Falso amor escrita por EllaRuffo


Capítulo 25
Capítulo 25




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Olá lindas, eu iria segurar esse capítulo até semana que vem, mas resolvi postar hoje. Nesse capítulo tem Evandro que até então ele só foi citado na história em uma conversa de Demétrio e Bruno no capítulo 3 e essa aparição dele será importante para o desenrolar das coisas que favorecem Maria, ou seja, vem tiro kkkk... Espero que gostem.

Maria suspirou, entrando dentro da mansão de Evandro. Uma senhora que trabalhava para ele por muitos anos, a guiava pela grande sala daquele lugar. Era uma casa tão grande e cheia de coisas, mas ao mesmo tempo tão vazia. Os bens materiais exposto ali, da decoração dos móveis a quadros de artes nas paredes, era apenas um pouco de todas riquezas de Evandro. Um milionário e avarento era o que ele era, mas também já tinha sido um velho asqueroso, assediador que Maria podia muito bem recordar.

E agora, por saber por Heitor que ele padecia de uma doença terminal, ainda assim, Maria não conseguia ter pena, que por isso não podia deixar ele morrer sem ter a oportunidade de fazê-lo contar o que ela acreditava que ele podia saber. Ela queria se apegar a isso pata ter um fio de esperança. Evandro tinha que ter algo para ajudá-la entender o porquê ela havia sido vítima das armações que a destruíram no passado para que sua visita ali não fosse em vão.

E então ela parou de frente a uma porta de um quarto e a senhora que estava com ela refez seu caminho de volta, a deixando ciente que Evandro já a esperava.

Que então ela suspirou e empurrou a porta passando por ela.

Em uma cama de casal, Evandro estava sentado com suas costas apoiadas em um monte de travesseiros. Um médio cilindro de oxigênio com uma máscara, estava bem ao lado dele em cima de um móvel. Observando tudo, Maria foi se aproximando, tendo melhor o entendimento do real estado de saúde de Evandro. Nem poderia lembrar qual foi a última vez que o tinha visto, mas podia lembrar que ele não precisava estar atado a um kit de oxigênio e nem havia sido naquela casa que ela nunca havia pisado, nem mesmo com Estevão.

E ela ergueu a cabeça, o mirando mais séria, talvez havia sido o karma que o havia deixado naquela cama. Maria vestia, seus tradicionais terninhos com uma saia, meias transparentes, um par de sapatos scarpin e tinha uma pequena bolsa enroscada entre os braços. E dessa forma na ponta da cama ela parou ainda olhando Evandro que bebia da visão dela parada na frente dele.

A via tão linda, vestida naquele conjunto de roupas vinho marsala, que ele sentia seu coração acelerado e podia apostar que sua pressão também se alterava. Desde que soube do regresso de Maria, ele esperou por aquela visita, esperou vê-la e agora a tinha em sua frente e ele achava, que a tinha mais linda e mais mulher com aqueles anos passados. E ele só pensou que os anos a mais para ela, só tinha a favorecido.

Que então, buscando a máscara de oxigênio sentindo que precisava de ajuda para respirar, ele disse.

— Evandro: Ansiei por sua visita, querida Maria.

Ele levou a máscara no nariz e boca e puxou o ar com ela.

Maria empinou o nariz, de batom vermelho nos lábios e cabelos jogados sobre os ombros, ela bateu neles com uma mão o jogando para o lado e depois o respondeu.

— Maria: Então sabia que uma hora eu viria.

Evandro sorriu e tirou máscara da frente boca, pra dizer.

— Evandro: Sabia, quando percebesse que o que te fizeram, com todos nós está a verdade que precisa, Maria.

Maria suspirou. Se ele queria ser direto, falando logo no motivo que a trouxe ali, ela faria o mesmo. Que então ela disse, sentindo todos os ressentimentos vivos nela, que ela remexia em seu passado.

— Maria: E você vai me dar essa verdade, Evandro Maldonado? Vai me dar? Não vai?

Maria deixou a bolsa dela sobre a cama e foi se arrastando de joelhos até ele. Evandro ofegou vendo a maneira que ela se aproximava dele, que quando ela esteve quase em cima dele, ela seguiu, querendo intimida-lo daquela forma que ela percebia que ainda podia abala-lo.

— Maria: O que ganharia me incriminando por algo que não fiz e o meu divórcio com, Estevão? Hum? Dinheiro? Eu? O que todos ganhariam, Evandro?

Ela foi mais próxima, abrindo as pernas na posição que estava para abraçar as pernas dele, mas sem toca-lo, parando assim a alguns centímetros do rosto dele. Evandro arregalou os olhos com sua respiração irregular. O cheiro dela, o calor dela estava tão próximo a ele que ele pensou que teria um infarto como soube que Estevão quase teve ao voltar a vê-la. E como da boca dele ainda não saiu som algum, Maria seguiu agora aumentando a voz.

— Maria: Me responda, Evandro! Sei que desde que entrei nas empresas San Román, colocou os olhos em mim! Mas seria muito tolo da sua parte acreditar que com meu divórcio com Estevão eu te procuraria. Então porquê compactuo com o que me fizeram? Também quis dinheiro? Mas do que já tem nessa sua miserável vida?

Evandro levou uma mão no meio do peito e a outra, procurou desesperadamente sua máscara de oxigênio que deixou cair ao lado da cama. Vendo seu tom de pele se avermelhar e ele puxar o ar do peito ofegante, Maria recuou pra trás temendo que ele sofresse um mal súbito com sua abordagem. Ele não poderia morrer sem falar nada a ela, que quando ela esteve de novo fora da cama e em pé, ele tirou a máscara e disse, pausadamente.

— Evandro: Dinheiro... Dinheiro nunca é demais, Ma, Maria. Mas também, se eu não podia tê-la, Estevão também não teria.

Ele fechou os olhos buscando respirar pela máscara de oxigênio de novo, se acalmando. Quando o ouviu, além de sentir o mesmo asco que sempre sentiria dele, Maria sentiu seu sangue ferver mais nas veias, que então ela o respondeu.

— Maria: Então assume, assume em minha frente que realmente houve um plano para me tirar das empresas San Román e da vida de Estevão! E que você estava por trás também, Evandro! Seu covarde, infeliz!

Ela deu a volta na cama parando ao lado dele e arrancou a máscara de oxigênio dele e colocou no móvel. E com lágrimas quase já saltando de seus olhos ela voltou a dizer.

— Maria: Vai me contar tudo que sabe! Tudo que me fizeram, Evandro!

Evandro tossiu e disse bravo.

— Evandro: Eu preciso desse oxigênio para respirar, me devolva!

Maria ergueu a cabeça e o respondeu decidida a tudo para sair dali com as respostas que ela precisava.

— Maria: Só quando me contar tudo que sabe, já disse! Enquanto isso, quero que vê-lo sofrer buscando ar nesses malditos pulmões enquanto me confessa o que me fizeram, Evandro!

Evandro bufou olhando para a expressão dura no rosto dela e disse.

— Evandro: Bem que me disseram que já não é a mesma, Estevão disse isso! Mas o plano não partiu de mim e não existiria, se não fosse tão enxerida Maria para se meter em assuntos que não lhe cabia!

Maria deixou as lágrimas descerem de seus olhos e disse alterada, depois que o ouviu e sem entender o que ele falava, por tê-la chamado daquela forma.

— Maria: Enxerida? Aonde me meti? Eu só era uma mulher cega, completamente apaixonada por Estevão que trabalhava com toda adoração e entrega ao lado dele! Eu não me meti em nada! Nada que não era de meu interesse naquela empresa!

Evandro tossiu de novo, Maria se afastou dele e voltando atrás ela jogou a máscara de oxigênio pro lado dele e disse cheia ódio também por aquele homem.

— Maria: Tome, você não pode morrer agora! Não antes de terminar de me esclarecer tudo o que está dizendo.

Evandro usou a máscara de novo e minutos depois, mais calmo de novo ele seguiu.

— Evandro: Se meteu sim em algo que não lhe cabia quando trabalhava ao lado de Estevão nas empresas San Roman, Maria. Ainda que não lembre, descobriu ou estava a ponto de descobrir o que passava debaixo do nariz de Estevão e você teve que ser afastada ou arruinaria os planos de ...

Evandro voltou a tossir novamente e Maria, não podendo conter o desespero e a ansiedade que só tomava conta do seu ser para seguir ouvindo as verdades que podia fazer ela entender tudo do que foi vítima, ela disse exaltada e entre lágrimas.

— Maria: Os planos de quem? Arruinaria o que? Eu só era uma mãe que amava mais que tudo meu filho e meu marido, uma mulher totalmente dedicada a minha família, quando me jogaram desacordada em um quarto que até hoje, eu não sei como cheguei nele ou o que houve de verdade dentro dele! E isso é como um fantasma que me atormenta quando lembro que tive minha intimidade exposta, violada e minha dignidade de mulher e cidadã resumida a 0! Porquê se não fosse a piedade de Estevão, eu teria sido também condenada, Evandro por algo que tenho agora absoluta certeza que você sabe que não cometi! O que fez não te dá remorso algum em ter compactuado com algo tão sujo?

Quando terminou de falar, Maria precisou dar as costas para Evandro, encostando as mãos em uma escrivaninha que tinha alguns livros em cima e um abajur. Sem olha-lo ela tentava se acalmar e controlar as lágrimas que tinha tomado sem controle seu rosto. Que com ela dessa forma, ela ouviu Evandro responde-la.

— Evandro: Consegui sobreviver todos esses anos com esse fardo, vendo minha conta bancária aumentar e Estevão remoendo ano após ano, ressentimentos e mágoas por suas supostas traições, Maria. Isso tudo foi meu alento. Mas quando regressou, eu só pensei que seria a hora de fazer algo para que você limpasse seu nome e fizesse Estevão pagar pelo que fez a você.

Maria limpou o rosto das lágrimas e se virou para ele depois de ouvi-lo. Ela sentia que nunca seria capaz de perdoar Estevão por não ter acreditado nela e lhe tirado Heitor, mas sabia que a culpa de suas desgraças não estava apenas sobre as costas dele, que por isso para ela, a justiça teria que ser cobrada para todos envolvidos na armação que ela foi vítima, não só ele. Que então ela o respondeu cheia de ressentimentos e com seu desejo mais ardente de provar sua inocência.

— Maria: Você só teve amor ao dinheiro, nunca soube o que era um sentimento nobre, Evandro, por isso conseguiu viver em paz depois de ajudar destruir a vida de uma inocente e separar um filho de uma mãe. Estevão me separou cruelmente de meu filho por ter acreditado nas falsas provas que você junto ajudou a elabora-las! Mas eu limparei meu nome e não só para ele pagar pelo que me fez, mas pra todos que estão envolvidos pagarem! Todos!

Evandro pensou o que acontecia debaixo dos panos nas empresas San Román e fez um gesto de negação com a cabeça. Não acreditava que a sede de justiça que Maria mostrava ter, seria fácil saciada. As movimentações ilícitas dentro da empresa de Estevão, eram mais complexas do que ela poderia imaginar. Que então ele a respondeu.

—Evandro: Todos é muita coisa Maria e perigoso demais. Não sabe aonde está se metendo, ou melhor sabia, mas era tão ingênua que não entendeu até hoje.

Maria então caminhou até ele e sentou ao dele na cama e disse desesperada.

— Maria: Então fale! O que acontecia nas empresas San Román? O que ainda acontece? Não pode ser nada! Se eu tinha certeza que algo muito sujo passa por lá, agora mais ainda!

Evandro aproveitou ela próxima dele e tocou um lado dos cabelos dela, deixando a mão dele repousado neles, enquanto a olhava toda vermelha e de lágrimas nos olhos. Que então assim, ele disse.

— Evandro: O que está acontecendo nas empresas San Roman, está acima de mim, de Bruno, Demétrio, Patrícia, Alba, de todos os envolvidos que se beneficiaram com sua saída da vida de Estevão, Maria.

Maria se afastou rápido de Evandro quando ouviu a lista de nomes que ele dava a ela. Até Patrícia estava nela, enquanto Demétrio ela não se lembrava que ele era o mesmo advogado que ela tinha assinado o divórcio de seu casamento com Estevão, mas tinha o nome dele na lista que Heitor tinha dado a ela. Alba, Bruno eram alvos da desconfiança dela como Evandro era, agora Patrícia depois de ter descoberto que ela mantinha uma relação amorosa com Estevão, era novidade saber que ela também estava vinculada em toda aquela sujeira.

E assim nervosa, Maria o respondeu necessitada de mais.

— Maria: Vocês todos foram uns covardes! Eu não merecia o que me fizeram! E aquele homem que me colocaram em um quarto com ele, quem era? Quem era?

Maria pegou nos ombros de Evandro enquanto tremia de nervoso a espera da resposta dele. Vinha tantas perguntas na cabeça dela, que incluía o homem que foi parte das provas com ele em uma cama que a condenou o amor dela para Estevão, como falso.

E Evandro então alisando os braços dela a respondeu, com os olhos fixos nos lábios dela.

— Evandro: Eu só fiquei em silêncio com o plano, não o realizei. Essas perguntas, deveria fazer a quem estava por dentro dele.

Maria se afastou rápido dele fazendo com ele não a tocasse mais. Que então andando de um lado para o outro, ela disse de mãos nos cabelos.

— Maria: E quem estava? Bruno, Alba, Patrícia, esse Demétrio? Quem estava, Evandro!?

Evandro se moveu na cama vendo a pilha de nervos que Maria estava, totalmente fora de si. Maria começava encontrar as peças daquele quebra cabeça, mas precisava encaixa-las no lugar certo. Que assim Evandro a respondeu.

— Evandro: Maria, ouça. Cada um de nós teve uma participação indireta ou direta a tudo que houve e agora colhemos dos bônus que sua saída da vida de Estevão e das empresas San Román, nos trazem durante 15 anos. E pode apostar que nenhuma vai querer abrir mão das regalias que se você descobrir a verdade, vai acabar.

Maria parou furiosa. Se aquelas regalias eram dinheiro fácil como ela apostava que era, ela estava disposta a acabar com aquilo, provando que era inocente e expondo os culpados que claramente seguiam agindo por trás de falsos contratos, sorrisos e apertos de mãos em mais um negócio fechado que Estevão era incapaz de ver. Mas também, havia algo com o que desconfiar, as peças estavam ali sendo exposta por Evandro e tão fácil e Maria então ainda com o mesmo furor que tomava seu ser, disse desconfiada.

— Maria: Por que está me contando tudo com tanta facilidade? Qual é o plano dessa vez? Qual é!

Evandro suspirou. Tinha sim um plano, mas ele seria executado com ele já morto. Assim ele desejava. Trairia quem ele havia se aliançando e com isso pensava que poderia festejar aonde fosse que ficaria seu espirito. Estava na hora dele dar agora dar as boas cartas nas mãos de Maria. Que assim ele disse.

— Evandro: Veio tentar entender o que houve com você, achar a verdade e eu esperei esse momento por isso agora estou te dando Maria, assim, de mão beijada.

Maria ficou em silêncio fixando seu olhar em Evandro, até voltar a questiona-lo.

— Maria: E o que vai ganhar com isso? Sei que tem que ganhar algo como ganhou nessa sua vida avarenta me incriminando e me separando de Estevão!

Evandro de ombros e pegou sua máscara de oxigênio de novo para usar. Que depois de usa-la ele disse.

— Evandro: Quero morrer com o gosto de imaginar que estará ameaçando todos com a verdade podendo sair a luz pelas suas mãos Maria e também com a certeza de saber que Estevão iria preferir morrer como vou, do que conviver com a verdade que sempre foi inocente. A culpa pelo que ele te fez acabará com ele, Maria.

Maria ficou calada por alguns segundos. Tinha um desejo em seu interior ainda vivo em querer ver Estevão sofrendo como ela havia sofrido, queria vê-lo só como ela se viu, queria ter o amor de Heitor e seguir tendo o de Estrela e vê-lo mendigando afeto até dos dois e a implorando perdão, tamanho era seus ressentimentos. Mas as palavras de Evandro, a menção de morte, a deixou incomodada, que então ela disse.

— Maria: Odeia Estevão tanto assim?

E Evandro sem precisar de rodeios para aquela resposta, a respondeu.

— Evandro: Ele teve você, eu não.

Maria tocou seu rosto com uma mão e depois arrastou ela entre seus cabelos. Estava arrependida por não ter exposto a ninguém aquele desejo que Evandro nutria por ela, que se tive ainda no passado feito isso, a menos ao Estevão o desfecho de tudo o que houve poderia ser diferente. Tinha sido cega e ingênua em tudo. Que rebatendo as palavras dele, ela disse.

— Maria: Eu podia ser sua filha quando o conheci, eu ainda poderia ser, Evandro! O que nutriu por mim, nunca poderia acontecer, mesmo que mais de uma vez tentou me assediar com suas asquerosas propostas!

Evandro torceu os lábios agora rancoroso, que bravo ele a respondeu.

— Evandro: Que se tivesse aceitado elas, não teria passado por tantas humilhações que passou com Estevão. Valeu a pena escolher o amor, ao invés do dinheiro Maria? Estevão deixou que a levassem presa, não te deu nem o voto da dúvida e ainda te tirou o que você amava!

Maria suspirou sentindo sua ferida sendo cutucada, mas sustentou sua expressão séria e suas lágrimas que veio nos olhos e disse, o que amar a tinha ensinado.

— Maria: O amor só foi uma ilusão que eu tive e que me trouxe a realidade que amar dói, dói muito. Mas não me arrependo, porquê tenho a consciência limpa, que amei Estevão até o último dia e não o trai como ele pensa, Evandro.

Maria se abraçou alisando seus próprios braços e virando o rosto de lado enquanto mirava o chão, Evandro a encarava que depois de sua observação ele disse.

— Evandro: Ainda o ama, Maria e Estevão nunca mereceu esse seu amor.

Maria rápido voltou olha-lo e rebateu as palavras dele com o que sentia.

— Maria: Eu não o amo! O que sinto por Estevão é o contrário do amor. Ele me feriu como mulher, como mãe. Não poderia ama-lo mais nem se eu quisesse.

Evandro sorriu com a resposta dela e decidiu voltar a falar do que estava planejando.

— Evandro: Como vê, estou morrendo Maria e posso deixar com você as primeiras cartas que te ajudará a encontrar a verdade que precisa. Só precisa aceitar.

Maria o encarou desconfiada de novo o questionou.

— Maria: Que cartas? Já me deu nomes. O que não entendo é o porquê só agora parece querer me ajudar depois de ter também me destruído.

Maria o encarou a espera de resposta e Evandro a respondeu.

— Evandro: Entendo sua desconfiança, mas esperei esse momento e ele chegou. Mas teria que abrir mão do seu orgulho para tê-las.

Maria respirou fundo e rápido o respondeu.

— Maria: Se está querendo me propor mais uma de suas indecentes propostas que já me fez, esqueça, Evandro!

Evandro riu agora a olhando de cima a abaixo ali em pé no meio do quarto e disse depois que seu olhar voltou encarar o rosto dela.

— Evandro: No estado que estou infelizmente, não seria capaz de satisfazer uma mulher como você, Maria.

Maria revirou os olhos e depois o rosto cruzando os braços que então ela disse, voltando olha-lo.

— Maria: Me causa asco, Evandro.

E Evandro sem vergonha alguma do que sentia, disse com um riso amarelo nos lábios.

— Evandro: E você, desejo em mim. Ainda te desejo como o primeiro dia, Maria. Desejo e te amo.

Maria então riu das palavras dele e o respondeu, tendo a certeza que os homens que dizia ama-la só a fizeram mal.

— Maria: Me ama? Que amor fala? Deve ser um amor tão falso como que Estevão dizia sentir por mim!

Evandro endureceu todo seu corpo quando a ouviu que com raiva ele disse.

— Evandro: Estevão nunca te mereceu. Que se fosse real sua traição e estivesse comigo, eu a perdoaria Maria, seria melhor te perdoar, do que te perder. Por isso ele nunca te mereceu e merece todo sofrimento que hoje vive.

Maria suspirou alisando de novo seus braços como que se consolasse daquele modo e disse, depois que o ouviu.

— Maria: Única pessoa que sofreu nessa história toda, foi eu. Eu fui a vítima aqui, eu fui a mulher que violaram toda sua intimidade enquanto estava vulnerável ao lado de alguém. E ainda temo o que me fizeram enquanto eu não acordava.

A lágrima desceu com o final de suas palavras. Aquele terror quando pensava demais naquilo ainda assombrava Maria. A incerteza do que fizeram de seu corpo em um momento de incapacidade dela, a aterrorizava. Que então entendendo o que ela queria dizer, Evandro disse bravo e querendo acreditar que ele tinha essa verdade.

— Evandro: O plano era que Estevão tivesse as provas de sua traição! Não te violaram como pensa!

Maria se exaltou e o respondeu abalada.

—Maria: Você não pode garantir isso, Evandro! Ninguém pode! Eu vi as fotos, eu vi aquelas malditas provas com aquele homem que nunca vi na vida. Ele poderia, ele poderia ter ...

Maria cobriu os olhos com as mãos limpando as lágrimas que tinham neles e depois levou até os cabelos os tocando. Se sentiu exalta agora mentalmente e psicologicamente com aquela volta dela ao passado. Evandro notou como ela estava que então ele disse rápido.

— Evandro: Maldição! Ele não te tocou. Eu exigi isso!

Maria então o gritou sem conseguir ter o consolo com as palavras dele, dizendo entre lágrimas.

— Maria: Por que fez isso comigo? Porque me fizeram isso? Eu perdi Heitor por 15 anos, minha alegria de viver até o nascimento de minha filha e minha capacidade de amar alguém. Vocês mataram a mulher que havia em mim por todos esses anos!

Maria pegou a bolsa dela, não aguentava mais seguir ali, não podia mais. Que notando que ela ia deixa-lo, Evandro disse quase desesperado.

— Evandro: Vou te retribuir, Maria! Minha morte trará as armas que você precisa, pra ir até contra Estevão.

Maria riu amarga e limpando os olhos antes de responde-lo, ela disse.

— Maria: O que fala? Eu não tenho tempo pra que você resolva morrer, Evandro! Eu preciso da verdade agora! Eu preciso limpar meu nome por meu filho, mas também por cada tempo que passo aqui, vejo que descobrir a verdade está sendo questão de honra! Eu mereço não se vista como a mulher que tentou roubar a empresa do próprio marido e o traiu! Eu não mereço!

Evandro puxou o ar do peito com a máscara no rosto de novo. Tinha falado demais então ficou em silêncio apenas aspirando o exigênio. E depois de um tempo ele voltou a dizer.

— Evandro: Estou morrendo e sua visita aqui, está me dando outra sentença de morte Maria. Então não se preocupe, morrerei mais cedo do que pensa e quando eu morrer terá as armas certas pra conseguir provar que é inocente. Esperou 15 anos pode esperar minha morte também.

Maria o encarou. Via a luz no final do túnel, mas era Evandro que dava, justo ele. Que então sem conseguir ser capaz de sentir algum sentimento nobre por ele, ela disse.

— Maria: Não sei o que planeja, mas se me garante que com sua morte me facilitará chegar na verdade, saiba que agora não te tenho bons desejos, como já não tinha Evandro.

Os dois ficaram em silêncio por segundos. Até que Maria puxou o ar do peito já de bolsa jogada no ombro pra ir. Pensava que não tinha sido em vão estar ali, mas também tão tinha nada de concreto, apenas palavras de Evandro que a faria ter mais caminho para percorrer. Que assim, ela disse.

— Maria: Obrigada por nada, Evandro. Obrigada por apenas me ajudar reviver o que passei e por sua culpa também.

Ela tocou o rosto lembrando que Heitor todo esse tempo a esperava. Não queria deixar a casa de Evandro como ela imaginava que estava para não causar preocupação a ele. E quando já ia, Evandro disse de voz mansa.

— Evandro: Tenho a certeza que não me verá mais depois de hoje, Maria. Me permita então te tocar pela última vez. Só essa vez, Maria.

Maria o olhou com os olhos ainda chorosos e disse, sem entender o pedido dele.

— Maria: Que? Por que me pede isso?

Evandro esticou um de seus braços mostrando a mão para ela e a respondeu.

— Evandro: Me dê sua mão. Deixe-me tocá-la pelo menos. Me deixa sentir como pode ser macia sua pele, para que antes que eu morra, tenha pelo menos esse prazer, Maria. Por favor.

Maria ficou com uma postura dura, olhando a mão dele estendida para ela esperando a dela, que assim ela agora o olhando disse.

— Maria: Ajudou que me destruíssem. Não merece nem estar compartilhando o mesmo ar que eu, Evandro muito menos me tocar como já fez enquanto estive aqui em sua frente.

Sem baixar a mão, Evandro suspirou e insistiu.

— Evandro: Tenho consciência disso. Mas não rejeite essa boa ação a um moribundo como eu.

Maria ficou em silêncio olhando a mão dele indecisa. Até que ela se aproximou devagar, encarou mais a mão dele até que ela estendeu a mão direita dela pra encontrar com a dele.

Evandro pegou com as duas mãos a mão dela e alisou suspirando. Maria observava o gesto dele e suas mãos já enrugadas contra a pele da mão macia e ainda jovem dela, até que ele beijou a mão dela e ela com asco tentou puxa-la, mas ele segurou firme e a puxou pra ele, fazendo ela cair pra frente na cama.

Evandro reuniu toda força que tinha pra mantê-la presa a ele e a virou pra cima levando as mãos uma de cada lado na cabeça dela deixando seus dedos entre seus cabelos. Maria havia gritado com o susto, mas quando já deitada na cama teve o rosto de Evandro contra o dela e uma mão dele que desceu e segurava o corpo dela com a outra agora firme abaixo cabeça dela, ela pediu desesperada.

— Maria: Me solta! Me solta, Evandro!

Ela levou um de seus dedões em um olho dele, mas Evandro depois de gemer de dor pegou nos braços dela e pôs acima da cabeça dela. Maria se sacudiu desacreditada que Evandro tinha toda aquela força no estado que ele parecia estar todo aquele tempo que esteve com ele.

E ali, desejando sair das garras dele, ela lembrou das palavras de Heitor, ainda que o quarto de Evandro ficava muito longe da entrada da casa, ela começou gritar por ajuda, o chamando. Pela demora dela, Heitor já estava no primeiro andar da casa e ouviu os gritos dela, a empregada quis barra-lo mesmo escutando também o pedido de ajuda de Maria, mas Heitor subiu as escadas correndo, desesperado, seguindo os gritos dela.

Que quando abriu a porta do quarto, ele viu Evandro em cima dela e ela tentando se livrar dele.

Que sem pensar em mais nada, ele gritou já indo pra cima de Evandro.

— Heitor: Solta ela!

Heitor puxou Evandro pelos ombros e o jogou pro lado contrário de Maria em cima da cama e a ação seguinte dele, foi esquecer que lidava com um senhor de idade e o socou, o socou uma, duas, três vezes, até que Maria ainda abalada e já fora da cama, puxou ele por um braço por ser ele agora em cima de Evandro o socando.

— Maria: Vai mata-lo, filho! Não siga, não siga!

Heitor saiu ofegante de cima de Evandro e olhou pra Maria que tinha os olhos banhando em lágrimas. Ele pegou nervoso no rosto dela com as mãos. Os cabelos dela bagunçados, os olhos arregalados só eram efeitos da luta que ela antes tinha contra o corpo de Evandro. Que então ele perguntou aflito.

— Heitor: A senhora está bem? Ele te machucou?

Maria baixou a cabeça e negou derramando lágrimas. Tinha sido ingênua demais e por pouco sairia dali violada e que se Heitor seguisse também com o que fazia, ele sairia preso. Que assim, desejando sair dali e leva-lo, ela disse.

— Maria: Vamos embora, filho. Não temos mais do que fazer aqui.

Heitor assentiu, mas antes olhou pra cama, Evandro jogado nela, parecia puxar o ar pra respirar enquanto tinha o nariz esfolado pelos socos que levou. Que assim ele abraçou Maria com força e disse.

— Heitor: Não devia ter deixado que a senhora entrasse aqui sozinha, mãe.

Maria ergueu a cabeça sendo abraçada por ele, ouviu ele chama-la de mãe tão naturalmente que apostava que nem ele tinha percebido como não tinha notado que era ele que dava aquele abraço nela. E quando o abraço se desfez, eles saíram vendo a empregada entrar correndo no quarto para socorrer Evandro que a chamou.

Quase 1 hora depois, Heitor estava com o carro dele dentro do estacionamento que Maria morava. Mais calma, ela tinha encostado a cabeça em um lado do ombro dele e ficado calada ali.

Heitor tinha um misto de sentimentos, porém todos que traziam ele mais perto de Maria. Um deles, era uma forte necessidade de protegê-la. Antes, ela era a mulher que ele se esforçava para guardar os mais profundos rancores, era a mãe dele que friamente o tinha abandonado para estar com seu amante e agora, era aquela mulher que se não fosse ele chegar em tempo, teriam a violado. E tudo porque ela estava a procura das provas de sua inocência e que ele mesmo havia pedido, para estar ali ao lado dela sem mais dúvidas ou medos de ser magoado. Mas ainda sem elas, ele sabia que estava tão pendente a ela que não sabia mais se seria capaz de acordar em uma manhã e não vê-la mais. Maria ali pra ele era como uma menina e não uma mãe de mais de 30 anos dele e de uma filha de 15 anos. E ele suspirou pensativo. Se ele conseguia ver ela daquela maneira porquê Estevão não? Por que o Pai dele não? Haviam sido casados, ele devia conhece-la melhor que ele.

Quebrando o silêncio que estavam e deixando Heitor livre de suas questões internas, Maria se afastou dele e disse.

— Maria: Obrigada de novo pelo que fez por mim, filho se não fosse você uma desgraça havia passado. Obrigada, meu amor.

Ela beijou o rosto dele e sorriu de leve deitando a cabeça no ombro dele outra vez. Ela só pensava ali junto a Heitor, que tinha sido naqueles anos só mãe de menina, então não conhecia aquele instinto protetor que vinha de um filho menino e que ela sentia que Heitor estava tendo por ela, desde que começaram bolar estratégias para buscar a verdade. E ela não podia negar, que para seu coração de mãe que queria conquistar seu amor, lhe trazia felicidade e conforto. Que assim, ela o ouviu dizer.

— Heitor: Eu não sabia que Evandro Maldonado podia ser tão covarde assim, senhora. Além do mais, ele é amigo do meu pai, um sócio da empresa!

Maria se afastou dele tocando os cabelos e suspirou decidida em contar a ele o que nem tinha contado a Estevão.

— Maria: Antes mesmo que eu e seu pai fôssemos casados, Evandro já tinha interesse em mim e seguiu tendo quando já me viu casada. Mas nunca contei isso ao seu pai, filho.

Heitor suspirou se moveu inquieto, revivendo a raiva que sentiu de Evandro. Que pensando no que os levaram na casa dele e que Maria o caminho todo ainda não tinha dado detalhes a ele, ele disse.

— Heitor: Uma coisa é certa, senhora, não pode voltar lá. Mas espero que tenha ao menos tirado algo daquele covarde traidor!

Maria suspirou com sua mente ainda cheia das informações dada por Evandro, mas que não eram suficientes para ela ter as provas que tanto queria ou um caminho para chegar a ela. O que ela só tinha agora era a certeza que seus inimigos estavam nas empresas San Roman e que um crime que envolvia muito dinheiro acontecia nela, que como ela pensava em todo o caminho que ficou calada, as consequências dele, poderia cair até sobre Estevão.

Que então de voz não muito entusiasmada, ela o respondeu.

— Maria: Consegui. Mas só as palavras dele, que nada valem pra mim se não tenho provas, filho. E sim, ele tem compactuou com tudo que houve comigo como mais pessoas como eu já suspeitava. Ele olhou nos meus olhos e confessou.

Maria jogou a cabeça para trás encostando ela e fechou os olhos, deixando uma lágrima descer de seu rosto. Heitor viu ela chorando de novo e ainda depois de ouvi-la e sentiu ainda mais raiva. Que assim ele disse.

— Heitor: Estou tão revoltado, com tanta raiva senhora dele, de todos. Que com o que eu vi, para mim já é prova suficiente que diz a verdade, que ele também tentou incrimina-la e tramou a traição para que separassem a senhora de meu pai. Está claro que houve uma armação pelo caráter desse homem em atacá-la!

Maria o olhou de lado e deu um sorriso fraco. Ficaria feliz se Heitor seguisse acreditando nela com tanta vontade sem ela precisar provar a ela que dizia a verdade em tudo. Mas ela sabia que não podia cair naquela doce ilusão. Existia provas concretas concreta contra ela e ela precisava de outras provas, as verdadeiras, para derrubar o valor delas para todos, principalmente para ele, para que ela não temesse em tê-lo voltando atrás, como pensou que ele faria com o episódio do restaurante. Que assim ela disse.

— Maria: Talvez fale isso só agora, no calor do momento por te me visto naquela situação, mas ainda vai precisar de provas Heitor. Como Estevão, para acreditar que de fato algo de muito ilícito acontece nas empresas San Román sem ele saber.

Heitor pensou ao ouvi-la e perguntou.

— Heitor: Ele está sendo roubado?

Maria deu de ombros, apostava que era mais que aquilo que se passava nas empresas San Roman. Que dando o nome só para ela para deixar Heitor seguro, ela disse sem poder esquecer cada palavra de Evandro.

— Maria: Acredito que seja bem mais que isso, Heitor. As empresas San Roman é prospera, rica que se ela fosse só roubada por todos esses anos, ela já não estaria em pé. Mas não vou dizer o que penso, filho. Me desculpe. Esse risco só eu vou tomar. De alguma forma, agora tendo a certeza do que acontece e eu vou me infiltrar e conseguir provas. Mas sem você estando no meio disso. É perigoso demais.

Heitor bufou, vendo Maria querer deixa-lo afastado do que junto ele desejava fazer com ela. Que antes ele era uma criança e nada podia fazer, mas agora já um homem ele queria defende-la e cobrar também dos culpados a perca que ele teve de crescer junto com a mãe. Que então ele disse sério.

— Heitor: Se pensa que vai ficar sozinha nisso está muito enganada.

Ele olhou ela de lado e depois olhou para frente, Maria deu um leve sorriso por ver ele bravo e disse.

— Maria: Não vou estar sozinha, meu amor. Tenho Luciano que poderá me ajudar. Eu confio nela.

Heitor voltou olha-la incomodado com o mencionar de Luciano e a respondeu.

— Heitor: Eu sou seu filho, Luciano não é nada seu, senhora. Eu posso te ajudar mais.

Maria tocou um lado do rosto dele e depois de suspirar ela disse com carinho.

— Maria: É por ser meu filho que não posso te arriscar assim, Heitor. Por favor, entenda. Eu nunca me perdoaria se algo te acontecesse e nem seu pai me perdoaria e eu teria que dar razão a ele.

Heitor tocou na mão dela cheio de medo, que pegando ela e unindo com a deles, ele pediu apreensivo.

— Heitor: Se é tão perigoso, então pare de buscar essa verdade. Porque ai vai ser eu que não me perdoaria se algo te acontecer.

Maria levou a mão dela que faltava para unir com as dele e de mãos unidas, ela buscou olha-lo nos olhos agora de olhos emocionados e disse.

— Maria: Já disse que está falando assim pelo que houve, uma hora pode mudar de ideia, Estevão pode fazer até que você mude. Além do mais filho, com a conversa que tive com Evandro, tenho mais vontade de limpar minha honra. Agora ninguém vai tirar de mim esse desejo.

Heitor puxou o ar do peito. Estava agindo pela emoção, mas sabia que Maria tinha razão. Que agora pensando em Estevão pelo mencionar dele, ele disse.

— Heitor: Meu pai já não me questiona como antes sobre essa nossa aproximação nem minha decisão em ajuda-la senhora.

Maria suspirou agora tirando de leve suas mãos das de Heitor, pensando em Estevão que já não o via há quase um mês com o que ela tinha feito. Que ela só pensava que deviam seguir assim, ainda que lembrava que na seguinte semana teria que voltar a vê-lo na primeira audiência de reconhecimento de paternidade de Estrela que teriam.

Que assim, ela o respondeu, o que julgava o que ele fazia ainda mais pelas as atitudes recentes dela depois de terem feito sexo.

— Maria: Por que deve estar ocupado demais, em como me fazer pagar pelo que ele acha que fiz.

E Heitor não tendo muita certeza do que Maria falava, mas ciente que ela tinha o denunciado para mantê-lo afastado, ainda que desconhecias as razões que ele pensava que não seria difícil imaginar por saber como podiam brigar, ele disse.

— Heitor: Ele está andando abatido senhora e eu sei que é porque o denunciou e ele não te ver mais. Só não quis me meter nessas questões de vocês dois, mas ele já não é o mesmo.

Maria fingiu não se importar, ou melhor não quis acreditar que Estevão estava como Heitor falava. Que então ela apenas o respondeu.

— Maria: Eu e ele não podemos ficar muito tempo em um só lugar, por isso o denunciei. Mas obrigada por não nos fazer perguntas, filho.

Heitor deu um leve sorriso. Tentaria se manter da mesma forma, sem se meter naquela briga de seus pais. E pronto pra ir embora ele disse por ver as horas passando.

— Heitor: Eu acho que já vou.

Maria pegou no braço dele não querendo que ele fosse, que rápido ela o convidou sem acreditar que ele poderia aceitar facilmente.

— Maria: Porque não sobe comigo ao meu apartamento? Eu peço pizza e comemos, eu você e sua irmã. Ainda dá pra pedir uma.

Ela olhou o relógio que trazia no pulso para conferir a hora e tinha razão, ainda dava tempo de transformar aquela cansativa noite em algo que a fizesse ir dormir mais relaxada e não só com as questões que ela tinha fervilhando em sua cabeça.

E Heitor por ainda não ter ficado diante de Estrela, ele questionou rápido.

— Heitor: Nós 3?

Maria assentiu necessitando daquela felicidade que ela pensava que já era hora de acontecer, que por isso ela insistiu.

— Maria: Sim. Por favor, Heitor. Depois dessa noite, eu só queria essa alegria de ver meus dois filhos compartilhando seu primeiro momento juntos.

Heitor pensou na hipótese. Ele já era um homem de 20 pra se deixar intimidar por uma menina de 15 que era irmã dele. Além de que ele tendo mais entendimento que ela, pensava que como ele foi uma vítima naquilo tudo ela também era, que por isso não tinha motivo de não terem contato. Que então ele disse, depois de um sorriso.

— Heitor: Faz bastante tempo que eu não sei o que é uma pizza.

Maria deu um sorriso largo levando o comentário dele como um sim.

Momentos depois já estava entrando no apartamento, Marta os recebeu avisando que Estrela estava no quarto. Ainda eram 22:00 da noite e por isso Maria antes de dispensar Marta, lhe deu o dinheiro do táxi e pediu para que ela pedisse as pizzas para eles.

Heitor ficou na companhia de Marta enquanto ela pedia as pizzas, enquanto Maria foi até Estrela.

A menina estudava em sua escrivaninha, quando ela chegou de frente a porta. Maria suspirou nervosa a olhando. Ia contar que tinham visita e que era o irmão mais velho dela que ela ainda não tinha visto, o que Maria previa um pequeno surto vindo dela. E quando Estrela a viu, ela saltou indo até ela e Maria entrou mais no quarto.

E depois de darem um curto a braço e trocarem beijos, Estrela por saber que Maria havia ido fazer aquela noite ao lado de Heitor, ela disse.

— Estrela: Demorou. Como foi?

Maria respirou fundo e a respondeu, decidida que ela não saberia nada que não precisasse saber.

— Maria: Eu não sei dizer ainda se ter ido aonde eu fui me servirá de algo, filha. Só sei que preciso de você e seu irmão ao meu lado para que eu esqueça o que se passou nessa noite.

Estrela sorriu e a abraçou possessiva antes de dizer.

— Estrela: Já me tem desde que eu nasci ao seu lado, mamãe e agora que já está em casa só vai ser eu e você o resto da noite.

Maria respirou tensa. Pensava em Heitor na sala e torcia para não ter malcriações de Estrela com os seus ciúmes que o fizesse se sentir mal, mas também não queria sua menina mal com a presença dele no espaço dela. Mas não tinha mais volta atrás, decidida em querer os dois com ela aquela noite, ela tentaria ter seu desejo enfim realizado.

Que então com cuidado ela disse sem solta-la.

— Maria: Não vai ser só eu e você, filha. Quando eu disse, que queria você e seu irmão ao meu lado, falo do que resta dessa noite. Que para realizar isso, Heitor está em nossa sala e vamos pedir pizza para nós 3 comermos.

Quando Estrela a ouviu ela se debateu nos braços de Maria quando percebeu que ela estava presa. Até que Maria a soltou e ela disse, vermelha e mexendo nos cabelos.

— Estrela: Por que não me avisou antes que trairia ele aqui, mãe?

Ela cruzou os braços a espera de resposta. Se preparava para aquele momento, mas não esperava que seria aquela hora. Que então, Maria depois de suspirar ela disse, tentando manter a calma.

— Maria: Eu sei, meu amor que não avisei. Eu só pedi pra ele subir, nem eu esperava que ele aceitasse o convite. Mas estou feliz que ele aceitou porque já é hora que vocês como irmãos convivam juntos. Já faz mais de um mês que regressamos, não vamos mais deixar esse momento para depois, por favor filha. Não faça essa desfeita para mim nem para seu irmão. Eu já expliquei que ele não tem culpa de nada do que houve comigo.

Estrela fez bico, ficou vermelha e chorou nervosa. Sentia mais ciúmes além de sentir que seu espaço que só tinha com a mãe aonde moravam, estava sendo invadido por um irmão que ela nem queria. Que assim ela disse.

— Estrela: Agora vai ser assim, vai sempre sair com ele e ainda trazer ele pra casa quando é para ser só nós duas?

Maria puxou o ar do peito. Não havia tempo para debater o que ela sabia o que causava aquela reação em Estrela, que então mais séria, ela disse.

— Maria: Então pela sua reação, você não irá recebe-lo?

Estrela deu de ombros ainda de braços cruzados e disse, virando o rosto para não encarar os olhos de Maria que a olhava séria.

— Estrela: Se tivesse me avisado antes.

Maria torceu o lábio de lado. Se Estrela fizesse mesmo o que ela previa que ela falaria, a conversa séria seria no dia seguinte, sem Heitor presente, mas que indignada ela disse.

— Maria: Então eu tenho que te notificar quando trago seu irmão aonde eu, a mãe dele mora, filha? É isso, porque não tem cabimento!

Estrela então se virou para ela e disse chorando.

— Estrela: Ele é um irmão que está me roubando sua atenção! Está passando mais tempo com ele do que comigo!

Maria respirou fundo, achando que Estrela fazia drama. Vivian juntas, não tinha como ela estar fazendo o que era acusada. Heitor estava pela segunda vez no apartamento, que ela lhe daria todo direito de estar quando ele quisesse, que pensando assim, Maria já escolhia o castigo que daria a Estrela depois daquela noite, mas que como era ciente que não podia se aprofundar no tema, ela apenas disse.

— Maria: Eu não vou mais insistir nem falar sobre esse seu ciúme, bobo. Se quer ficar aqui sozinha e não comigo e seu irmão fique, Estrela. Boa noite!

Maria então saiu do quarto e quando chegou na sala, ela viu Heitor ainda em pé no meio dela. E então ela sorriu dizendo para ele.

— Maria: Marta já foi? Por que não se sentou, sente-se filho.

Heitor suspirou de mãos no bolso da calça. Havia conhecido Marta que já tinha deixado o apartamento, mas o que importava para ele, era a demora de Maria em voltar e vê-la sem Estrela. Que então ele disse.

— Heitor: Ela já foi. Mas e Estrela, não vem?

Maria suspirou agora sentindo que seu coração de mãe tinha partido ao meio, que um pedaço dele ficou com no quarto com Estrela e o outro estava ali com Heitor, temendo em vê-lo se sentir indesejado ali. Que assim ela disse.

— Maria: As vezes, os adolescentes gostam de testar a paciência dos mais velhos e é isso que ela está fazendo agora, filho. Então acho que vai ser só nós dois.

Heitor imaginando o que se passava, disse.

— Heitor: Ela está com ciúmes, não é?

Maria deu um leve sorriso se sentando no sofá e disse.

— Maria: Está tão nítido?

Heitor riu achando graça do que era ter uma irmã mais nova e ainda com ciúmes dele e disse, agora fazendo Maria rir como ele ao vê-lo rindo.

— Heitor: Estou deduzindo. Só era vocês duas e agora ela tem um irmão. Eu ficaria com ciúme se fosse ela, ainda mais na idade que ela tem.

E respirando mais aliviada, Maria disse.

— Maria: Ela tem que aceitar que agora não é mais filha única, como você que também não é mais.

Heitor assentiu, mas agora deixando de sorrir, ele disse.

— Heitor: Eu não quero causar um desentendimento entre vocês duas. Talvez eu deva ir.

Maria então se levantou rápido levando a mão no braço dele segundos depois e disse.

— Maria: Não por favor, fica filho.

— Estrela: Fica Heitor.

Maria e Heitor olharam pra direção que ouviram a voz de Estrela. Maria fechou os olhos respirando aliviada entre um sorriso que quis deixar os lábios dela. Estrela tinha voltado atrás e isso era o que importava para Maria, enquanto os irmãos se olhavam calados.


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