Falso amor escrita por EllaRuffo


Capítulo 32
Capítulo 32




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Maria deu um olhar mortal para Estevão depois de ouvi-lo e em seguida olhou pra Heitor e disse. 

— Maria: Eu ainda vou conversar com você sobre isso, filho. Sei que tem uma explicação pra isso que eu também ainda não entendi. Mas Evandro também me deixou uma carta, que você sim, deixarei que leia, para que juntos possamos entender do porquê ele fez isso.

Depois de falar, Maria buscou a mão de Heitor e pegou com carinho sem deixar de mira-lo nos olhos, que com Estevão olhando atento o gesto dela, Heitor a respondeu.

— Heitor: Está bem, eu vou esperar que faça isso antes de tirar conclusões precipitadas, senhora.

Estevão então bufou quando o ouviu e disse vendo que seu tiro tinha saído pela culatra.

— Estevão: Então é assim, que o manipula, com uma voz mansa e esse rosto de anjo, Maria.

Maria então soltou a mão de Heitor, mirando Estevão com ódio e disse.

— Maria: É melhor que eu deixe sua sala, antes que eu agora sim cometa um crime nessa empresa, mas o de assassinato.

Maria então saiu da sala, Heitor foi em seguida atrás dela para leva-la aonde estava Estrela, deixando assim Estevão sozinho. Ele então andou até a mesa dele e ficou de costa pra porta, enquanto voltava a pensar em seu encontro com Estrela.

Antes, se sentia um vencedor, agora o pior dos perdedores. Maria estava preste a se tornar milionária e dona de ações de sua empresa e ainda ele se sentia como um cão sarnento indigno de ter o amor e o respeito da própria filha de apenas 15 anos.

 

Quase 1 hora depois, Maria dentro do carro com Estrela, depois de deixar Maggie na casa dela, dirigia ainda de volta ao apartamento delas. No veículo não tinham conversado nada sobre o ocorrido, o silêncio permaneceu enquanto a outra adolescente esteve entre elas, Maria só falou sobre o que elas fizeram, a mãe de Maggie, para explicar o porquê ambas tinham matado aula.

E então assim próximo ao apartamento delas, Maria disse, séria ainda dirigindo com Estrela ao lado dela.

— Maria: Quando chegarmos teremos uma conversa muito séria, mocinha.

Estrela a olhou, ia dizer algo, mas se calou.

Até que já dentro do elevador com elas subindo para o apartamento, Estrela agarrou na cintura de Maria chorando, por ter estado o caminho todo pensando nos minutos que esteve diante de Estevão.

— Estrela: Foi horrível estar na frente dele. Foi horrível, mamãe.

Maria sabia que ela falava de Estevão, que por isso ela suspirou, não seria capaz de fazer Estrela esquecer tais sentimentos que sentia pelo próprio pai, Estevão não merecia, não merecia que ela tentasse mudar aquela situação entre eles, ainda que não a agradava ver Estrela sofrendo por ressentimentos.

Ela então acariciou os cabelos loiros dela e o elevador abriu e então ela disse, deixando a bronca de ter ela fazendo o que fez escondido dela, pra depois.

— Maria: Já chegamos. Vamos entrar e esquecer o que passou hoje até podermos falar com mais calma, hum, não chore, meu amor.

Elas então entraram no apartamento e Maria mandou Estrela ir ao banho, desligou o celular, colocou uma roupa mais confortável e foi a cozinha ver o que tinha pra comerem, em especial doce para tentar animar aquele final de tarde que a filha dela tinha. Ela então viu uma torta de chocolate feita por Marta, pegou ela, colocou no balcão e pegou suco também, pegou 2 pratos e copos e esperou Estrela aparecer.

E Estrela então veio com os cabelos soltos e molhados e já de pijama. Maria olhou para os olhos dela que estavam mais vermelhos, o que significava que ela tinha chorado debaixo do chuveiro, que então ela disse com amor.

— Maria: Sente-se, meu amor. Vamos fazer um lanche.

Estrela sentou vendo Maria partir um pedaço de torta pra ela e depois começaram comer em silêncio. Até que ela resolveu dizer.

— Estrela: Estevão disse que eu e a senhora somos dele. O que ele quis dizer com isso?

Maria largou o garfo que tinha na mão no seu prato com torta. Agora Estrela parecia querer falar o que ela e Estevão falaram e ela queria ouvi-la pra depois tentar fazer que aquela tristeza que ela tinha no rosto sumisse, que então ela a respondeu.

— Maria: Que ele não aceita que não somos mais a família dele e pensa que pode nos ter seja lá como ele deseja, filha.

Estrela suspirou depois de ouvi-la e disse, aflita.

— Estrela: Mas ele me lembrou que ao final dessa semana eu tenho que visita-lo. Mãe, eu não quero. Eu disse isso a ele.

Estrela limpou o rosto com a mão por ter descido lágrimas nele depois dela falar e Maria, procurou tocar em uma mão dela, entendendo que era por aquele motivo que ela tinha feito aquilo escondido dela e disse.

— Maria: Foi pra isso que foi procura-lo? Pra dizer que não quer passar nenhum dia com ele, filha? 

Estrela assentiu com a cabeça e a respondeu.

— Estrela: Humhum. Também disse pra ele nos deixar em paz. Eu vi como estava essa manhã, foi porque brigamos e tudo foi por culpa dele.

Maria então suspirou soltando a mão dela lembrando de como tinha acordado naquela manhã e disse.

— Maria: Lamento por me ver naquele estado, filha. Extrapolei com o vinho. Mas a noite que tivemos não terminou boa, ainda tive um desentendimento com Heitor, juntou tudo, vocês dois e Estevão e deu no que deu.

Estrela deu de ombros depois de ouvi-la e disse, podendo entende-la.

— Estrela: Eu entendi que a noite foi difícil mamãe e que se eu pudesse beber, tinha feito o mesmo.

Maria cortou mais um pedaço de torta par sua menina, colocou no prato dela vazio e disse agora sobre o que ela tinha feito.

— Maria: Sei que não teria julgamentos vindo de você, meu amor, enquanto o que foi fazer buscando seu pai pelas minhas costas, é melhor que não volte a fazer filha. Para seu bem. Além do mais, não podemos fazer nada. Ele é seu pai e já provou. O que tem que fazer agora, é se comportar, não matar aulas e nem sair escondido de mim mais. Porquê essas coisas sim, podem fazer que você passe mais que um final de semana com seu pai. E imagino que não é isso que você quer, não é?

Estrela negou com a cabeça rapidamente e disse quase chorando de novo.

— Estrela: Não. Não, não quero. Vamos embora, mãe, vamos voltar pra Londres, por favor.

Maria suspirou com aquele pedido outra vez dela e a respondeu.

— Maria: Não vamos fazer isso agora filha, nem vamos fugir, nem temer seu pai, está bem? Não somos propriedades dele como ele pensa. Então vamos tentar esquecer tudo o que houve hoje e aproveitar a semana sem pensar mais nele. Além do mais temos algumas obrigações ainda pra fazer nela, como fazer seu novo documento.

Maria tocou no rosto de Estrela fazendo uma carícia e então horas mais tarde da noite, ela já dormia e Maria recebia uma visita.

Heitor chegava no apartamento dela. Maria precisava esclarecer coisas a ele, como o fato de Evandro ter feito dela herdeira dele, não querendo que aquela ação dele trouxesse mais problema a ela com ele. Que por isso ela queria cumprir o que na frente de Estevão havia dito, que leriam a carta que Evandro havia deixado a ela juntos. 

Não podia ter Heitor duvidando dela depois das insinuações de Estevão, não permitiria aquilo.

Que assim, da porta Heitor disse quando a viu.

— Heitor: Boa noite, senhora.

Maria deu um leve sorriso e disse, dando espaço para ele entrar.

— Maria: Boa noite, meu filho. Sei que já é tarde, mas não podia deixar que passasse hoje para conversarmos.

Ele entrou e ela encostou a porta, que então ele a olhando a respondeu.

— Heitor: Nem eu queria que passasse, senhora.

Heitor então olhou a mesinha, vendo uma carta em um envelope nela e sabendo que ela era o motivo do qual Maria o tinha chamado, ele disse.

— Heitor: Então é essa a carta de Evandro.

Maria assentiu com a cabeça e pegou a carta sentando de frente pra ele em uma poltrona e ele no sofá.

— Maria: Sim, filho. Como vê, ela ainda está fechada. Queria abrir na sua frente para lermos juntos e assim não ficar nenhuma dúvida que eu não fazia ideia dos planos de Evandro e muito menos, que quero que pense, que bom, você sabe, que eu e ele, nós...

Heitor suspirou, acreditava que Estevão tinha sim aqueles pensamentos com Maria e Evandro por puro ciúmes porque ele mesmo não podia ser capaz de acreditar que um velho como ele despertasse interesse em uma mulher como ela, que tudo tinha sim uma explicação e era pra tê-la que ele estava ali, que então ele disse, a tranquilizando

— Heitor: Eu acredito que não tenha tido nada com Evandro. Eu acredito no que vi aquela noite que fomos na casa dele também, senhora. Eu só quero agora entender porque ele te fez herdeira dele, será que só foi por ele ter nutrido todos esses anos algo pela senhora ou tem algo mais? Tem algo mais como o que te fizeram? Precisamos saber disso, eu quero saber.

Maria deu um curto sorriso entre alivio, mas também ainda desconfiada dos planos que Evandro tinha, que por isso, ela o respondeu também querendo saber o que ele pretendia com aquele plano de fazê-la herdeira dele.

— Maria: Acredito que sim, que pode ser pelos dois motivos filho, porque também penso nas palavras dele. Naquela noite que estivemos na casa dele, ele disse que a morte dele me ajudaria a chegar na verdade e desmascarar todos que com ele me destruíram há 15 anos, mas ele não me disse como eu faria isso. E agora ele morre e sou a única herdeira dele e até das ações que ele tinha nas empresas San Román.

Heitor quando a ouviu lembrou o que pensava enquanto dirigia até o apartamento dela. Com as ações que ele havia descoberto que Maria havia herdado de Evandro, ele havia entendido que era o que ela esteve precisando todo aquele tempo para conseguir ao lado dele buscar a verdade do que fizeram com ela, que por isso ele expôs achando que ela ainda não tinha pensado como ele.

— Heitor: As ações que terá agora, te fará ter acesso as empresas San Roman, senhora. Já pensou nessa hipótese?

Maria suspirou ficando de pé e colocando a carta de volta aonde estava. Tinha pensado sim sobre o que ele havia falado. Com o tempo que o esperou ali, ela conseguiu colocar em ordem seus pensamentos, que por isso ela disse, por ter ponderado aquela hipótese que era mais do que ela precisava para se infiltrar nas empresas San Roman e conseguir as provas que provaria o que se passava nela todos aqueles anos e a inocentaria.

— Maria: Sim, filho eu pensei nisso. Mas seu pai nunca aceitaria, se ele já pensava que quis rouba-lo e volto pra empresa e ainda dessa maneira, será capaz de pensar que sigo com esse plano ou até que planejei junto com Evandro tirar dele essas ações também, que eu nunca pensei que chegariam em minhas mãos ainda mais sua fortuna. Eu que rejeitei qualquer proposta asquerosa de Evandro e agora me vejo nessa situação que ele me colocou, como que só ele fosse minha saída, minha única opção.

Ela levou a mão nos cabelos e sentou com a mão na cabeça. Normalmente outra pessoa ficaria feliz por se ver milionária da noite pro dia, mas Maria não, não daquele jeito. Que então sentada no sofá alguns centímetros longe de Heitor, ele se aproximou dela vendo ela mostrar estando em uma luta, que por isso ele tocou em um ombro dela e disse.

— Heitor: Eu entendo a situação que está agora, senhora. Mas é o único meio que temos nesse momento para conseguir o que queremos, não é? E eu estarei com a senhora também para garantir ao meu pai que...

Maria o olhou soltando um sorriso sem vontade e completou as palavras dele que ele pareceu não ter coragem de completa-las.

— Maria: Que não roube nada? Também tem a questão de meu orgulho falando muito alto aqui Heitor. De um lado tenho a porta aberta que eu precisava pra entrar nas empresas San Román, do outro, eu teria que passar por cima de meu orgulho pra entrar nela tendo todas as desconfianças de Estevão sobre mim e ainda mais meu orgulho que não me faz querer essas ações por terem sido de Evandro, elas e sua fortuna são de um homem que ajudou me destruir e foi um ser asqueroso até o último dia de sua vida. Que dignidade eu teria de aceitar o que ele me deixou e ainda ter as desconfianças do seu pai como que eu fosse uma criminosa?

Maria respirou fundo depois de falar, e não aguentou querendo afago e encostou a cabeça no ombro de Heitor que ele não demorou para rodeá-la com os braços pra tê-la ali e dizer.

— Heitor: Eu sinto muito por ainda precisar buscar a verdade e estar agora nesse dilema, sinto muito também por tudo que está acontecendo com Estrela agora. Eu sinto muito por tudo isso, por ter ver em meio a cruz e a espada e não pode fazer nada, a não ser ansiar que a verdade apareça para que deixemos de viver nesse inferno, senhora.

Quando o ouviu Maria se afastou para mira-lo e tocou no rosto dele, lembrando da última ligação que tiverem e ela sem querer ter despertado aqueles sentimentos que com as palavras dele, ele mostrava novamente sentir, que assim ela disse.

— Maria: Não tem que sentir muito, filho. Nada disso, nada de meus problemas e dilemas são culpa sua. E eu quero pedir perdão por ontem filho, estava fora de mim, eu não queria que entendesse que eu me arrependia de ter voltado. Nunca, meu amor vou poder ter esse sentimento. Está aqui e segue comigo e isso faz tudo valer a pena.

Heitor sorriu e tocou nas mãos dela que estavam no rosto dele e disse, olhando nos olhos dela que cristalizavam em lágrimas.

— Heitor: Seus olhos desde da primeira vez me trazem verdades, transparência senhora. Não posso ir embora ainda que as vezes minha razão pede pra fazer isso, eu não posso fingir que tê-la aqui ao meu lado outra vez, não mexe comigo. Era o que eu sempre quis.

Maria sorriu agora se deixando chorar e o beijou em um lado do rosto dele com carinho, e depois o mirando novamente nos olhos, ela disse.

— Maria: Filho, meu amor. É você e minha Estrela que me dão forças de seguir lutando, sempre vou dizer isso a vocês. Obrigada por seguir aqui, meu amor.

Ela o abraçou e Heitor naquele abraço que ficou tempo suficiente que ele sabia que o faria chorar também, ele disse.

— Heitor: É melhor abrirmos a carta.

Maria então se afastou, limpando os olhos, sorriu e disse.

— Maria: Sim, meu amor. Vamos abri-la.

Ela então pegou a carta rasgou o envelope nervosa e depois disse por saber como Evandro era.

— Maria: Pode estar escrito algo que possa me constranger, é meu filho e...

Heitor entendeu o que ela queria dizer, que por isso ele disse na frente.

— Heitor: Eu vou esperar que leia primeiro senhora e veja o que tem nela.

Maria suspirou e querendo fazer aquilo de uma vez, ela disse.

— Maria: Certo. Eu vou ler em voz alta seja o que tiver nela.

Ela então desdobrou o papel e começou a ler.

Se essa carta chegou em suas mãos Maria, é porquê eu já morri e como havia prometido, minha morte a ajudaria chegar na verdade e já deve estar ciente como fiz isso, deixando minhas ações das empresas San Román e minha fortuna para a mulher que mais amei nessa minha vida, ainda que nunca fui correspondido, você Maria, morri a amando e desejando e não me arrependo disso. Eu te disse que tinha que deixar seu orgulho de lado para conseguir o que veio buscar com sua visita a mim, então siga meu conselho, porquê com as ações que te deixei, terá muito poder nas empresas San Román e o dinheiro, terá o mesmo poder que Estevão tem e usou contra você no passado. Então se delicie agora sendo milionária e acionista das empresas San Román que te expulsaram da forma que conhece, que eu de onde estiver estarei revirando em meu túmulo em pensar como agora estou, na reação de todos quando voltarem vê-la nas empresas. Sei que esperava provas do que te fizeram, mas estou te dando armas pra acha-las então as use com sabedoria. E cuidado Maria, muito cuidado, o que se passa nas empresas San Roman é muito mais perigoso do que pensa, tenho que recorda-la disso. Com amor, Evandro Maldonado.

Depois que leu Maria se levantou rápido nervosa e chorando. Não acreditava que só tinha aquilo ali de novo vindo de Evandro. Tinha o mesmo que tinha ido buscar indo na casa dele antes de morrer, nada, apenas palavras.

Que então nervosa, assim como Heitor que se levantou com ela, ela disse.

— Maria: Evandro me deu mais caminho pra andar! Nada concreto, nada por onde começar! Nada! Apenas uma decisão que se tomo, serei pior que ele! Eu vou acabar aceitando seu maldito dinheiro e essas malditas ações, por desespero!

Ela andou tocando os cabelos e Heitor passou a frente dela, parando ela, porque para ele o que tinha escutado que estava escrito naquela carta tinha a prova para pessoa que ele mais desejava que se unissem a eles, que então ele disse, tocando nos braços dela.

— Heitor: Ele deixou escrito com o próprio punho que de fato armaram contra a senhora! Tem que valer essa carta pra fazer com meu pai deixe que tome conta das ações que ele te deixou sem desconfiança e talvez que até se una a nós!

Maria deu um sorriso incrédula, totalmente incapaz de acreditar que Estevão faria aquilo e o respondeu alterada como estava.

— Maria: Não o conhece como eu conheço. O único papel que valeu para seu pai, foi o que tinha minhas fotos com um homem que eu nunca vi na vida e uma conta com o suposto dinheiro dele! E talvez eu nunca consiga provas tão fortes que essas, Heitor!

Depois de falar Maria uniu as mãos na boca, tinha falado alto demais e temeu que Estrela acordasse e soubesse o que se passava. Que enquanto ela parecia se render, Heitor buscando a força que ainda tinha e daria a ela, como ela sabia que só os filhos dela eram capazes de fazer isso com ela, ele disse.

— Heitor: Não pode desistir agora, senhora! Com tudo que passou agora que poderá ter as armas pra chegar na verdade, não pode desistir! Merece justiça! Eu mereço! Me tiraram minha mãe por 15 anos!

Maria fechou os olhos agora deixando só as lágrimas descerem querendo que seus pensamentos voltassem ao lugar, que então ela disse o respondendo quando os abriu.

—Maria: E me tiraram meu filho, você! Só você que me faz querer não abandonar tudo e deixar que Estevão siga acreditando que sou essa mulher que o traiu e o roubou, filho!

Ela respirou fundo outra vez e Heitor querendo acalma-la, disse, a levando até o sofá outra vez.

— Heitor: Vamos voltar a sentar e pensar em uma solução. Precisamos de uma estratégia. Se aceitar as ações, não pode chegar despreparada. Me disse que é perigoso, senhora, Evandro também nessa carta. Temo por sua segurança.

Maria sentou devagar no sofá e Heitor sentou ao lado dela, que depois que suspirou ela disse.

— Maria: Estive falando com Luciano antes mesmo disso tudo acontecer, e eu disse a ele que só preciso de provas, uma se quer e então entrego para as autoridades e eles fazem o resto.

E Heitor então querendo saber que provas seriam por desde que foram na casa de Evandro ter ficado pensando nelas, ele perguntou.

— Heitor: E se meu pai não está sendo roubado, que tipo de provas pensa em achar senhora?

Maria então suspirou e talvez pelo calor do momento e estarem expondo toda a verdade que tinham, ela disse.

— Maria: Eu tive a certeza o que de fato está acontecendo nas empresas de seu pai filho, pelo que Evandro me disse porquê eu já imaginava o que estava acontecendo lá dentro, como ele mesmo deixou escrito é bem maior, que Bruno, Demétrio, todos que cercam seu pai. Então eu só posso concluir que estão lavando dinheiro filho nas empresas San Román e que por trás existe uma quadrilha. Sempre há uma quando o crime é esse.

Heitor ficou calado se dando conta da gravidade da situação que passava bem abaixo do nariz de Estevão e até do dele. Que então depois de sentir que seu chão voltava, ele disse sério.

— Heitor: Se é isso, temos que contar ao meu pai, senhora! Temos que contar e agora mesmo!

Ele se levantou rápido e Maria também, dizendo.

— Maria: Do que adianta sem provas, filho? Seu pai acha que fantasio tudo e mais isso não seria diferente! Então não conte a ele! Ainda não!

Heitor não quis aceitar aquela condição, que então tentando argumentar, ele disse.

— Heitor: Mas, senhora!

Maria tocou nos braços dele e os alisando, ela tentou dizer pra trazê-lo a razão.

— Maria: Escute, filho. Eu vou achar uma maneira de conseguir essas provas e entregar para as autoridades, que será também a mesma busca para eu conseguir as provas de como eu cheguei naquele maldito quarto há 15 anos que mudou então nossas vidas. Mas não podemos fazer dessa forma. Entenda, seu pai por não acreditar em nós pode nos atrapalhar ou até pôr em evidencias o que pretendemos fazer aos verdadeiros culpados!

Heitor fechou os olhos respirou fundo e tocou no rosto de Maria, tocou conseguindo ver a alma dela através de sua íris, que então ele disse cheio de sentimentos e certezas.

— Heitor: E eu estarei com a senhora, mãe, não importa o que aconteça. Não importa.

Ele a abraçou e Maria nos braços dele, disse emocionada.

— Maria: Aí filho se soubesse o que acontece com meu coração quando me chama de mãe, me chamaria mais vezes.

Mais tarde. Heitor e Maria sentaram sobre o tapete do chão da sala. Na mesinha em frente deles, tinha pratos por comerem torta e copos, uma agenda e canetas.

Maria circulou o nome de Patrícia em uma lista que tinha na mão meditando. Se ela esteve por trás de tudo por dinheiro, aceitaria ela mais, em troca de falar o que sabia? Talvez o dinheiro de Evandro sim a ajudaria. Ela então suspirou fechando os olhos. Para aceitar aquela fortuna teria que passar por cima de seu orgulho e até de sua dignidade. Parecia até ironia do destino que ela estava vivendo. Evandro tinha posto tantas vezes a fortuna dele nos pés dela e ela havia tanto se negado aceitar, para agora chegar naquele ponto de precisar dela, como das ações da empresa de Estevão que havia ficado nada feliz com o fato delas poderem ser dela.

Maria então sentiu a cabeça de Heitor cair em um lado no seu ombro e ela olhou pro lado o vendo dormindo. Era tarde já passando da 1 da manhã, que por ele ter insistindo em ajudá-la pensar em como começar agir quando ela já fosse oficialmente dona das ações das empresas, não tinha ido ainda embora.

E ela então sorriu e tocou de leve no rosto dele. Não o mandaria pra casa para dirigir com sono como ele estava, mas o colocaria para dormir na cama, não como nos velhos tempos que ele ainda cabia nos braços dela, mas colocaria. Que então ela disse.

— Maria: Filho. Meu amor, você dormiu. Vem, vamos pra cama.

Heitor ouviu a voz de Maria como que se fosse um sonho. Nele, era acordado pela mãe para ir pra cama depois de ter dormido em qualquer canto, episódio tão normais entre pais e filhos que ele só viveu ao lado do pai.

Ele então levantou ainda sonolento depois de Maria tirar o que ele tinha no colo e o guiou pela mão até o quarto dela. O colocaria na cama dela para dormir, enquanto ela dormiria com Estrela.

Heitor então já no quarto dela, deitou na cama gemendo exausto e Maria disse baixo.

— Maria: Eu vou tirar seus sapatos e o que tiver no bolso para que durma mais confortável, filho. Com licença.

Heitor abriu mais olhos vendo aonde estava e tentou dizer querendo se levantar.

— Heitor: Esse é seu quarto, não posso dormir aqui, senhora.

Maria fez ele deitar novamente levando a mão no peito dele e disse.

— Maria: Pode sim, vou dormir com sua irmã. Não se preocupe, querido.

Ela deixou os sapatos dele cair no chão depois enfiou a mão dentro de um bolso da calça dele e tirou as chaves do carro e uma carteira, depois passou pra outro, pegando o celular dele, quando ela pegou, ela conseguiu ver na tela chamadas perdidas com o nome pai e Vivian. Sem mexer em nada, ela pôs o celular no móvel ao lado da cama com as chaves e a carteira dele e depois o cobriu e por fim, o beijou na cabeça o vendo se ajeitar de lado na cama dela e de olhos fechados.

Que então sorrindo, ela disse.

— Maria: Boa noite, meu amor. Durma com os anjos.

Ela então caminhou até o closet, tirou um pijama limpo e depois buscou uma toalha no banheiro, juntou alguns objetos pessoais, como um hidratante pra pele e rosto e uma escova de dentes e cabelo e saiu do quarto.

E meia hora depois ela se aninhava juntando Estrela nos braços dela, com um leve sorriso no rosto. Tinha os dois filhos dela bem perto, que apesar do dia desgastante que havia tido para ela só por aquele momento, havia válido a pena.

Três dias depois...

“Maria, me atenda! Tem que me dar logo uma resposta sobre o que decidiu em questão das ações de minha empresa! Não pode me deixar no escuro a espera de sua boa vontade!

Maria depois de ler a mensagem de Estevão jogou o celular dela pra dentro de sua bolsa.

Ela saia de um cartório pela manhã, ao lado de Estrela que estava bicuda. Acabavam de tirar uma nova carteira de identidade dela e agora ela tinha o San Román no nome.

Que então depois de entrarem no carro, ela disse.

— Estrela: Eu vou negar que sou uma San Román até o final dos meus dias.

Com ela sentada no banco de trás, Maria a ouviu e depois a viu mexe no celular. Os dias estavam passando naquela semana, e o humor da adolescente estava ácido, o que Maria só tentava ter paciência com aquela semana que não estava sendo fácil pra ela e nem o fim dela seria, já que se aproximava o dia dela ter que passar sua primeira noite com Estevão. Ou melhor já seria no dia seguinte, por já estarem em uma sexta-feira.

Que assim ela disse.

— Maria: Você pode pegar a terceira aula ainda na escola. Quer ir, ou voltar pra casa?

Estrela suspirou pensando que ela entre os amigos esqueceria dos seus problemas e então disse.

— Estrela: Quero ir pra escola. Assim esqueço meus problemas, ao lado da Maggie e Greco.

Maria buscou virar pro lado dela e disse.

— Maria: E ao lado meu, não?

Estrela deu de ombros e a respondeu.

— Estrela: Não. Porque se me escutasse e fôssemos embora, eu não teria que ir obrigada pra casa de Estevão.

Maria suspirou se virando para pôr seu cinto e sair de onde estavam e a respondeu sem olha-la.

— Maria: Não sei quantas vezes ainda vou ter que dizer que isso não será possível para que pare de me cobrar isso, filha.

E Estrela então revoltada disse.

— Estrela: Um monte de vezes! Mil vezes que nunca vou aceitar! Eu não quero ir pra casa daquele homem, eu não quero!

Estrela começou chorar e Maria que já ia ligar o carro, suspirou preocupada com ela e então ela disse.

— Maria: Eu não vou te deixar assim na aula, filha. Vamos embora, te deixo com Marta e peço para que ela te faça um cházinho.

Estrela limpou as lágrimas e depois de cruzar os braços e virar o rosto pro lado da janela, ela disse se queixando.

— Estrela: Não quero ficar com ela. Se não pode ficar comigo, como sempre, desde que chegamos aqui, então quero ficar sozinha!

Maria respirou fundo agora buscando se virar para olha-la direito, pra responde-la agora mais séria.

— Maria: Eu sempre trabalhei, filha. Sempre estivemos juntas, mas enquanto eu trabalhava, você estava na aula ou com uma babá, não entendo suas queixas agora.

Estrela bufou agora vendo Maria ligar o carro e a respondeu fazendo drama.

— Estrela: É que aqui trabalha mais! Trabalha mais e eu tenho que dividi-la com um monte de gente. Daqui a pouco eu vou ter que agendar horário pra ficar com minha mãe!

Maria buscou olha-la agora dirigindo pelo espelhinho do carro, que então ela disse.

— Maria: Está querendo descontar sua raiva em mim já entendi, minha querida. Mas sabe, eu não vou me estressar com você porquê te amo e entendo que tudo que está passando está sendo difícil.

Estrela ficou sem silêncio e ela seguiu dirigindo.

Enquanto nas empresas San Roman

Estevão bateu a mão na cadeira a frente de sua mesa, quando mais uma vez ligou pra Maria e ela não atendeu.

Aquele assunto das ações o tinha fora de si. Demétrio, Alba e Bruno, estavam na cabeça dele, jurando que Maria tentaria agora tomar o lugar dele nas empresas por ter ações, não tão altas no valor como a dele, mas no mesmo peso naquela empresa.

E tinha duas partes dentro dele que brigavam entre si, mas que a maior que o fazia lembrar da falsa tentativa dela de desfalcar a empresa tinha mais poder na mente dele. Que ele pensava que seria motivo de piada, sim seria se Maria aceitasse as ações como pensou que seria se no passado perdoasse a traição que ele cria ter vindo dela.

Ele suou tirando o terno que usava com o calor que sentia fazendo que o ar-condicionado de sua sala servisse pra nada e sentou por trás de sua mesa.

Os dias de glórias pra ele, pareciam não existir nos dias de lutas que estava tendo desde do regresso de Maria. Ele fechou os olhos jogando a cabeça pra trás sentado na cadeira e recordou de um de seus dias de glória, o que era de Maria sendo mais uma vez dele. Ele fechou a mão a frente da boca, tendo imagens do rosto dela recebendo todo prazer quer ele deu a ela. Daria tudo pra ter qualquer outro momento como aquele outra vez com ela. Não era só desejo, era necessidade de tê-la pelo menos ali entregue a ele, sentindo que ela era dele. O telefone da mesa dele tocou o despertando de seus devaneios, que então ele disse.

— Estevão: Pronto.

— Lupita: Senhor San Román, é a senhora Maria na linha 2.

Estevão bufou se perguntando porque ela não ligou pra ele no celular que tinha várias ligações dele, que então ele disse.

— Estevão: Passe a ligação Lupita e não passe nenhuma mais.

E Maria que dirigia agora voltando para o trabalho depois de ter deixado Estrela em casa com Marta, disse.

— Maria: As 16 horas estarei aí com minha resposta, Estevão.

Estevão respirou fundo e a respondeu se movendo inquieto em sua cadeira.

— Estevão: Achei que me ligaria com ela. Chega de enrolar, Maria. Esse é um assunto sério!

E Maria sabendo que a decisão que tinha tomado a faria passar por mais uma prova de fogo, ela o respondeu ciente do peso que ela tinha.

— Maria: Não estou enrolando, Estevão. Mesmo que não acredite, eu não pedi para ser herdeira de Evandro muito menos dessas suas malditas ações.

Estevão respirou fundo, se levantou e mirando sua janela ele disse cheio de ironia.

— Estevão: Deve ser muito doloroso se ver milionária da noite pro dia e ainda ser dona de ações de uma empresa como a minha.

Maria parou no sinal. Tinha o celular conectado no bluetooth do carro. Que assim, ela rebateu as palavras dele que levou aqueles 3 dias para aceitar que as peças do jogo haviam mudado ao favor dela e que ela devia usa-las sem consideração a ninguém que não teve com ela, principalmente quem ela falava na linha.

— Maria: Doloroso não meu querido, apenas estava sendo difícil de acreditar que agora o jogo virou, que posso ter minha conta bancária como a sua e ações de uma empresa que fui incriminada injustamente. Mas olha como é a vida, um dia é da caça outro do caçador, não é mesmo Estevão?

E Estevão entendendo pelas palavras dela qual decisão ela tinha tomado ele disse, nervoso.

— Estevão: Então você vai aceita-las? Vai infernizar minha vida aqui também? O que eu te fiz Maria!

Maria riu agora achando graças das palavras de Estevão e o respondeu se sentindo revigorada para aquela nova fase em sua busca da verdade.

— Maria: Eu pretendo infernizar quem me incriminou aí dentro, agora farei o mesmo com você se tentar atravessar em meu caminho, Estevão!

Estevão então bufou todo vermelho andando em sua sala e disse.

— Estevão: Já estou avisando que minha empresa não será palco para suas fantasias, Maria!

Maria então não querendo permitir que ele ditasse as regras de como ela agiria ciente do poder que ela também teria estando de volta nas empresas San Roman com as ações de Evandro, disse.

—Maria: Nossa empresa Estevão! Nossa! Porque assim que eu tomar posse dessas ações, serei tão importante aí dentro quanto você!

Ela quase gritou suas palavras cheia de raiva e Estevão se sentindo de novo o derrotado da história, disse.

— Estevão: Está gostando de ter esse triunfo nas mãos, não é? Claro que está! Mas se vai fazer da minha vida difícil aqui dentro também Maria, vou fazer o mesmo contigo!

Maria então pronta para desligar a ligação, apenas disse, ciente que agora teriam outro campo de batalha.

— Maria: Que comece nossa guerra dentro das empresas San Román também, Estevão!

Maria desligou a ligação e as horas foram eternas pra Estevão que esperou impacientemente por ela.

Que então, depois Maria já saia do elevador da empresa, tocando os cabelos de lado e quando botou os pés pra fora dele, Leonel a viu, sorriu e parou pra falar com ela, dizendo.

— Leonel: Boa tarde, Maria. Avisaria a Heitor que está aqui, mas ele não está.

Maria sorriu pra Leonel e o respondeu, enquanto ele a olhava todo bobo.

— Maria: Dessa vez vim ver o pai dele, Leonel.

Leonel sorriu mais e comentou.

— Leonel: Ah, sim. Nesse caso Estevão está e está com um humor dos infernos. Gosto do pai de Heitor até como pai, mas acho que ele devia sorrir mais pra vida.

Maria revirou os olhos sem entender como tinha se apaixonado por ele no passado ou melhor sem lembrar se ele era aquele homem azedo quando se casaram. Que então ela disse o vendo como agora ele era.

— Maria: Deveria, mas ele é incapaz disso. Bom, eu já vou. Até logo Leonel.

— Leonel: Até logo Maria.

Leonel ficou como bobo olhando Maria de costa falando com Lupita, ficou ali até que ela entrou na sala de Estevão.

E Estevão já de pé encostou a porta assim que Maria passou por ela.

Ele suspirou alisando a testa vendo ela adentrando mais na sala e disse, fingindo uma paciência que não tinha, mas querendo achar uma solução que o favorecia naquela questão como esteve querendo achar todos aqueles dias.

— Estevão: Vamos tentar fazer um acordo Maria em relação a essas ações. Eu as compro de você, pelo valor que quiser, hum. O que me diz?

Maria deixou a bolsa que trazia sobre a mesa dele, deu um sorriso sarcástico depois que o ouviu, pensando que esteve falando grego todo aquele tempo pra Estevão ter sido capaz de pensar naquele acordo com ela e disse.

— Maria: Ainda não entendeu do porquê estarei aceitando tomar posse dessas ações, não é Estevão? Não farei isso pelo dinheiro, farei por meu filho e por mim que merecemos justiça pelo que fizeram a nós!

Estevão então bufou e a respondeu agora irritado.

— Estevão: Deixe disso, Maria! Já tem Heitor completamente ao seu lado. Não me traga mais problemas, por Deus, mulher.

Maria levantou a cabeça sendo incapaz de fazer o que ele queria, que então ela disse firme e sem intenção de voltar atrás em sua decisão.

— Maria: Sinto muito. Se te trazer mais problemas é estando aqui, te trarei Estevão. Então já se prepare, que a partir da semana que vem, quero ser apresentada em uma reunião como a nova acionista dessa empresa, com uma sala, poder e voto nas reuniões do conselho!

Estevão respirou fundo vendo que Maria estava bem direcionada no que queria, que então ele disse.

— Estevão: Vejo que já está bem aconselhada em relação ao poder que essas ações te darão, hum. Faz até exigências!

Maria suspirou. Já tinha trabalhado ao lado dele ali com um cargo importante, mas sem renumeração muito menos ações que ela havia rejeitado quando um dia ele quis presenteá-la. Que agora voltando estar em uma situação diferente ali, ela disse ciente do que falava e exigia sim.

— Maria: Para isso me serviu o tabelião de Evandro para ficar por dentro de tudo que agora terei direito com meu regresso as empresas, Estevão. Agora, boa tarde, só vim dizer pessoalmente o que deixei claro em nossa ligação.

Ela foi dar meia volta para sair pela porta que entrou, mas ele pegou no braço dela e disse a olhando nos olhos.

— Estevão: Com você aqui dentro outra vez vai reacender lembranças do nosso passado que se reacendê-las e eu também vou querer revive-las, Maria.

Ele baixou o olhar para o lábio dela e depois voltou olha-la nos olhos. Maria sabia que agora ele mudava todo assunto que tinham com aquela conversa e o clima que estavam para falar do passado de paixão que tiveram e que viveram também ali aonde estavam, que negando que lembrava do que ele falava, ela disse.

— Maria: Não sei de que lembranças fala se fiz questão de apagar qualquer lembrança do seu amor falso que disse sentir por mim, até dentro dessas 4 paredes, Estevão.

Estevão sorriu de lado, descendo uma mão nas costas dela, a trazendo mais pra perto e a outra ainda segurando o braço dela e disse.

— Estevão: Não acredito que esqueceu tudo assim. Como disse, essas 4 paredes também foram testemunhas de muitos momentos nosso de amor e de paixão. Do meu amor, pelo menos, hum.

Ele depois de falar, agora segurando ela nos braços lhe beijou no meio da testa, Maria o olhou estranhando aquele gesto como antes a mudança de assunto dele, que então ela disse, agora de cabeça erguida para mira-lo nos olhos.

— Maria: Paixão na qual morreu Estevão, enquanto o amor não vamos entrar nessa questão outra vez. Que tanto ele quanto a paixão que um dia vivemos aqui, já não existe mais.

Ele ficou calado frouxando o toque nos braços dela, o que fez ela sair do garre dele, mas ele depois de recobrar a razão, a pegando por um braço de novo com ela de costa para ele, disse.

— Estevão: Como pode dizer isso, se já voltamos reviver essa paixão, hum? A última vez por exemplo, teve tanta que meu carro se tornou pequeno.

Ele riu cheirando os cabelos dela e pescoço e começou beijar ali, entre a pele dela sem larga-la, que então Maria ainda convicta que não se renderia mais, disse.

— Maria: Não permitirei mais que meu corpo me traia que me coloque em perigo, depois do que me fez, Estevão. Então me solte agora ou farei um escândalo!

—X : Ah, me desculpem, não sabia que estava ocupado Estevão.

Estevão e Maria então olharam pra porta vendo Ana Rosa nela. Estevão ficou todo vermelho de raiva pela intromissão que faria Lupita ouvi-lo e Maria puxou o braço dela com força do agarre dele se afastando.

Ela mediu Ana Rosa da cabeça aos pés e depois fez o mesmo com Estevão. Por fora, se manteve firme, mas por dentro se sentiu abalada por deduzir por aquela simples intromissão que cruzava com mais uma mulher que Estevão foi capaz de ter na ausência dela. Era apenas duas mulheres, que ela pensava que teria mais em uma lista infinita delas, que pensar nisso fez o corpo dela esquentar de ódio não só dele, mas dela mesma que não tinha sido capaz ao menos ter sexo com outro homem todos aqueles anos, mesmo que não fosse amor, que em troca ela já havia cruzado com duas que passaram na cama dele.

Estevão apenas com o olhar de repulsa que tinha vindo de Maria, sabia o que ela pensava. Era claro. Uma mulher como Ana Rosa ter intimidade de entrar daquele modo dentro da sala dele e vestida como se fosse pra uma festa que não era para falar de negócios que ela estava ali era porquê tiveram algo, mas o que ela não sabia era que a última vez que se viram, ele não foi capaz de ter ao menos uma ereção.

Que quebrando o silêncio que os 3 estavam, Maria disse, fria e querendo sumir dali o quanto antes.

— Maria: Te deixo para que desfrute da sua companhia, Estevão.

Ela mediu Ana Rosa mais uma vez e saiu pela porta e depois, Estevão disse irritado, olhando para Ana Rosa.

— Estevão: Não devia ter entrado assim na minha sala, Ana Rosa! A propósito o que faz aqui, hum?

Ana Rosa então depois ter observado Maria sair pela porta, ela o respondeu.

— Ana Rosa: Eu não vi sua secretária na mesa dela, então arrisquei em chamá-lo. Não sabia que tinha companhia, Estevão. E quem era a mulher que estava aqui? Ela pareceu me queimar com os olhos.

Estevão então suspirou olhando a porta e a respondeu.

— Estevão: Ela é a mãe dos meus filhos.

E Ana Rosa sabendo toda história que ele teve com Maria e o regresso dela, ela disse.

— Ana Rosa: Então ela é a famosa, Maria?

Estevão assentiu indo até a mesa dele, dizendo.

— Estevão: Sim é ela. E é melhor que fique longe dela e de tudo isso.

Maria dirigia de volta pra casa. Enquanto dirigia, pensava na mulher que viu entrar no escritório de Estevão. Tinha tanta raiva que sua mão segurava com força o volante, que então assim dirigindo, ela ouviu seu celular tocando que apertando um botão no painel do seu carro, ela o atendeu e Vivian que deixava a firma de advogados e estava do outro lado da linha, disse.

— Vivian: Vamos na confraternização hoje do escritório, Maria. Te pego no seu apartamento.

Maria sentindo incapaz de aceitar aquele convite ainda por sentir como estava, furiosa com ela mesma, ela disse desejando ficar sozinha, mas com umas taças de vinho como companhia.

— Maria: Eu não estou pra clima pra confraternizar com ninguém, Vivian. Sinto muito.

E Vivian então não aceitando aquele não e a voz dela de desânimo, ela disse.

— Vivian: Nossa, Maria que falta de ânimo e mal humor é esse. Vamos vai, sei que você está precisando beber e uma hora terá que estar uma confraternização com a gente.

Maria revirou os olhos sabendo que podia muito bem beber sozinha como tinha feito, que então ela disse.

—Maria: Eu já fiz isso essa semana e sozinha, mesmo que no final não tenha dado muito certo, Vivian. Então não quero ir.

Vivian bufou desejando uma amiga não só para sair, mas também pra ouvi-la que resolveu dar outra escolha a Maria, dizendo.

— Vivian: Então eu vou no seu apartamento, eu bebo e você fica olhando. Pronto. Estou precisando conversar sobre o boy que estou pegando.

Depois de ouvi-la Maria não pôde não sorrir, que então ela disse esquecendo o modo que tinha ficado ao sair da sala de Estevão.

— Maria: Vivian se esse boy ainda é meu filho é melhor falar com outra pessoa. Eu sou tecnicamente sua sogra.

Vivian então suspirou desanimada trancada dentro do seu carro e disse.

— Vivian: É ele sim, Maria. Vamos, você me deixa falar um pouco dele e eu deixo que você fale do seu ex. Troca de favores.

Ela sabia como mulher que certamente Maria precisava desabafar também sobre o pai de Heitor, que dando a ela aquela opção, ela ouviu Maria dizer, dando razão ao que ela pensava.

— Maria: Não tenho nada pra falar daquele mentiroso, sínico, manipulador, sem vergonha que é o pai dos meus filhos e ainda assim eu fui estúpida o suficiente de voltar cair nas garras dele, Vivian. O pior de tudo é eu só ter sido capaz de cair nas garras dele enquanto ele esses anos todos, tinha outras mulheres e eu não consegui se quer ter alguém de verdade!

Quando terminou de falar, Vivian pôde ouvir Maria puxar o ar do peito para recupera-lo depois daquele seu desabafo que ela fez em segundos e quase sem respirar, que por isso, ela disse.

— Vivian: Vejo que não é só eu que precisa sair pra esfriar a cabeça.

Maria então ficou quieta, até que suspirou e disse.

— Maria: Está bem eu vou dessa vez confraternizar com vocês, Vivian.

Vivian sorriu largamente e disse animada.

— Vivian: Ótimo, Maria! Nos vemos logo mais. Beijos, amiga!

 


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