Falso amor escrita por EllaRuffo


Capítulo 27
Capítulo 27




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Oi lindonas. Mais um capítulo pra vcs, que como eu avisei vai ter outros conforme eu for revisando.

Maria suspirou, certa que seria mais difícil do que ela pensava, de manter Heitor longe de tudo.

Estrela voltou pra mesa e sentou grudadinha a Maria. Heitor sorriu de lado, ele sabia que aquela era a "tática" dela de marcar território, mostrando assim que ela havia falado sério quando citou o ciúme que tinha da mãe deles.

Depois do almoço os 3 foram em uma praça caminhar naquela tarde tranquila de sábado. Heitor ficou olhando Maria e Estrela comprando sorvetes com um senhor, que de mãos no bolso ele pensou em Estevão, em como seria se os 4 tivessem ali.

Maria voltou com 2 sorvetes de casquinha na mão de sabor misto de creme e chocolate, enquanto Estrela tinha um de morango. Que assim, ela deu um para Heitor sorrindo, tirando ele assim de seus pensamentos.

— Maria: Tome, meu amor. Não sei qual sabor gosta, então pedi um que tem dois, como o meu.

Heitor sorriu de lado pegando o sorvete e disse.

— Heitor: Gosto desse também. Obrigado, senhora.

Eles começaram caminhar lado a lado depois, Estrela olhou os dois andando, chupando o sorvete deles e conversando, que minutos depois, ela passou o meio deles pra ficar no meio de ambos, dizendo.

— Estrela: Meu sabor de sorvete preferido, é de morango com calda de chocolate como esse aqui.

Ela lambeu o sorvete e Heitor, lembrando quem mais tinha preferência naquele sabor de sorvete, disse, rindo.

— Heitor: De nosso pai também é esse sabor preferido, Estrela.

Estrela olhou pra Maria de cara feia, quando ouviu Heitor. Maria sabia que Heitor não seria capaz de apoiar o que ele já andava percebendo, que era a rejeição que Estrela tinha por Estevão. Heitor parecia estar disposto a fazer o que ela se julgava incapaz, que era unir filha e pai, citando Estevão para Estrela sempre como podia. E ela o entendia, tinha um filho de coração nobre, mas temia que Estrela em algum momento não entendesse e se estranhassem por isso.

As horas passou. Eram 19:00 da noite quando o celular de Maria tocou, com ela tranquila já em seu apartamento com Estrela.

Ela então atendeu reconhecendo o número e disse grossa.

— Maria: O que quer agora, Estevão?

Estevão suspirou dentro do seu carro a frente do condomínio dela e a respondeu sério.

— Estevão: Estou aqui de frente a onde mora a sua espera, para irmos juntos até a casa de Evandro. Então desça, Maria!

Ele falou grosso, já que não pedia, simplesmente exigia que ela descesse. Havia passado o resto da tarde sozinho, pensando e desejando que a noite caísse logo para que estivesse ali, agora não dando escolha para Maria de não ir com ele na casa de Evandro. Ele havia tido tempo suficiente para se martirizar com a imagem que viu dela com os filhos dele e também de remoer o que Heitor e ela haviam dito a ele sobre Evandro. O que ele desejava ainda comprovar se era verdade, se era verdade que todo aquele tempo teve mais um amigo traidor que cobiçou a mulher que ele chamou de esposa e amou para todos verem. Que por isso, pensava que não podia deixar que o dia terminasse com aquele assunto pendente.

Maria que dessa vez encostou a porta do quarto dela, tendo Estrela vendo televisão na sala, o respondeu decidida que não faria o que ele queria, ainda por lembrar o porquê ele voltava insistir naquele tema.

— Maria: Eu disse que não ia a lugar algum com você, Estevão. Não vou com você na casa de Evandro só para que confira se digo a verdade ou não, sobre seu amigo assediador.

Estevão respirou fundo. Tinha que fazer Maria aceitar sua proposta de irem a casa de Evandro. Tinha que fazer para o bem de sua sanidade, que então ele disse por lembrar das palavras dela pela manhã.

— Estevão: Não quero só tirar a limpo essa história, mas também a que diz que é inocente. Ou não quer que eu, ao menos acredite que Evandro possa ter algo haver com o que houve no nosso passado? Já que Heitor também me disse, que foi atrás dele por exatamente isso, por ele estar no nosso passado. Se quer que eu faça isso, você vai comigo, Maria.

Maria respirou fundo pensando nas palavras de Estevão. Ficou em silêncio em dúvida se era um jogo dele e se faria o que ele queria. Pela manhã havia se ilusionado com ele, mas depois entendido seus reais motivos do porquê ele queria ver Evandro, que naquele momento não queria cair naquela ilusão outra vez. Mas por outro lado pensou nas palavras de Heitor também no almoço que teve com ele e nas de Luciano. Ela estava sozinha. Ia sozinha desmontar uma suposta quadrilha que lavavam dinheiro, que então como ficou tempo suficiente em silêncio para Estevão estranhar, ela o ouviu.

— Estevão: Segue aí, Maria? Eu não tenho mais nada a perder indo, a não ser mais um amigo que me traiu, se consigo tirar de Evandro seja o que for que foi buscar indo com Heitor na casa dele, Maria. Decida de uma vez se vai ser capaz de ir comigo ou não.

Maria então suspirou ao ouvi-lo, sentindo que era o que necessitava ouvir para tomar sua decisão. Decisão que a fazia se ilusionar de novo. Evandro tinha dado nada a ela, a não ser palavras sem provas e ainda a atacado como um velho asqueroso que ele era e que ela apostava que ele não seria capaz de fazer a frente de Estevão, que ela com sorte ousou confiar na raiva que ele poderia ter que podia fazê-lo falar algo que ela realmente pudesse usar para limpar o nome dela.

Que então, ela disse.

— Maria: Está bem, eu vou. Mas não podemos demorar tanto, tenho uma filha de 15 anos que é minha responsabilidade, Estevão.

Estevão deu um sorriso por ter conseguido fazer ela aceitar a proposta dele e depois de suspirar, ele a respondeu.

— Estevão: Como quiser. Estarei te esperando.

Maria desligou o celular e foi até Estrela que via televisão na sala, deitada no sofá e com o celular na mão. Que assim que ela viu Maria, ela perguntou sobre o que mais gostavam de fazer quando tinham uma noite tranquila como a que iam ter.

— Estrela: Vamos pedir pizza de novo ou fazer pipoca para vermos um filme juntas?

Ela sorriu ficando de pé e indo abraçar Maria com os braços em volta do pescoço dela. Maria a abraçou de volta, dando um beijo no rosto dela e depois a afastou pronta para acabar com aquele programa que teriam de final de uma noite de sábado. Que então ela disse.

— Maria: Eu vou ter que sair, meu amor. Mas pode pedir uma pizza se quiser. Quando eu chegar, comeremos juntas.

Depois de falar, Maria torceu que Estrela não fizesse tantas perguntas, que uma veio logo depois dela fechar a boca.

— Estrela: E aonde vai, mamãe? Achei que hoje passaria o dia de folga de tudo. É sábado!

Maria tocou nos cabelos. Não queria dizer a filha aonde ia principalmente com quem. Que então, ela girou o corpo indo em direção ao quarto dela, dizendo.

— Maria: Eram esses meus planos, meu amor. Mas aconteceu um imprevisto e vou ter que sair.

Estrela passou a frente dela, parou e cruzou os braços fixando os olhos nela desconfiada e disse.

— Estrela: Que imprevisto é esse, que parece estar fugindo de mim? Vai sair com Heitor de novo?

Maria pegou nos braços dela, a tirando do caminho e seguiu seu caminho, que entrando no quarto sendo seguida por ela, ela disse.

— Maria: Não é com ele. Mas tem coisas importantes que tenho que fazer, que você não precisa saber filha. Então já deixe de me interrogar.

Ela parou a frente da cama, fazendo Estrela trombar nela e voltou a dizer, indo até sua bolsa que estava em cima de sua cômoda.

— Maria: Se optar pela pizza, o dinheiro você pega aonde sempre deixo ou use o cartão que tem, está bem? Prometo que antes que durma, estarei aqui. E por favor se comporte na minha ausência, porque não posso chamar Marta em cima da hora pra ficar com você.

Quando a ouviu, Estrela bufou e disse, vendo Maria largar a bolsa na cama, sentar e trocar as sandálias que usava por um sapato de saltos que estavam largado no canto no chão.

— Estrela: Eu já sou uma moça, não preciso sempre ficar com uma babá, mamãe. Vai que eu me viro.

Estrela então saiu porta a fora rindo, por apreciar agora o fato que ficaria sozinha.

Maria ficou de pé e pegou a bolsa dela, pôs sobre o ombro e parou em frente ao espelho de sua penteadeira. Ela usava um conjunto de roupas, rosa bebê, saia e terninho por cima de uma blusinha preta, que ela passou a mão alisando o que vestia, depois pegou um batom vermelho e reforçou a cor nos lábios com ele, quando fez, ela tocou nos cabelos arrumando eles com os dedos e girou nos saltos para sair do quarto, quando lembrou já na porta, que tinha na cômoda dela que antes esteve sua bolsa, uma cartela de anticoncepcionais.

Nos dias passados, Maria tinha ido a ginecologista, havia marcado uma consulta com uma nova médica uma semana depois que tinha voltado ter sexo, que então depois de uma conversa franca que ela teve com a profissional, a médica havia receitado anticoncepcionais como método contraceptivos a ela, mas a incentivado como o dever de médica ela se prevenir com preservativos também, o que fez Maria se sentir uma jovenzinha ao ter que voltar ouvir na fase de sua vida que já estava, conselhos de como prevenir doenças sexualmente transmissíveis e gravidez.

Mas negando revoltada consigo mesma durante todos aqueles dias que voltaria estar com Estevão ou qualquer outro homem, Maria não havia tocado nos anticoncepcionais, mas que como um alerta seus pensamentos o levaram nele por estar indo encontrar Estevão. O que a fez ficar com raiva de novo de si mesma, que então ela sacudiu a cabeça pensando que iria na casa de Evandro e nada passaria depois entre eles, ela não permitiria.

E assim ela saiu porta fora do quarto.

E quase 30 minutos depois, Estevão conseguiu ver ela saindo do condomínio que morava, ela parou na calçada buscando olhar o carro dele e ele então deu um alerta piscando os faróis da frente do carro para ela ver qual carro ele estava. Quando ela viu, atravessou a rua e Estevão saltou do carro dele, ansioso demais para esperar ela chegar perto.

Em pé em frente a porta do seu carro, ele suspirou de mãos no bolso da calça quando a teve de frente pra ele e ela fez o mesmo. Ambos em silêncio, com os mesmos pensamentos por estarem sem se ver todos aqueles dias e ainda mais depois de terem compartilhado de um momento tão íntimo como o sexo que tiveram depois de 15 anos separados e tão perturbador por ser exatamente depois de tanto tempo e ainda com eles cheios de ressentimentos do passado ainda bem vivo.

Que assim de frente pra ele, Maria parada, observou como ele parecia estar bem, o olhar sério pra cima dela, o peito estufado e ele vestido com uma blusa de tom claro e dobradas até seu antebraço com uma gravata e abaixo vestindo uma calça preta. Ela suspirou de novo quando seus olhos voltaram olhar o rosto dele, os cabelos dele pareciam que ele tinha passado as mãos mais de uma vez enquanto a esperava. E ela só pensou com aquele breve análise, que ele era tão desgraçadamente lindo e não podia negar, mas também pensava que não voltaria assumir essa verdade de voz alta. Enquanto, Estevão parecia duro diante dela, mas só por fora, porque com suas mãos ainda no bolso lutava para mantê-las aonde estavam para não puxa-la de uma vez para os braços dele e beija-la. Ele a via toda linda como sempre era e aparentemente muito bem depois de passarem aqueles dias sem se verem, que para ele havia sido como o inferno. Pensar assim, o fazia lembrar de cada momento vivido com ela desde da última vez que a viu. Poucos dias que para ele, foram também como uma eternidade.

Que assim quebrando aquele incomodo silêncio, Maria disse depois que arranhou sua garganta e levou uma mão no pescoço.

— Maria: Já podemos ir.

Estevão despertou de seus pensamentos ao ouvi-la e com a voz mais brava que gostaria, ele disse com o mesmo olhar que antes sustentava expressando toda sua indignação com o que ela tinha feito.

— Estevão: Como foi capaz de se atrever a fazer uma denúncia contra mim só pra me ter afastado, Maria? Porque eu e você sabemos que foi isso que fez! Teve medo que o que fizemos e você muito bem gostou, se repetisse!

Maria ergueu a cabeça empinando o nariz e depois torceu os lábios. Não queria falar do que tinham feito, não queria lembrar ainda que diante dele novamente era quase impossível. Que assim, cruzando os braços com sua bolsa entre eles, ela disse brava.

— Maria: Pensei que íamos só falar sobre nossa visita a Evandro, mas se vai falar disso é melhor eu voltar para meu apartamento.

Ela se virou ameaçando ir embora, mas Estevão mais rápido pegou no braço dela e disse.

— Estevão: Vamos falar disso e de muito mais coisas, minha querida. Foram quase um maldito mês que não a via. Temos muito o que falar!

Sem larga-la, ele deu mais um passo se colando no corpo dela com ela de costa para ele e beijou a cabeça dela, fechando os olhos em seguida. Ali, ele respirou puxando o ar do seu peito e depois aspirando o cheiro dos cabelos dela. Maria abriu a boca fechando os olhos também, não foi capaz de afasta-lo nem de puxar o braço que ele mantinha firme segurando. A mente dela a traindo, levando para o prazer que voltou a sentir com ele. Que depois de decidir que não deixaria o desejo de querer voltar a sentir o que havia sentido com ele com aquelas lembranças que ela sabia que podia despertar nela, ela puxou o ar do peito e conciliou sua reposta, do porquê havia feito o que ele a condenava.

— Maria: Invadiu aonde eu moro mais de uma vez, Estevão. Eu tinha que fazer algo. Mas me solte, que se vamos começar assim, não irei a nenhum lugar mais.

Estevão então a soltou e ela se virou pra ele. Agora com os dois se olhando de frente outra vez, Estevão desceu seu olhar para boca de Maria e teve vontade de beija-la de novo, e se determinava que até o final da noite iria fazer, porque ele sabia que se fizesse aquele momento correria o risco dela mudar de ideia e ir dali mesmo.

Que assim, em seguida, ele deu a volta no carro pra estar do lado que ela ia entrar e abriu a porta, a esperando em pé ao lado dela. Maria olhou pro lado do prédio que morava, mostrando indecisão se entrava ou não no carro. Não confiava em Estevão para estar em um lugar pequeno e fechado com ela, mas também depois da noite que tiveram em seu apartamento, ela tampouco confiava nela mesma.

E Estevão notando que ela parecia pensar demais, disse.

— Estevão: Vamos, Maria. Não temos a noite toda, não é assim? Entendo que tem nossa filha e que a deixou sozinha.

Ela então suspirou e indo até ele, ela o respondeu séria.

— Maria: Que fique claro, para que não use esse fato contra mim. Eu não faço isso sempre, porquê ela tem alguém que fica com ela quando não estou.

Estevão deu um sorriso quase não visto com a resposta dela e disse por ter recordações de como ela foi mãe de Heitor antes de tudo acontecer. 

— Estevão: Me lembro como era como mãe de Heitor, era tão protetora. Por isso não duvido do que fala.

E ela entrando o respondeu.

— Maria: Acho bom que lembre e não duvide disso.

Com ela já dentro do carro arrumando o cinto, Estevão bateu a porta e deu a volta no carro outra vez e segundos depois também entrou.

Estevão aspirou logo de cara o cheiro do perfume dela tomando conta do seu carro junto com sua presença ao lado dele, que sem falar mais nada ele também colocou o cinto de segurança, pegou o volante com seu corpo todo rígido, ligou o carro e saiu da frente do prédio que ela morava.

Mais de 10 minutos depois com o carro em movimento, ambos seguiam em silêncio. Maria de pernas cruzadas com a bolsa no colo e cinto prendendo seu corpo, parecia que regulava até sua respiração ao lado de Estevão, enquanto ele de expressão séria no rosto, qualquer oportunidade que tinha, buscava olha-la do lado dele como que se não acreditasse que tinha ela ali mesmo.

Maria seguia com as pernas cruzadas, mostrando parte de suas pernas com bonitos saltos nos pés onde a saia não cobria, o que fazia o olho de Estevão traí-lo e busca-las também. De repente, o celular de Maria que estava na mão dela, tocou e Estevão percebeu que ela desviou a ligação no mesmo momento que olhou para tela. E então ele apertou o volante com as mãos e disse em um tom frio e irônico.

— Estevão: É o amor da sua vida ligando, por isso não quis atender ao meu lado?

Maria revirou os olhos com as palavras dele, que eram erradas, mas era de fato Luciano ligando e que ela sabia que ele falava dele. Que então ela disse não querendo brigar.

— Maria: Não vamos começar, Estevão. Temos outro propósito essa noite.

Estevão vermelho não quis saber e disse.

— Estevão : Antes de entrar nesse carro, disse que temos muito o que falar!

Ele mirou ela de lado e com raiva, parando em um semáforo.  E ela o mirou de volta também e o respondeu, sem temer o olhar que ele dava a ela.

— Maria : Mas não me interessa o que tiver pra falar, se não for nada relacionado aonde vamos, Estevão!

Ela olhou pro lado da janela querendo não olha-lo mais e Estevão respirou fundo mirando a direção outra vez. Que passado alguns segundos ele dirigindo, resolveu responde-la agora de voz mais mansa.

— Estevão : Se quer só falar do que vamos fazer essa noite, então me explique melhor o que me disse ao telefone sobre esse interesse que Evandro tinha por você ainda quando éramos casados, Maria. Que se ele tinha, ele sempre foi um amigo traidor. O que me parece que eu estava cercado de amigos assim, hum. Que queriam você!

Ele deu um riso sem vontade mas morrendo de ciúmes até de Evandro. O que ele se sentiu um nada como homem que até um velho doente podia fazer ele sentir ciúmes de Maria ao crer que até ele pudesse ter algo sincero vindo dela o que ele acreditava que ele só teve tudo falso.

Pelo final das palavras de Estevão, Maria sabia que ele falava também de Luciano, já que ele o considerava um amigo que o traiu e que se fosse assim, que Luciano fosse como Evandro ele também não notaria, já que ela pensava no fato que ele parecia desconhecer o que passava nas empresas dele e em tudo ao seu redor . Que por isso, ela o respondeu com raiva de tê-lo tão cego no que realmente importava.

— Maria : Não costuma enxergar um palmo a frente de seu nariz Estevão, então é totalmente normal não ter podido perceber a forma que Evandro me quis. Enquanto Luciano, ele nunca foi seu inimigo porquê ele nunca o traiu como pensa!

Estevão bufou com ódio e depois que virou uma rua rápido demais, ele respondeu Maria.

— Estevão: Não fale o nome desse homem dentro do meu carro, Maria! Esteve com ele todo esse tempo, esteve com ele e ainda não quer que eu o considere um traidor, meu inimigo?

Ele a olhou rápido e depois olhou a direção de volta. Ele respirava agitadamente e Maria podia ver suas narinas dilatadas, que vendo o estado dele e achar um cúmulo ele transferir o que ela via para quem não devia nada, ela o respondeu nervosa.

— Maria: Falo porquê é a verdade! Não houve nada entre mim e Luciano quando ainda éramos casados, Estevão!

A resposta dela para Estevão não havia aliviado o que ele sentia em nada, já que se ela dizia que não houve nada com eles casados ele só pensava que depois sim e não tinha dúvidas, já que havia escutado ela dizer que o amava. Que então ele disse a olhando.

— Estevão: Escute o que você acaba de falar Maria e não tente mais defende-lo. Ama esse homem, não? Então pra mim já não adianta nada, se tiveram um caso depois do nosso casamento ou não, porquê o considerarei sempre um traidor!

Maria tocou o meio de sua testa e fechou os olhos. Não adiantaria seguir naquele tema com ele, que então para não partirem para uma forte discussão, ela disse falando do que realmente interessava e ele tinha perguntado antes, tendo ele evitando agora olha-la.

— Maria: Quando cheguei nas empresas San Román, Evandro me viu primeiro e antes mesmo que eu fosse admitida como secretária sua, Estevão. Lembro como se fosse ontem, seu sorriso  amarelo direcionado a mim me desejando sorte em meio às outras concorrentes. E desde então, acho que foi nesse momento, que começou a infeliz obsessão dele por mim.

Depois de falar, Maria ficou séria fazendo uma cara de enojada, já que em sua mente vinha as sujas propostas que Evandro já tinha feito a ela, enquanto Estevão riu amargo não duvidando dela mas também entendendo aquele sentimento de obsessão que ela havia citado que Evandro tinha.

Que então agora buscando olha-la, ele disse.

— Estevão: Dessa obsessão, eu entendo. Deve existir um feitiço em você, Maria. Que inferniza qualquer homem que bota os olhos em você. Eu sou a prova viva disso!

Maria revirou os olhos com raiva das palavras dele, que então ela o respondeu.

— Maria : Não diga besteiras. O que tem é rancores vivos por mim como tenho por você e ainda temos dois filhos que não deixa que esquecemos da existência um do outro!

E parando o carro em outro semáforo, Estevão quando a ouviu rebateu logo.

— Estevão: E um de nossos filhos, você me escondeu por todo esse tempo! Escondeu a minha menina, a existência dela de mim, Maria!

  Mais uma vez, um rancor ali ficou evidente com as palavras de Estevão a Maria. O que fazia ela seguir não se importando que o que ela tinha feito também tinha o ferido, já que ela também havia sido ferida igual por ele, que então, jogando também na cara dele sua ferida, ela cuspiu dizendo.

— Maria: Tivemos dois filhos Estevão, um você me tirou, que é meu Heitor e eu tirei minha Estrela! Que se escondi a minha menina, foi para não ter você fazendo o mesmo com ela que fez com meu menino! Nessa história, estamos quites, meu querido!

Estevão ficou em silêncio. Sabia que estava mais sujo naquela questão, mas não aceitava ainda ter levado aquele troco que ela tinha dado a ele. Que virando uma rua que agora sim os deixavam próximo a casa de Evandro, por ter estado entrando e saindo de ruas aleatórias sem Maria notar, apenas pra tê-la mais tempo ali e aquela conversa, ele disse manso.

— Estevão : Eu vi essa tarde como vocês 3 almoçavam juntos e felizes, Maria.

Maria que tinha cruzado os braços e virado o rosto pro lado da janela, quando o ouviu o olhou rápido entendendo que ele seguia falando dos filhos deles e disse.

— Maria : Teve a coragem de nos seguir?

Estevão bufou que para se defender ele disse.

— Estevão : Eu não segui ninguém! Estava passando e os vi. E por isso digo, você já tem Heitor em suas mãos. Deveria deixar de inventar suas histórias. O conheço e sei que independente que prove que é inocente pra ele ou não, ele seguirá do seu lado, você já tem ele, Maria.

Estevão agora suspirou depois de suas últimas palavras que pra ele eram a mais pura verdade. Heitor havia sido uma criança, depois adolescente, que sempre deixou evidente sua carência de mãe. Ele podia se lembrar que ainda que o enchesse de presentes e todo amor de pai e proteção, o que ele não podia dar que foi o amor de mãe, sempre ficou evidente a necessidade dele de ter, o que o viu por um tempo enchendo essa necessidade de mágoas e rancores, mas que ele como pai, via que as tais mágoas e rancores não foram tão forte perante a volta de Maria, a volta da mãe que ele tanto queria.

Maria por sua vez não tinha tanta segurança que já tinha ganho Heitor como ele falava, não sem sua verdade ser exposta e poder não ver nenhuma dúvida nos olhos dele muito menos nenhum impedimento de tê-lo chamando ela de mãe como tinha que ser sempre. Que então, nervosa, ela o respondeu.

— Maria : Eu não invento história alguma, Estevão! E não vou desistir! Sei que Heitor precisa da verdade pra me amar em paz como a mãe dele e eu preciso dela pra ficar em paz e olhar meus inimigos de cabeça erguida, principalmente você!

Estevão riu com as palavras dela e acabou debochando, já que seu lado em questão da verdade que ela falava era totalmente incrédulo.

— Estevão : Então me vê como inimigo? Não sabia que tirava a roupa para seus inimigos.

Maria respirou fundo depois que viu um sorrisinho no rosto de Estevão. Deixaria passar o comentário dele, para só lembra-lo do porquê o via como inimigo.

— Maria: É o que é meu, Estevão! Meu inimigo! Depois de tudo que me fez e ainda me ameaça tirar minha filha. O que primeiro tenho que lembra-lo, que tem que provar que é pai dela antes, meu querido para depois tentar essa sorte.

Estevão deu um sorriso de lado, lembrando que já tinha a prova que Maria falava. Que não querendo entregar isso a ela, ele disse.

— Estevão: Tem razão, estamos em uma guerra e nessa guerra você quer Heitor o que vejo que está conseguindo, mas é melhor não se vangloriar tanto, enquanto eu, quero meus direitos de pai de Estrela e claro que quero ela ao meu lado também. Enquanto o fato de tirar a roupa para seus inimigos, ainda não me respondeu, Maria. Está ainda em negação do que aconteceu entre nós, em seu apartamento?

Ao final de suas palavras, Estevão tocou em um joelho dela massageando, Maria bateu na mão dele pra ele tirar a mão dali e o olhou feio sem dizer nada, o que fez ele rir mais uma vez e dizer.

— Estevão : Se não estivéssemos indo na casa de Evandro, te levaria a um hotel mais próximo e te daria tanto prazer Maria que sairia dele com esse ar de superioridade em relação a mim e o que houve, resumida a 0 querida.

Maria suspirou nervosa com as palavras dele, que vendo a casa de Evandro ela disse quase sem respirar de tão rápido que falou.

— Maria : Chegamos! Pare logo esse carro que quero descer!

Estevão com a velocidade baixa, encarou a frente da casa de Evandro observando uma  movimentação estranha nela . Dois carros e um que parecia com uma van estavam a frente dela. Que então depois de encostar o carro dele em frente de uma casa vizinha, ele disse sério.

— Estevão : Espere, Maria. Algo parece que está acontecendo .

Maria já tinha soltado o cinto dela, que os dois olhando a frente da casa de Evandro viram uma ambulância que era tampada pelos dois carros atrás dela, deixando o local. Maria então arregalou os olhos e disse, abrindo a porta do carro.

— Maria: Esse infeliz não pode ter morrido justo hoje!

Depois de abrir a porta do carro as pressas, Maria saltou dele e Estevão soltou o cinto dele pra ir atrás dela na mesma pressa.

Ela atravessou a rua quase correndo e Estevão a seguindo, disse.

— Estevão : Maria, espere!

Eles chegaram na calçada e puderam ver melhor a van parada, que em seu lado direito tinha o letreiro de uma funerária.

Estevão suspirou. Era claro que Evandro havia morrido.

Um dos portão da mansão, se abriu e passou um homem por ele depois parte de uma maca com um pano por cima e na outra ponta outro homem.

Maria levou a mão na boca olhando a cena, era o corpo de Evandro sendo tirado da casa. Estevão então por trás dela, levou as mãos nos ombros dela, até que a empregada que o atendeu pela manhã e que ele sabia que ela tinha total confiança de Evandro apareceu, e ele perguntou.

— Estevão: O que aconteceu com Evandro? Quando vim essa manhã não me disse que ele estava mal, só disse que ele havia ido fazer alguns exames.

A senhora limpou os olhos com um lenço que trazia na mão e depois o respondeu.

— X: E ele estava bem, senhor San Román. Eu só fui buscar os remédios dele na farmácia  quando ele chegou e depois na volta quando fui chama-lo, ele já estava morto.

A senhora chorou e Maria segurou as lágrimas dela nos olhos que eram de frustração. Só estava ali com Estevão porquê havia se ilusionado por alguns segundos que Evandro mesmo falando as mesmas coisas que tinha falado pra ela, a ele, poderia fazê-lo ao menos se perguntar se algo de fato acontecia nas empresas San Román e que ela tinha sido vítima sim, de uma armação. Mas ele estava morto e de nada serviria mais pra ela. De novo as ilusões que tola teve voltou se resumir em nada.

Que então ela virou as costas deixando Estevão sozinho aonde estava, dizendo.

— Maria : Vamos embora Estevão, não temos mais nada que fazer aqui!

Ela refazia o caminho andando com pressa, que voltando segui-la, Estevão disse.

— Estevão: Espere, Maria. Podemos perguntar melhor o que houve.

Eles pararam no meio da rua olhando um para o outro, e Maria disse de braços cruzados agora olhando nos olhos dele, que Estevão pôde ver lágrimas.

— Maria: Saber melhor do que, Estevão? Evandro morreu! Fim! Acabou! Com ele, ele levou as verdades que eu vim buscar ao lado do meu filho e agora que vim tola tentar te provar, que ele era sim um velho asqueroso que sempre me assediou e que por isso Heitor precisou me defender dele! Me ilusionei! Me ilusionei, porquê também achei, que ele poderia falar na sua frente o que me falou e que talvez, talvez você, você...

Com o rosto tomado de lágrimas, ela não conseguiu seguir com o que dizia, pois se sentia a maior das estúpidas. Havia pedido demais pra vida, que havia dado uma rasteira nela que apesar dos anos passado e já com a vida mudada, não tinha superado, na verdade não tinha nem se levantado do chão como acreditou. Não tinha porquê se ainda sofria por aquela injustiça que havia sofrido, era porque estava ali ainda no chão, vítima dela que agora de volta e com seu passado mais que vivo, ela tinha sido capaz de se ilusionar mais de uma vez que o coração duro que pensava que Estevão tinha, se quebrantasse como não tinha feito há 15 anos.

Estevão vendo o estado dela e entendendo a última palavra que ela não foi capaz de dizer, ele completou.

— Estevão :Que talvez, talvez eu creditasse em você? Era isso que ia dizer, Maria?

Maria limpou os olhos com as mãos. Não queria se permitir mais se mostrar tão quebrada ali diante de Estevão, que por isso ela disse o respondendo, quando voltou olha-lo.

— Maria : Sim, Estevão. Mas quer saber não quero que me leve pra casa, só me dê minha bolsa que está no seu carro que vou procurar um ponto de táxi pra ir embora sozinha.

Estevão negou com a cabeça o que ela sugeria e disse, não acreditando que ela estava bem, mesmo que via que ela estava tentando recompor a postura que gostava de sustentar depois que havia regressado.

— Estevão : Eu te trouxe aqui, eu vou te levar. Não me parece bem, não vou deixá-la entrar em um táxi com um desconhecido, Maria.

Maria cruzou os braços e disse de rosto virado de um lado para não mira-lo nos olhos.

— Maria : Qualquer desconhecido é melhor do que estar perto de você Estevão. Você me fez e faz tanto mal.

Estevão suspirou. Não ia rebater as palavras dela, não ia rebater nem se ela quisesse brigar que então ele apenas disse.

— Estevão : Não vou discutir com você assim. Vamos.

Ele então levou a mão nas costas dela e caminhou até o carro com ela. Já ao lado do carro, ele abriu o lado dela em silêncio e ela entrou e depois ele foi fazer o mesmo.

Já dentro do carro, Estevão foi incapaz de liga-lo. Sentado ali em silêncio ao lado de Maria ele só pensava no que acabava de acontecer. As palavras de Maria, seu choro, os olhos dela que expressavam dor mas também verdades. E ele lembrava daquele olhar dela cheio de lágrimas. Lembrava deles no passado que teve que desviar deles, por ter em mãos a prova que qualquer ação dela fazia valer nada diante delas.

Ele então respirou fundo com as mãos no volante e desabafou, quebrando o silêncio entre eles.

— Estevão : Estou confuso perante essa sua reação com a morte de Evandro. Isso tudo está me confundindo, Maria. Você ainda vai me enlouquecer.

Maria o olhou depois de ouvi-lo. Ela já não chorava, só queria sair dali e não vê-lo mais. Que então ela o respondeu fria.

— Maria : A sua consciência pesada que vai te fazer isso, não eu Estevão. Agora ligue esse carro e me tire de uma vez daqui.


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