela porta dele de qualquer maneira. E então ela disse.

— Maria : Ele não tem escolha em não querer me receber. Obrigada.

Leonel deu a mão para Maria que ela segurou sua bolsa só com uma das mãos dela e pegou a dele com a outra, enquanto o ouvia se apresentar sem ela mesmo mostrar interesse.

— Leonel : Leonel Ibáñez. 

Leonel sorria mesmo que intrigado pela forma que Maria tinha falado.  E depois, ela seguiu a frente até a secretária deixando ele ali.

E assim que esteve na frente da mesa, Lupita disse quando a olhou .

— Lupita : Em que posso ajudá-la?

E Maria então séria respondeu a jovem secretária.

— Maria: Poderia avisar ao presidente da empresa que a mãe do filho dele está aqui, por favor .

Lupita piscou nervosamente. Conhecia os rumores da história da mãe de Heitor . Trabalhava há 3 anos nas empresas San Román e não tinha um dentro dela que não soubesse da ex mulher do presidente daquela empresa que tentou rouba-lo.  E então ela disse incrédula.

— Lupita : Mãe do filho dele? Senhora isso é uma brincadeira?

Maria respirou fundo. O que menos queria era tratar de assuntos que só trataria com Estevão, com uma desconhecida. Mas sabia que se não mostrasse seriedade na sua visita, a secretária não a levaria a sério e ela seria obrigada passar por cima dela para chegar até Estevão. E assim ela a respondeu.

— Maria: De nenhuma maneira, meu bem. Sou Maria Fernandez da Cunha. A única mãe do filho do homem que a tem como secretária. Me identifique assim, que ele liberará minha entrada.

Lupita engoliu em seco. Era aquele nome mesmo que ouvia quando resolviam falar dos escândalos da empresa.

E então mais nervosa por temer deixar Maria passar, ela disse rápido.

— Lupita: Senhora, eu devo dizer que não tenho permissão de incomodá-lo.

Maria então deu um sorrisinho de lado, jogou a bolsa em um dos ombros e depois de ler o nome da jovem, secretária em seu crachá, disse sem muita paciência.

— Maria : Se não incomoda-lo anunciando minha presença agora mesmo, eu a dou sem anúncio algum apenas entrando na sala dele, senhorita Lupita. Você pode escolher. Entro com sua permissão ou faço um escândalo passando por você!

Maria torceu os lábios de lado depois de falar. Já respirava agitadamente. Não sairia dali sem falar com Estevão. E Lupita vendo que não tinha escolha, disse.

— Lupita : Espere um momento.

Ela pegou o telefone da mesa dela e apenas apertou um número para falar com Estevão da sala dele.

Na sala, Estevão ouviu o telefone da mesa tocar e ele pegou e disse tranquilo.

— Estevão : Sim, Lupita.

Lupita então ao ouvi-lo, depois de medir Maria de braços cruzados na frente dela, disse.

— Lupita : Senhor Estevão, tem uma mulher que exige vê-lo agora mesmo.

Estevão riu de lado. Não sabia quem era a mulher que exigia tal coisa dele. Se nem Patrícia tinha aquela audácia. E então irônico ele disse.

— Estevão : E desde quando me aparece alguma mulher exigindo que eu a veja na minha empresa, Lupita? Quem é essa exceção?

— Lupita : O nome dela é Maria. Maria Fernandez da Cunha. Ela diz que é a mãe de Heitor, senhor.

Estevão no mesmo momento se levantou da mesa sentindo que seu corpo pegava fogo. De repente, ele segurava o telefone com força demais. Seu sangue corria rápido, seu rosto estava tenso e vermelho. Que brincadeira de mal gosto era aquela? Maria? Maria estava na empresa e queria vê-lo?

Quando levantou da cama em mais um dia, Estevão sentiu que estava pronto para tudo. Mas não para aquilo. Como se preparar para voltar a ver aquela mulher outra vez? Como acordar ciente que veria Maria outra vez sem sentir o turbilhão de sentimentos que ele sentia aquele momento. Que pesadelo era aquele?

Ele bufou de corpo todo trêmulo e quis ouvir de novo a blasfêmia que pensava ter escutado.

— Estevão : Quem disse que está querendo me ver?

E Lupita depois de olhar novamente para Maria que pareceu rir de lado, disse baixinho.

— Lupita: Maria, senhor San Román. Maria Fernández da Cunha.

Estevão ao ouvi-la novamente, levou uma mão no cabelo. A visão dele por um momento falhou e ele ouvia um som agudo em um lado de seu ouvido, como que se o consciente dele tivesse dado algum tipo de pane e ele não estivesse mais ali.

Há mais de uma semana estava imaginado aquele encontro. E se não fosse nenhuma piada ele iria finalmente acontecer.  E então ele piscou, passou o mão no rosto e disse sério.

— Estevão : Pode deixar que ela passe. E que ninguém nos interrompa, Lupita!

— Lupita : Claro, senhor .

Estevão então desligou a ligação sentindo que seu coração batia como louco no peito. E Maria com o coração como o dele, depois de saber que foi liberada, andou cheia de coragem em direção aquela sala de portas fechadas.

Dentro da sala, Estevão saiu de trás da sua mesa. Estava uma pilha de nervos. Não sabia o que os olhos dele de fato iria contemplar. Se era a mulher que um dia amou ou algum tipo de brincadeira que estavam fazendo com ele.  Mas a porta se abriu e ele sentiu um golpe acerta-lo, que o fez se tremer todo por dentro de nervoso. Estava em choque.

Era Maria. Era Maria mesmo que estava adentrando na sala dele. A via, de olhar erguido o olhando com um olhar duro...  Desafiador.  Estava ela ali, bela, bela não, exuberante a mulher mais linda que os olhos dele por tanto tempo não contemplou mais. Toda de vermelho, ele sentia que ela poderia causar um enfarte nele com apenas sua presença ali. E Maria, torceu o lábio de lado, também pintado de vermelho. Ela tinha a cabeça erguida, as mãos a frente do corpo enquanto segurava sua bolsa, que era a única coisa que ela podia se agarrar ali. Enquanto tinha o análise do olhar de Estevão sobre ela. Ele a media de cima a baixo sem piscar. Primeiro, Maria viu o rosto dele pálido, branco como um papel ao vê-la e aos poucos ela via ele tomar a cor de um tom vermelho enquanto uma veia dele ao lado do pescoço se destacava com um pulsar intenso do coração dele que estava descompassado.

E ela abriu a boca . Queria falar algo mas a voz não saiu de nervoso. Estevão na frente dela, vestia preto, tinha os punhos cerrados, lábios trancados em um rosto tenso com uma expressão que poderia pular nela a qualquer momento. E ela engoliu em seco. Não teria medo daquele homem outra vez.  Ele poderia ter dinheiro que o fazia mais poderoso que ela, poderia ser homem que o fazia mais forte fisicamente. Mas para ambas questões ela sabia como daquela vez lutar contra ele. Ela não tinha uma fortuna como a dele, mas tinha dinheiro conquistado com seu esforço de se reerguer. E sobre a força dele como homem, ela sabia que ele não seria louco de usar contra ela e se fizesse, com os conhecimentos que adquiriu em direito, daquela vez, tiraria dinheiro dele, nome e prestígio em um piscar de olhos.  Então não tinha pra que ter medo. Agora estavam iguais. E Maria em hipótese alguma deixaria Estevão pisar nela outra vez. 

E assim depois do tempo ter parecido parar, a voz grossa de Estevão quebrou o silêncio e os olhares que ambos se davam.

— Estevão : Então é você mesmo! É você mesmo, Maria! 

Maria o encarando respondeu de corpo rígido e cabeça erguida quando voltou ouvir a grossa voz dele.

— Maria : Sim Estevão, sou eu, Maria!

Estevão quando ouviu a voz dela sentiu seu corpo todo mais tenso. Tinha passado tantos anos sem ouvi-la. E aquele som da voz dela, poderia ser música aos ouvidos dele, mas só se ele sofresse de amnésia. Porque ao ouvi-la só sentiu raiva. A dor que sentia, o rancor da traição dela só estava mais acesa do que nunca com ela ali. E então ele disse, bravo.

— Estevão : Como está sendo capaz de voltar estar na minha presença e aqui, depois de tudo que me fez!

Estevão deu um passo a frente e Maria por instinto recuou dois para trás e ele se segurou voltando o passo que deu a frente. Maria olhando Estevão, via no olhar dele o mesmo desprezo que recebeu a há 15 anos atrás. Era tudo Igual. Os  ressentimentos estavam ali vivos em ambos. Porque ela sentia que o odiava. Que jamais aquele homem que lhe tirou um filho seria digno do seu perdão.  E então ela depois de avançar os passos que deu pra trás e Estevão agora recuar, disse.

— Maria : Repúdio tudo que vem de você Estevão! E por isso, acredite que não está me agradando nada estar aqui outra vez. Mas tem algo que me tirou há 15 anos e voltei para recupera-lo! Por isso regressei! Por isso estou aqui!

Estevão bufou. Maria não precisaria desenhar pra ele entender do que ela falava. Estava de volta por Heitor. Ao que parecia ela havia lembrado que tinha um filho. Mas ele não ia permitir que ela se aproximasse dele. E então ele disse mais bravo.

— Estevão : Não tem nada para recuperar, volte da onde veio! Volte a desaparecer da minha vida como fez durante todos esses anos, Maria!

Estevão andou depois de quase gritar suas palavras. E Maria pronta para brigar, colocou a bolsa dela na mesa dele. Ouviu que ele tinha entendido qual motivo que a trazia de volta . E ela iria gritar ele da mesma forma que ele acabava de fazer . Iria enfrenta-lo. Dessa vez iria até o inferno se fosse possível, apenas pra voltar a ser a mãe de Heitor. E assim ela o respondeu no mesmo tom que ele tinha lhe falado.

— Maria : Ficaria feliz que dessa vez tivesse esse poder sobre mim outra vez, não é Estevão? O poder de decidir por algo que não escolhi! Eu não escolhi deixar nosso filho! Você me obrigou o tirando de mim!

Estevão então todo vermelho olhou pra Maria. Ela estava uma fera. Respirava irregularmente e em seu corpo, ele podia sentir toda tensão. Ela não parecia não só fisicamente a antiga Maria, mas também emocionalmente. Essa Maria ele via que tinha o pavio curto. Mas ele pensava que podia com aquela nova Maria ou a Maria que ela sempre foi e ele cego não viu. Mas que se ela queria brigar com ele 15 anos depois, iriam brigar.  E então ele disse depois que riu mascarando sua dor.

— Estevão : Depois que me traiu e me roubou, perdeu o direito sobre meu filho! Meu filho, Maria! E como antes te tirei da vida dele posso fazer outra vez!

Maria riu também mas sarcasticamente. Tinha sentido no tom de voz de Estevão, uma ameaça. Porque só ameaçando fazer algo a ela, que ele poderia pensar em afasta-la de vez. Porque regressou forte, não mais indefesa. Então as armas que usou contra ela antes para mantê-la longe de Heitor não mais funcionaria.  E então o acusando ela disse.

— Maria : E como pensa fazer dessa vez querido? Vai tentar me matar? Porque vai ter que me matar pra conseguir esse feito novamente! Quero que fique ciente que não volto sair do meu país sem antes ter a oportunidade de estar com Heitor! Que ainda que não aceite ele também é meu filho, Estevão! Meu filho!

Estevão bufou. Apontou para Maria mas depois baixou a mão. Achou um cúmulo o que ela acabava de dizer. Não era um assassino. Na verdade não era nem assassino e nem o homem que tinha errado no casamento deles. Era ela. Foi ela que errou e por isso teve que tomar a decisão de mantê-la longe de Heitor. Não foi digna dele antes e ele pensava que tão pouco ela seria agora. E então ele disse.

— Estevão: Já disse que perdeu esse direito quando me traiu! Fez uma escolha, agora siga vivendo com ela e volte a sumir de nossas vida!

Estevão então cego entre sua revolta de homem ferido, pegou em um braço de Maria. Não queria ela mais na frente dele. Aqueles olhos verdes cheios de raiva e contra ele, e sua presença estava o pondo a beira de um colapso nervoso. E aonde pegou, ele apertou tirando ela do lugar.  Maria sentiu a pressão no braço dela e bufou de ódio. Não permitiria ele seguir fazendo o que fazia. Não teria medo. Estava ali para enfrenta-lo e sua força não seria usado contra ela mais sem ter um revanche. Muito menos a força que ela sentia no braço dela, que vinha de um homem bruto que ela não lembrava que ele era quando se casaram, a não ser na maldita manhã que tudo se acabou entre eles .

E assim ela puxou o braço pra ser solta e o ameaçou, furiosa.

— Maria : Destruirei sua vida, seu nome e a reputação de sua empresa se seguir me tocando como faz Estevão! Ou me solta agora mesmo, ou saio dessa sala com mais marcas do que sua mão deixará no meu braço e seu nome e seu rosto estará estampado em todos sites e jornais como um agressor de mulheres! Escolha. Siga tocando em mim e pague o preço!

Os olhos deles se prenderam dessa vez mais perto um do outro. E Estevão quando seus olhos desceram pra boca dela que tinha os lábios torcido no puro ódio, suspirou vendo eles ali, tão... Atraente ao seu olhar
E ele a soltou quase desesperado quando sua mente criou a imagem daqueles lábios vermelhos colado nos deles.

E então ele disse todo nervoso.

— Estevão : É uma traiçoeira, Maria! Vejo mais ainda o quanto por suas palavras! Fui enganado com sua falsa inocência e ingenuidade!

Maria riu nervosa. Sua mente tinha desaparecido daquela sala quando viu os olhos de Estevão buscar os lábios dela e só a voz dele voltou a trazê-la para aquela briga que tinham. E então ela disse.

— Maria : Um dia fui essa mulher, Estevão. De verdade, fui ingênua e até inocente, mas de nada adiantou, me armaram uma maldita cilada e eu caí. E caí também na minha ingenuidade de pensar que teria o homem que amei ao meu lado!

Maria depois de falar virou o corpo e o rosto de lado. Sua mente trouxe assim que voltou a falar do passado o desespero e a dor que sentiu por não ter podido ter Estevão ao lado dela. Lembrou que as palavras dela, as súplicas de nada valeram. Que o amor que ele dizia sentir de nada valeu para ao menos tentar encontrar a verdade com ela. E por isso ela sentiu vontade de chorar. Chorar, por ainda ressentida pela marca que aquela dor deixou no peito dela.

E Estevão depois que a ouviu revivendo também mais aquela dor que ambos sentiam, ele a respondeu, com ela da mesma maneira sem olhar pra ele.

— Estevão : Claro, porque esse homem, eu, Maria, teria que acreditar em teus contos depois de te ver nua em uma cama que não era a nossa com um homem que não era eu! O que queria que eu fizesse, hum? O que queria?!

Quando Estevão terminou de falar suas palavras cheia de ressentimentos revividos, não se conteve e com as mãos pegou nos braços de Maria e a virou pra ele, repetindo.

— Estevão : O que queria? Agora não vai me responder? O que queria Maria? O que queria que eu fizesse ao ter provas que me traiu e tentava me roubar?

Maria piscou muda diante de Estevão enquanto sentia lágrimas vindo nos olhos dela.  Estava sofrendo e sentia que fraquejaria chorando na frente dele.  Esteve enganada quando pensou que estava preparada para aquele momento. Porque seu coração ferido doía relembrando da maldita manhã que amanheceu em uma cama desconhecida.

Havia passado anos chorando quando pensava no que poderia ter acontecido com ela naquele quarto e que Estevão forçava ela reviver aquele momento o que sentiu. E lembrar daquele momento que acordou só em uma cama, ela não tinha dúvidas que chegou nele drogada. Não lembrou de nada ao acordar e durante 15 anos passados ainda não lembrava. Mas havia se perguntado todo aquele tempo, se foi só drogada. Maria fazia essa pergunta todos aqueles anos e sempre teve medo da resposta . Acordou nua. E se foi estuprada também? Estevão pareceu nunca pensar nessa hipótese, tão pouco ela assim que acordou naquele maldito quarto. Que se soubesse o que a esperava não teria regressado para casa primeiramente. A ida a uma delegacia ou hospital resolveria muita coisa. Daria a ela por um exame de sangue a prova que não tinha chegado sã naquele quarto e um exame ginecológico daria a prova que ela nunca teria a resposta, se foi violentada ou não. Mas pensar nessa hipótese trazia dor em Maria. Uma dor de uma violação que não lembrava. Que indefesa ninguém pensou naquela hipótese que ela era uma vítima. Só pensaram em julga-la. Estevão a julgou e a humilhou ao invés de dar o voto de confiança que ela havia pedido. A dor de uma suposta traição foi maior do que o amor que ele sentia por ela e que poderia protege-la.  Mas ela puxou o ar do peito com força. Não daria o gosto de chorar na frente de Estevão. Não faria aquilo. Tão pouco queria vê-lo olha-la com um olhar de pena ou novamente como aquela indefesa mulher que implorou misericórdia a ele.

E então Maria suspirou, erguendo a cabeça engolindo seu orgulho e disse cheia mágoas . 

— Maria : Fez comigo o que seu ego ferido lhe pedia Estevão. Me revelou do que era capaz, do que seu amor era capaz de fazer comigo. Pedi muito. Pedi muito ao pedir que acreditasse em mim. Meu erro foi esse. Meu erro foi ama-lo!

Estevão sentiu o impacto das palavras de Maria . Ela falava de amor. O amor que ele jurava que foi falso que ela sentiu por ele. E ele a soltou devagar afetado. Daria tudo para voltar ter os 5 anos de felicidade de volta que teve com ela. Talvez neles, ele faria o impossível para que ela não necessitasse buscar outros braços. Porque para ele o que só importava era a traição. Se não tivesse ela. A amava tanto que teria perdoado a tentativa de roubo. Mas como ela dizia. Seu ego foi ferido e não pôde passar por cima dele.

E então ele disse.

— Estevão : Quero avisa-la, que Heitor já é um homem e que sabe o que fez Maria! E mesmo que tente me convencer novamente que foi uma vítima, esquece da conta que tinha com o meu dinheiro. Iria fugir com seu maldito amante! Nada que me diga apagará as provas que vi da sua dupla traição!

Maria pegou a bolsa dela da mesa de Estevão. Não estava de volta para insistir que era inocente estava convencida que Estevão não acreditaria nunca naquilo. Então seguir falando do passado não valeria a pena. Estevão não valeria a pena mais. E assim ela disse querendo encerrar aquela desagradável conversa .

— Maria : Segue sendo o mesmo homem, frio e calculista, Estevão e que eu tola acreditei naquele seu falso amor vindo de um homem como você! Então não vamos mais voltar nesse assunto. Não estou de volta para buscar seu divino perdão e nem fazer que acredite em mim mais! Regressei por Heitor e mesmo que o tenha colocado contra mim, irei reconquistar o meu filho!

Estevão riu cheio de ironia. Conhecia o homem que Heitor tinha virado. Ele era forte, justo e muito genioso quando queria. Suas principais qualidades era o que o tinha a favor dele. E Estevão sabia que se Maria realmente insistisse em uma reaproximação com o filho não seria fácil. E assim ele disse a ela com ar de vitorioso.

— Estevão : Te desejo muita sorte com isso, Maria, vai precisar. Heitor mudou. Não é mais a criança de 5 anos que deixou para trás!

Maria o olhou séria. Voltou ciente que não seria fácil ter Heitor de volta. Pois como pensou, Estevão claramente o tinha envenenado contra ela.  Mas sabendo também que ele poderia provar do próprio veneno dele, ela disse com um riso nos lábios.

Maria : Pode rir Estevão . Porque receio que serei a próxima em te desejar essa mala sorte. Vai precisar dela quanto eu. E então será eu que estará rindo!

Estevão não entendeu o que Maria falava mas não o agradou nada o modo com o qual ela havia falado. E então ele a questionou. 

— Estevão: O que está querendo me dizer com essa palavras?

Maria riu vendo a confusão de Estevão no olhar dele. Não falaria de Estrela para ele. Por ela, manteria sua menina a milhas de distância dele. Mas sabia que com ela de volta e querendo recuperar Heitor, uma hora Estevão saberia que tinham uma filha. Mas isso ela deixaria com ele descobrir. Sabia que ele faria aquilo cedo ou tarde . E quando fizesse iria saborear da dor dele de não ter convivido com a filha que no passado tanto quis . E então desejando deixar aquela sala, ela apenas o respondeu pronta pra ir.

— Maria : Por enquanto nada, querido Estevão! Por enquanto nada!

E Estevão sentindo a provocação de Maria ainda presente disse, ao pegar em um dos braços dela quando ele percebeu que ela iria deixar a sala.  

— Estevão : Ainda não terminamos, não vai a nenhum lugar Maria! E não sou teu querido a muito tempo. Então não me chame assim!

Maria riu. Percebia que gostava de irrita-lo. E assim ela disse com eles de corpos quase grudados. 

— Maria : Terminamos sim Estevão! E te chamarei como eu quiser!  Me aguente, porque estou de volta e exigirei os direitos que me tirou de ser mãe de Heitor. Vou procura-lo, vou falar com ele para ele saber que estou de volta, você querendo ou não!

Estevão sentiu seu coração bater mais forte. Pensou em Heitor e como seria ele estar frente a mãe outra vez. Ele se renderia a ela? Os olhos dele passeou no rosto todo de Maria. Estava mais madura e mais bela também. Os anos que haviam passado só fez com que ela ficasse mais bela. E ele quando se viu perdido em tanta beleza de novo a soltou quase desesperado outra vez e andou para não estar tão perto dela, indo até sua mesa. E disse descontente.

— Estevão : Heitor não está no país! Mas vou ligar para ele e dizer que a mãe dele a que ele tanto despreza, está de volta. E sei que ele não dará a mínima. Sua volta é em vão, Maria! Devia voltar de onde veio.

Maria se tremeu toda ver Estevão falar de Heitor novamente. Se ele falava daquela maneira sabia que não era só pra feri-la. Ela sabia que a ferida que Estevão tinha era por acreditar em uma falsa traição e diante das acusações dele, e julgamentos ela não se humilharia mais muito menos chorando pra ele. Se faria de forte ainda que fosse a injustiçada em tudo aquilo. Mas ele falando de Heitor tocava no seu lado de mãe. E por isso ela sentiu que fraquejou quando uma lágrima desceu em um lado do rosto dela que ela limpou rápido demais. E ela se perguntou qual seria o nível daquele desprezo que Heitor tinha dela. Era tão forte quanto as palavras dele soaram? E com uma voz chorosa Maria disse, temendo o sofrimento.

— Maria : Aonde meu filho está? Por que ele está fora do país? Ainda que tenha envenenado ele contra mim, ainda sou a mãe dele Estevão! O desprezo dele não pode ser maior que meu amor do que o elo que nos une de mãe e filho!

Estevão respirava pausadamente. Buscava calma e por isso tinha dado às costas a Maria e tinha as mãos na mesa dele . E depois que ele se virou ao ouvir a voz dela chorosa, diferente de quando ela chegou toda cheia de si e impondo sua presença, ele disse, calmo mas frio quando viu os olhos dela levemente vermelhos.

— Estevão : Não vou dizer aonde ele está Maria. Se quer recupera-lo como diz, o busque quando ele regressar. Que estarei aqui vendo seu esforço como que tivesse sido a mãe que ele precisou todos esses anos mas não teve!

Quando Maria ouviu as últimas palavras de Estevão, ela torceu os lábios com raiva e uma mão dela se fechou na vontade louca para soca-lo. E então voltando ao seu estado de espírito de quando entrou na sala dele, ela disse.

— Maria: Sabe que não estive ao lado do meu filho por sua culpa Estevão! E se não regressei antes foi porque não podia! Eu não abandonei Heitor! Você que me tirou ele!

E Estevão curioso e vindo na mente dele parte de sua conversa com Alba, disse de ego ferido.

— Estevão : E por que não podia? Por acaso seus amantes te mantinham em cárcere privado? Hum? Ah, Claro se há 15 anos foi capaz de me trair, nestes anos que passou porque não trairia eles, não?

Quando terminou de falar, Estevão sentiu um tapa dado por Maria em um lado do rosto dele. Ela assim o esbofeteou. E ele se pôs em silêncio, todo vermelho e com o corpo todo rígido. E ela não aguentou e deu outro tapa. Mas o segundo foi por Heitor. Foi por ter tirado ele dela. E então Estevão nervoso pegou nos braços dela pelos pulsos temendo o terceiro tapa e gritou .

— Estevão : Como ousa me bater?

Maria nervosa moveu os braços para que Estevão a soltasse, mas o inesperado aconteceu. A boca dele tomou a dela com um desespero que lhe doeu os lábios. Com forças nas mãos, Estevão não a soltava enquanto a língua dele exigia passagem dentro da boca dela. Ele não tinha pensado. Não tinha raciocinado quando a boca dele buscou a dela daquele jeito. Estava fervendo de ódio, de raiva por ter sido esbofeteado e em troca aquela raiva se transformou naquele beijo que ela não retribuía e que ele desejava sentir por completo o interior dos lábios dela outra vez.

E não contente, ele desceu uma mão soltando um braço dela e girou o corpo dela que bateu contra a mesa. Maria com uma mão livre pegou na roupa dele . Queria agarrar ali mas não por prazer e sim pra machuca-lo e ser solta mas não adiantou, ele a fez deitar na mesa sem delicadeza, derrubando coisas e subiu a mão livre por trás da nuca dela, agarrando ali os cabelos dela para intensificar o beijo. E ela fechou os olhos agarrada na roupa dele e por fim a língua dela encontrou a dele. E Estevão foi o primeiro a gemer quando sentiu o gosto dela. Ele gemeu em um suspiro de prazer, de êxtase . O beijo que se iniciou foi forçado por ele e seguia selvagem, mas agora ela retribuía o que estava deixando ele excitado.  E Maria sentiu ele com o corpo em cima dela o membro dele toca-la por cima de sua roupa perto de suas pernas. E o corpo dela respondeu rápido ao desejo dele . Ela sentiu tão facilmente o corpo dela reacender como que não tivesse encontrado dificuldade em sentir ele vivo todos aqueles anos. E ela sentiu raiva, enquanto sentia seu sexo molhar e por isso abriu os olhos e sua língua parou no beijo que acabou cedendo. De todas as fraquezas que temeu ter, aquela foi a última da sua lista. Se encontrar nos braços de Estevão, foi o que ela mais confiou que não voltaria estar . E estava ali cometendo aquele erro.

E então ela virou o rosto. As bocas se  “desconectaram” a contra gosto . E Estevão pareceu que tinha despertado de um transe quando aquilo aconteceu. O corpo dele se afastou um pouco do dela e foi a deixa para Maria tentar sair daquela posição desconfortável mas que não estava se importando com isso desde que começou a retribuir aquele beijo. E quando ela viu Estevão sair todo de cima dela, parecendo perdido, sem acreditar no que tinha feito, ela o esbofeteou de novo. E ele voltou para a sala com aquele agressivo despertar e com ela lhe gritando de lágrimas nos olhos novamente.

— Maria : Não volte a fazer o que fez, Estevão! Não volte me beijar e nem me ofender! Eu não tenho amantes! E não permitirei que me dê nenhum mais como fez no passado! Vai me respeitar como mãe do seu filho Estevão! Vai me respeitar enquanto faço que pague por tudo que injustamente me fez!

Maria depois de gritar, se abaixou pegou sua bolsa que tinha caído no chão jogou no ombro e sem olhar para trás andou, abriu rápido a porta e bateu ela deixando Estevão para trás.  Ela tinha vontade de chorar. Gritar. Amaldiçoar mil vezes o homem que havia deixado atrás da porta que fechou. Ele seguia o mesmo homem que a deixou naquela cadeia exigindo que ela abrisse mão de um filho e ela ainda desgraçadamente tinha o beijado. De mão na boca ela se punia pelo feito enquanto quase correndo, temendo em não saber como estava sua imagem ao sair daquela sala, ela ia em direção do elevador. Que quando entrou nele e ele se fechou ela se olhou no espelho. Ela tinha os olhos vermelhos, a boca com o batom apagado e o cabelo um tanto revoltos. E ela passou a mão neles nervosa. 

Enquanto na sala de Estevão assim que Maria saiu. Com as emoções a flor da pele, com o coração rápido e sua pele avermelhada. Estevão sussurrava se punindo pelo que tinha feito.

— Estevão : Eu a beijei. Beijei Maria!

Ele então esmurrou a mesa com raiva. Se sentia o mais fraco dos homens. Não tinha resistido Maria em seu primeiro encontro com ele depois de todos aqueles anos. E o que seria dos demais? Ela tinha ele ainda sobre o poder dela. E ele amaldiçoou pela milésima vez aquele amor que sentia  por ela que não pôde ficar livre em todos aqueles anos.

E no meio de tanta raiva que sentia, uma forte dor no peito foi difícil ser evitada em Estevão. Foi aguda e ele levou a mão direita no peito que o fez caminhar dando a volta na mesa dele. E quase sem fôlego ele disse com o telefone na mão.

— Estevão: Lu, Lupita. Chame... Chame um médico! Chame, um...

A ligação ficou toda em silêncio e Lupita correu para dentro da sala dele. E quando ela viu o seu chefe caído ao chão ela correu até ele gritando.

— Lupita : Senhor! Senhor San Román! 

 


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