Falso amor escrita por EllaRuffo


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Olá amadas, sentiram saudades? Aqui estou eu depois de dias de tombos, desanimo, falta de tempo e uma crise existencial causada pelo Enem kkkkkkk estou aqui com um novo capítulo! Então espero que gostem dele, como gostaram do anterior porque pqp suas safadas as visualizações dele me surpreendeu e olha que ainda não é o hot que eu tenho preparado pra Maria e Estevão, que esse sim vai valer pelo 15 anos sem pa* na preciosa da Maria . Enfim, obrigada, obrigada pelo apoio e a energia boa que vocês me passam em cada fic que escrevo, mesmo que essa, eu tenha um Estevão pnc nela, vocês nunca me abandonam, obrigada!!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/780159/chapter/24

 

 

 

 

 

Maria se levantou como que se a cama dela tivesse espinhos. Estava tão desesperada, tão arrependida em ter perdido a razão e o controle de seus atos. Enquanto Estevão, quando viu a ação dela, se levantou também em um pulo da cama, fechando as calças rapidamente.

Que ao fecha-la, vendo Maria se enrolando na toalha que antes ele tinha tirado do corpo dela, ele disse, nervoso com o que percebia que estava acontecendo.

— Estevão: Não pode me mandar embora assim, Maria! Se, se pensa que vou deixar que finja que nada aconteceu aqui, está muito enganada!

Maria levou uma mão em seus cabelos enquanto a outra voltava a segurar a toalha que cobria seu corpo como que se nela dependesse sua vida outra vez, como que se não tivesse dado o que tanto Estevão esteve querendo. E que nervosa, quando deu um passo para trás vendo ele se aproximar dela, ela disse.

—Maria: É exatamente isso que aconteceu aqui, Estevão! Nada! Então agora você tem que ir embora porque minha filha está a caminho e não quero que ela te veja aqui!

Estevão piscou os olhos nervoso, voltava a lembrar de Estrela só aquele momento, que então notando pelas palavras de Maria que ela não estava presente no apartamento, ele disse.

—Estevão: Aonde está minha filha, Maria? E não diga que não foi nada! Sabe o que houve nesse quarto! Foram 15 anos de separação, não pode dizer que não foi nada!

Maria riu, mas um riso sem vontade e andou pro lado. Se sentia tão vulnerável aquele momento, que para não voltar errar como pensava que tinha feito, ela só queria ficar longe de Estevão e de seu corpo que a colocou em chamas sobre a cama que ele tinha pelas costas.

Que assim, ela disse começando sarcástica.

— Maria: Agora lembra da existência dela depois de ter invadido minha casa, Estevão? Que belo pai! E já disse, para mim não houve nada! Então vá embora porque já conseguiu o que queria, agora deve ir antes que minha filha chegue e nos encontre aqui!

Estevão riu esfregando o queixo e olhando o chão. Na verdade, ele não tinha conseguido nem 1/3 do que queria, como Maria falava. Já que ele ainda seguia sedento por ela e como muito falou, queria cumprir sua promessa que quando tivesse ela em seus braços outra vez, não deixaria fácil ela ir muito menos ninguém a tiraria das mãos dele. Mas naquele momento, depois daquele sexo que tiveram, cheio de tesão e raiva, sim raiva quando ele sentiu ela subestima-lo na cama, não havia mais tempo de mostrar que ele só não era tão bom no sexo oral mas também em tudo que a deixaria como ele sentiu que o corpo dela havia ficado, excitado, louco, buscando desesperadamente prazer por baixo do corpo dele como ela tinha feito. Pois entendia que a filha adolescente de ambos estava a caminho, mas não entendia e não aceitaria deixar que ela seguisse falando com tanto desdém do que acabavam de reviver naquele quarto.

Que então ele diminuiu o espaço entre eles, pegou nos braços dela e suspirou. Suspirou olhando o rosto dela os cabelos revoltos, o lábio avermelhado ainda pelos beijos e depois desceu mais os olhos mirando o corpo dela coberto recordando como ele estava tão mais lindo e delicioso que há 15 anos, que por isso, não podia deixar que ela falasse como falava, que então olhando nos olhos dela, ele disse.

— Estevão: Foram 15 anos sem você, sem te sentir, sem te tocar, sem tê-la só pra mim e agora que voltou a ser minha, não pense que irá me afastar, Maria. Não pense isso porque será inútil.

Ele deu um beijo nos lábios dela, Maria virou o rosto no segundo que a boca dele encontrou a dela, então sem larga-la ele desceu a boca para um lado do pescoço dela e beijou sua pele, aspirando também o cheiro dos cabelos dela que estavam caídos sobre os ombros dela. Enquanto ele respirava agitadamente, fazendo o que fazia, Maria sentindo as mãos dele mais firme nos braços dela e o roçar de seus lábios na pele dela, ela de olhos fechados, disse.

— Maria: Me solte, Estevão. Se voltei a me entregar pra você, foi por um momento de fraqueza. Isso não vai se repetir. Não pode se repetir.

Estevão parou e buscou os olhos dela. Depois ele frouxou seu toque agora alisando os braços dela e disse, manso demais.

— Estevão: Agora não vai se repetir. Porque nossa filha está a caminho, mas vai voltar a se repetir, Maria. E eu cumprirei ainda a promessa que me fiz que quando eu a tivesse em minhas mãos, ninguém iria te tirar dela. Ninguém, minha querida.

Ele acariciou um lado da bochecha dela com a ponta do dedão e Maria querendo manter sua frieza afastou o rosto do toque dele, que para ela, era mais íntimo do que o sexo seco de sentimentos que acabavam de ter.

— Maria: Não sou sua querida, Estevão. Não me chame assim.

Estevão suspirou a encarando e depois de um silêncio de ambos se olhando, ele perguntou novamente.

— Estevão: Me responda o que te perguntei, antes que eu vá, hum. Quanto tempo fazia que não tinha relações com um homem? Quanto tempo, Maria? Eu percebi que fazia tempo suficiente para te trazer incomodo quanto estive dentro de você.

Maria abriu a boca e sentiu seus olhos quererem molhar. Aquela pergunta doía nela mais do que Estevão poderia imaginar. Doía por ela ter sido inocente todos aqueles anos e ter sido capaz de se permitir ser mulher somente com ele e tinha voltado a fazer aquilo. De novo ele era o dono de seus desejos mais ocultos como mulher e dono do seu prazer, o prazer que ela sentiu mais de uma vez quando gozou para ele e com ele naquela cama.

Ela então virou o rosto. Não iria se permitir chorar e revelar que seu corpo só tinha sido dele. Que quando não o olhava nos olhos ela disse.

— Maria: Isso não te interessa, Estevão! Não interessa a você mais quando ou com quem faço sexo ou não!

Ela voltou olha-lo agora de olhos frios, mas cobertos de ressentimentos. Estevão respirou fundo. Não conseguia ignorar o que havia notado em tê-la, mas também não podia acreditar que uma mulher tão bela e ainda jovem como ela, não tinha uma vida sexual mais ativa. Na mente dele, ela poderia ter os homens que ela quisesse ele sempre iria acreditar que além da beleza que Maria trazia, ela tinha outros atributos que enlouqueceria fácil um homem. Que assim ele a respondeu inconformado.

— Estevão: Interessa porque não posso acreditar que uma mulher como você, fique tanto tempo sem sexo, sem sentir prazer, sem ser tocada por nenhum homem, Maria. Eu não posso acreditar nisso!

Aos términos de suas palavras, Estevão estava vermelho. As imagens de Maria com qualquer outro homem tomaram a mente dele, que fez ele sentir um possesso ciúmes, enquanto ela se enfureceu com as palavras dele, que ao invés de mostrar que elas seguiam cutucando uma ferida cada vez mais viva com seu regresso, ela o gritou depois que de punho fechado ela bateu no peito dele com uma mão e depois com a outra.

— Maria: Uma mulher como eu, Estevão? Você quer dizer, uma promíscua como me chama? Uma que deita com vários homens ao mesmo tempo, que é o rótulo que me dá quando me chama assim, seu desgraçado, infeliz!

Ela deu outro golpe no peito dele e repetiu de punhos fechados acertando o peito dele, enquanto dos olhos dela saltavam lágrimas nervosas sem ela poder controlar e Estevão de olhos arregalados queria entender o que passava. Que andando para trás depois que sentiu a cama, ele a puxou se se sentando e trazendo ela com ele, na intenção de acalma-la. Que assim ele disse, com ela ofegante e se debatendo para sair dos braços dele.

— Estevão: Se acalme, Maria, eu, eu não estou te ofendendo, não precisa estar na defensiva. Se estou perguntando é porque te senti e seu corpo ao menos ele, eu sei que nunca mentiu pra mim.

Ele a virou para o lado a largando deitada na cama com a toalha já solta no corpo dela. Respirando agitadamente, Maria o olhou beber da visão do corpo nu dela outra vez e ela suspirou, sabendo que a debilidade que ele cada vez mostrava em relação a ela, era sua arma contra ele, uma que ela podia usufruir como tinha feito momentos antes, mas também, podia feri-lo como ela se sentia ferida. Que então ela disse.

— Maria: Por que quer saber, Estevão? Para aumentar seu ego? Porquê estava sim sem ter relações, mas é pelo fato que deixei o homem que amo em outro país. Com ele que eu estava fazendo amor todo esse tempo. Amor, Estevão. O que é o que não fizemos nessa cama!

Não precisou Maria dar nomes para Estevão ter um rosto em sua mente. Ele que estava se debruçando em cima do corpo dela e se afastou com a expressão séria e disse, com ela se sentando e se cobrindo com a toalha novamente.

— Estevão: Fala de Luciano? Fala dele? Está assumindo que me traia com ele, que estava com ele todo esse tempo, Maria? Diga!

Maria em pé ergueu a cabeça para sustentar sua mentira que viu desequilibrar agora Estevão e que ela poderia apostar que o que via nos olhos dele, eram lágrimas querendo deixá-los. Que assim, ela o respondeu.

— Maria: Sim, Estevão. Ele me ajudou, me amparou a mim e minha filha, então eu o amei! Que se estamos separados é porque voltei pelo meu filho. Mas o homem que amo é ele!

Estevão desviou o olhar dos olhos de Maria, enxergando sua gravata jogada no chão e seu terno sobre a cama, que pegando um e depois o outro, querendo deixar o quarto dela o quanto antes, ele disse, ferido e despeitado.

— Estevão: Então quando falar com o homem que ama, diga pra ele que você esteve na cama com outro, comigo, diga meu nome! O traiu como fez comigo e certamente faz com todos!

Estevão então sem esperar, sentiu os dedos de Maria na cara dele e depois ela gritou depois de esbofeteá-lo.

— Maria: Vai embora, Estevão! Vai embora!

Estevão vermelho, largou tudo que tinha ao chão e pegou Maria por um braço colando ela em seu peito, com outra mão ele levou nos cabelos dela agarrando eles e trazendo a cabeça dela pra próximo a dele e a beijou, a beijou como um desesperado andando com ela de volta pra cama.

O corpo dela foi empurrado na cama, Maria se arrastou pro meio dela vendo que Estevão levava a mão no meio da calça dele mostrando que abriria ela de novo. E então querendo que ele recobrasse a razão e que ela não perdesse a dela, ela disse.

— Maria: Não, não Estevão, de novo não! Nossa, filha ela...

Ele a puxou pela pelos pés. Estava agora cego de raiva e ciúmes pelas palavras dela que então quando a teve de novo mais próxima a ponta da cama, ele disse.

— Estevão: Quero saber se o homem que diz amar, consegue te dar prazer como eu te dei e te dava Maria. Ele consegue, hum? Ele encontrava seu ponto G sem precisar usar as mãos?

Maria abriu a boca vendo que Estevão tocava com as pontas dos dedos a vagina dela, mas ela sabia pelas palavras dele que ele não seguiria só tocando ela como fazia, por ela lembrar como ele conseguia achar o ponto G dela, aonde ela como toda mulher podia ter um orgasmo mais intenso se fossem estimuladas no ponto certo.

E o pior era descobrir com sua respiração irregular e sua vagina que já pulsava e molhava excitada, que ela queria o que ele dizia. Queria aquilo. Que por isso, o passo seguinte foi Estevão vira-la com facilidade que ela facilitou, a deixando de mãos e joelhos no colchão. Logo depois, ela foi segurada pela cintura pelas mãos de Estevão e ela fechou os olhos se empinando, se entregando a ele daquela forma e sem pudor. Estevão então a penetrou de um jeito que seu membro grande e grosso que reclamava espaço dentro dela  entrou todo, o fazendo experimentar a mesma deliciosa sensação de antes, dela lutando para acomoda-lo dentro dela. E ele fechou os olhos jogando a cabeça para trás e gemeu em êxtase. 

 

Lembrando que não tinham tempo ele foi rápido, indo fundo de dentro dela e saindo. Maria se empinou mais, com sua coluna fazendo uma onda e sua bunda um formato de coração que Estevão louco, agarrou  firme a carne dela, apertando enquanto se movia sem controle.

Maria agarrava nos lençóis da cama com força enquanto gemia com o rosto neles. O corpo dela ia e vinha rápido nas mãos de Estevão, os cabelos dela balançavam, os corpos se chocavam com ela a beira de um orgasmo mais intenso sendo estimulada no ponto certo que aquela posição facilitava para ela e que ele parecia não ter esquecido. Mas ainda assim sua mente foi em sua menina outra vez que entre gemidos, ela tentou dizer.

— Maria: No... Nossa, nossa filha Este...vão. Oh, meu Deus. 

Ela sentiu 3 dedos dele lhe tocar com rapidez no clítoris, o que fez segundos depois ela gozar aos berros e Estevão ficar mais alguns segundos na mesma velocidade que estava entrando e saindo de dentro dela até gozar também. Ele gozou gemendo rouco e depois se retirou de dentro dela.

Maria deitou seu corpo de bruços no colchão e se arrastou até o meio da cama e depois ficou largada sem ter forças. Estevão em pé a beira da cama, ofegante subiu sua calça outra vez a olhando. Uma linha reta entre as coxas dela mostrava o prazer dele deixado nela e ele sorriu de lábios fechados. Estava sofrendo por dentro por perceber que Maria só seria dele daquela forma, em uma cama com os dois se desejando, porque o amor dela ele parecia nunca ter sido digno de ter.

Que assim ele a ouviu resmungando com o rosto contra os lençóis da cama.

— Maria: Vai, vai embora pelo amor de Deus, Estevão.

Estevão suspirou. Já tinha pego outra vez seu terno e gravata e jogado sobre seu braço direito, mas antes de ir, ele disse.

— Estevão: Antes de tudo que houve, eu fui o melhor homem para você, Maria, porque não me amou? Não pode amar Luciano e não ter me amado.

A voz de Estevão soou embargada o que fez Maria se mover para olha-lo. E ela suspirou vendo nos olhos dela lágrimas outra vez. Se feriam além de estarem naquele mesmo desejo, podiam se ferir como ninguém mais tinha poder de fazer aquilo com eles.

— Maria: Não pode estar preste a fazer o que penso que vai. Tenha dignidade, por Deus, Estevão.

Ela puxou os lençóis para se cobrir e se sentou agora tocando os cabelos e virando o rosto de lado. Sentia também agora lágrimas querendo vim aos olhos dela. Lamentava que agora os dois eram aquelas pessoas um com o outro, que não tinham pena nem qualquer sentimento nobre um pelo outro, principalmente Estevão que ela acreditava que qualquer sentimento dele que não fosse ódio e aquele rancor, para ela seria sempre falso.

E assim, tirando ela dos pensamentos que tinha, Estevão disse amargo.

— Estevão: Gosta de me ver assim, não é mesmo, Maria? Mas tem razão não merece que eu sinta o que sinto por você.

Estevão virou as costas pronto para ir, mas Maria ao ouvi-lo o olhou e o respondeu depois de soltar um riso.

— Maria: E o que sente por mim se não for ódio e esse estúpido desejo que nos fez chegar aqui? Não sente nada de puro por mim, porque não pode sentir nada puro e verdadeiro, Estevão!

Estevão parou se virou pro lado dela outra vez e riu sem vontade de novo, pois ainda a amava mas não iria dizer. O que ele só podia se contentar com aquela noite, era que tinha tido sexo com ela. Alguma coisa de proveitoso ele teria que levar daquela noite e seria o fato dela ter se entregado facilmente pra ele mais de uma vez. Que então, ele disse não querendo falar de sentimentos.

— Estevão: Não vou mais discutir com você sobre isso. Mas vou embora por nossa filha, Maria, vou, mas tenha certeza que o que aconteceu aqui, como voltou a se repetir depois de dizer que não iria, vai voltar outra vez e outra, mais outra até que eu não sinta mais esse infeliz desejo que sinto por você!

Estevão falou com raiva suas últimas palavras sabendo que não era só desejo que ele ainda sentia por Maria, que deixando ela calada, ele saiu porta a fora do quarto dela.

Ele não se importou em se arrumar direito, aparecendo no corredor dos apartamentos com os cabelos bagunçados, gravata jogada por cima do braço junto com o terno dele e a blusa ainda desabotoada e toda amarrotada. Seu estado físico não estava nada parecido com o que ele sentia agora mais forte dentro dele.

Ele então parou na frente do elevador e chamou por ele apertando o botão. Enquanto na mente dele vinha as palavras de Maria outra vez e tudo o que acabavam de reviver.

Ele então encostou a testa na porta fechada do elevador e sentiu a lágrimas finalmente escorrer dos olhos dele. As mesmas lágrimas que ele segurou ainda no bar e diante de Maria.

Estava chorando por ainda amar Maria, por acreditar que ela nunca o havia amado, estava chorando por toda desgraça que há 15 anos tinha caído sobre ele. Ele então apertou os olhos com força como que se conseguisse conter aquelas vergonhosas lágrimas daquele modo.

Que sacudindo a cabeça, ele disse.

— Estevão: Ela nunca me amou. Nunca me amou e ama Luciano.

O elevador parecia demorar demais, que mostrava que ele subia, mas não tão rápido como ele queria. Que por isso ele chutou a porta e bateu também com a mão, sentindo ódio junto com um desejo de acerto de contas que queria ter com Luciano.

— Estevão: Ainda vou te encontrar, maldito traidor!!!!

Ele deu mais um tapa no elevador que ele viu que estava subindo ainda no 5° andar que então lembrando das escadas ao lado, ele optou usa-las. Sentia que precisava sair logo dali, como que se não pudesse respirar sabendo que ainda estava tão perto de Maria.

Enquanto Maria no quarto jogada de volta na cama, chorava alto. No colchão que ela abafava seus gemidos de prazer momentos antes, agora ela abafava seu choro de dor.

Tinha se entregado novamente a Estevão e mais de uma vez. 15 anos depois fez sexo com ele e sem ter estado com nenhum outro homem, o que ele conseguiu perceber, mas que de nada adiantou para ele se quer pensar que ela tinha o amado de verdade. O que deveria não surpreende-la nem lastima-la como ela sentia que estava, pois para Estevão estava cada vez mais claro que era impossível para ele vê-la como a mulher que era e sim quem ele tinha visto descordada em uma cama com outro. Aquela Maria para ele era que a contava, era a verdadeira, que por isso ela ter dito que amava outro homem o tinha lastimado tanto como ela havia percebido como ela estava, com a realidade de volta com ela já sozinha no quarto. E ainda chorando, ela esmurrou o colchão com força, enquanto gritava.

— Maria: Você é um covarde, desgraçado, Estevão! Preferiu jogar meu amor no lixo do que acreditar nele! Desgraçado, infeliz!

Ela chorou mais e foi se acalmando quando fungou contra os lençóis. Ela sentiu o cheiro dela e de Estevão misturado neles, e então ela se levantou rápido decidida que não iria dormir neles e os puxou com as mãos arrancando da cama.

Ela fazia tudo aquilo nua, então ela tirou os lençóis e jogou no chão e procurou o robe dela, achando, ela o amarrou no corpo rápido e levou os lençóis para a área da lavanderia.

De frente a uma máquina de lavar, Maria colocou tanto sabão que saiu fora do recipiente, que depois limpando os olhos com os braços que ainda desciam lágrimas, ela ouviu a porta abrir. Aguçando sua audição temendo ser Estevão, Maria ouviu risadas que vinha de Estrela e Maggie e depois, Estrela dizer.

— Estrela: Mamãe, cadê você?

Maria pigarreou, sua voz tinha que sair em um tom contente para convencer Estrela que estava tudo bem. Que então ela disse de voz alta para ser ouvida.

— Maria: Estou aqui minha querida, na lavanderia.

Estrela seguiu o som da voz dela e segundos depois ela apareceu, vendo a mãe lavando roupas naquela hora e estranhou. Que depois dela olhar a máquina aberta, ela disse agora encarando o rosto de Maria.

— Estrela: Está lavando roupa. Está tudo bem, mamãe? Seus olhos, eles estão...

Estrela se aproximou mais vendo os olhos de Maria vermelhos. Que assim, sem deixar que ela respondesse, fez a pergunta certa.

— Estrela: Estava chorando?

Maria suspirou e forçou sorrir. E depois disse o que ensaiou na mente aquele segundo que ouviu a voz dela.

— Maria: Não meu amor, claro que não. É que acabei dormindo, por isso não fui te buscar. E o que resultou? Uma tremenda dor de cabeça. Mas e agora aonde está sua amiga? Ela deve pensar que sou uma mãe irresponsável.

Estrela suspirou, pensativa, mas disse sorrindo.

— Estrela: Claro que não, mamãe. A senhora é melhor mãe do mundo.

Ela abraçou forte Maria e depois que a soltou, ela a respondeu sobre onde estava Maggie.

— Estrela: Maggie quis tomar um banho então mostrei onde é meu quarto e ela deve estar lá.

Maria suspirou com a filha ainda entre seus braços e disse, desejando que ela não tivesse mais perguntas.

— Maria: Certo, querida. Agora devia fazer o mesmo, porque amanhã as duas tem aula. Então vai que logo depois vou até vocês.

Estrela se afastou vendo Maria dar as costas para ela e mexer na máquina de lavar como que se não quisesse encara-la. Que assim, ela disse desconfiada.

— Estrela: Está um pouco estranha, sabia. Mas quando estivermos sozinhas vai me dizer a verdade do porquê chorava.

Maria se virou para Estrela e suspirou lutando para não chorar, que assim ela disse tentando negar o obvio.

— Maria: Filha. Eu não...

Estrela a abraçou de novo, sentindo que era de abraços dela que a mãe necessitava. Que então ela disse por lembrar das palavras dela.

— Estrela: Disse que eu seria sua força, aqui mamãe. Então eu quero ser. Eu te amo muito, não chore.

Como que tivesse pedido para ela chorar, Maria sentiu suas lágrimas descerem, que as limpando rápido antes que Estrela notasse elas, ela disse.

— Maria: E eu a você, querida. Eu te amo.

Estrela então deixou Maria sozinha e ela, voltou a atenção dela para a máquina, botou o amaciante que faltava e fechou ela com força. Tomava decisões aquele momento e uma delas, era fazer com que Estevão não voltasse invadir mais o apartamento dela. Tinha que botar um ponto final no que acabava de acontecer com ela e Estevão aquela noite e começaria fazer isso no dia seguinte.

Enquanto na mansão San Román, Estevão chegava como tinha saído do apartamento de Maria, mas ele tinha os olhos mais vermelhos, já que havia se permitido chorar dentro do carro enquanto dirigia.

Havia pensado que estaria feliz, satisfeito quando voltasse ter Maria novamente nos braços, mas se sentia o homem mais infeliz da terra outra vez. Se sentia assim porque sabia que ainda a amava e que não era só por desejo que a queria.

Havia tido ela nos braços e matado a sede naqueles momentos que tinha dela, mas agora Estevão só tinha o vazio de novo no peito que parecia estar mais presente do que esteve dentro daqueles 15 anos passados. O vazio dos seus braços sem ela e sem seu amor.

Com os orgasmos passado, agora não restava nada de bom pra ele ter que se gloriar na realidade que se encontrava. Havia escutado que Maria amava outro e agora estava na dura realidade de saber que não poderia estar com ela como ainda queria. Porque ele queria ela ao seu lado, depois do amor, depois do sexo e do prazer. Mas não tinha. Em troca voltava pra casa sentindo que estava mais afundado no buraco que ela o tinha deixado do que há 15 anos.

Agora Estevão pensava ter a resposta, que ter voltado tê-la nos braços não era uma benção e sim uma maldição.

Estevão então ouviu uma voz que diante do inferno que pensava que estava vivendo por dentro, era a última pessoa que ele queria ver ali.

Que então ele viu Patrícia descendo as escadas com uma bolsa do lado do braço.

— Patrícia: Inferno, Estevão, aonde esteve? Te liguei o dia todo, não pode me dispensar assim!

Ela desceu mais e Estevão disse detonando a raiva que estava em vê-la na voz.

— Estevão: Achei que eu tinha deixado claro Patrícia que não queria vê-la mais por aqui. Ou melhor que eu não queria vê-la em canto algum! Me trouxe problemas com Heitor com essas suas visitas inoportunas e não vou deixar passar isso!

Patrícia revirou os olhos para o que Estevão falava. Dentro dos anos que estava com ele, se seguiam juntos era porque ela sempre insistia quando ele demonstrava como aquele momento não querê-la mais e seguiria fazendo aquilo, ainda mais por terem Maria por perto.

Que agora observando melhor o estado que ele chegava em casa, ela disse.

— Patrícia: Parece mal! Onde esteve? Estava bebendo, não foi?

Ela tocou no peito dele querendo ser carinhosa, observando a camisa desabotoada dele sem gravata e o terno por cima do braço dele. E o vendo como estava, ela só pensava que ele esteve em um bar por já vê-lo naquele estado. Que assim ele disse depois de bufar.

— Estevão: Não quero ver ninguém, então me deixa em paz, Patrícia e vai embora, é o único que eu peço, por favor, hum?

Ele respirou fundo não querendo ser mais grosso do que podia ser com Patrícia, enquanto ela olhava um lado do pescoço dele, notando um arranhão, 3 dele que marcava 3 dedos que então ela se afastou e disse.

— Patrícia: Esteve transando com quem, Estevão?

Estevão não se surpreendeu por ter Patrícia tão astuta quando o assunto era ela descobrir que ele esteve com outra mulher, mas naquele momento a outra, ele não queria contar, não por se sentir como estava. Que então ele disse, negando.

— Estevão: Não estive com ninguém, não seja paranoica.

— Patrícia: Então o quê  esse fio de cabelo faz aqui?

Ela tirou um fio de cabelo liso e preto enroscado na argola da blusa dele. Estevão ficou calado a vendo mostrar o fio, que com o silêncio dele ela então disse nervosa.

— Patrícia: Não é o que estou pensando, não é Estevão? Você não esteve com aquela mulher? Não esteve com Maria!

Estevão bufou com aquele raio x que Patrícia fazia ele passar, que então ele disse mais nervoso.

— Estevão: Já basta Patrícia! Deixe de controlar minha vida que sempre deixei claro qual era o seu lugar nela!

— Patrícia: Você é um imbecil, Estevão! Um ordinário, um crápula, um desgraçado!

Estevão cobriu os olhos com uma mão e depois que viu ela parar de ofende-lo, ele disse.

— Estevão: Acabou, Patrícia? Será que posso subir e descansar, no meu quarto e em minha casa!

Estevão sentiu novamente naquela noite dedos femininos na cara dele e depois Patrícia dizer, depois de esbofeteá-lo.

— Patrícia: Não irá se livrar tão rápido de mim, não irá Estevão! Foram 15 anos ao seu lado! Não irá me jogar fora como um lixo descartável!

Ela então saiu batendo os saltos no chão indo em direção a saída da porta e Estevão de cara feia depois de alisar o lado do rosto que havia de novo sido esbofeteado, subiu para o quarto dele.

Enquanto tarde da noite, depois de tomar um longo banho e notar que havia sémen em suas partes intimas, tomando assim mais um choque da realidade do que tinha feito, Maria guardava o celular depois que enviou uma mensagem desesperada para Vivian, enquanto se sentia a mais tola das mulheres. Que Vivian do apartamento dela bem acompanhada com Heitor ao lado da cama dela depois de terem sexo, ela lendo a mensagem saiu da cama sem ele entender nada a vendo de mão na boca se afastar dele.

“Eu fiz sexo, Vivian, mas cometi o erro de não me prevenir. Por Deus Vivian, me ajuda, não posso ficar grávida!”

Vivian olhou ali Heitor com um lençol verde cobrindo de sua cintura pra baixo gesticulando pra ela voltar pra cama que então rápido ela digitou uma resposta para Maria, sabendo como podia socorre-la, mas, que só daria para ajudá-la pela manhã.

Dia seguinte.

Maria deixava o condomínio que morava apenas com uma bolsa ao lado e uma cara de poucos amigos. Assim que teve Estrela e sua amiga a caminho da escola, ela começou agir o que havia pensado toda noite que havia passado em claro, que o primeiro que fez quando se viu sozinha, foi descer até a portaria do condomínio que morava e deixar de lado toda sua gentileza, para cobrar a falta de segurança como moradora que ela estava tendo, por ter Estevão fácil chegando no apartamento que ela morava. Uma reunião com os moradores quando soubessem o que estava acontecendo, era o que o síndico nem o porteiro queriam, então mostraram as imagens de segurança a ela e então todos descobriram como Estevão estava entrando no condomínio.

Com o assunto resolvido, a frente do condomínio, Maria deixando seu carro de lado, entrou em um táxi mantendo a mesma expressão séria no rosto, só tendo as imagens de Estevão entrando e saindo do estacionamento de onde ela morava. Ela suspirou sabendo como ele podia ser capaz daquilo e muito mais pra voltar estar diante dela, que por isso havia ameaçado, síndico e porteiro em fazer uma denúncia a empresa responsável pelo condomínio em qual ela morava, já que ela como moradora pagava uma fortuna para auxiliar na organização e segurança dele e agora o rosto de Estevão e dados estavam entregues a eles para saberem, que ele seria uma visita que em hipótese alguma ela queria receber. E então faltava o segundo passo que iria dar no dia. No caminho de uma delegacia de mulheres, Maria estava decidida parar Estevão e sua perseguição além das ameaças já desferidas. Medidas as quais ela pensava que garantia de volta sua sanidade e suas pernas fechadas.

Enquanto na mansão San Roman.

Estevão também pensava em suas decisões depois daquela noite que havia tido com Maria. Entre elas, era estar decidido que queria ela mais vezes, queria ela por mais tempo. Não importava mais para ele que tinha escutado da boca dela que ela amava outro, ele a queria mais ainda. Ele só tinha certeza que era mesmo um sadomasoquista, que havia chorado como um mal-amado quando a ouviu e teve o choque da realidade, que o sexo que haviam tido era só aquilo, sexo, um cheio de tesão, raiva e rancores. Que ainda assim, havia sido um dos melhores que ele poderia julgar ter tido dentro daqueles 15 anos sem ela. Que por isso, ele mais que nunca faria com que ele se repetisse.

Apertando sua gravata, ele não só pensou que teria Maria mais de uma vez, mas também em como a teria nas mãos dele. Um dia, deixou ela ir fácil, mas talvez pudesse obriga-la ficar e ele pensava em quais armas teria contra ela. Ele só estava certo de uma coisa, que poderia viver sem o amor dela, mas não mais sem sua presença e seu corpo que ele havia voltado a sentir.

Dois toques foram escutados batendo na porta do quarto dele e ele deixou que entrasse. Até que Alba entrou, o vendo vestir seu terno por cima da camisa azul social que ele usava.

Alba já sabia assim que abriu os olhos aquela manhã, das suspeitas de Patrícia que ele havia passado a noite com Maria, que então ela chegou dizendo.

— Alba: Bom dia, Estevão. Queria falar com você.

Estevão a olhou alinhando seu terno no corpo e disse.

— Estevão: E não podia falar comigo na mesa? Já estava descendo.

Alba deu um sorrisinho falso de lado. Tinha visto Maria em cima do colo dele, então não duvidava que ele havia passado sim a noite com ela como Patrícia suspeitava. Que então, ela foi direta, dizendo.

— Alba: Acho que não gostaria que eu falasse na mesa diante de Heitor que já está entre as pernas da mãe dele outra vez, Estevão.

Estevão bufou sabendo que havia sido Patrícia que tinha contado a ela e disse descontente.

—Estevão: Então Patrícia já foi correndo contar o que ela pensou que aconteceu. Ela está despeitada porque não a quero mais!

Alba então cruzou os braços vendo agora Estevão colocar um relógio caríssimo da coleção que ele tinha e disse.

— Alba: Não a quer porque agora quer, Maria. Definitivamente, aonde está sua dignidade, Estevão?

Estevão bufou mais agora ficando vermelho, que se virando para Alba ele disse, com raiva de Patrícia.

— Estevão: Não a quero porquê ela quer um compromisso comigo que nunca pude dar e nem vou, tia. Não tem nada haver com, Maria! Já basta com esse assunto também!

Alba analisou o rosto dele. Sabia que ele mentia. Que então ela voltou a dizer.

— Alba: Acho que te conheço o suficiente para saber que mente, Estevão querido.

Estevão suspirou e então ele resolveu dizer.

— Estevão: Se sabe, então não me faça mais perguntas, tia porque não lhe devo explicações, nem a você nem a ninguém, hum.

Estevão de cara feia deixou o quarto e tomou café com Heitor na mesa e Alba que desceu logo atrás dele.

Enquanto longe dali, 2 horas mais tarde.

Maria entrava no carro de Vivian que a pegava em frente a uma delegacia de defesa á mulheres.

Vivian estava lá, porque tinha o que Maria precisava para dali 9 meses não ter um filho, mas estava preocupada por descobrir que ela estava em uma delegacia a manhã toda e o pior depois de ter dito que havia feito sexo, o que só a fez pensar besteiras.

Assim que Maria entrou dentro do carro de Vivian e sentiu o ar condicionado em sua pele, ela suspirou e fechou os olhos frustrada.

Havia feito uma denúncia na delegacia contra Estevão, que era um ex que a perseguia e a assediava além de ameaçar o chefe que ela tinha. Na visão de Maria e qualquer outra mulher, eram bons motivos para denuncia-lo em uma delegacia como ela esteve, com tais atos dele. Mas resultou que ela havia se deparado com leis brandas demais e sem provas pra ela ter ao menos em mãos um documento que deixaria Estevão longe dela. O que a indignou profundamente, saber que ela teria que ter provas pra provar que Estevão fazia ameaças perigosas contra seu chefe o que ao ver pela lei poderia pôr ela na mira dele também. Mas não tinha. O que ela entendeu que qualquer mulher em uma situação mais perigosa que a dela, teria que chegar agredida depois de serem ameaçadas por seus parceiros ou exs, ou até vítimas de algo mais grave para ser concedida uma medida protetiva como a que ela desejou ter.

O que ela como advogada debateu com a delegada, mas também se rendeu ao fato que ela por ser também uma advogada, sabia que só tinha que trabalhar com fatos e provas. Mas era pelo estado com suas leis falhas que tinha o sangue nas costas de muitas mulheres vítimas de feminicídio e não só no país que agora ela residia e se deparava com aqueles furos.

Ter buscado ajuda em uma delegacia, Maria não havia feito por medo de Estevão e sim por acreditar que a lei o pararia e o faria entender que ele não era deus, que acima dele tinha as leis que poderiam falar mais alto que ele. Mas resultou que ela saiu só com um boletim de ocorrência em mãos e sabendo que ele seria notificado em breve para prestar esclarecimentos e ser assim notificado.

O que era também uma tentativa que ela havia encontrado de não cometer o mesmo erro. O erro de tê-lo sobre ela, como teve de se entregar aquele desejo desenfreado novamente, que ainda por ter passados horas de sua descarada entrega a ele, ela ainda podia sentir quando fechava os olhos as sensações dele dentro dela, além de estar com marcas da noite em seu corpo e entre as pernas um leve incomodo do que ela já não fazia há muitos anos.

Que em só pensar e sentir seu corpo querendo se acender, era que manter Estevão longe de suas pernas depois daquela noite, para Maria era questão de honra. Era como que se tivesse o perdão pelo erro estando ali, ainda que uma voz em sua cabeça gritava que tudo àquilo era em vão.

Vivian tinha uma embalagem de papel no colo, tinha dentro dela 2 comprimidos que ela conhecia como pílulas do dia seguinte. Uma bomba de hormônios em 2 comprimidos, poderia impedir que Maria engravidasse. Que assim depois do silêncio que estavam, Vivian disse.

— Vivian: Eu comprei pra você, Maria. Mas antes me diz o que fazia aqui, estou preocupada.

Vivian entregou a embalagem na mão de Maria e depois mostrou uma garrafinha selada de água, mas ela segurou antes de dar a ela.

Maria então suspirou abrindo a embalagem. Nunca tinha tomado aquele tipo de remédio na vida, já que havia se casado virgem e depois que havia engravidado de Heitor ter se prevenido com anticoncepcionais e como ela já lia na caixinha dos comprimidos, eram as famosas pílulas que Vivian havia dito que compraria pra ela quando se falaram mais cedo ao telefone. Ela então fechou a embalagem e disse, sabendo que já estava “nua” demais para Vivian a muito tempo que ficar mais depois daquele socorro que ela dava, não podia deixa-la mais exposta do que já estava. Que então ela disse.

— Maria: Não se alarme, Vivian. Só estou aqui para ver se meu ex marido entende que ele não pode tudo, que não pode fazer o que quiser achando que é um deus sem sofrer consequências alguma.

Vivian suspirou com uma parte de sua curiosidade esclarecida. Que dando razão a ela, ela disse.

— Vivian: Aí Maria, se o pai de Heitor está te incomodando fez o certo. Agora tome logo isso que só faz efeito 72 horas antes que ocorra a fecundação.

Ela deu então a garrafinha e Maria olhou para embalagem dos comprimidos de novo. Dava graças a Deus que Vivian não estava ligando os fatos para entender que quem ela tinha estado era o ex marido que a levou ali e que também não fez a pergunta que essa sim, ela teria vergonha de responder, mais vergonha do que o fato de ter feito sexo sem proteção naquele campeonato da vida que já estava e precisar daquela ajuda.

Que assim, encarando aqueles remédios ela disse.

— Maria: Nunca precisei tomar isso e agora estou aqui por ter sido inconsequente. Que vergonha.

Vivian deu um sorriso olhando Maria como uma adolescente que iniciava sua vida sexual e que ela como amiga precisava proteger, o que ela estava gostando de fazer aquilo. Que então ela disse, para deixa-la entender que o que passava, era totalmente normal para qualquer mulher que depois de um deslize recorria para aquela solução.

—Vivian: Foi com muita sede ao pote, eu entendo, Maria e é tão normal. Mas é melhor não se acostumar, porquê essas pílulas trazem danos hormonais. Não fazem tão bem ao nosso corpo ainda que seja eficaz.

Maria então por desconhecer o que Vivian fala, ela perguntou apreensiva.

— Maria: Quais danos?

Vivian então deu de ombros e a respondeu.

— Vivian: Desregula nosso período menstrual, causa enjôos, vômitos, tonturas, mas é isso ou arriscar uma possível gravidez.

Maria quando a ouviu, ficou pensativa pondo na balança o que valeria mais, ter alguns males estar ou novamente se ver grávida de Estevão sabendo que ela jamais teria a coragem de cometer um aborto, ainda que não julgava as mulheres que tinham e optava por ele.

Que então ela abriu a garrafinha da água e disse convicta.

— Maria: Não. Eu não posso arriscar uma gravidez.

Ela então momentos depois tirou as pílulas e bebeu as duas de uma vez como tinha que ser.

Os dias passaram.

Estevão havia sido notificado que Maria havia feito uma denúncia em uma delegacia de mulher contra ele e por isso, a contra gosto ele foi até a delegacia para ser ouvido por uma delegada que não tinha facilitado nada para ele. O que mais aquela situação o tinha deixado fora de si, já que ele havia descoberto que Maria havia trocado o número de telefone do apartamento dela e também do celular, o bloqueando também para não receber qualquer chamada ou mensagem dele, além dele descobrir que tinha mais segurança no estacionamento do condomínio que ela morava, que por ter tentado passar pela portaria sendo anunciado por uma semana mas sem ter autorização de subir por ela não querer recebê-lo, ele ter optado em chegar até ela como havia feito por duas vezes. Mas sem sucesso, tornando uma semana sem vê-la em duas, três, se aproximando para quase um mês.

Enquanto durante os dias que passaram, Maria evitou contato também com Luciano, envergonhada por ter se entregado a Estevão, pensava que não poderia nem ouvir a voz dele quanto se quer vê-lo em um vídeo chamada, onde o encararia nos olhos. O que a fazia sofrer e se sentir só, por guardar aquele segredo até de Vivian que pensava que ela havia transado com Geraldo sem ela ser capaz de negar nem de assumir.

Era uma noite de sexta-feira. Maria tinha em mãos um papel com dados de pessoas do seu passado que Heitor tinha dado a ela, e que ele logo a pegaria para irem em um endereço de um deles. O que Maria relutou, mas não conseguiu deixar seu filho de fora daquela visita, que em troca ela pediu um encontro dele com Estrela. Já era hora dos dois irmãos, interagir juntos, que por isso, ela também falava sobre o assunto com Estrela, que ainda mostrava ciúmes, mas sabia que não negaria aquele pedido que ela sabia também que uma hora iria conhecer pessoalmente seu irmão mais velho.

Que assim, com Heitor dirigindo, Maria chegou meia hora depois em frente de uma mansão.

Heitor desligou o carro, olhando pela janela a frente da mansão pouco iluminada. Estavam a frente da casa de Evandro, o sócio milionário, avarento e amigo de Estevão, que Heitor conhecia muito bem. Que assim ele disse em um tom de sério.

— Heitor: Eu vou entrar com a senhora.

Maria se virou pra ele, certa todo o caminho que Heitor só iria até ali com ela e o respondeu.

— Maria: Evandro não vai falar nada que preciso saber quando eu confronta-lo estando em sua frente Heitor. Tem que ficar. Você é meu filho com Estevão, ele não vai querer falar nada que o entregue para ele. Tem que ficar.

Heitor suspirou entendendo o que Maria falava, que então ele disse.

— Heitor: Tem razão, senhora. Mas estarei aqui te esperando. Qualquer coisa grite que entrarei correndo até chegar aonde estará lá dentro.

Maria sorriu com os olhos emocionados. Os dias que estava tendo, só estavam sendo suportáveis por ter Heitor cada vez mais pendente a ela e Estrela sempre pronta pra tê-la entre seus braços de adolescente que as vezes eram tão maduros, que ela se via sendo a filha e ela a mãe.

Que assim ela o tocou no rosto e disse cheia de amor.

— Maria: Sem seu apoio que está me dando ainda sem mesmo eu poder dar a prova que me pediu, meu querido e sem todo apoio que sua irmã também me dá, eu não estaria aqui ainda de pé. Obrigada, meu amor.

Ela beijou um lado do rosto dele e procurou abraça-lo como pôde dentro do carro, deitando sua cabeça no peito dele.

Que Heitor suspirando, também cobriu ao redor do corpo dela com os braços dele. Gostava de tê-la naquele lugar em frente ao peito dele, mesmo que ele não era ainda capaz de buscá-la para um abraço, esperando assim sempre a iniciativa dela.

Enquanto na mansão San Román.

Estevão estava em seu escritório no escuro, apenas uma luminária iluminava sua mesa. Ele esperava Demétrio que teria que tratar com ele alguns temas sobre a semana seguinte, na verdade, na segunda -feira seguinte que seria enfim a primeira audiência que ele enfrentaria de frente pra Maria e um juíz, para ter os seus direitos de pai de Estrela garantidos, que naquela altura do campeonato ele já tinha os resultados do DNA em mãos, pelo menos uma cópia dele guardada em uma gaveta na mesa que por trás dela em uma cadeira, ele estava sentado.

Ele estava ali sem o jantar da noite, desajeitado, sem gravata, com a blusa arregaçada, olheiras nos olhos de noites mal dormidas e até mostrando sua barba que modelava o seu não tão mais liso queixo, por estar totalmente relaxado com sua aparência física. Que naqueles dias que passavam, ele sentia que não vivia e sim só existia, que não viu Maria nem de longe em nenhum lugar e nem ao menos teve contado com ela por uma mísera ligação. Que alertado por Demétrio como advogado, deixá-la em paz para que uma simples denúncia que ela havia feito contra ele, tornasse algo maior, ele deixou a contra gosto, de procura-la. E para ele era como que ela tivesse ido embora outra vez, era como que aqueles 15 anos sem ela tivesse voltado e ele não tinha ela mais. Que desgraçadamente ele sofria sentindo a falta dela, uma falta absurda que ele pensava que não tinha nem um pingo de amor próprio, que sem ela estava tão fora de órbita, que chegava até deseja-la em sua frente nem que fosse para esbofeteá-lo, para vê-la alterada e depois ele agarra-la com força entre seus braços e beija-la até matar a cede que sempre teria dela, ainda mais depois de voltar tê-la.

Mas naqueles dias, nem a presença dela ele tinha, o que estava sendo como o inferno para ele. Nem ao menos podia ouvir a voz dela, já que nem contato com ela, ele conseguia ter, ainda que tivesse pego em um momento de descontrole, Demétrio pelo colarinho e exigido que ele descobrisse o novo número dela, ele não tinha obedecido a ordem.

Estevão virou o copo que tinha de bebida na mesa e bebeu todo o líquido, pegando a garrafa a frente dele depois e enchendo ele de novo.

Daria tudo, tudo que tinha só pra ter Maria mais uma vez, mas agora em uma larga noite. Queria vê-la, mas também queria toca-la sentir de novo seu corpo vibrar, tremer de prazer por baixo do dele, em cima, do lado de qualquer maneira, ele simplesmente a queria. Ele então fechou os olhos e pôde reviver mais uma vez a noite que esteve com ela no apartamento dela, tudo antes dela dizer que amava outro, parecia ter sido um dos seus melhores sonhos que havia tido com ela.

Batidas se ouviu na porta e ele sabia que era Demétrio, que então saindo de seus pensamentos ele disse.

— Estevão: Entre Demétrio.

Demétrio entrou, ligando de cara a luz do escritório, vendo Estevão de novo naquele estado, que ele também estava indo nas empresas, com aquelas olheiras, rosto cansado e a barba preguiçosa ali no rosto dele sem ser tirada.

Ele então caminhou e pôs a maleta que tinha na mão com documentos sobre a mesa dele e disse.

— Demétrio: Segunda já temos a primeira audiência com o juíz Estevão, não pode seguir nesse estado, vai aparentar ser um pai desequilibrado!

Estevão terminou de beber de sua bebida e o respondeu descontente.

— Estevão: Veio reclamar da minha aparência Demétrio ou falar o que de fato me interessa? Quero saber qual vai ser nossa estratégia.

Demétrio então sentou a frente dele e abriu sua maleta tirando um documento. Que assim ele disse, o que estava por escrito nele já sem rodeios.

— Demétrio: Vai ser um pai generoso, deixando claro que qualquer assistência financeira que tem que dar como pai da menina, pode ser decidida pelo juiz ou pela própria Maria, ela aceitando ou não, temos que deixar claro que você como pai quer auxiliar na educação e em tudo que ela precisar.

Depois de falar, Demétrio esperou Estevão entender as instruções dele, que o guiando como advogado, ele havia explicado os direitos de Maria como mãe mas também os dele como pai todos aqueles dias, que sim que ela poderia rejeitar qualquer ajuda vindo dele, mas que mesmo se fizesse, por lei, ele seguia tendo os direitos como pai garantidos. Que depois de ouvi-lo Estevão disse, sem querer colocar nenhum obstáculo referente a qualquer valor que fosse decidido pelo juiz ou até por Maria, que ele estava ciente que teria que haver um acordo entre eles.

— Estevão: Mas é óbvio que vou fazer isso. Não Importa o valor, minha filha terá a assistência financeira que tem direito, Maria querendo ou não. Eu vou contribuir com qualquer coisa que ela necessite.

Demétrio se moveu e continuou com a conversa.

— Demétrio: Já expliquei que ela pode negar. Mas ainda assim, que não contribua financeiramente com a criação dela, terá seus direitos de pai no seguinte final de semana e feriados. Estrela será responsabilidade somente sua Estevão nos seus dias.

Estevão bufou. Aquela parte ainda que já estivesse ciente, ele não conseguia engolir o fato que teria Estrela em dias contados. Haviam sido 15 anos que ele nem sabia da existência dela que ele agora por estar brigando por seus direitos de pai, ele ter que conquistar dela o afeto de filha, que ele sem dúvidas sabia que não tinha.

Que assim, nada feliz ele disse.

— Estevão: São poucos dias. Maria passou 15 anos com ela e eu nenhum deles! Disse que ia rever isso Demétrio!

Demétrio respirou fundo por ter Estevão como ele conhecia exigindo que tudo fosse no tempo dele e da maneira dele, que assim, sabendo que daquela vez seria diferente, ele disse.

— Demétrio: E vou, mas ficará pra próxima audiência, Estevão . Onde poderemos brigar por uma guarda compartilhada, de 15 dias ela com você e outros 15 com Maria, ou a guarda permanente. 

E certo do que queria, sem rodeios Estevão o respondeu se levantando.

— Estevão: Eu quero a segunda opção, Demétrio. Estou perdendo Heitor, então mais do que nunca vou tirar Estrela dela!

De copo na mão Estevão no meio do escritório olhou a foto de Heitor em um móvel. Ele não era tonto de não estar percebendo que Heitor já estava rendido a mãe, ainda que ele não assumisse, Maria já o tinha conquistado. Que assim, ele só pensava que não poderia perder para ela, não poderia vê-la com os dois filhos e ele sem nenhum, que se ela estava disposta feri-lo tirando Heitor ele faria o mesmo com Estrela. Que naquela guerra ainda em batalha quando estavam sendo pais, ele queria seguir travando com ela. A mulher ele queria, queria como um louco, mas mãe que havia escondido dele a existência de uma filha e estava sendo uma ameaça no relacionamento dele com Heitor, ele queria vencer.

Que levantando também, Demétrio o alertou dizendo.

— Demétrio: A guarda compartilhada seria um processo menos longo Estevão e mais garantido. Agora a permanente, pode demorar mais e podemos perder. Maria passaria por uma investigação até reunirem provas que ela não pode seguir com a guarda de Estrela e também ouviriam a menina que já é capaz de optar com qual dos pais quer viver. Temos mais chance de perder do que de ganhar.

Estevão voltou para mesa agora com raiva de tudo que estava acontecendo, das atitudes de Maria de mantê-lo longe, dos rancores reacendendo sempre que ele queria fazer aquilo, que enchendo de novo seu copo de bebida, ele disse, certo, que qualquer coisa que ele fizesse contra Maria não seria maior do que ele sentia que ela tinha feito com ele e ainda fazia.

— Estevão: Não importa que demore. Só não posso perder pra ela. Quero minha menina. Nessa história eu não vou sair de mãos abanando. Não vou, Demétrio! 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!