Falso amor escrita por EllaRuffo


Capítulo 21
Capítulo 21




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Já era noite, quando Maria desceu do seu carro batendo a porta e seguiu até um portão.

Não tinha outro jeito, outra escolha, Heitor não a atendia e nem respondia suas mensagens que por isso agora ela estava ali a frente do portão da mansão San Roman. Nervosa, Maria tinha uma mão segurando seu celular em seu ouvido e a outra ia direto na campainha, que deixando mais uma mensagem de voz para Heitor ela disse decidida.

— Maria: Estou aqui na frente da sua casa, Heitor. Não tive outra escolha, filho e não saio daqui até que apareça. Não pode me evitar. Você já é um homem e não um menino e eu sou sua mãe ainda que não goste, sua mãe!

Ela desligou o celular nervosa e apertou a campainha. O resto do dia tinha passado lento demais, tenso demais e por isso Maria estava uma pilha de nervos. Tinha o que houve com Heitor na mente e ele a evitando o resto do dia, a ameaça de Estevão e ainda Estrela que a ligou quando ela deixou o trabalho há 1 hora atrás, reclamando de não ter a mesma atenção que antes tinha dela. Talvez, só talvez com ela ali e não com sua menina depois de um dia longo de trabalho, Estrela teria razão e pensar assim, o que deixava Maria se sentir culpada, uma péssima mãe. Mas a verdade era que diferente de Londres, que ela chegava até levar Estrela ao trabalho passando sempre mais tempo juntas, agora não eram só elas duas e Maria seguia querendo que a filha entendesse esse fato. O que seguia sendo uma provação para a menina aceitar, já que durante seus 15 anos ela teve toda atenção e amor exclusivamente só dela vindo de Maria e agora esse privilegio estava mudando por ela ter que dividir aquele amor com um irmão. Eram tantas coisas na mente de Maria naquele momento que ela sentia que podia explodir a qualquer momento, sendo aos berros, aos choros ou cometendo alguma insensatez.

E depois dela tocar a campainha disposta a entrar na mansão se fosse preciso e passar por Estevão como um furacão pra chegar até Heitor, Maria se afastou cruzando os braços com sua bolsa entre eles. Que então ela ouviu uma voz, uma voz aparente desconhecida vindo de alguém que saia da mansão e ia até o portão. Maria estreitou os olhos, pronta para passar por quem fosse e entrar, quando o portão se abriu e ela deu de cara com uma mulher.

Ela a olhou sentindo um choque de primeiro e depois ergueu a cabeça de uma forma desafiadora enquanto ela via a mulher mudando de cor e igualmente chocada com a surpresa de voltar vê-la.

Patrícia que tinha um celular na mão em uma ligação, o desligou no mesmo momento encarando Maria. Os olhares trocados diziam que se reconheceram mesmo com 15 anos passados e muita coisa mudada.

Maria olhando Patrícia só sentia o nojo que se sente quando uma amiga te vira as costas em um momento que você mais precisou. Aquela decepção que Maria havia tido com sua ex melhor amiga, não tão viva como antes nem sentida, mas jamais esquecida por ela, reacendeu a indignação que ela tinha de ter chamado Patrícia de amiga um dia.

Na vida é importante sempre lembrarmos, quem um dia sim nos estendeu a mão, para que possamos eleger melhor, quem sim e quem nunca mais. E Patrícia estava na lista na vida de Maria, das pessoas que ela nunca mais queria voltar a ver na vida. Mas em troca ela estava ali saindo da casa de seu filho e ex marido. Mas porquê?

Maria ofegou nervosa se fazendo tais perguntas e sua mente trazendo mais que uma resposta. Mas a mais que a incomodava trazia Estevão em meio a ela.

E então ela ouviu Patrícia quebrar o silêncio entre elas.

— Patrícia: Maria, querida quanto tempo.

Patrícia depois de falar em seu tom de voz manso e falso, fez que ia beijar o rosto de Maria, como judas para cumprimenta-la. Mas Maria desviou tão rápido o rosto da direção dela que fez ela recuar pra trás de olhos arregalados. E Maria logo disparou querendo a lógica de ver uma mulher que foi apenas sua amiga no passado saindo da casa de seu filho e do homem que também foi seu marido.

— Maria: O que faz saindo de dentro da casa que é de meu filho e de meu ex marido? O que faz aqui Patrícia?

Patrícia não soube responder. Sabia da volta de Maria, mas não torcia por aquele encontro. Se Maria nunca tivesse voltado ela não teria que encara-la como agora fazia e dar a verdade a ela. Que além de ter falhado com ela como amiga, sempre havia desejado Estevão quando eles ainda foram casados. Não havia só sido por dinheiro que ela aceitou fazer parte daquele sujo plano que condenou Maria sem ter de defesa, que a destruiu como ela lembrava, havia sido também por sempre ter desejado Estevão desde do primeiro momento que ela o havia visto. Inveja era o nome do que Patrícia teve de Maria no passado e que agora seria tudo mais aclarado e Patrícia temeu não só Maria saber do caso que ela tinha com Estevão todos aqueles anos, mais liga-la a tudo que houve com ela. Que ainda sem voz, sem poder responder Maria. Um carro chegou de faróis aceso a frente da mansão. As duas olharam para ele, até que um homem desceu dele.

E Heitor olhou as duas mulheres ali e ele só tendo interesse de falar com uma que acabava de ouvir mais uma mensagem de voz dela, enquanto seguia pra casa ele disse sério depois que encarou Maria nos olhos e olhou de lado para Patrícia.

— Heitor: O que faz aqui, Patrícia? Meu pai não está!

Maria voltou olhar para Patrícia que parecia que ia desmaiar no meio deles. Heitor não tinha nada contra Patrícia nunca teve referente as mulheres que chegou a ver Estevão se envolver, mas também não tinha afeto nenhum mesmo ela no que ele podia lembrar, ter estado presente entre eles todos aqueles anos.

Maria deu um sorriso de lado. Mas era nada feliz muito menos triste. Suas mãos apertaram com força o couro da alça da bolsa que ela segurava, tendo a certeza ali que sua ex melhor amiga tinha um caso com seu ex marido. Que ela só pensou naquele momento, que Estevão tanto a julgava por uma falsa traição e tinha feito o mesmo com ela. Eles tinham um caso. Ela tinha certeza com aquele simples mencionar de Heitor sobre o pai dele. Só podia ser isso. Não tinha outro porque, outra lógica do porque ela estava ali saindo daquela casa que ela viveu um curto prazo feliz. Eles dois haviam traído ela e por isso ainda seguiam juntos. E então Maria disse, se contendo como podia para sua mão não soltar a bolsa e aceitar o rosto daquela mulher que um dia ela chamou de amiga.

— Maria: Não vai responder meu filho também, Patrícia, querida?

Patrícia abriu a boca, mas logo fechou e Heitor olhou estranho para Maria ao ouvir ela falar como falava. O querida, bastou para ele entender que as duas se conheciam que então ele questionou.

— Heitor: Se conhecem? Se sim, de onde se conhecem?

Os olhos de Heitor, buscava com interesse a resposta de Maria. Ele era muito criança quando não teve mais a mãe ao lado e quando foi crescendo nunca soube quem de verdade havia sido Patrícia no passado. Que Maria percebendo isso, entendeu que a resposta dela poderia favorece-la aquele momento. Favorecia porque ela conseguia lembrar como ele havia ficado quando soube que todos que podiam ajudar ela para ela não deixa-lo, não fizeram nada.

Que então com um falso sorriso Maria disse.

— Maria: Patrícia foi minha melhor amiga, Heitor quando eu ainda era casada com seu pai. A melhor de todas.

Claramente com a ironia entre suas palavras, Maria viu Heitor bufar quando a ouviu e encarar agora Patrícia que finalmente disse, não tendo outro escape a não ser entrar na onda dela.

—Patrícia: Erámos realmente boas amigas, Maria.

E Heitor sentindo uma revolta, a mesma quando soube a maneira que Estevão havia deixado Maria no passado, ele disse mais rude que antes encarando Patrícia.

— Heitor: Não tão boa para ajudá-la quando ela precisou, não é Patrícia? E meu pai? Porque ele está com você se foi a melhor amiga dela?

Heitor cuspiu todo indignado. Cada vez as coisas que começava descobrir pareciam sujas demais. Porque para ele agora aquele caso de seu pai com Patrícia parecia sujo e covarde. Era sujo ainda que a mulher que o olhava a sua direita com um riso feliz demais, mesmo que não fosse inocente, ela precisou de ajuda para não deixá-lo no passado e não recebeu nenhuma. E agora Heitor tinha mais um alvo a quem culpar. Patrícia que ele havia crescido com ela dizendo que o queria como filho, tinha também afastado ele da mãe dele. E Maria pegando no braço de Heitor, sentindo a liberdade de fazer aquilo, disse.

— Maria: O interesse dela claramente era outro Heitor.

Ela deu um sorriso de lado depois de falar, mais um nada feliz. Como mulher Maria gostaria de voar em Patrícia, mas como mulher também, ela gostaria de manter a classe e não brigar por aquela razão, uma razão tão insignificante que cada vez Estevão se tornava para ela. O que ela pensava que podia ser impossível cada vez que passava ela se arrepender ainda mais por ter um dia o amado.

E Patrícia querendo se defender e sentindo que aquele momento resultaria em problemas dela com Estevão, ela disse.

— Patrícia: Eu não podia te ajudar no passado, Maria, eu...

— Heitor: O que fez e o que ainda fazem, você e meu pai o caso de vocês agora me dá nojo!

Heitor então gritou vermelho de raiva, o que fez Maria se afastar dele por ver ele pela primeira vez alterado, primeira vez porque quando ele esteve no apartamento dela, ele só tentou ser frio no começo, enquanto Patrícia deu um pulo assustada também.

Que então nervosa ela tocou nos cabelos e disse tentando virar aquela raiva que Heitor tinha para outro alvo.

— Patrícia: Eu amei seu pai depois que sua mãe o traiu, Heitor. Você o traiu, Maria! E agora faz essa cena para que Heitor fique contra mim e o pai dele!

Maria então deu dois passos a frente, Patrícia encostou as costas na parede e abriu a boca ofegante. Patrícia era uma covarde em tudo aquilo, um fantoche que até era usada por Estevão. Que do jeito que ela estava, ela olhava nos olhos de Maria, encontrando eles frios e desafiantes. Ela tinha certeza que realmente ela havia mudado, que os anos não tinha só feito bem a ela fisicamente. A Maria que ela lembrava era meiga e simples e agora via outra ali em sua frente.

Que assim de cabeça erguida e olhos cravados no dela, Maria rebateu as palavras dela.

— Maria: Não disse mais que a verdade, não seja sínica, Patrícia! Erámos amigas, mas sabemos que só eu fui sua amiga quando eu mais precisei de você e não tive nem ao menos sua pena, o que agora entendo o porquê. Você e Estevão juntos? Se merecem, foram feitos um para o outro!

Maria deu um sorriso amargo e de coração acelerado dentro de seu peito.

Heitor encarou Maria ofegante e nervosa demais, que querendo dar um final naquilo que ele via que não só ele descobria, mas também ela, ele disse.

— Heitor: Nos dê licença Patrícia, já que meu pai não está não tem nada o que fazer aqui, enquanto eu e minha mãe temos muito o que falar.

Heitor então depois de falar, tocou nas costas de Maria dando sinal que ela cruzasse o portão e ela apenas sorriu o olhando com os olhos brilhantes deixando toda raiva ali que sentia se esvaziar dela. Não importava mais que ela acreditava que havia sido traída por Estevão com Patrícia, apenas importava que Heitor havia de certa forma a defendido e se referido a ela como mãe a frente daquela mulher, que ela gostaria sim de um segundo encontro com ela para terem uma conversa de mulher para mulher mas não ali e nem diante de Heitor.

Que assim o que Patrícia só pôde fazer foi dar espaço para eles passarem e sair dali que nervosa, ela pegou o celular e procurou o número de Estevão, que ele atendeu assim que ela entrou no carro e já o ligava. Que então, Estevão que estava na casa de Demétrio acompanhado, disse irritado por aquela ligação dela não ter sido a primeira naquele dia.

— Estevão: O que quer agora, Patrícia?

Ana Rosa que estava com Estevão, beijou o rosto dele e depois o pescoço. Estevão estava ali apenas por Demétrio, mas como sempre ele e Daniela jogaram Ana Rosa de bandeja para os braços dele, ainda que aquela noite ele a recebia sem empolgação nenhuma.

Que então Patrícia disse.

— Patrícia: Estevão, Maria me viu saindo da sua casa e o pior é que agora Heitor sabe que fomos melhores amigas e tomou as dores dela. Seu filho está contra nosso amor, faça alguma coisa! Aquela mulher vai tira-lo de você!

Estevão bufou e afastou Ana Rosa dele sem nenhuma delicadeza e disse, passando a mão na cabeça.

— Estevão: Não gosto quando vai em minha casa quando não estou, Patrícia! Olha o que aconteceu! Não me ligue mais e nem apareça mais lá!

Ele desligou o celular e Ana Rosa veio por trás dele, lhe tocou nas costas e disse, com um sorriso no rosto por ouvir ele falando com Patrícia daquela maneira.

— Ana Rosa: Patrícia é tão inoportuna, Estevão. Fico feliz que a colocou no lugar dela.

Estevão nervoso como estava se afastou dela de novo como se as mãos dela tivessem espinhos, e disse.

— Estevão: Preciso ir embora, Ana Rosa.

Ele pegou o terno que estava sobre uma cadeira a frente da mesa de Demétrio e vestiu com pressa por cima de sua camisa para sair dali.

Esteve o resto do dia pensando em Maria não conseguindo ter paz em um só segundo com sua mente doentia que foi capaz de imaginar ela com Geraldo. Ela nua e gemendo de prazer sobre uma cama com Geraldo dando esse prazer a ela. E o ódio que sentia em só de imaginar a cena junto com o ciúme, havia sido o forte combustível para que ele seguisse o dia tão mais insuportável que o normal, não tendo nem a capacidade de se concentrar no trabalho, fazendo com que Lupita desmarcasse qualquer compromisso dele. Que depois ao final do expediente foi em direção a casa de Demétrio com sangue nos olhos, exigindo que ele adiantasse a primeira audiência que teriam naquela briga que ele começaria ter para ter todos os seus direitos de pai sobre Estrela. Mas então, como Demétrio nada podia fazer em relação a isso, ele havia ficado só com Ana Rosa. Mas não feito nada. Diferente de como ele costumava fazer quando a via. Fazer sexo naquele estado de espirito que se encontrava era o que Estevão mais costumava fazer, mas nos momentos que esteve ali com Ana Rosa não tinha obtido uma ereção para consumar o ato que ele cria que era o que seu corpo precisava. Nenhum toque de Ana Rosa tinha sido capaz de fazer com o que o corpo dele despertasse pra ela.

Que em pensar isso, ele ficou ainda mais possesso. O dia havia sido terrível, não havia conseguido ter uma ereção e agora aquilo que acabava de ouvir no telefone por Patrícia tinha deixado o dia dele mais infernal. E tudo que tinha acontecido com ele no dia ruim que estava tendo, para ele só tinha uma culpada e ele iria atrás dela.

E o bater da porta foi forte quando Estevão cruzou ela para sair do escritório de Demétrio e depois da casa, que depois de alguns segundos Daniela entrou dizendo.

— Daniela: O que aconteceu Ana Rosa? Por que Estevão saiu daquela forma?

Ana Rosa tampouco entendia. Apenas tinha escutado ele falando com Patrícia daquela maneira o que ela pensou que a favorecia, mas agora não pensava mais. A relação que ela tinha com Estevão era mais separada da vida pessoal dele por apenas eles terem dividido a cama alguma vezes depois dela ter ido viver com os tios. Que assim ela disse.

— Ana Rosa: Ao que parece ele terminou o que tinha com Patrícia, tia, mas...

Daniela riu mostrando os dentes. Pois pensava que, o que Patrícia não tinha conseguido, com ela longe de Estevão, Ana Rosa tinha mais chances de conseguir, que assim ela disse.

— Daniela: Isso é maravilho, Ana Rosa assim o caminho fica livre pra você. Então desmanche essa cara.

Ana Rosa olhava a parede pensativa que quando voltou a olhar Daniela ela disse.

— Ana Rosa: Eu não sei mais ao certo se celebro por isso, tia. Estevão estava estranho. Eu o seduzi de várias maneiras nesse escritório como sempre fiz e dessa vez ele parecia distante, fora daqui que até...

Ana Rosa ponderou sem saber se dizia o que tinha acontecido, ou melhor não acontecido entre ela e Estevão, que curiosa Daniela quis saber.

— Daniela: Que até? Siga Ana Rosa!

E então ela suspirou e soltou de uma vez.

— Ana Rosa: Pela primeira vez eu vi Estevão San Roman não conseguindo ter uma ereção, tia.

E Daniela soltou sentando na cadeira a frente da mesa.

— Daniela: Que?

Enquanto na mansão San Roman

Maria estava na sala com Heitor. Ele a tinha colocado de modo gentil para dentro o que a ajudou querer entrar. Que então ela disse.

— Maria: Seu pai não vai gostar de me ver aqui, Heitor.

E Heitor de mãos nos bolsos da calça disse direto a olhando.

— Heitor: Essa casa também é minha senhora. E a senhora é minha convidada.

Maria deu um pequeno sorriso vendo Heitor sentar em um sofá e então ele voltou a dizer, sem ver a resposta dela.

—Heitor: Queria falar comigo, não? Ficou o dia todo me ligando e me mandando inúmeras mensagens. Então fale, senhora.

Maria suspirou, sabendo que Heitor poderia ser mais doce e gentil como tinha sido ao coloca-la pra dentro da casa e que aquela fala dele lembrando-a de Estevão era apenas ele mascarando o que tinha de bonito por dentro dele. Que então ela disse, se sentando também em sofá a frente dele.

— Maria: Quando fala assim me lembra seu pai. Não me trate com frieza, querido o que viu naquele restaurante só foi um almoço que eu estava tendo acompanhada de meu chefe. Nada mais que isso.

Heitor então depois de ter muito pensado no que tinha acontecido aquela tarde. Ainda que algo dentro dele gritava o quanto tinha sido imaturo até aquele momento evitando falar com ela, seu lado de filho que via sua mãe recém chegada ao lado de um homem que poderia fácil trazer duvidas e a ele de quem realmente o companheiro de mesa dela era para ela. Ele disse.

— Heitor: Era para ser eu do seu lado naquele almoço, mas estava com um homem, um desconhecido que não conheço. O que queria que eu pensasse, senhora?

E Maria deixando sua bolsa ao lado dela se inclinou ainda sentada para olha-lo nos olhos melhor e o respondeu paciente com ele.

— Maria: Você pelo que entendi, preferiu almoçar com seu pai e eu queria que pensasse que foi simplesmente um simples almoço que eu estava, e não era um desconhecido era meu chefe que percebeu que algo passava comigo quando eu pedi todo meu ânimo por saber que não passaria aquele tempo com você, meu amor e me convidou para almoçar com ele.

Heitor suspirou se sentindo um patético depois que a ouviu e virou o rosto de lado pensativo. Até que voltou a olha depois de dar um fraco riso e disse.

— Heitor: É tão boa com as palavras, meu pai também, na verdade todos senhora que me cercam são. Mas todos também com esse mesmo modo de falar, me manipulam e estou farto disso. E tem que saber que com o que eu já ouvi da senhora, vê-la na companhia de um homem me afeta.

Maria suspirou sentindo raiva a mesma raiva quando pensava nos anos que Heitor viveu achando que ela era aquela mulher sem escrúpulos que por isso não ganharia fácil a confiança dele. Não ganharia também sem a prova que ele podia confiar nela. Que então ela disse, depois que suspirou outra vez para não se alterar com a raiva que sentia.

— Maria: Tudo que ouviu foi tudo mentira e todos sim te manipularam, menos eu meu filho. Eu estou aqui de peito aberto, escancarando a você minhas dores, minhas verdades, tudo meu amor. Que se esse homem fosse algum interesse amoroso meu, eu diria agora mais ainda que sei como pode ficar.

Heitor então a olhou desconfiado, mas interessado de ter ela dividindo com ele até sobre seus interesses amorosos. Que assim ele disse.

— Heitor: Me diria mesmo, senhora? Ou esconderia seus casos?

Maria assentiu com a cabeça. Queria a confiança de Heitor, queria ser amiga dele como ela também era de Estrela e que ela sabia que poderia também dividir seus segredos com ela e até falar de supostos namorados que nunca viam com ela. Que assim ela disse.

— Maria: Eu sou solteira. Posso ter um caso com qualquer pessoa sem precisar da aprovação de ninguém, se eu também não fosse mãe de dois filhos crescidos e que são o mais importante para mim. Então sim, eu diria, Heitor para saber o que você também acharia.

Heitor a olhou desconfiado outra vez e questionou de novo.

— Heitor: Certo. E esse caso te tiraria de mim outra vez? Outro homem nos separaria?

Maria deu um sorriso triste entendendo Heitor, sentindo suas inseguranças em relação a ela e sabendo das razões que ele tinha para ter elas. Ela disse certa.

— Maria: O único homem que nos separou foi seu pai, Heitor. Nenhum mais.

Heitor então ficou de pé enfiando a mão no bolso da calça de novo e disse depois que olhou o chão e voltou olha-la.

— Heitor: Se não teve amantes como diz, Luciano também nos separou.

Maria então se levantou também, vendo que Heitor ao falar tinha virado o rosto pro outro lado. Que então tocando no rosto dele, ela fez ele olha-la outra vez e disse.

— Maria: Luciano me estendeu a mão quando eu mais precisei. Eu já expliquei minha história, filho. Ele foi um anjo. Quando ninguém mais estava por mim, incluindo Patrícia que agora sabe que fomos amigas.

Os olhos se encontraram e Heitor ficou um tempo em silêncio apenas olhando nos olhos de Maria. Gostava de vê-los e pensar que por trás dele tinha infinitas coisas boas, ou que podia ser tudo o que a cabeça dele criava, mas ele olhando aquele olhar dela que ela conseguia sustentar sem fingimento mexia com ele, mexeu desde que ele esteve de frente com ela primeira vez. Que assim, depois do silêncio dele ele disse.

— Heitor: Percebo que cada dia mais, desde que voltou descubro coisas que não sabia senhora. E não sei se isso é bom. Patrícia era sua amiga e ainda assim seguiu em nossas vidas todos esses anos. Enquanto meu pai que sempre se julgou honesto em tudo isso, me parece que se comportou igual, a traindo com ela.

Ela então suspirou e já que estava ali diante de Heitor ela não se conteve em não abraça-lo ainda que não fosse correspondida e deitou a cabeça entre o meio do peito dele, sem receios de ser rejeitada e disse.

— Maria: Eu sou inocente e vou provar isso. Agora ele talvez tenha me traído com ela mesmo antes de nosso divórcio.

Ela suspirou conseguindo ouvir as batidas rápidas do coração dele, enquanto Heitor sentia que ela fazendo aquilo com ele desmontava qualquer armadura dele, ainda que os braços dele não rodearam o corpo dela. Que assim, deixando ela ali, ele perguntou depois de ouvi-la.

— Heitor: E te dói? Dói pensar que eles te traíram?

Maria então depois de ouvi-lo ela ergueu a cabeça para olha-lo enquanto ele baixou para vê-la, que então pensando que a facada maior Estevão já tinha cravado no coração dela que era tira-lo dela, ela disse.

— Maria: Nada mais dói quando vem do seu pai, Heitor. O que só me causa é revolta. Fui tão cega, tão ingênua com todos que estavam em meu passado.

Alba que descia as escadas novamente depois de ter recebido Patrícia que procurava por Estevão, ela disse se surpreendendo com a cena cada vez que se aproximava.

— Alba: Maria o que faz aqui?

Heitor e Maria se separaram e olharam para Alba que se apressou mais pra chegar até eles e voltou a dizer.

— Alba: Não é bem-vinda aqui!

E Maria então a respondeu séria.

— Maria: Não estou aqui por você Alba, então não me importa se sou bem-vinda ou não.

Alba então foi abrir a boca pra responde-la, mas Heitor disse primeiro.

— Heitor: Eu a convidei para entrar tia. Suponho que essa casa também é minha, não?

Que Alba depois de mover a cabeça em negação disse.

—Alba: Está nos trazendo uma forte decepção Heitor.

Maria então pensando que poderia seguir a conversa com o filho agora no dia seguinte e até no apartamento dela e não ali, ela disse visando sua bolsa.

— Maria: Eu vou embora para não te trazer problemas, meu amor. Só me atenda quando eu voltar te ligar, por favor.

Maria olhou feio para Alba pegando a bolsa dela do sofá e ouviu Heitor falar.

— Heitor: Ainda não vai senhora, não terminamos de conversar.

Maria então levou a mão no rosto dele fazendo um carinho e Alba visando o gesto e disse.

— Maria: Tem razão meu amor, mas com Alba aqui não podemos segui-la.

Heitor então pegou na mão dela segurando e olhou para Alba e disse sério.

— Heitor: Tia por favor, me deixe sozinho com minha mãe. Ou não posso ter nenhuma privacidade em minha própria casa?

Um sorriso de vitoriosa brincou no rosto de Maria que Alba conseguiu identificar e via que ela estava ficando forte e ganhava terreno com Heitor que então ela disse.

— Alba: Está gostando, não está Maria? Está conseguindo o que quer.

Da sala eles ouviram o bater forte da porta e depois passos. Estevão assim que chegou, identificou o carro de Maria em frente a mansão que então ele entrou quase correndo e quando olhou para sala, ele a viu ao lado de Heitor e a mão dele pegando a dela e disse, grosso.

— Estevão: Me deixem sozinho com Maria.

Ele olhou bem dentro dos olhos dela e como um filme na mente dele e da dela, repassou o momento naquela tarde que estiveram no restaurante. Que então Maria rápido disse.

— Maria: Não tenho nada que falar com você Estevão. Se estou aqui outra vez é por meu filho.

E Heitor querendo sim aquela conversa, mas com eles 3 juntos, ele disse soltando a mão dela.

— Heitor :Vamos aproveitar que estamos os três juntos pela primeira vez em um só lugar e falarmos a verdade.

Estevão passou por Alba e ficou diante de Maria e Heitor, que ao ouvir o sobrinho ela se afastou para apenas fazer o que bem fazia, observar e observar... E que Estevão bravo disse.

— Estevão: Que verdade que fala, Heitor? A única verdade é que a mulher que tem ao lado, ela sim te manipula e teve a prova disso essa tarde!

Maria depois de ouvir Estevão pondo a imagem dela a prova diante do filho deles, disse nervosa.

— Maria: Que prova, Estevão? Está louco! Sabe que eu só estava em um almoço com meu chefe e nada mais!

Estevão ficou calado, mas de corpo tenso, enquanto Heitor o questionou o que agora sabia em relação a Patrícia.

— Heitor: Sempre escutei que minha mãe era tudo, menos honesta. Mas está sendo também honesto comigo papai? Foi honesto em me contar quem realmente foi Patrícia?

E Estevão sentindo que os olhos de julgamentos vindo de Heitor lhe queimavam a pele, ele ignorou as palavras dele e disse visando apenas Maria.

— Estevão: O que disse para meu filho, Maria?

Maria então cuspiu a verdade que cria ter contra ele.

— Maria: Só a verdade que a mulher que andou todos esses anos foi minha melhor amiga. Ou não é a Patrícia que vi saindo de sua casa?

Estevão bufou arrependido pela decisão que tinha tomado 15 anos atrás em ter se envolvido com Patrícia, ele disse, revoltado como que se não já fazia o mesmo com Maria.

— Estevão: Não tem nada a ver com isso, não temos um casamento mais, hum.

Maria riu por lembrar que ele havia se visto no direito de ter ameaçado Geraldo por simplesmente imaginar coisas que para ela nunca aconteceria, ela rebateu tendo Heitor de olho nos dois.

— Maria: Tampouco você tem quando me ver ao lado de qualquer homem e ainda insinuar coisas que não são certas para meu, filho Estevão!

Heitor saiu de perto deles mais ainda estando presente e disse depois que riu ironicamente.

— Heitor: Sigam, nessa discussão. Eu quero ver como podem se matar nela.

Maria e Estevão pararam discussão na hora para olhar Heitor que foi até o bar de bebida na sala e voltou a falar com eles em silêncio.

— Heitor : Quando eu estava no ensino médio a maioria de meus amigos costumavam reclamar que os pais sempre brigavam e eu me perguntava como era a sensação e sempre me respondia que não podia ser pior do que não ter uma mãe em casa para ao menos brigar com o seu pai. E agora presencio vocês fazendo isso. Só espero que não tenham discutido dessa maneira na frente da filha de vocês.

Estevão olhou agora pra cara de Maria e ela fez o mesmo. Imagens deles dois fazendo aquilo a frente de Estrela invadiram a mente dos dois que até Maria se penalizou quando lembrou da última vez que foi quando ele esteve no apartamento dela. Que então ela disse preocupada com a forma que Heitor havia falado.

— Maria: Meu amor. Está bem?

Heitor olhou para ela de copo na mão e Estevão suspirou não gostando de vê-lo beber aquela forte bebida. Que então ele disse.

— Estevão: É melhor que não beba Heitor, filho, não parece bem.

Heitor tomou um gole da bebida e depois o respondeu cheio de certezas.

— Heitor: Eu estou ótimo papai. Penso até com mais clareza que talvez eu tenha que me afastar de vocês dois com essa guerra de um culpar o outro por erros que os maiores prejudicados foi eu e agora certamente será minha irmã.

Ele virou a bebida toda goela abaixo e deixou o copo no meio da mesinha da sala e voltou a dizer, com Estevão e Maria ainda mudos.

— Heitor: Vou deixar vocês dois para que se matem como quiserem sozinhos. Boa noite.

Maria suspirou com as palavras dele, seguindo sem ação assim como Estevão. E ela sabia que erravam como pais, erravam assim como ela já teve o padre Belisário apontando esses erros deles para ela.

Que assim que estavam sozinhos. Maria pegou a bolsa dela outra vez. Pretendia ir embora o quanto antes daquele lugar e do olhar que Estevão dava a ela, mas que quando girou o corpo ele pegou no braço dela e disse.

— Estevão: O que disse a ele sobre Patrícia e eu? Sei que disse algo a mais por isso ele agiu assim comigo!

Maria bufou olhando a mão dele no braço dela e disse, séria.

— Maria: Disse a verdade, já disse Estevão. Foram amantes nas minhas costas por isso tem esse caso com ela. Me traíram! Agora me solte que vou embora!

Estevão a soltou e riu o que fez Maria não dar passo algum apenas olhar para cara que ele fazia. Que depois ela o ouviu dizer.

— Estevão: É tão irônico te ver falar de traição. Mas não vou me defender do que pensa. Me conforta na verdade saber que pensa que te trai. Assim não fico mais como o tonto que foi fiel enquanto você sim, me traia com seus amantes!

Maria o encarou, jogando outra vez a bolsa no sofá mostrando que ela não fugiria agora daquela discussão com ele. Que depois de molhar sua boca seca com a ponta da língua, ela o respondeu já ofegando de raiva.

— Maria: Eu nunca tive amantes, mas que se fosse assim, não poderia mais me julgar já que descobri que me traia com minha melhor amiga, Estevão.

Estevão caminhou agora ele querendo beber, que de costa para ela servindo um copo de uísque ele disse.

— Estevão: Sente ciúmes? Despeito? Seu ego está ferido em pensar que não foi de verdade a única mulher que amei e quis nessa vida? Porque tudo isso é o que sinto quando lembro o que me fez.

Maria riu nervosa com as palavras dele e o respondeu, quando ele já tinha se virado pra ela de copo na mão.

— Maria: Não me faça rir, Estevão. Eu sinto mais nojo de você. Tenho mais ainda certeza que nunca me amou. Que tudo que me dizia, todas suas declarações de amor eram falsas.

Estevão virou um pouco da bebida olhando Maria não querendo olha-lo nos olhos, quando virou o rosto, o que ele julgava que ela estava mais abalada do que queria mostrar. Que ele então com raiva das palavras dela e mais uma vez vê-la duvidar do que ele sim sentiu por ela, ele a respondeu expondo até verdades que ela desconhecia.

— Estevão: E suponho que as suas declarações eram verdadeiras, não? Não seja hipócrita, Maria. Se me relacionei com sua amiga do passado a única culpada foi você, porque você que me traiu. Que mesmo que duvide e eu não deva estar esclarecendo, quando ainda erámos casados, não tive nada com ela, mas ela sim queria, hum. Sempre quando podia tentava me seduzir e eu tolo sempre me esquivava. Até que me traiu e ali estava ela a minha disposição, então fiz o que devia ter feito antes mesmo de nosso divórcio.

Maria o olhou e caminhou até ele e tirou o copo da mão dele, o que ele ficou olhando. Precisava beber, havia escutado uma verdade dele que ela não duvidava, mas que também acreditava que diferente que ele dizia, ele não tinha resistido Patrícia como ele falava. Que então depois de tomar um longo gole daquela forte bebida, ela entregando o copo para ele, disse.

— Maria: Não acredito em você, não acredito que não teve esse caso com ela quando ainda erámos casados. Mas ainda que fosse verdade, já a desejava antes mesmo de nosso divórcio por isso ficou com ela depois dele. Então siga com ela, faça bom aproveito. Se merecem porque são dois hipócritas, mentirosos e falsos!

Estevão sorriu de lado, sorriu a olhando de cima a baixo e disse cheio de certeza.

— Estevão: Está te doendo esse fato mesmo que não assuma. Essa nova Maria é orgulhosa demais para assumir isso, não é?

Ele levou o copo na boca outra vez. Enquanto Maria torceu os lábios com as palavras dele e o respondeu se alterando.

— Maria: Engano seu, meu querido. Já disse, siga com ela. É livre, não? Assim como também sou para estar com quem eu quiser e se voltar a fazer o que fez naquele restaurante, eu vou na delegacia e contarei também a Geraldo para ver se tem a mesma coragem de ameaça-lo de frente para ele.

Quando a ouviu, Estevão de copo na boca começou beber da bebida como se fosse água até que a última gota não estava mais nele. Que quando fez sobre o efeito das palavras dela e as imagens dela com Geraldo outra vez na mente dele, ele disse com os olhos brilhantes, o mesmo brilho que Maria viu pela tarde nos olhos dele.

—Estevão: Quer brincar com fogo comigo, Maria falando isso. E vai se queimar. Esquece aqui quem é que tem o poder que move muitas coisas sem acharem culpados. O dinheiro que eu tenho não me deixaria sujar a mão com Geraldo Salgado, mas eu posso muito bem pagar para que façam por mim. Então o que eu disse segue de pé. Se eu suspeitar que pretende estar na cama com ele, ele desaparece sem deixar rastro. Está novamente avisada!

Maria ofegou nervosa. Não podia pagar pra ver se a ameaça dele era real. Não com aquele olhar que ele lançava sobre ela seguida das tais palavras. Mas também não estava disposta pagar pra ver. Não desejava estar com Geraldo como ele seguia insistindo em pensar. As palavras que ela havia usado eram simplesmente para tirar dele o direito de achar que poderia ameaça-la ou quem fosse que ela um dia resolvesse se relacionar, mas resultou que ele deixou mais claro o que pretendia que então, ela nervosa disse.

— Maria: Eu não consigo acreditar que me casei com um homem como você, Estevão! Como se mascarou em um homem que não era? Como conseguiu? Você era esse homem o tempo todo e eu não via! Você é um monstro!

Estevão deixou seu copo aonde Heitor deixou o dele e visou o sofá tirando a parte de cima de seu terno para sentar, que fazendo isso ele a respondeu.

— Estevão: Eu era um homem melhor, mil vezes melhor quando eu acreditava no seu falso amor, Maria. Que se sou quem sou hoje, essa carcaça de homem que vê, a culpa é sua! Com o que me fez, me levou o desejo de viver, de ser alguém melhor. Você quando me traiu levou minha vida, a que eu amava viver ao seu lado. Você não sabe o estrago que me causou por dentro.

Estevão respirou fundo relaxando o corpo tenso no sofá assim que sentou e fechou olhos quando jogou a cabeça para trás. Maria quando sentiu as palavras dele toca-la ela chorou sem querer não por pena, e sim lamentando aquela desgraça que tinha caído sobre eles. Que limpando rápido as lágrimas para ele não ver, ela disse.

— Maria: E o que você me fez? Não conta? Você acabou comigo por uma mentira e tem a coragem de me culpar por mostrar seu verdadeiro eu suspostamente sem mim. Na verdade, sempre foi esse homem frio, sem sentimentos e materialista, Estevão!

Estevão então a olhou e assumiu quem era antes e agora muito mais.

— Estevão: E se fui, hum? Se fui esse homem quando te conheci, deixei de ser. Mas para que? Para ser ilusionado por você e depois humilhado como homem com seu engano! Não há espaços para os bonzinhos nesse mundo muito menos para homens apaixonados que encontram com mulheres como você, porque morrerei acreditando que me traiu, Maria. Morrerei acreditando nessa desgraça que caiu sobre mim por amar, que por isso não quero e não vou voltar a sentir esse sentimento por ninguém.

Maria suspirou quando o ouviu. Estevão parecia estar disposto a expor o que sentia e o que sentiu, parecia querer provar que seu falso amor foi real, o que ela nunca iria acreditar, que pelo menos um amor grande como ele queria deixar claro que sentiu por ela, não seria capaz de romper tão rápido como um elástico podre ao ser esticado. O que era quase como tinha acontecido com o casamento deles. Esticaram o elástico que era o casamento deles para provar a eles o quanto ele podia ser forte e mostrou ser fraco, podre.

Que então ela o respondeu o vendo deitar a cabeça como antes na encosta do sofá.

— Maria: Nunca sentiu esse amor que jura que sentiu, Estevão. Porque quem escuta você falando pensa que esse amor era o mais forte do mundo, mas não era. Na nossa primeira crise quando eu mais precisei de sua ajuda, não a meu deu Estevão. Você me destruiu e sempre vou acreditar que não se destrói quem se ama. Então você nunca me amou!

Estevão a olhou e percebeu ela abalada e levando uma mão nos olhos, o que ele pensou que aquela conversa devia ser encerrada que ele já tinha falado muito e ela também. Haviam falado de um passado que não tinha mais concerto, mas que só os feriam. Que então ele disse calmo.

— Estevão: Vai embora Maria. É melhor para nós dois que vá agora.

Depois de falar ele voltou fechar os olhos e Maria o olhou com raiva e limpando os olhos de lágrimas rancorosas que desciam do rosto dela. Refazia todas as palavras dele ditas a ela, tudo até então o que estava acontecendo entre eles que ela só chegava a uma conclusão, que então ela começou dizendo com ele sem olha-la.

— Maria: Você pode pensar que pode usar todo seu dinheiro novamente contra mim, que ele pode ser ainda seu poder sobre mim, mas se engana Estevão. Eu tenho mais do que seu dinheiro pode comprar contra você.

E Estevão certo do que ela falava sem se importar ela olhar de onde a voz dela já vinha naquela sala, ele disse.

— Estevão: Se fala de minha filha que me escondeu todos esses anos, logo ela estará com o San Roman em seu nome e ninguém muito menos você vai me tirar qualquer direito como pai que terei sobre ela.

Maria sorriu com o engano dele e disse muito próximo a ele.

— Maria: Não falo dela, meu querido, falo de mim.

Logo depois das palavras de Maria, Estevão se surpreendeu com ela sentando de frente no colo dele.

Ela sentou abraçando as pernas dele com as delas, mas deixando as delas dobradas para trás. Estevão a fitando com os olhos, rodeou sem ao menos pensar o corpo dela com os braços dele e suspirou hipnotizado pelo que ela fazia.

— Maria: A minha volta que te tem assim. Sei o que quer e que por dinheiro nenhum terá de mim, Estevão. Só terá se eu quiser realmente que você tenha.

Ela olhou para boca dele e depois buscou olhar os olhos dele e Estevão enfiou as mãos nos cabelos dela e impaciente trouxe a boca dela para perto da dele e a beijou. Maria se entregou ao beijo de olhos fechados, se entregou de uma forma que não tinha feito quando ele a tinha beijado no restaurante, se entregou entregando a ele seu evidente desejo. As línguas se encontraram dando voltas uma na boca do outro. Aquele beijo molhado fazia o som daquele ambiente, junto as suas respirações aceleradas e gemidos oprimidos que eram tudo que ouviam. As mãos de Estevão passeavam possessivas nas costas de Maria, que quando desceram mais embaixo ele abraçou e apalpou o bumbum dela bem modelado na calça que ela usava. Maria suspirou mais forte entre o beijo e se mexeu e foi quando ela sentiu o que tinha duro entre as pernas dela a roçava nela, não como o corpo dela necessitava, mas que ainda assim podia enlouquece-la. Estevão estava excitado de novo mais de uma vez em um só dia estando com ela. Então sim ela sem precisar de muito podia ter ele a mercê dela, afinal ele era mais um homem no mundo que pensava mais com o que tinha no meio de suas pernas do que com a razão. E Maria pensava que com Estevão não era diferente.

E então ela parou o beijo e se afastou. E viu Estevão todo vermelho de tesão, ofegante com os olhos brilhantes demais, mas também perdido por só ter a concentração no corpo dela sobre ele esquecendo de tudo ao redor dele, das palavras ditas, dos sentimentos e dos ressentimentos também e até de onde estavam. Ele parecia desnorteado, enfeitiçado.

E assim ela saiu também levada pelo calor que o corpo dela se encontrou e tocou o cabelo os arrumando e disse.

— Maria: Eu também tenho uma arma contra você, não esqueça que ela é essa Estevão.

Maria então saiu quase correndo da mansão deixando Estevão tentando entender o que tinha acontecido, tentando também aceitar que momentos antes não tinha conseguido ter uma ereção e que teve com ela nos braços dele em tão poucos segundos.

O ar gelado da rua fez Maria respirar melhor e na frente do portão ela parar e olhar a janelas ali. Não tinha certeza se estava tudo bem entre ela e Heitor, mas tinha ainda certeza que o controle daquele desejo que estava renascendo entre ela e Estevão o controle de ceder a ele, era totalmente dela. Ela tinha o poder. Só ela.

Exausta e meia hora depois, beirando as 10 da noite Maria chegou em casa e dispensou Marta que havia ficado com Estrela. Ela então suspirou a olhando já dormindo da porta do quarto dela, cedo demais e sem espera-la ansiosa como ela gostava de ter a filha a espera dela quando ela saia. E Maria só pensou que teria que fazer do dia seguinte mais presente com sua menina para recompensar aquela ausência.

Maria então seguiu para o quarto dela e momentos depois ela estava debaixo do chuveiro e tirava a mão que tinha entre as pernas enquanto tinha ela mole. Que encostando a cabeça nos azulejos frios e úmidos, com a água caindo em abundância sobre ela, Maria gemeu frustrada com ela mesma.

 


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