Falso amor escrita por EllaRuffo


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

 Olá amadas, demorei com esse capítulo, mas por um bom motivo. Andei escrevendo vários por querer chegar em uma parte da história que ansiava demais chegar e agora que eu fiz, vou revisando e ir postando. Espero que gostem desse capítulo que está enormeee e da maratona que está por vim que eu tentarei postar cada um em um dia depois de revisados. Bjs e obrigada por lerem!!!



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Maria deu a mão pra Estrela se aproximar dos dois o que ela fez um tanto arisca, mas também envergonhada por sua recusa de estar ali em frente ao irmão mais velho dela momentos antes.

Maria então a deixou de um lado dela, a envolveu com um braço e disse, agora mirando Heitor com Estrela pegada nela.

— Maria: Essa é a sua irmã mais nova filho. Agora finalmente estão se conhecendo pessoalmente.

Maria sorriu mais que feliz, enquanto Estrela buscou os olhos de Heitor. Vermelha, ela deu um leve sorriso e Heitor também deu um, dizendo.

— Heitor: Olá, Estrela. Como está?

Estrela suspirou e depois de olhar pra Maria, ela olhou Heitor outra vez e o respondeu.

— Estrela: Oi, Heitor. Estou bem. E você?

Estrela passou um tanto de cabelo pra trás da orelha. As poucas palavras trocadas entre os irmãos, fez Maria se emocionar que como mãe de dois filhos que passaram anos separados, se eles falassem do clima sendo uma primeira conversa deles, ela se emocionaria igual.

Heitor notou a emoção dela, Estrela também e ambos sentiram a mesma necessidade de fazê-la feliz, tornando aquele momento agradável para eles três.

E momentos depois, tinha 2 caixas de pizzas na mesa com copos com Coca-Cola gelada. Algo simples que deixou os dois irmãos a vontade para interagirem a primeira vez juntos em frente de Maria, que não perdia o sorriso bobo que tinha nos lábios.

E assim, os três conversavam enquanto comiam. Maria havia sentado no meio dos filhos para dar atenção aos dois, enquanto falavam. Estrela, falou do colégio e se gabou que gostava de praticar ginástica, enquanto Heitor, contou que além de já trabalhar com os negócios ainda jovem e fazer viagens internacionais já sozinho, contou que era fluente em 5 idiomas e que dos 8 aos 15 anos fez aulas de violino, o que ambas informações era novidade também para Maria, Estrela se animou imaginando as responsabilidades que Heitor tinha em viajar sozinho e com o trabalho já adulto e almejou ser logo mais velha para ter tais responsabilidades também, além de mostrar interesse em ter aulas com ele de violino, enquanto os idiomas, além do espanhol ensinado por Maria, ela dominava o inglês por ter nascido no reino unido e aprendia francês e italiano na escola. Heitor quando a ouviu também se gabar, a conhecendo melhor e buscando uma intimidade que viria aos poucos, a incentivou no esporte que ela gostava e nos desejos e sonhos que ainda ela tinha, experimentando assim seu novo papel de irmão mais velho.

E entre tantas conversas, uma fatia de pizza sobrou dentro de uma das caixas, Heitor foi pegar junto com Estrela o mesmo pedaço. Rápido quando viram o mesmo gesto, recuaram com a mão e Maria pegou a faca e partiu a fatia ao meio, que ainda que em outra caixa havia mais pedaços, aquela, era o único sabor que parecia ser o preferido dos dois. Que então, ela disse sorrindo.

— Maria: Pronto, meus amores. Agora podem pegar cada um, um pedaço.

Eles fizeram dividindo a primeira vez algo que normalmente os irmãos faziam e que nenhum deles teve aquele momento de dividir algo que queria com um irmão.

Que pensando nisso, depois de ter o pedaço de pizza no prato, Estrela disse soltando o que sentia, quando olhou e virou de lado para poder ver Heitor.

— Estrela: É tudo tão novo isso que está acontecendo. Sou sua irmã, Heitor, mas tenho ciúmes de você com minha mãe, porque eu amava ser filha única e ter ela só pra mim, mas aí depois descobri quem era meu pai e que eu também tinha um irmão e de repente estávamos em um avião e chegamos aqui. Então ainda estou me acostumando com tudo isso, por isso não quis deixar meu quarto antes. Desculpe, porque você parece legal.

Maria olhou Estrela orgulhosa de vê-la se redimindo e mostrando o que sentia, mas não disse nada, sabia que a resposta tinha que vim de Heitor que ela sabia pela idade dele, poderia entender como podia estar a mente da irmã dele. Que então fazendo exatamente o que ela pensava, mas revelando também não estar indiferente, Heitor disse.

— Heitor: Eu também não sabia que eu tinha uma irmã e quando descobri e percebi que todo esse tempo teve todo o amor e cuidado que eu não tive de nossa mãe, acredite posso ser mais velho que você, mas também senti ciúmes. Posso entendê-la, Estrela.

Estrela sorriu. Não era a única ciumenta ali. Que então Maria disse depois de ouvi-los.

— Maria: Certo, eu tenho dois filhos ciumentos. Mas que tem amor o suficiente dentro de mim para os dois.

Ela buscou uma mão de Estrela e depois outra de Heitor e voltou a dizer.

— Maria: Sabem da situação minha com o pai de vocês, não vamos ser uma família tradicional que vivem na mesma casa. Mas eu sou a mãe dos dois e quero que saibam que você Estrela como sempre estivemos juntas, vamos seguir e você Heitor, eu só quero te dar todo meu amor que te faltou todos esses anos. Vocês dois são minha vida e para mim, vê-los juntos tentando se entender como agora, é minha maior alegria.

Com os olhos emocionados, quando ela terminou de falar, juntou a mão de Heitor com a de Estrela e os dois se olharam e deram um leve sorriso. Podiam se entender, Heitor pensava que era maduro o suficiente pra fazer aquilo, enquanto Estrela mentalmente se prometia ser.

E assim quase meia-noite, Maria guiava Heitor até a saída com Estrela pendurada de um lado no braço dela.

Que assim, Maria disse preocupada, depois de ter oferecido que ele passasse a noite com elas e ele ter se negado.

— Maria: Tem certeza que não quer ficar? Já está tarde para dirigir sozinho nessas ruas, filho.

Heitor ia responder, mas Estrela desejando aquela liberdade que Heitor tinha, ela disse.

— Estrela: Mãe, Heitor já é maior de idade já deve sair muito e voltar tarde pra casa. Meu sonho fazer isso logo.

Heitor riu achando graça das palavras de Estrela e depois do olhar que Maria deu para ela, que depois ele respondeu ao comentário dela.

— Heitor: Mais ou menos isso, Estrela. Mas não se preocupe senhora, ainda é cedo e vou direto pra casa, chegarei logo.

Maria então acariciou um lado do braço dele e respondeu com seus cuidados de mãe.

— Maria: Como quiser então meu filho, só me avise quando chegar, por favor, querido.

Depois de falar ela o abraçou forte e lhe deu um beijo no rosto ao se afastar e Heitor a respondeu.

— Heitor: Farei isso. Então, boa noite... Mãe. Boa noite, Estrela.

Maria sorriu ao ouvi-lo e o abraçou de novo.

— Maria. Boa noite, meu filho, eu amo você.

Estrela a puxou por um braço para aquele novo abraço terminar logo, dizendo.

— Estrela: Deixa eu abraçar ele também, mamãe.

Ela olhou Heitor, nem sabia como ia caber melhor nos braços dele, mas se enfiou de qualquer jeito e Heitor a envolveu com os braços fazendo ela gostar de estar ali. Maria juntou as mãos a frente da boca e chorou vendo a cena e depois que o abraço se desfez, ela limpou as lágrimas que desceram e depois Estrela disse tímida olhando Heitor.

— Estrela: Boa noite, meu novo irmão.

Heitor sorriu com uma parte dele querendo ficar ali com elas, até que a maior o fez sair da visão delas depois de se despedir e quando Maria fechou a porta, Estrela disse caminhando até o sofá.

— Estrela: Gostei do meu irmão, mas ainda tenho ciúmes que fique claro.

Ela sentou no sofá e Maria sentou ao lado dela com um belo sorriso no rosto, dizendo.

— Maria: Se você deixasse de ter esse seu bobo ciúme assim tão fácil, não seria você, meu amor.

Maria fez cosquinhas em Estrela até que as duas rindo se jogaram pra trás no sofá e se olharam. E então Maria disse, depois de retornar o fôlego e ficar séria outra vez.

— Maria: Nessa segunda-feira, tenho a primeira audiência com Estevão sobre o reconhecimento dos direitos dele como seu pai, filha. Baixará a guarda para ele também como fez com seu irmão?

Estrela arregalou os olhos negando rapidamente com a cabeça e respondeu Maria, expondo a diferença entre se render ao fato que tinha um irmão e não fazer isso com o pai que não gostou de saber quem era.

— Estrela: Não! Ele, não! Se mudei de ideia com Heitor, é porque ele não te maltrata como eu temia e está te ajudando, mamãe, eu reconheço isso, além do mais ele pareceu legal. Agora Estevão não, eu não quero que ele seja meu pai! Não quero!

Maria suspirou levando uma mão em um lado no rosto de Estrela. No fundo de seu consciente, sua mente pesava por não ser capaz de fazer com que sua filha mudasse seus pensamentos contra Estevão que tomava toda dor que foi antes dela nascer. Estevão havia errado como homem, como marido, mas ela tinha certeza que como pai não seria capaz de errar com a filha menina que tanto desejou ter. Mas seu orgulho, o desejo de vê-lo lutando por Estrela como ela fazia com Heitor, fazia Maria ficar com os braços cruzados diante aquele tema, já que pensava que ele merecia aquele desprezo. Que então ela a respondeu que mesmo que não fizesse nada para ajudar Estevão a conquistar o afeto de Estrela como filha, ela estava ciente que ele teria os direitos dele reconhecidos por lei em algum momento.

— Maria: Eu vou dificultar tempo suficiente para que ele não garanta a paternidade dele tão fácil assim, mas eu sei que uma hora terei que me render e você será também uma San Roman, filha. Eu sou ciente disso e você também tem que ser.

Estrela fez cara feia e a agarrou pela cintura dizendo.

— Estrela: Mas eu não quero, mamãe. Tenho medo dele me tirar da senhora como fez com Heitor.

Maria fez Estrela olhar pra ela, levantando a cabeça dela com a mão em seu queixo, que então ela disse sem medo daquilo acontecer.

— Maria: Tem tudo que precisa ao meu lado, é uma adolescente feliz que vive bem e segura ao lado de sua mãe, um juiz só tira um filho de uma mãe se esses requisitos do bem-estar da criança ou adolescente não existir e existir com o pai. Eu não pude nem lutar por Heitor porque não tinha nenhuma segurança para dar pra ele, por isso o perdi, filha mas agora tudo é diferente, meu amor.

Estrela suspirou não muito confiante. Estevão para ela era como um vilão que a dava medo de alguma forma conseguir sim o que ela temia. Que então ela respondeu Maria.

— Estrela: Estevão te deixou na miséria só para não poder ficar com Heitor. E se ele faz isso de novo, mamãe?

Maria sorriu nervosa vendo a aflição de Estrela e reforçou o quanto estava segura que aquilo não voltaria acontecer.

— Maria: Não tem como ele fazer, meu amor. Eu trabalho e ainda sou sócia do escritório de advogados junto a Luciano, lembra? Não te falta amor ao meu lado que é o principal, mas também não te falta nada que necessite ao meu lado. Estuda em escolas boas, tem o que precisa para comer, vestir e calçar. É essa a visão que terão quando investigarem como sou como mãe e como vive comigo.

Estrela respirou fundo depois de ouvi-la e perguntou.

— Estrela: Então tem certeza que ele não tem chances de me tirar da senhora?

Maria deu um sorriso de lábios fechados e a respondeu como advogada quando pensava nos direitos pela lei de um pai e nas chances que Estevão teria de cumprir suas ameaças.

— Maria: As chances de isso acontecer são muito poucas, quase 0.

Ela a abraçou de lado e Estrela com a cabeça no meio do peito dela, depois de ouvi-la buscou olha-la levantando a cabeça e disse.

— Estrela: Quase não é 0, mãeeee.

Maria tocou com os dedos os cabelos de sua menina que estavam caindo no rosto dela e disse, sorrindo.

— Maria: Confia em mim, meu amor. Para mim essa audiência trará mais dores de cabeça a ele do que solução.

Enquanto na mansão San Roman, Heitor chegava deixando as chaves do carro e da casa em cima da mesinha no centro da entrada da casa. Ele então quando já ia subir as escada, ouviu passos e viu que era Estevão que saia do escritório dele.

Heitor o olhou no mesmo estado que o via naqueles dias e suspirou. Sabia que ele estava daquele modo porque não via Maria. Que antes dele falar algo, Estevão disse primeiro de voz mole por ter estado bebendo.

— Estevão: Estava com ela até essa hora, não estava? Estava com aquela mulher que é culpada de todas minhas desgraças!

Estevão bufou. Estava em um estado emocional que para não se entregar como realmente se sentia sem ter Maria, ele só sabia agir daquela forma, escondendo sua vulnerabilidade com palavras duras como as que acabava de dizer se referindo a ela.

E Heitor depois de ouvi-lo e vê-lo mais uma vez como o pai estava e que ele sabia o porquê ainda que não o ouvisse assumir de voz alta, ele disse.

— Heitor: Está bebendo demais esses dias, papai. Devia maneirar e se cuidar também, olhe para o senhor.

Estevão riu de mal com a vida e o respondeu.

— Estevão: E para que quer me cuide ou que eu pare de beber, se já não se importa com seu pai? Só quer saber de Maria. É Maria pra lá, Maria pra cá! Enquanto ela tem você e sua irmã que ela me escondeu por todos esses anos, eu estou aqui, jogado, sozinho, sofrendo por culpa dela!

Heitor agora respirou com pesar, sendo capaz de não se importar com o início das palavras de Estevão, mas vendo uma verdade nelas no final, era claro que ele sofria e sofria por Maria. Que então ele disse.

— Heitor: Eu não quero brigar, papai está claro que não está bem e sim, eu estava com ela e já está ciente que nessa briga de vocês, eu não escolhi um lado. Por isso quero poder estar com os dois e que contem comigo como essa noite ela precisou de mim e eu ajudei. Se também precisa, se quer ao menos conversar, estou aqui papai.

Heitor tocou em um lado do ombro de Estevão querendo dar apoio a ele também um que ele sabia que o pai precisava ainda que não tivesse o valor de pedir nem de assumir. Mas Estevão se afastou, meio zonzo e segurou no corrimão da escada e disse em seguida.

— Estevão: Não quero conversar. Mas a ajudou no que, hum? Em algum plano que me fará cair mais fundo no buraco que ela me deixou, quando eu vê-lo sair por aquela porta e não voltar mais?

Ele esfregou a mão na testa de olhos fechados depois que falou e Heitor disse, vendo que ele também não estava sóbrio para ele contar aonde esteve com Maria.

— Heitor: Bebeu demais para que eu possa falar sobre isso com o senhor, papai. Amanhã sim, se recordar dessa nossa conversa eu falarei contigo. Boa noite.

Ele fez que ia subir, mas como um desespero que tomou conta de Estevão com sua pergunta entalada em sua garganta, ele a soltou segurando no braço dele para ele não seguir.

— Estevão: Espere, filho. Me fale como sua mãe está. Ela não me deixa me aproximar dela tem quase um mês! Já faz um maldito mês que não a vejo!

Heitor voltou um passo pra trás, agora pegando na mão de Estevão que tocou no braço e sorriu, triste pra ele. Suas suspeitas estavam cada vez reais, ele via que Estevão não tinha só ressentimentos e aquele ódio que ele viu ser cultivado por Maria enquanto crescia. Que assim ele com pesar disse.

— Heitor: Eu não sei quanto bem você que saber que ela está papai, mas se ela está como o senhor, não está. Então não devia seguir como está agora.

Estevão bufou agora envergonhado por demonstrar um pouco do seu desespero. Que então ele andou dando as costas para Heitor indo até a sala que ele sabia que iria encontrar mais álcool para aliviar suas frustrações, e disse com Heitor o olhando parado aonde ficou.

— Estevão: Claro que ela não está como eu. Eu que sou o imbecil aqui e sinto a falta dela. Desgraçadamente, eu sinto a falta de sua mãe nesses dias que não a vi, mais do que senti durante esses 15 anos. E eu a odeio ainda mais por isso!

Ele mexeu nas garrafas de bebidas quando as encontrou e Heitor andando até ele, depois de ouvi-lo, disse.

— Heitor: Tem certeza que é só ódio que diz sentir por minha mãe, pai?

Estevão virou a bebida dentro de um copo grosso. Não queria responder aquela pergunta. Que depois que virou de copo cheio na mão, vendo Heitor no meio da sala, quase próximo a ele, ele disse.

— Estevão: Me passa o número dela, filho. Eu sei que você tem. Eu preciso falar com ela.

Ele bebeu quase toda a bebida. Tinha pensado em pegar aquele número do celular de Heitor mesmo ele não tendo a permissão, mas não tinha tido nenhuma oportunidade para fazer aquilo, que deixando de lado o que ele chamava de dignidade, ele acabou pedindo a ele como havia feito.

Heitor por outro lado sabia que não tinha permissão de fazer aquilo. Respeitava a decisão de Maria como conseguia respeitar os ressentimentos que Estevão ainda sentia por ela. Era um terreno que ele gostaria de se manter distante, que ali, ele só era o filho que tinha a oportunidade de ter os pais agora próximo a ele, mesmo com todos aqueles dilemas. Que então ele disse.

— Heitor: Eu não posso. Não me deixa dividido, papai. Eu pedi que respeitasse a minha decisão e segue fazendo isso, então eu também quero respeitar o que ainda sentem em relação ao passado de vocês dois.

Estevão suspirou, não queria aceitar aquele não, que então ele insistiu de voz mansa como um cordeiro.

— Estevão: Por favor, filho. Por favor, eu preciso falar com ela, eu preciso ouvir ao menos a voz dela.

Heitor caminhou até ele decidido cuidar do pai que via mal mas que era orgulhoso demais pra assumir e tirou o copo de bebida da mão dele, colocou na mesinha ao meio da sala que com Estevão o olhando calado, ele disse levando a mão nas costas dele, com a intenção de fazê-lo subir ao quarto com ele.

— Heitor: Amanhã conversamos melhor, papai e então quando isso acontecer e estiver sóbrio, eu posso eu mesmo ligar pra ela e passar para o senhor. Mas agora vamos subir. O dia foi longo, chega de beber por hoje.

 

Amanheceu em uma manhã de sábado.

Estevão dormiu com o sol quase raiando, mas ainda assim acordou cedo lembrando da conversa que teve com Heitor. Lembrava que ele havia prometido uma ligação para Maria além dele estar intrigado com que ele havia parecido querer falar pela noite, mas o julgou incapaz de ouvi-lo.

Que então ele já batia na porta de Heitor para acorda-lo. De cara de sono e ainda de pijama Heitor atendeu a porta e Estevão já foi entrando dizendo.

— Estevão: Já podemos conversar e já pode também ligar pra sua mãe como me prometeu que faria ontem, filho.

Heitor esfregou os olhos ainda cheio de sono, agora via Estevão de banho tomado, percebendo isso por seus cabelos úmidos e barba feita o que deixou bem diferente da noite anterior, que então ele disse.

— Heitor: Que horas são? Achei que tinha bebido o suficiente para não lembrar de nossa conversa quando cheguei. E bom dia, papai.

Estevão suspirou. Já tinha entrado falando sem ao menos respirar direito, que então ele disse.

— Estevão: Me desculpe, bom dia, meu filho, mas achou errado, hum não esqueci de nada. Então, vamos comece, aonde esteve com sua mãe ontem para que ela lhe pedisse ajuda?

Heitor pensou se contaria aonde foi com Maria com detalhes ou não. Quando chegou pra dormir pensou muito rolando na cama na noite que teve antes com ela na casa de Evandro e depois com ela e Estrela. E o fato dele agora conhecer a irmã mais nova que tinha, não havia lhe custado o sono, mas o que houve na casa de Evandro sim, que então ele depois de pensar tomando uma decisão, disse.

— Heitor: Antes eu vou ao banheiro. Preciso despertar primeiro, papai.

Heitor rumou em direção ao banheiro do quarto dele e Estevão assentiu e depois mirou a cama dele, estava nela o celular dele e ele lembrou do feito que antes fez quando havia conseguindo passar pela senha dele para conseguir o número de qual apartamento Maria morava.

Ele então olhou o banheiro com as mãos no bolso e mirou a cama de novo. Passou 2 longos minutos até que ele andasse até a cama e pegasse o celular de Heitor. O que ele tentou o mesmo feito para descobrir a senha, mas sem sucesso mais de uma vez, quando o Heitor o pegou em flagrante.

— Heitor: Perdeu alguma coisa no meu celular, pai?

E Estevão então largou o celular dele aonde estava, dizendo agoniado.

— Estevão: Quero logo o número de sua mãe.

Heitor então foi até o celular dele, pegou e disse.

— Heitor: Eu não disse que daria, disse que ligaria pra ela e arriscaria passar a ligação para o senhor.

Estevão bufou, não tendo mais a paciência que entrou no quarto e disse, sério por saber que queria falar coisas com Maria que Heitor não fazia ideia, como o que havia acontecido no apartamento dela com eles na última vez que estiveram juntos.

— Estevão: Então se faz isso, é melhor que se ausente, hum porque talvez possa escutar coisas que não te agradaria como filho ouvir.

Heitor o olhou desconfiado, mas querendo ir ao assunto que para ele estava sendo mais importante, ele disse.

— Heitor: Levei ela até a casa de Evandro ontem, papai.

Estevão estranhou ao ouvi-lo e perguntou intrigado.

— Estevão: Como assim? Foram fazer o que lá? Eu não entendo.

Heitor andou e sentou na ponta da cama. Ia contar o que pensava que Estevão devia saber, que em uma doce ilusão que tinha, ele queria crer que o pai dele pudesse fazer algo se ele fosse impedido realmente de fazer como Maria mostrou que faria para mantê-lo seguro de algo que ela não quis revelar a ele. Que então, ele seguiu.

— Heitor: Sabe da minha decisão papai, e ela está disposta a encontrar a verdade e eu estou a ajudando, porque também é importante para mim e por isso fomos até a casa de Evandro.

Estevão respirou fundo e disse seco depois.

— Estevão: Todos nós sabemos qual é essa verdade, filho. E só tem uma. O que quero entender é o que Evandro Maldonado tem haver com as fantasias de Maria.

Heitor então se levantou. Para ele parecia ser tudo mais fácil ser entendido, como 1+1 era 2, ainda mais depois do que tinha visto, mas ele via que para Estevão era necessário desenhar que o sócio dele além dele descobrir que quis Maria ainda casada com ele, poderia estar também vinculado a toda desgraça que tinha vindo depois para eles. Que assim ele disse sério.

— Heitor: Ele faz parte do passado de vocês, quando a acusaram ele já estava nas empresas San Roman e também tem algo que não sabe!

Estevão então disse mais sério quando viu Heitor começar se exaltar.

— Estevão: O que não sei, Heitor? E claro que Evandro esteve no meu passado com sua mãe. Depois de mim, as ações de Evandro é que dão mais lucros e poder a ele em minha empresa. O que com a inevitável morte dele, elas voltarão para mim como tem que ser! Pois assim ele mesmo me garantiu! Mas fora isso, aonde ele encaixa nessa história que Maria insiste que é inocente, hum?

Heitor então suspirou. Era tendo conversas como aquela com o pai dele, que ele temia estar sendo um tolo, por ainda só estar defendendo teorias ainda que, as que mantinha Evandro também envolvido em tudo só tinha reforçado elas. Que assim ele rebateu as palavras de Estevão.

— Heitor: Ela jura que tudo que houve foi uma armação e que quem estava presente nas empresas colaboraram com tudo, inclusive Evandro e depois de ontem, tenho mais certeza disso ainda que siga duvidando, eu sei o que vi, papai!

Estevão riu esfregando o queixo com os dedos olhado o chão e depois que voltou olhar Heitor, ele disse o que pensava em relação a ele e Maria.

— Estevão: E o que viu? Como você é esse ingênuo acredita em qualquer coisa. Sabe Heitor, filho, ando te observando e o que só te falta é assumir de voz alta para mim que quer sua mãe como tal, que já a perdoou do que ela fez com a gente. E faça isso, faça isso sem precisar acreditar nas mentiras dela para justificar que a quer por perto que a necessita como sua mãe e...

Heitor ficou vermelho de raiva com as palavras de Estevão que o interrompendo ele disse grosso.

— Heitor: Evandro tentou violentar ela, papai! Isso que vi!

Estevão arregalou os olhos surpreendido com o que ouviu e perguntou.

— Estevão: O que disse?!

Heitor passou a mão na cabeça e puxou o ar do peito. Não queria se exaltar, queria ter uma conversar cordial com o pai para contar com ele se fosse preciso, que então ele começou contar quando o olhou.

— Heitor: Eu a levei na casa dele, mas não entrei porque ela acreditava que ele não falaria nada do que supostamente podia saber em minha frente por ser seu filho, então como a vi demorar demais, entrei e escutei ela pedir por ajuda em algum lugar daquela casa e quando a encontrei, Evandro estava em cima dela e eu não pensei em nada e nem que ele era um velho doente e o agredi para livra-la das garras dele.

Estevão sentiu seu corpo todo rígido, seu rosto queimar, Heitor via a expressão do rosto dele mudar que assim, ele disse de voz grossa querendo entender o que sua mente criava e trazia átona uma amizade e sociedade que ele tinha de anos com Evandro.

— Estevão: Tem certeza do que diz, filho? Viu direito? E se, e se o que viu foi um ato consensual? Essa é uma acusação grave! Por Deus, Evandro é um velho doente!

Heitor sacudiu a cabeça nervoso lembrando do curto momento que viu Maria embaixo de Evandro pedindo ajuda e lutando para se ver livre dele. Que tal cena não podia ser confundida com um ato aonde um homem e uma mulher tinham com consentimentos. Ele não podia ser tão ingênuo para ter sido enganado daquela forma. Que então ele disse, bravo, por sentir a incredulidade de Estevão com suas palavras.

— Heitor: Eu não sou tão ingênuo como pensa papai, eu vi! Eu a ouvi gritar e ele a agarrando em cima da cama. Eu sei o que vi! Que se ela fosse até uma desconhecida eu agiria da mesma maneira! Mas era minha mãe o que me deixou mais cego naquele momento!

Estevão andou pelo quarto quando o ouviu. Tinha a respiração irregular, seu sangue fervia, mas ainda assim, era mais fácil acreditar que Heitor estava enganado, mas que também acreditar naquilo fervia seu sangue, acreditar que Maria tinha sido capaz de também ter algo com Evandro. Era surreal acreditar em tal hipótese como que ele também pensava que era, que ele velho teve a ousadia de atacar Maria como Heitor deixava claro. Uma guerra dentro de Estevão era travada, entre sua razão e emoção, que então ele voltou a dizer mais nervoso.

— Estevão: Não pode ser verdade o que diz, Heitor! Evandro está cada vez pior, está quase morrendo! E tentou violentar, Maria? Tem que ter uma explicação pra isso! Tem que ter!

Ele bufou todo vermelho e Heitor também. Que assim ele respondeu Estevão cheio de raiva de Evandro.

— Heitor: Ele pode estar doente, mas minha mãe não deixa de ser uma mulher, papai que a deixa em desvantagem! Nós homens em um confronto com uma mulher temos sempre mais vantagens na força! Não queira procurar outra explicação pra mim, porque eu sei o que vi, que se eu não tivesse chegado a tempo ele conseguiria o que queria dela!

Estevão fechou a mão ao lado do corpo e olhou Heitor depois que o ouviu tomado pela raiva e o desejo de tirar aquela história a limpo, que então ele disse, de tom frio.

— Estevão: É muito grave o que diz, hum! Eu vou verificar essa história com os dois! Principalmente com Evandro!

Longe dali. No quarto de Evandro, ele estava sentado em uma escrivaninha de madeira antiga, mas bem sofisticada, de frente para ele tinha seu tabelião em sua frente. Bem cedo ele exigiu sua visita e agora lhe entregava uma carta depois de ter mudado suas vontades depois de sua morte em seu testamento.

Que assim, ele disse.

— Evandro: Não espere que meu corpo esfrie debaixo da terra para fazer minhas vontades. Quero que elas sejam cumpridas assim que eu morrer.

Maria acordava ao som de seu celular tocando. Ela se espreguiçou na cama, tateou o móvel ao lado dela e pegou o celular.

Ela ainda cheia de sono sorriu quando viu na tela que era Heitor, que só pensou que era uma bela forma de ser acordada com uma chamada dele, depois de tê-lo com ela quase toda a noite passada. Que então, sorrindo ela atendeu relaxada na cama.

— Maria: Bom dia, meu amor, que bom acordar com uma ligação sua.

Ela sorriu mais se espreguiçando na cama enquanto do outro lado da linha, que era Estevão ele suspirou ao ouvi-la e se arrepiou. Não a tinha o chamando de meu amor por tempo suficiente para ter esquecido qual era a sensação de se sentir o amor dela. Mas ele espantou as lembranças que veio em sua mente, porque afinal, ele não conseguia esquecer que toda demonstração de carinho que teve vindo dela quando foram casados, haviam sido falsas. Que então ele disse de voz irritada.

— Estevão: Sou eu, Maria, Estevão!

Quando Maria ouviu a voz grossa dele, se sentou rápido na cama e encarou a tela do celular pra ver se ali mesmo estava escrito “filho amado” que era como ela havia salvado o número de Heitor no celular.

Que vendo que estava certa pelo que leu ela disse brava.

— Maria: O que faz me ligando, Estevão? Eu não quero falar com você! Onde está, meu filho? Se não é ele que vai falar comigo, eu vou desligar!

Estevão bufou ao ouvi-la e disse bravo tendo certeza que o que falaria, não a deixaria fazer o que ela havia dito.

— Estevão: Não se atreva a desligar se não eu conto a ele o real motivo da sua estúpida denúncia e do porquê me quer longe de você, Maria! Porque acredito que não contou a ele, não foi? Não contou que é porquê nós dois...

Maria sentiu que não respirava que nervosa sem querer que ele seguisse com o que falava, ela disse.

— Maria: Cale a boca, Estevão! Não siga falando! O que quer? Porque me ligou?

Estevão riu andando em seu escritório que tinha se trancado pra falar com ela, depois de Heitor ter cedido o celular a ele e disse, ainda com um sorriso nos lábios.

— Estevão: Assim que eu gosto! Quando está disposta a me ouvir, querida.

Maria bufou revirando os olhos e tirou as cobertas que estavam enroscada nas pernas dela com raiva dele. Que depois ela disse irritada.

— Maria: Fale de uma vez o que quer!

Estevão foi por trás de sua mesa para sentar, que fazendo isso enquanto mexia em sua gravata, ele disse.

— Estevão: Não seja apressada, porque o que quero falar contigo agora vai ter que ser pessoalmente, então estou te ligando para isso. Vamos almoçar juntos. Preciso entender algumas coisas.

Ele suspirou depois de falar. Tinha a conversa com Heitor na cabeça e queria tira-la a limpo. Que então Maria depois de ouvi-lo o respondeu, pensando que não faria os gostos dele.

— Maria: Não vamos não! Hoje é sábado, vou ficar com minha menina! Por tanto não irei a nenhum lugar com você, Estevão!

Estevão bufou outra vez com a recusa dela. Mas disposto a não desistir mesmo entendo que ela ficaria com a filha deles gostando daquele fato, ele disse insistindo.

— Estevão: Então jantemos juntos, Maria só você e eu porquê quero conversar contigo sobre o que aconteceu na casa de Evandro Maldonado e acredito que também não quer que nossa filha saiba.

Maria arregalou os olhos entendendo que Heitor havia contado a ele o que tinha passado na casa de Evandro. Que então séria, ela disse.

— Maria: Quero falar com meu filho. Ele não devia ter te contado nada, Estevão. São coisas minhas!

Estevão se levantou. Estava pensando em Heitor em o que supostamente ele ajudava Maria encontrar que era uma verdade que ele acreditava que só existia uma, que bravo por ver ela o colocando em situações como ele descobriu, ele a respondeu.

— Estevão: Coisas que está metendo meu filho também, Maria! Preciso saber o que está acontecendo para que ele precisasse te defender, se foi isso que passou mesmo!

Maria soltou um riso sem vontade. Já fora da cama e em pé ela tocou os cabelos. Heitor tinha contado do ataque de Evandro, que ao ouvir as últimas palavras dele, ela pôde acreditar que ele duvidava do que tinha acontecido. Que então, ela disse, de voz fria, porque ver Estevão duvidando dela e de sua índole, não era nenhuma novidade.

— Maria: Dúvida que precisei da ajuda de nosso, filho. Claro que dúvida, nunca acreditaria em mim pra nada e não me surpreende isso, Estevão.

Estevão ficou um tempo em silêncio. Estava dividido no meio daquela história que não tinha testemunhado, por isso sabia que não podia firmar que ela não era real tão pouco que era verdade sem ver os ambos os lados. Pois ele era assim, era um homem que gostava dos fatos, das provas de ver pra crer. Que então ele  a respondeu sério.

— Estevão: Eu só quero entender para que eu possa opinar, Maria e se for preciso eu mesmo defende-la. Então temos que conversar, entenda isso!

Maria ergueu a cabeça empinando o nariz e o respondeu.

— Maria: Eu não preciso de sua opinião e nem de sua defesa, Estevão. Um dia sim precisei dela, mas hoje não mais.

Ela se calou sendo tomada pelos seus ressentimentos em lembrar do passado e como ficou indefesa com tudo que fizeram a ela. Que depois de ouvi-la, Estevão rebateu sabendo do que ela falava.

— Estevão: Talvez saiba lidar com seus problemas sozinha, mas está colocando meu filho Maria no meio deles e eu quero saber se tenho que intervir ou não no que está metendo ele!

Maria suspirou. Sobre aquela fala dele, não tinha como ataca-lo. Ele era um pai que ainda que não tivesse ideia do que estava acontecendo abaixo do nariz dele, ela já tinha que por isso também queria Heitor afastado. Que assim, ela o respondeu.

— Maria: Fique tranquilo, que já não o quero no meio do que está acontecendo. Eu já disse isso a ele. Não sou uma mãe irresponsável, Estevão. Sei que estou entrando em algo perigoso, não vou arrisca-lo mais.

Estevão sentiu um sentimento de temor passando por seu peito, que o substituiu pela raiva de não poder acreditar que ele era real sem provas, só tendo as que mais importavam pra ele. Que então ele disse buscando saber de algo que valesse apena acreditar.

— Estevão: Perigoso? Precisa me dizer o que realmente aconteceu na casa de Evandro! Se foi lá, algo passou antes que Heitor chegasse e os surpreendesse e quero saber Maria!

Maria então irritada, sabendo que ele não acreditaria nela como já não acreditava, ela rebateu as palavras dele.

— Maria: Para que, Estevão? Para dizer que estou mentindo ou fantasiando coisas? Porque sou inocente em tudo que houve e agora mais que nunca vou desmascarar todos!

Estevão de frente a sua mesa, encostou uma mão nela depois de ouvi-la, fechou os olhos não acreditando que faria o que ia propor, mas ainda assim, disse.

— Estevão: Vamos juntos até a casa de Evandro. Se não está fantasiando nada e tem algo que ele sabe e que eu deva saber também, quero que ele diga em minha frente e na sua!

Quando Maria o ouviu, piscou incrédula e sentou devagar na cama. Não houve palavras ainda para ela dissimilar a proposta que ele fazia. Dentro do coração dela, uma luz por anos apagada piscou, uma que havia morrido dentro da cela que ele a deixou há 15 anos, naquele momento tinha morrido qualquer esperança dele querer ao menos dar o voto da dúvida a ela para juntos buscarem a verdade. Que depois de uns minutos, que ele a chamou ela disse, em um miado de voz.

— Maria: Está mesmo disposto a fazer isso?

Estevão puxou o ar do peito e fechou os olhos com tudo que representava as traições que ele acreditava vindo dela voltando em sua mente, que depois de dissipa-las ele disse firme.

— Estevão: Estou, Maria. A não ser que teme isso, que eu esteja diante de Evandro.

Ele lançou ao final de suas palavras sua desconfiança, que fez Maria voltar a terra, perder suas ilusões apagando a luz que voltou brilhar dentro do seu ser, sendo coberta pelo orgulho e seus ressentimentos, que se levantando ela disse séria.

— Maria: Não temo, Estevão. Não tenho nada a temer! Agora sou mulher suficiente para encarar meus inimigos de frente como fui com Evandro. Não preciso mais de sua ajuda. Mas devo alerta-lo que com o que posso descobrir sobre o que passa nas empresas San Roman, até você pode sair prejudicado!

Ela lançou aquele final, muito certa do que dizia, enquanto Estevão sem entende-la, disse nervoso.

— Estevão: O que está falando? Não passa nada na minha empresa, Maria! Se quero ir é porque quero entender o porquê Evandro te atacou! Ele é meu amigo, um senhor de idade e que está morrendo! É quase inacreditável Heitor ter te defendido dele!

Maria gargalhou no final quase chorando com o que ouviu. Estevão estava outra vez se importando mais com o homem que existia naquela história que podia ter sido mais uma ameaça a ele do com a verdade que ela foi acusada. Era como o suposto roubo e a traição, que ela sabia o que podia doer mais nele e naquele momento ela conseguiu identificar o que doía nele mais também, que por isso aquela proposta dele. O que concluir o que pensava a fez se sentir tola por uma parte dela bem enterrada ter se ilusionado.

Que então ela o respondeu, com ele querendo buscar se tinha sido traído por quem chamava de amigo e sócio, ou não.

— Maria: Você é um estupido, que não enxerga meio metro que passa a frente do seu nariz nas empresas San Román, Estevão! Mas eu sei que isso é o que menos te interessa, só quer ir pra ver se o que aconteceu é verdade, se seu amigo nunca cobiçou sua ex esposa. Porque sempre foi assim, Evandro antes mesmo de nos casarmos, mostrou seus sujos interesses em mim, me fazendo propostas indecentes e isso você também nunca viu que seguiu quando ainda éramos casados!

Estevão ficou vermelho de ódio. Não podia ver Maria, mas no tom que ela falava enojada ele sentia verdades. Com as palavras dela, despertou nele lembranças do passado quando foram casados e por muitas vezes ele teve Evandro a elogiando demais na frente dele e ele fechou os olhos e bateu a mão nas costas de uma cadeira que estava em frente a mesa dele, a cadeira caiu, fazendo Maria ouvir o barulho dela pela linha. Que nervoso como estava, ele disse.

— Estevão: E por que nunca me disse o que acontecia, Maria? Porque! Essa conversa não pode seguir por telefone! Você e eu vamos essa noite mesmo na casa de Evandro! Enquanto o que diz sobre minhas empresas, não se meta em nada que diz a respeito a ela, Maria. Já está fora dela há 15 anos!

Maria passou os cabelos pra trás com a mão. Olhou a porta do quarto dela, Estrela estava ali com ela não sabendo quanto tempo ela estava escutando a discussão que ela tinha com Estevão. Que então disposta encerrar a ligação, mas não disposta acatar a ordem dele, ela disse dura.

— Maria: Me incriminaram me dando uma culpa que não era minha dentro de sua santa empresa Estevão, então vou me meter sim até achar os verdadeiros culpados que quando eu achar, até você terá que tomar cuidado!

Ela então desligou o celular e Estrela deixou a porta do quarto a olhando com raiva, uma raiva que ela sabia que não era direcionada a ela.

Na mansão San Román

Estevão estava possesso por ter a ligação desligada por Maria. E como não tinha Heitor por perto, ele pegou o celular dele também que estava sobre a mesa e rápido salvou o número de Maria e depois guardou o celular no bolso e saiu nervoso como estava do escritório, vendo Alba que descia a escada de bolsa no ombro.

Que então ele disse.

—Estevão: Tia cadê, Heitor?

Alba parou no fim da escada e o respondeu com desdém.

— Alba: Não sei, Estevão. Vou sair e não sei quando volto.

Ela andou, mas Estevão fazendo ela parar perguntou de voz irritada, o que Alba já estava acostumada vê-lo sempre com raiva como estava.

— Estevão: E aonde vai?

Ela revirou os olhos e o respondeu.

— Alba: Em qualquer lugar que Maria não seja o assunto principal, Estevão. Então não me espere para o almoço, não sei quando volto.

Ele então bufou vendo Alba sumir porta a fora e subiu correndo as escadas pra ir até Heitor crendo que ele estava no quarto dele.

Enquanto no apartamento de Maria ela depois de chamar por Estrela, mas sem ter resposta,  não deixou o quarto para vê-la pois estava nervosa, Estevão a tinha deixado assim logo de manhã. Que então respirando e aspirando ar, enquanto pensava nas palavras dele tendo só uma certeza que para ele, nada parecia importar mais do que se na história dela tivesse um homem que pudesse ferir o ego dele lhe dando um título de corno, enquanto a empresa que ele tanto se orgulhava poderia estar sendo palco de um esquema de uma grande lavagem de dinheiro e ele não via.

Porque era aquilo que ela desconfiava que acontecia nas empresas San Roman, Maria tinha quase certeza ainda mais pelas palavras de Evandro, que por isso ela acreditava que até Estevão poderia sair prejudicado e na lei.

O celular dela tocou de novo, ela correu pra pegar depois de ter jogado ele na cama, que se fosse Estevão de novo, ela estava disposta ofendê-lo como não havia feito, mas quando viu que era Luciano ela finalmente atendeu uma ligação dele depois de semanas, dizendo.

— Maria: Estão lavando dinheiro nas empresas San Román! Eu tenho ainda mais certeza disso, Luciano!

Não houve reação de surpresa pelo que ouviu vindo de Luciano. Ele e Maria pensavam igual, já que algo de muito sujo tinha que ter passado na empresa há 15 anos pra fazê-la dela culpada de um crime de desfalque, mexendo assim com um alto valor da própria empresa. Que então ele disse sério.

— Luciano: Sabe que em um esquema como esse de lavagem de dinheiro por trás de uma empresa como as San Román, há um forte esquema formado por uma possível quadrilha Maria, que desmontá-la e sair ileso é uma missão quase impossível.

Maria suspirou, sentou e levou a mão no rosto. Tinha noção do que ele falava e por isso que tinha conversado com Heitor quando tinham deixado a casa de Evandro, se já temia ele envolvido em tudo com ela, agora muito mais. Que mesmo sendo ciente dos riscos ela disse.

— Maria: Sim, eu sei. Eu sei Luciano e sei também que não faria sozinha isso, eu só preciso dar as provas do que acontece nas empresas San Roman as autoridades e eles fariam o resto.

Luciano que deixou o celular dele sobre a cama em seu quarto para ajeitar sua gravata por ter um compromisso de trabalho naquela manhã de sábado, a respondeu com a ligação no alto falante do aparelho.

— Luciano: Quero saber porque agora já tem mais certeza do que já achávamos Maria, mas não vamos seguir falando disso por telefone. Estou adiantando todo meu trabalho aqui em Londres, para em menos de duas semanas, ir te visitar Maria. Passou todo esse tempo sem falar comigo, então quando estivermos  cara a cara vai me dizer também o que andou acontecendo para fazer isso.

Quando o ouviu, Maria sentiu um frio na barriga, seu coração acelerar e até sua boca secar de nervoso. Se sentia como tivesse feito travessura que além de pensar que poderia magoar Luciano, poderia ouvir algumas verdades dele que não poderia se defender. Que assim ela disse baixo, o respondendo.

— Maria: Talvez não irá gostar de saber o que houve, Luciano.

Luciano pegou o celular e voltou escutar com ele normalmente. Tinha algumas ideias do que fez Maria se afastar dele, mas queria mesmo ouvi-la dizer o porquê, que se fosse a mais que ele acreditava, estava disposto voar até chegar nela e Estrela para cuida-las pessoalmente. Que assim, ele disse.

— Luciano: Penso que no fundo eu já sei o que se passa, mas quero te ouvir e não assim a distância, Maria. Além do mais, está muito sozinha aí com Estrela, eu irei vê-las.

Maria sorriu sentida, mas necessitada de ter Luciano com ela. Havia vivido todos aqueles anos com ele ao lado dela e de Estrela, o que fazia dele alguém muito especial e querido na vida delas, alguém que ela temia muito perder. Que então ela disse.

— Maria: Obrigada por tudo, Luciano. Por estar comigo e minha filha, nos momentos bons e ruim. Sou tão grata por tê-lo conosco, comigo.

Luciano deu um leve sorriso, gostaria de ter mais que gratidão vindo de Maria, mas para ele sempre seria melhor tê-la naquela bonita amizade cheia de cumplicidade que tinham, do que não tê-la de nenhum modo, que então ele a respondeu.

— Luciano: É para isso que serve os amigos, não?

Longe dali. Algumas horas depois, Estevão deixava a mansão San Román.

Ele dirigia seu carro com as palavras de Maria em mente e sem poder se conter na espera de vê-la para esclarecer o que ela havia dito em relação a Evandro, ele dirigia em direção a casa dele.

Enquanto na casa de Demétrio.

Bruno, Patrícia e Daniela com ele, esperavam Alba chegar para uma reunião.

Bruno fumava na sala de Demétrio olhando a janela, Daniela estava sentada em uma poltrona, Demétrio estava atrás dela, tocava no ombro dela enquanto Patrícia bebia histérica. Estavam todos tensos. Já sabiam da visita de Maria a Evandro e esperavam Alba para dar mais detalhes a eles, de como tudo andava com Estevão em relação ao tema.

O mundinho deles, se Maria descobrisse a verdade cairia. A “mamata” acabaria e nenhum deles queriam perder o que os beneficiavam. Então para eles estava chegando a hora de decidirem o que fazer para afastar Maria da vida deles mais uma vez.

Demétrio suspirou e saiu de trás de Daniela, indo direto ao seu bar de bebida no meio da sala, pegou um copo de cristal que mesmo cedo, encheu de conhaque e disse.

— Demétrio: Eu sabia que Evandro podia nos trair quando visse Maria. Eu avisei!

Daniela se moveu inquieta e disse depois de ouvi-lo.

— Daniela: Mas o que esse velho tem por essa Maria, que nunca passa? Será que ele não supera ela e que o dinheiro que tanto recebeu não foi o suficiente?

Bruno andou soltando a fumaça de seu cigarro pela sala e depois disse, respondendo o comentário de Daniela.

— Bruno: Evandro aceitou essa nossa aliança por despeito. Não foi só pelo dinheiro. Mas ainda não sabemos o que foi o que ele disse a Maria. Temos que aguardar Alba chegar.

Andando com o copo de sua bebida indo sentar em um sofá, Patrícia resmungou depois de ouvi-lo.

— Patrícia: Essa velha que não vem.

Alba chegou, fazendo assim dela uma grande mentirosa quando disse a Estevão que iria em um lugar que não citassem Maria, que por ouvir Patrícia ela a respondeu.

— Alba: Já estou aqui querida, Patrícia.

E Daniela foi até ela dizendo.

— Daniela: Graças a Deus, chegou Alba.

Elas se cumprimentaram com beijinhos no rosto e Demétrio apressado para iniciar aquela reunião, disse.

— Demétrio: Agora que já estamos todos reunidos, vamos decidir logo se deixamos Maria nos derrubar ou fazemos algo antes.

Bruno tragou seu cigarro, vendo Demétrio querendo tomar a liderança entre eles, que ele não gostava de ver, que então ele disse.

— Bruno: Calma aí Bruno que a última palavra é minha.

Demétrio o encarou. Estava nas empresas San Roman, conheceu Estevão graças a Bruno, virou sócio também graças a ele, mas foi ganhando terreno, se enriquecendo mais e se tornando o braço direito de Estevão, o que o fazia sentir muito mais confiante que Bruno e que o lembrando que na aliança que estavam não existia apenas só por eles, ele disse.

— Demétrio: Essa última palavra que diz que só é sua, não é tão só sua, não é meu querido Bruno?

Patrícia se arrepiou e depois que bebeu toda de sua bebida ela disse, indo buscar mais.

—Patrícia: Quando vocês falam assim eu morro de medo, então parem!

Alba revirou os olhos com o que Patrícia disse e devolveu a resposta que ela não deu com a ofensa que levou ao chegar, já que ela sabia como atingir o ego dela, como sabia atingir os demais ali na sala.

— Alba: Claro, você só serve para ser a cadelinha do Estevão, Patrícia, não serve para nada aqui. É uma medrosa, uma carta já fora do baralho para nós, já que nem pra estar entre Maria e Estevão você serve!

Daniela riu com o que ouviu e Patrícia a olhou com raiva por ter rido dela e disse.

— Patrícia: Por que ri, Daniela? Eu notava como olhava Estevão quando os visitávamos antes de você jogar Ana Rosa pra cima dele e eu tive que deixar de vim aqui com ele!

Daniela arregalou os olhos e reprendeu ela o mais rápido que pôde.

— Daniela: Cala a boca, Patrícia! Não sabe o que diz!

E Bruno cansado da ladainha que ouvia, disse.

— Bruno: Calem a boca as duas! E vamos ouvir o que Alba tem a falar.

Longe dali.

Sentado há mais de uma hora a espera de Evandro chegar de uns exames que foi fazer no hospital, na sala da mansão dele, Estevão olhou seu relógio de pulso impaciente. A manhã tinha se tornado tarde, que então se levantando ele disse, para uma senhora que era a governanta fiel de Evandro e que tinha atendido Maria na noite passada.

— Estevão: Diga a Evandro que estive toda a manhã a espera dele, mas que a noite eu volto para conversarmos, hum.

—X: Sim, senhor San Roman.

Ele saiu e quando entrou no carro, sentiu fome. Mas não queria voltar pra casa, queria almoçar em um restaurante, mas não sozinho. Era sábado e ele pensou em ligar para Heitor almoçar com ele em um bom restaurante. Dirigindo ele ligou para ele, mas deu na caixa postal. Ele seguiu dirigindo pensando agora que se Maria não tivesse rejeitado o almoço e até o jantar com ele, a convidaria. Mas ele sacudiu a cabeça, corrigindo seus pensamentos. Havia dias que não se viam e nem se falavam que quando fizeram naquela manhã, brigaram, então tinha certeza que não teriam um almoço calmo como ele lembrava que o último que tiveram juntos, não foi.

Ele seguia dirigindo entre o trânsito da cidade naquele sábado a tarde, quando olhou para um restaurante com mesas a vista pra rua e viu ali, Heitor almoçando acompanhado. Acompanhado de Maria e Estrela em uma mesa. Estevão ficou olhando a cena dos 3 ali até que ouviu buzinas atrás dele pelo sinal ter aberto. Ele voltou a dirigir agora com o corpo todo tenso e o coração palpitando. Aquela seria a família dele e era dele, os filhos, a mulher. Ele ergueu a cabeça com um intenso verde nos olhos brilhando. Queria Estrela, mas também queria a mãe dela que não dava para um juiz resolver aquela questão pra ele. Maria não se manteria ao lado dele mesmo sem amor ou se manteria?

No restaurante.

Estrela deixou a mesa para ir ao banheiro, Maria bebeu um pouco do seu suco de frutas bem gelado pelo canudo e depois que se viu só com Heitor ela disse, só tendo aquela oportunidade de falar daquilo com ele com aquele convite que ela tinha feito para ele almoçar com elas e com a benção de Estrela.

— Maria: Por que contou ao seu pai filho, o que houve com Evandro?

Heitor limpou os lábios com guardanapo da mesa. Esperou o almoço todo pra vê-la questionar aquilo, que então quando a viu fazendo, ele a respondeu.

— Heitor: Quer mesmo a verdade, senhora?

Maria assentiu e ele seguiu.

— Heitor: Deixou claro ontem que me quer longe das verdades que busca o que deixo também claro mais uma vez que isso não vai ser tão fácil assim, então pensei que se eu despertasse interesse nele, ele te ajudaria, nos ajudaria também.

Maria deu um riso sem vontade. Heitor tinha tido a mesma ilusão que ela teve por um momento pela manhã, que então matando elas pra ele também, ela disse.

— Maria: Ele não quis fazer isso há 15 anos atrás, por que faria agora? Além do mais já é tarde para isso, não quero a ajuda dele.

Heitor suspirou. Havia percebido que havia cometido um erro ao contar a Estevão e se ilusionar bem depois, que então buscando uma mão de Maria sobre a mesa, ele disse.

— Heitor: Então terá que se contentar com a minha ajuda, mesmo não querendo.

 


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