Falso amor escrita por EllaRuffo


Capítulo 19
Capítulo 19




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Oi lindas. Aqui eu paro com os capítulos que andei postando. Espero que gostem do capítulo e depois dele tem um recado, que eu deixei pra postar depois pra vocês não pensarem que era capítulo. Obrigada por lerem bjs.

 

 

Estevão suspirou aonde estava, suspirou puxando o ar para dentro do seu peito o enchendo daquele ar puro, mas com sua mente ali trabalhando contra ele o tirando da tranquilidade do lugar que ele estava com ele remoendo coisas não reais, sofrendo, se enchendo de perguntas. Tinha lembranças apesar de tantos anos passados daquele lugar, daqueles barcos que ele via todos coloridos e a maioria levando o nome do dia que estavam. Dia de San Valentin, dia da amizade e do amor. Amor que ele pensou ter conhecido e vivido durante belos 5 anos.

Maria era seu amor. Haviam comemorado tanto aquela data e parte daquele dia especial era sempre ali aonde ele estava. Estevão podia recordar como que Maria era simples em relação ao amor. Tudo era bonito, tudo a encantava até estar em uma bonita tarde como a que ele presenciava ali alguns casais estarem fazendo e era o que ele fazia com ela.

Ele então passou as mãos no rosto fechando os olhos. Maria foi tão doce, tão ingênua. Com ela, ele viveu um conto de fadas da vida real. Mas depois ele teve a consciência que foi tudo mentira. E assim ele abriu os olhos e no seu intenso verde brilhou os ressentimentos que ele tinha.

Flashback

Mais de 15 anos atrás.

Maria e Estevão já estavam há quase 5 anos casados. O primeiro filho deles crescia e estavam vivendo sua história de amor, construindo a família tão sonhada por ambos. Maria era linda e não só por fora, era doce e amava o cortejo antigo vindo de um homem, o cavalheirismo, os simples regalos, como cartas, flores fora de hora, poemas, versos recitados e valia até declarações românticas improvisadas. Ela era a mulher que Estevão se apaixonou perdidamente, uma que ele pensou que dificilmente cruzaria o caminho dele, mas cruzou e primeiro como secretária para depois se transformar em seu amor.

Ele a olhou apaixonado. Estavam em Xochimilco nas trajineras, o barco que Estevão antes de estarem ali, ele havia pedido antes de aluga-lo para que tivesse o nome dela. No primeiro ano que estiveram comemorando o dia dos namorados ainda sem estarem casados, Estevão não sabia que uma tarde naqueles barcos só os dois assistindo um show de mariachis abordo com eles, rosas e muitas e muitas declarações de amor fazia Maria sorrir de orelha a orelha e consequentemente parecer amá-lo mais e como descobriu o fácil de como podia deixa-la mais feliz e apaixonada por ele, ele se empenhou mais cada ano. Com Maria não era joias aos pés dela, não era o luxo que a fazia sorrir com amor, Estevão entendeu e quando entendeu isso, foi que conquistou o amor dela. Não era a grandeza do que ele podia fazer por ela que a conquistava, e sim o significado de cada coisa que ele fazia para mostrar que a amava.

Ele então beijou a mão dela, quando estavam prestes a entrar no barco de cor vermelha com o nome de Maria em cima e três mariachis já dentro do barco.

Um homem entregou um buquê de rosa lindas e bem vermelhas para Estevão, que só estava há espera dele para entregar a encomenda e Estevão então as pegou e entregou a Maria. Ela sorriu e sussurrou um te amo a ele. Estava tão linda, vestia preto, tinha os cabelos presos, o rosto bem corado e um batom vermelho nos lábios que não deixavam de sorrir.

E com as rosas nas mãos dela, eles entraram no barco. Assim que entraram, cumprimentaram os mariachis.

Só com os dois no barco e os mariachis, tinha uma mesa no meio dele com algumas bebidas sem álcool e frutas. Maria então deixou as rosas na mesa e o barco começou a se mover. Ela sabia que por Estevão, a comemoração do dia seria a noite com um jantar romântico em um luxuoso restaurante da capital, ou uma viajem para um país de primeiro mundo que ele sempre dava essa opção a ela para só voltarem depois de uma semana como se fosse uma mini férias, pois ele para agrada-la fazia tudo, deixaria as empresas San Roman que era tão importante pra ele por meses se ela pedisse, mas ela só queria aquilo todos os anos naquela data, um dia só com eles dois e aquele clima de namorados que pela noite aceitando o jantar aonde ele escolhia como ele gostava de fazer, que ao final dela terminavam da melhor forma, fazendo amor.

Eles ouviram o toque dos instrumentos dos mariachis que estavam com eles. O violino no fundo e o violão começaram fazer o som de uma bela canção, que fez os corpos de Maria e Estevão se aproximar mais um do outro.

Qué bonito amor - Vicente Fernández

   

Que bonito amor, que bonito cielo

Que bonita luna, que bonito sol

Que bonito amor, yo lo quiero mucho

Estevão suspirou ouvindo a canção perfeita para eles, olhando o rosto de Maria que sorriu para ele. Ele se sentia o mais afortunado dos homens por ter o amor dela, por ser o dono daquele sorriso e daqueles olhos apaixonado, que brilhavam pra ele.

Maria deitou a cabeça no ombro de Estevão. Com ele com um braço em volta da cintura dela e a pegando em uma mão, bailavam lento.

Porque siente todo lo que siento yo

Ven juntito a mi quiero que tus manos

Me hagan mil caricias quiero estar en ti

Dame más amor, pero más y más

Maria suspirou mais um suspiro feliz entre os baços de Estevão. Vivia um amor com ele, mais do que pediu a Deus mais do que sonhou e pensou que era real ter.

Ela então levantou a cabeça para olhá-lo e sorriu outra vez. A voz perfeita de um só mariachi seguia fazendo a voz da valsa deles ainda sobre a luz do dia.

Quiero que me beses como tú me besas y despues te vas

Yo comprendo que mi alma en la vida

No tiene derecho de quererte tanto

E ela então disse com sua boca perto dos lábios dele.

— Maria: Te amo, meu amor.

E os lábios deles se encontraram com amor em um beijo lento.

Pero siento que tu alma me grita

Me pide cariño y nomás no me aguanto

Que bonito amor que bonito cielo

Que bonita luna que bonito sol

O beijo se desfez com os dois sorrindo um no lábio do outro. E Estevão a respondeu.

— Estevão: Eu também te amo, minha Maria, meu amor.

Si algo en mi cambio te lo debo a ti

Porque aquel cariño que quisieron tantos

Me lo diste a mi...

Qué bonito amor...

Fim de flashback

Estevão despertou se fazendo mais perguntas das lembranças que veio forte em sua mente.

Como podia? Como podia ter se deixado enganar? Como Maria tinha fingindo o amar tão perfeitamente?

Era outro homem com ela, com o amor que acreditava ter dela. Tinha se transformado em outro quando a conheceu e agora sem ela, ele era sua pior versão de quando a conheceu.

Sem perceber o céu estava ficando alaranjado com o sol que ia indo. E então Estevão se levantou do banco vendo que era hora dele ir. Ele então se virou para o outro lado, quando ouviu atrás de si.

— X: Estevão. O que faz aqui?

Ele sentiu todo seu corpo rígido ao ouvir a voz. A voz que vinha de Maria. A mulher que estava dia e noite em seus pensamentos que agora com seu regresso estava mais constante neles. E então ele se virou lento para o lado dela e deu um riso de lábios fechados. Ela era a causadora de sua maior ferida e a mais presente.

Maria suspirou tendo aquele olhar quase psicopata de Estevão sobre ela e aquele riso mal, frio. Ela havia deixado o barco há alguns minutos, viu Estrela seguir o filho mais novo de Socorro para o lado de muitas flores e uma pequena mata conservada, que Da Vince os guiava, e foi então quando ela ia atrás deles que avistou alguém como Estevão de longe. Mesmo de longe seu corpo todo tenso confirmou que era ele naquele lugar também, mas ela teve que confirmar com seus olhos que estava certa no que via.

E era ele. E pela expressão que ele trazia no rosto, ela tinha certeza que não tinha sido só ela que foi invadida pelas lembranças de um amor que pensou que fosse real.

E então ela ergueu a cabeça e empinou o nariz para não se deixar afetar por aquele olhar que Estevão lhe dava, que ao fazer, ela o ouviu responde-la.

— Estevão: Acho que não lhe devo explicações, hum.

Ele bufou descontente por ter sido pego ali por Maria. Não diria nunca a ela que tinha costume de estar ali sempre naquela data. Não diria para ser motivo de risos para ela. Pois quando revivia momentos como aqueles era que ele se colocava mais rancoroso que o normal. Que para ele, Maria só fez usá-lo e jogá-lo fora depois. E agora vendo ela ali, linda e muito bem a contrário dele que já não se sentia o mesmo por 15 anos, só o enchia de mais raiva e rancor.

E Maria seguia vendo como ele estava por sua postura, olhar e expressão como que a qualquer momento pudesse ataca-la, ela disse o questionando.

— Maria: Se tivesse uma arma aqui, me mataria Estevão? O olhar que me dá atira em mim sem precisar de uma arma.

Ela cruzou os braços. A pergunta que fez mesmo não querendo, doeu. Doeu porque naquele dia reviveu também alguns momentos e ficou nostálgica por duas malditas horas dentro daquele barco que nos últimos momentos pensou que não conseguiria mais fingir que estava feliz enquanto sorria para sua menina que estava encantada com o que via e para todos ao seu redor. Havia amado Estevão. Havia dado seu mais puro e sincero amor para depois não valer nada, nem ao menos o voto da dúvida que desejou tanto ter dele, que achou que teria quando ele por misericórdia havia retirado a acusação do falso desfalque nas empresas.

Mas não. Ele nunca acreditou nela nem se quer duvidou de tudo que ela foi acusada, para pelo menos ajuda-la. As noites de entregas, os momentos como naquela data que o marcavam tanto, de nada valeu. Tudo para ele tinha sido falso. E doía quando ela pensava, doía ainda que ela desejasse que não doesse mais. Para Estevão ela era a pior das mulheres, por isso a pergunta ainda que, o que ele tinha feito havia sido bem pior do que ter disparado contra ela.

E Estevão então a encarou depois de ouvi-la.

Não tinha tido o valor de deixa-la pagar anos de sua vida presa, para ela acabar ferida na prisão e até morta. Então porque ele faria aquilo que ela questionava ainda mais 15 anos depois? E ele riu agora de coração doendo. Havia deixado ela livre porque não conseguiu suportar a ideia que aquela beleza que ela estava agora poderia ter acabado dentro de uma cela até que ela fosse livre, mas mais que isso, não havia suportado a ideia que ela fosse ferida por criminosas. Tinha sido um grande tolo, pelo menos se via assim ao ter livrado ela de sua pena merecida. Ela tinha que pagar pelo que tentou fazer a empresa dele, mas não, ele tinha a livrado e agora ela estava mais bonita que antes e mais forte também. Aquela mulher que ele via em sua frente depois de fazer aquela pergunta sem nenhum vestígio de abalo, fria, ele tinha certeza que não era mais a mesma, ou talvez fosse e só ele que não tinha visto por ter a amado tanto e mesmo assim ela dizia não acreditar no amor dele e na dor que ele ainda sentia, que por ela foi levado a fazer tudo o que fez.

Tinha um empate entre eles. Que era que nenhum acreditava no amor que ambos jurou sentir um ao outro até diante de Deus em frente a um altar.

E então depois de soltar um curto riso de lado e irônico, Estevão por fim disse.

— Estevão: Sua pergunta me comove, Maria. Me comove ainda ver que não acredita no amor que senti por você e que por ele não fui capaz de te fazer isso no passado tão pouco faria agora.

Maria estreitou os olhos desconfiada. Mas lembrou que ainda que a mão dele tivesse sido levantada ele não a tocou no momento mais doloroso da vida de ambos. O momento que a desgraçou. Mas uma agressão não dada, um tiro não disparado, nada para Maria doía mais do que ele tinha feito com ela. Que assim ela disse cheia de rancor nas palavras.

— Maria: Me fez mais do que me dar um tiro no passado. Me tirou um filho e agora ele não consegue acreditar que o amo, que meu amor vale mais do que qualquer mentira que ele ouviu de você Estevão. Por isso nunca vou acreditar nesse amor que me jurou. Assim como não acreditou no meu, não é mesmo?

Estevão então enfiou a mão nos bolsos e olhou o rio a frente deles, que então disse de costa para ela.

— Estevão: Quem ama não trai, não mente, não rouba, não manipula! Isso tudo você fez comigo, ainda que negue para nosso filho você e eu sabemos que me fez isso, Maria!

Ele então se virou para ela ao final de suas palavras. Os olhos dele não tinha só a ira, mas dor também e Maria suspirou e desviou o olhar do dele. Se ele sofria ainda por uma mentira, ela mais ainda por ter sido a injustiçada em tudo. E então ela disse de braços cruzados e sentindo o vento batendo em seu cabelo.

— Maria: Foi tão cego Estevão. Esse lugar que estamos, demonstrei tantas vezes meu amor a você. Ele não te traz nenhuma dúvida, não traz nada? O que tem no lugar do seu coração? Como não conseguiu todos esses anos ao menos pensar que poderia estar enganado sobre mim todo esse tempo? Condena o amor que senti por você por falsas mentiras. Mas o seu, que me feriu, me humilhou e me tirou nosso filho tão pouco foi verdadeiro pra mim!

Estevão ficou um tempo em silêncio. Se Maria soubesse o que aquele lugar o trazia, e que ele sempre vinha naquele dia em especial para lembrar de uma falsa felicidade que viveu com ela, mostraria do que era feito o coração dele. Mas preferiu guardar para ele e dizer, fingindo desdém e mostrando o que apenas acreditava mesmo estando ali.

— Estevão: O que me demonstrou foi tudo falso, Maria. E não, não me traz nada esse lugar apenas arrependimentos de ter amado uma mulher tão perigosa como você.

Maria riu. Mas foi um riso que também mascarou o que ela estava sentindo. E então ela rebateu as palavras dele.

— Maria: Você que estava me olhando há alguns momentos atrás como um psicopata e eu que sou a perigosa? Não me faça rir Estevão! Nessa história toda, eu sou a inocente e agora vou provar! Vou buscar provas não para provar que não foi traído porque sei muito bem que é isso que te fere todos esses anos, e sim para me inocentar para meu filho.

Estevão suspirou incrédulo que Maria conseguisse o que dizia. E então ele disse irônico.

— Estevão: Boa sorte a sua busca para o impossível. Porque nossa guerra continua. Quer recuperar Heitor, está certo faça o que tem que fazer, mas eu vou fazer o mesmo para ter Estrela ao meu lado. Me acusa que te tirei Heitor mas me tirou ela também!

Maria então passou ao lado dele e olhou o rio calmo e o sol se pondo com o lugar escurecendo aos poucos. E assim certa do que ia dizer e lançado como uma praga a Estevão, ela o olhou rápido e o respondeu.

— Maria: Só fiz o que fez comigo primeiro. E boa sorte também para isso. Estrela te despreza Estevão. No final de tudo isso, eu ficarei com meus dois filhos e você sozinho mendigando algum afeto deles e me implorando perdão!

Estevão parou de respirar por segundos. Temia mais que deixava demonstrar quando ouvia Maria falar como falava. Mas que sem mostrar que as palavras dela era seu maior medo, de ficar sem Heitor e Estrela ainda sem tê-la, ele disse.

— Estevão: Fala como que já tivesse vencido todas as batalhas só porque Heitor, com seu coração nobre te deu um voto de clemência. Mas te advirto, Maria. Não o fira. Fira a mim, mas a ele não! A ele não!

Maria então se enfureceu por ver que Estevão acreditava que ela era capaz de machucar Heitor. Que então ela de frente para ele, o respondeu.

— Maria: Aceito que duvide das minhas palavras, do amor que senti quando nos casamos naquele maldito dia que te disse sim, Estevão. Mas não aceito que pense que vou ferir meu filho! Eu o amo e vou provar o quanto, buscando a verdade para que ele possa se entregar ao meu amor sem dúvidas e medos!

Estevão então suspirou encarando o rosto dela perto do dele. Viu ela se alterar mais com o que acabava de dizer. E ele pensou que não a queria daquela forma, não quando ela acabava de falar do dia do casamento deles com ele também sentindo vontade de falar dele. E assim ele disse.

— Estevão: O dia que me disse sim, assim achei que me casava com a mulher mais pura que meus olhos viram. Mas me enganei mesmo que usou seu corpo para me convencer dessa falsa pureza.

Quando ele terminou de falar, ele mediu com os olhos todo o corpo dela e Maria suspirou sabendo que ele falava da noite de nupcia deles quando ela foi mulher pela primeira vez nos braços dele. Então ela desviou os olhos dos dele e cruzou os braços em um gesto de proteção. Queria tanto confirmar o que ele dizia apenas para vê-lo sofrer mais. Mas não podia. Não podia manchar a verdade da entrega dela a ele cheia de amor como ele manchava.

E então ela virou de lado dando as costas para ele ficando em silêncio. Que assim ela o sentiu por trás dela bem perto e ouviu.

— Estevão: Se vendeu para mim? Casou comigo virgem para ter uma vida de riqueza e depois me traiu porque nunca me amou. Por que não confirma isso? Só estamos eu e você. Diga de uma vez. Pare de negar, Maria.

Maria segurou o que sentia, segurou as lágrimas, segurou qualquer expressão de abalo que estava odiando tanto sentir quando debatia o passado com Estevão depois de sua volta. Que assim ela riu sem olha-lo e disse.

—Maria: Eu devia ter me vendido, eu devia ter feito tudo que acredita, tudo que me armaram, quem sabe assim acreditaria que eu sou inocente. Não é assim que funciona com vocês homens?

Ela então se virou para ele de lábios torcidos, mostrando desprezo ao invés de dor a ele. E Estevão olhou para ela e quis beijá-la mesmo a vendo como ela o olhava. Lembrava de quando fez amor com ela a primeira vez, como o corpo dela se abriu aos poucos para ele entrar. Ele pensava que ela poderia ser uma traidora, ter tido outros homens depois dele, mas ele seria sempre aquele, o primeiro. E ele suspirou desesperado com as lembranças que passava em sua mente. Passou os dias resistindo a vontade de vê-la e cair na tentação ainda que ela mais empenhada a colocar Heitor contra ele, de seguir o que tinham começado. Que se ele se entregasse ao seu desejo, não faria amor com ela como fizeram da primeira vez que passava na mente dele. Já que quando pensava em Maria em seus braços outra vez, ele se colocava duro de tesão em pensar no desejo que tinha dela que por isso só pensava na fúria que teria ao tê-la nos braços com a fome desesperada que estava dela.

E Maria viu os olhos dele mudar. Aqueles verdes brilhar de novo, mas agora ela vendo desejo neles, um que a fez lembrar como ele esteve no apartamento dela e que depois ele fez aquela maldita mensagem de voz que a fez desejar tê-lo entre suas pernas e esquecer enquanto ele estava nela de quem ele era. Que por isso a distância que estiveram todos aqueles dias, para ela foi como a água gelada o sonífero que o corpo dela necessitou para voltar a estar calmo e adormecido outra vez. Mas agora ele ali, a olhando como olhava a fez abrir e fechar a boca para buscar ar e pensar como fugir dali, aonde suas próprias pernas a levaram para não cometer erro algum.

E então depois de comê-la tanto com os olhos, Estevão disse, ignorando as palavras dela, ignorando o que fez seu mantra todos aqueles dias para sufocar com a raiva o desejo que tinha ardente por ela.

— Estevão: Ouviu minha mensagem de voz que te deixei aquela noite que quase se entregou a mim, hum? Ouviu? Quero saber se ouviu e o que sentiu. Porque se de uma coisa eu tenho certeza que foi e é real entre nós dois, é o desejo que sentimos no passado com ele agora presente entre nós e talvez com isso prove que nenhum de nós prestamos e que somos iguais.

Maria deu dois passos para trás com a aproximação de Estevão com aquele tema que ele trazia que ela acabava de pensar e queria esquecer. Nervosa ela sentiu o banco atrás dela e quase sentando nele sem querer, ela sentiu Estevão segurar nela pelo braço. Ela então olhou mais nervosa pela mão dele estar nela. E assim ela disse rápido e mentindo.

— Maria: Eu não ouvi nenhuma mensagem Estevão. E se engana. Não teve e não há nenhum desejo entre nós dois. Tampouco somos iguais.

Estevão então segurou agora nos dois braços dela e riu de lado. Percebia ela nervosa e desviando o olhar do dele. O que ele deduzia que ela mentia em tudo que falava. E então ele disse de uma forma sem pudor que ela conhecia.

— Estevão: Mentirosa. Gozava todas as vezes que eu pensava que estávamos fazendo amor que para você era só sexo, gozou também naquela cela. Gozou para mim muitas vezes e ia gozar de novo naquela noite se não fossemos interrompidos. Me deseja e não pode negar. Então sim Maria, talvez sejamos iguais que apesar de tudo estamos aqui no mesmo e infernal desejo.

Maria sacudiu a cabeça nervosa. A mera insinuação da entrega dela e última a ele ainda presa, a enchia de raiva e rancor, mas mais raiva dela por te se entregado naquele momento. Que então ela disse.

— Maria: Não te desejo! Já disse que posso estar com qualquer homem que eu queira! E não quero e não desejo estar com você, Estevão!

Estevão bufou e a soltou, mas não se afastou dela. Queria olhar nos olhos dela de perto e queria também não deixar passar qualquer sinal que o corpo dela entregava a ele, que ela mentia. E assim ele disse por saber de cada passo dela.

— Estevão: Sei aonde trabalha, onde mora, sei da sua rotina, Maria. E não vejo nenhum homem nela. Está aguardando o infeliz do Luciano? Está com ele, não está?

Dessa vez Estevão pegou no rosto dela com as mãos. Estava agitado, respirava irregularmente em só pensar no que acabava de deduzir por saber que Maria não era vista com homens. Ela estava sendo fiel a Luciano. Só podia ser aquilo e ele sentia raiva, dor e ciúmes também. Os olhos dele buscou várias vezes a boca dela, com sede dos lábios dela e voltava nos olhos dela de um verde hipnotizante. E então Maria abalada com o que ele fazia, seus olhos também buscando a boca dele, ela fixou nos olhos dele e resolveu dizer.

— Maria: E se eu disser que estou e que sou a mulher dele? Me deixará em paz, Estevão? Me deixará?

Estevão ficou em silêncio como que se tivesse processando as palavras de Maria. Enquanto ela tinha o coração tão acelerado que parecia que deixaria seu peito com sua respiração ficando cada vez mais irregular. E então ele sem larga-la disse frio.

—Estevão: Então porque deixou que eu te tocasse como fiz, hum? O manipula também? Brinca com ele como fez comigo! É isso, não é?

Estevão então a soltou e possesso levou a mão no lugar que era para ter uma gravata, mas não tinha. E então ele levou a mão na cabeça e passou nos cabelos. Maria o vendo como estava o respondeu querendo vê-lo pior que estava, querendo provoca-lo.

— Maria: Sim! É o que quer ouvir? Sim qualquer coisa que pensa é sim, menos o fato que te desejo que serei sua outra vez. O que aconteceu foi um erro que não irá se repetir nunca mais!

Estevão então parou para olhá-la. Havia percebido pelas palavras dela que ela só dizia para vê-lo pior que estava. E então ele a puxou pelos braços com raiva colando o corpo dela no dele. Não ia ficar daquele jeito sozinho. E então ele a beijou com fúria, as mãos que tinha nos braços dela, uma foi para as costas e a outra para os cabelos que ele puxou na parte da nuca dela, pegando neles enquanto forçava aquele beijo acontecer, forçava ela ceder que quando viu a língua dela acompanhar a dele, ele desfrutou do beijo aprofundou até arrancar o que parecia ser um gemido da boca dela e só então a soltou bruscamente. E depois a respondeu ofegante.

— Estevão: Vai se repetir e quando eu te pegar ninguém vai te tirar de minhas mãos, Maria. Ninguém, hum.

Maria tentava respirar regularmente depois do beijo. Seu corpo todo havia tremido nos braços de Estevão e tremido mais ao ouvir as palavras dele. E ela então passou as mãos nos cabelos para arruma-los. E depois ela disse baixo, não querendo provoca-lo mais como tinha feito.

— Maria: Não era para nenhum de nós estarmos aqui. Não podemos mais dividir o mesmo espaço. Fique, fique longe de mim Estevão.

Ela tocou os lábios que não tinha batom mais por Estevão ter levado no beijo e ficou de costa para ele. Tinha que deixa-lo ali e ir embora e estava pronta a fazer isso quando o ouviu.

— Estevão: O que quer, hum? O que quer para que eu tenha em uma noite contigo? Fale o que quer.

Maria sentiu seu corpo todo rígido ao ouvi-lo e se virou lentamente para ele com um olhar que não podia enxerga-lo. Estevão estava ali parado de mãos no bolso da calça e a olhando sério como se tivesse negociando uma noite com ela. Tamanho era seu desespero, seu desejo que era aquilo mesmo que ele fazia. Em sua vida toda não precisou mendigar atenção de alguma mulher, mas com Maria havia sido assim desde do inicio até que ele pensou ter encontrado a forma certa de conquista-la há 15 anos atrás e agora, sabia também e estava disposto a dar o que fosse para tê-la e provar de uma vez que ele estava certo quando a visse por baixo do corpo dele tremendo e gemendo de prazer que o que ela tentava negar não era certo. Além de que cada dia que passava o desejo que tinha de tê-la se tornava mais forte, mais sufocante que nem Patrícia ou qualquer outra mulher que ele pudesse estar supriria. Ele sabia. Enquanto Maria por ver que ele só esperava a resposta dela disse, se sentindo ofendida.

—Maria: Não sou sua prostituta Estevão muito menos um contrato que assina por dinheiro!

Maria deu as costas e andou, mas foi puxada por um braço por Estevão. E então ele disse sério.

— Estevão: Eu quero você. Me peça o que quiser. Deve querer algo. Se nega se entrega aos seus desejos que sabemos que também tem por mim, então se entregue por algo em troca. Vamos jogar dessa maneira também, hum.

Ele cheirou os cabelos dela. Arrastou seu nariz por toda parte dele, sentindo o aroma gostoso com a mão firma no braço de Maria. Enquanto ela estava firme. Se antes não queria se render ao que Estevão estava despertando novamente nela, agora muito menos. Não quando ele pensava que poderia comprar uma noite com ela. Que então ela disse.

— Maria: Sabe que a única coisa que eu quero e necessito é de meu filho e agora por ele quero minha justiça também. Quero limpar meu nome para meu filho me amar como devia ter sido todos esses anos Estevão. E eu sei que nada disso você pode me dar!

Estevão abriu os olhos que tinha fechado ali aspirando o cheiro dela e então ele a virou para ele quando a ouviu. Não queria falar dos filhos dele, daquela guerra, queria falar do desejo que sentiam, do desejo que ele sentia que já p estava o tendo louco desde da volta dela e cada vez ele se tornando pior. E então ele disse.

— Estevão: Falo de nós dois. Do homem e a mulher que somos, de dois adultos que se desejam. Falo disso. Ande deve querer algo, Maria. Não tem o que eu tenho ainda que se vanglorie aonde chegou.

Estevão suspirou olhando o rosto dela e não se conteve em não tocar. Com uma mão no rosto dela, ele deslizou o dedão no fino lábios dela Maria fechou os olhos. Podia sim sentir o tamanho do desejo que ele sentia por ela, tinha noção dele toda vez que ele fazia o que estava fazendo, demonstrando. Que ainda que mexia com ela, que despertava seu corpo de mulher, não colocava daquela maneira e ela lutaria para não ficar tão fora de si como o via apenas para tê-la. Estevão sem dúvidas alguma dentro daqueles 15 anos passados havia se tornado naquele homem que sentia o rei do mundo com seu ego foi mal alimentando na ausência dela o tornando daquela forma, então ela abriu os olhos e disse fria.

— Maria: Pensa que com o seu dinheiro pode comprar tudo. Mas não me comprou, nunca me comprou como acha e nunca comprará, Estevão. Eu não te quero. Não insista mais.

Estevão então vermelho a soltou e ficou ainda próximo a ela, mas em silêncio enquanto via um riso desenhar os lábios dela. E se olhando como estavam eles ouviram uma voz conhecida dizer.

—X: Mãe, o que faz com esse homem!

Estevão e Maria olharam para o lado e viram ali Estrela ao lado de Greco.

A menina estava suja de terra na calça jeans, por ter plantado uma muda de rosas com Greco que ela conhecia naquele dia. Estava passando um dia lindo conhecendo novas pessoas e mais da cultura do país que agora estava vivendo com a mãe, mas olhando Estevão ela sentia que seu dia já não estava lindo. Que assim o sorriso que trazia no rosto junto a Greco que era um rapazinho da idade dela, fofo e tímido e ela uma tagarela perto dele, se foi.

Estevão focou no rapaz ao lado de sua filha. Greco vestia uma bermuda e uma camisa de regata que também estava suja. Magro, mas com seu corpo de adolescente se desenvolvendo, Estevão sabia que pelo físico de Greco, sua idade era a qual estava cheio de hormônios que faziam rapazes da idade dele querer só uma coisa, além de que ele julgou pela veste dele que ele não podia ser uma boa influência.

E então ele disse, sem dar tempo de Maria falar algo repetindo quase a mesma pergunta que Estrela.

— Estevão: O que faz perto de minha filha, rapaz? Quem é você?

Greco se arrepiou todo. Gago sua voz nem saiu e então Estrela passou a frente dele e Maria pegou no braço de Estevão que andou mais para frente para encarar o menino nos olhos.

— Estrela: Ei, não grite com meu amigo!

Estrela então respondeu ficando vermelha Estevão. Que ele então buscando olhar Maria ele disse indignado.

— Estevão: É dessa companhia que minha filha tem? Que deixa que ela ande?

Maria que esteve ao lado de Estevão passou a frente dele e o tocou no peito entendendo o que ele fazia e ainda queria critica-la como mãe com seu equívoco. E então ela disse brava.

— Maria: Está julgando esse menino pelo que vê Estevão. Não faça isso!

Estevão bufou e olhou para o menino que era só um pouco maior que Estrela. O menino tinha lágrimas nos olhos claramente tinha ficado com medo dele. E então ele suspirou. Talvez o rapaz não fosse tão mal influência assim, mas que ainda assim ele era um rapaz com todos seus hormônios a flor da pele.

Estrela então puxou Maria pegando em um braço dela para que ficasse longe de Estevão, que ao fazer assim, ela disse.

— Estrela: Sai de perto desse homem, mãe. Vamos embora!

Estrela ao final de duas palavras olhou feio para Estevão e os dois cruzaram os olhares iguais. E então Estevão disse cansando de ver como era tratado pela menina que ele sabia que breve teria o sobrenome dele.

— Estevão: É melhor que já se acostume a me chamar de pai, menina insolente! Porque é isso que sou seu! Sou seu pai, hum!

Estrela empinou o nariz vendo Maria tampar a visão dela para vê-lo melhor e a ouviu dizer brava.

— Maria: Não chame minha filha assim!

Não era a primeira vez que Estevão chamava Estrela daquela forma. Na primeira vez que a viu e ainda não sabia que era sua filha quando o havia ofendido a achou atrevida e sim muito insolente, o que ele pretendia mudar seu modo. Já que era pai e exigiria respeito como tal. E então ele disse bravo.

— Estevão: É isso que ela é! É essa educação que deu a nossa filha!

Possesso Estevão arrumou a roupa com raiva se virando pra ir mas antes olhou feio pra Greco e voltou a dizer.

— Estevão: E você fique longe de minha filha! Não a quero perto de rapazes como você!

Ele então bufou mais uma vez e se foi.

E Maria suspirou tentando se recuperar daquele momento e abraçou Estrela que ficou séria olhando Estevão de cara feia cada vez mais se afastando delas, enquanto Greco calado como esteve todo o tempo as olhava também se recuperando do susto que tinha passado.

Maria agarrada em Estrela olhava Greco e pensava no tempo que esteve no barco e conheceu aquele menino, que ela tinha certeza que Estevão só tinha pensado o pior dele e que ela por ter passado algumas horas com ele havia notado que além de tímido demais, por ver que ele era gago ela apostava que ele sofria também bullying por isso era daquele jeito. Um jovem da idade dele e tímido demais não era normal ainda mais tendo dificuldade em se expressar e falar como ela notou que ele teve até naquele momento.

E ela então deu um leve sorriso e alisou o rosto dele para acariciar. Greco vinha de uma família boa e era também um menino bom não era o que ela apostava que tinha passado na mente de Estevão apenas por vê-lo sujo como ela via que Estrela também estava.

E então ela disse se sentido culpada pelo medo que viu nos olhos do jovem.

— Maria: Me perdoe Greco pelo que acaba de acontecer. Não merecia ver nem ouvir o que ouviu.

E então Greco disse a olhando e com Estrela se afastando dela para olhá-la também.

— Greco: Q-que quem era, era aquele homem?

Maria então suspirou olhando a direção que Estevão tomou e o respondeu.

— Maria: Meu ex marido. Mas vamos voltar. Na volta falo com sua mãe o que houve. Devo desculpa a ela também pela forma que foi tratado.

Mais tarde.

Maria tinha sido convidada para ficar e jantar na casa de Socorro com a família dela e em uma mesa farta jantaram. Maria todo o tempo havia observado as trocas de graças e caricias entre Socorro e Da Vince, o que só a fez pensar na ilusão que teve no passado de ter um casamento tão duradouro com Estevão como via que dos dois eram. Mas ela tinha escolhido o marido errado.

E assim, na área da casa de Socorro Maria estava se despedindo dela depois de terem conversado e ali Maria aberto seu coração para depois poder se desculpar com ela pela forma que Estevão tinha tratado Greco. Enquanto conversavam, as duas estavam sós enquanto Greco e Estrela estavam mais pra frente da casa.

A área de Socorro tinha uma varanda, que Maria pôs as mãos e suspirou o ar da noite tendo a visão de um verde e algumas casas. Era tão diferente e simples a região que Socorro morava, mas gostosa de se estar. E então Maria disse, por amar estar entre árvores, plantas e verdes. Tanto que lembrava que Estevão tinha comprado uma casa no campo só para eles estarem nela quando queriam fugir do caos da cidade.

— Maria: Eu amo a natureza. Mas nos últimos anos estou cada vez distante dela.

Socorro então sorriu de lado. Agora entendia Maria. Entendia porque ela carregava um olhar triste por trás da postura de mulher forte que ela tinha. E Socorro entendeu que era pelo filho mais velho dela que ela agora sabia melhor a história dele e de como ele foi tirado dela. E assim ela disse ainda sorrindo.

— Socorro: Mas tem que mudar isso Maria. Quando quiser pode nos visitar, sempre será bem vinda.

Maria então sorriu e se virou para ela. Seu povo era mesmo muito anfitrião e gentis. E ela só pensou que apesar das lembranças amargas e da presença de Estevão no seu México amado, ela tinha mais motivos para ficar nele do que regressar algum dia para Londres. E assim ela disse, querendo retribuir toda gentileza que Socorro dava a ela, que consequentemente ela e família com aquele jantar havia deixado ela calma além de Estrela que parecia não mais lembrar que Estevão esteve ali também.

— Maria: Obrigada Socorro. E agora que já sabe sobre meu filho. Eu queria lhe oferecer ajuda com seu. Greco. Está claro que ele sofre Bullying.

Socorro então suspirou por já saber do que Maria falava e então ela disse.

— Socorro: Aí Maria, querida, sim. Já mudamos ele de escola tantas vezes. Mas os meninos de sua idade insistem em constrange-lo.

Maria então segurou na mão dela e disse, depois de ouvi-la.

— Maria: Talvez não o tenha colocado em uma escola certa. A que Estrela está, dão palestras contra o bullying acompanhados de psicólogos e pedagogos que juntos aos professores ficam atentos as crianças e adolescentes que nela estudam.

Socorro então deu de ombros por sonhar ter Greco em uma escola como Maria falava. E então ela disse.

— Socorro: Uma escola como essa ajudaria muito meu Greco. Mas eu não posso coloca-lo em uma escola assim, muito menos meu Da Vince.

Maria então sorriu. Pensando que uma ajuda dela para Greco se tornar um homem de bem e sem traumas, não a prejudicaria em nada. Afinal a educação de Estrela estava garantida e ela sabia que não só por ela. E assim ela disse.

— Maria: Essa seria minha ajuda. Aceita? Deixe me ajuda-lo. Vou fazer pelo seu filho o que não pude fazer pelo meu.

Socorro ficou sem palavras, emocionada pelo gesto generoso de Maria.

Enquanto Lupita tinha parado na porta de entrada da casa e escutou o que Maria queria fazer pelo irmão mais novo dela e então ela sentiu por ter evitado interagir com ela aquele dia todo, que algo não estava certo no que ouviu falar daquela mulher nas empresas San Roman.

Em outro lugar, não tão longe de suas mães. Estrela e Greco sentavam em uns degraus de uma escada de concreto que tinha no bairro que dava acesso as casas no caminho que a escada fazia.

E assim sentada Estrela disse.

— Estrela: Gostei muito de você Greco. Vou passar meu número para nós nos falar mais vezes.

E Greco sorriu tímido e a respondeu.

— Greco: Tá- tá, tá bom.

Estrela o viu ficando vermelho e riu gostando e disse não querendo perder tempo.

— Estrela: Você é tão bonitinho. Vou te beijar.

 

Ela então sem esperar respostas, se virou pro lado de Greco fechou os olhos e se inclinou pra beijá-lo. Greco prendeu a respiração nervoso, mas fechou os olhos também querendo o beijo da loirinha que seria o primeiro beijo dele.

Mas então quando os lábios foram se encostar, Estrela ouviu.

— Maria: Estrela, filha.

Os dois jovens ficaram em pé em um pulo vendo as mães uma do lado da outra.

E então momentos depois Estrela e Maria voltavam pra casa.

Estrela quase nem respirava imóvel ao lado de Maria que dirigia. Nem tinha conseguido passar seu número para Greco e agora pensava que não o veria mais. E assim ela ouviu Maria dizer.

— Maria: Então ia beijar o Greco. Desde quando beija e não me contou filha? Eu teria gostado de saber como foi seu primeiro beijo, se houve língua no meio ou se esse você pretendia deixar ela fazer parte desse beijo com o filho de Socorro. Que por sinal conheceu ele hoje, não?

Maria suspirou. A situação parecia engraçada ainda que como mãe ela havia ficado enciumada. Seu bebê estava mesmo crescendo e ela se sentiu velha em pensar nos anos que estavam passando. E interrompendo seus pensamentos, ela ouviu Estrela responder.

— Estrela: Eu não ia usar a língua nesse.

Maria então suspirou de novo. Criava Estrela para entender que ela como mãe também podia ser a melhor amiga dela, que para isso ela não queria segredos entre elas. Que até saber quando foi o primeiro beijo dela que ela só descobria aquele momento, ela realmente gostaria de saber e não para controla-la e assim para fazer parte daquela experiencia de sua filha também. E então virando rápido o rosto para o lado dela, ela disse ainda dirigindo.

— Maria: Então em outro beijo você usou? Foi com quem e quando?

Estrela levou a mão no rosto toda vermelha e disse com vergonha, sem saber que como ela foi interrompida pela mãe ela já tinha feito isso também com ela.

— Estrela: Mãeeee. Para de me fazer essas perguntas.

Maria então riu de lado vendo Estrela mais vermelha do que a capinha do celular que ela tinha em mãos e disse com graça, de olho na direção.

— Maria: Está bem em outro momento vamos falar sobre isso.

Maria então voltou a atenção para direção o resto do caminho e Estrela no meio dele, abriu o porta luvas do carro para pegar o fone dela quando viu um papel dentro dele. E com ele na mão ela leu e depois disse.

—Estrela: Mãe, o que significa o que está escrito aqui? O que é isso?

Maria então arregalou os olhos quando ouviu Estrela e puxou o papel da mão dela. Que era o mesmo que Vivian havia escrito há algumas noites atrás, masturbação feminina. E assim ela disse.

— Maria: Quando me contar com quem foi seu primeiro beijo nós conversamos sobre isso.

Estrela então cruzou os braços disposta a pesquisar o que tinha lido, já que ela só sabia que os meninos da idade dela faziam e não as meninas.

No meio da noite Maria acordou suada. Tinha tido um pesadelo com Heitor. Ela então saiu do quarto para buscar água. E momentos depois de copo na mão, na sala ela olhou o notebook dela sobre a mesinha ao meio. Era pouco mais das 3 da manhã e ela suspirou na duvida se pegava seu computador e chamava Luciano para conversar em uma chamada de videio. Ela sabia que pelo fuso horário poderia pegar ele acordado. E então ela não pensou mais o buscou. O abriu e sentou no sofá na espera dele ligar que quando fez se conectou em uma chamada de vídeo com ele.

Alguns segundos depois, a cara de Luciano apareceu e Maria sorriu dizendo.

— Maria: Nunca dorme cedo.

Luciano sorriu também. Ele estava sentado por trás de sua escrivaninha, sobre a luz de um abajur e seu notebook ligado. Que então ele disse.

— Luciano: Estava ainda trabalhando. Mas pensando em você também, Maria. Sinto sua falta e de Estrela.

Maria deu um sorriso sincero. Também sentia a falta de Luciano. Para ela, ele significava muito, além de pensar tinha uma divida de gratidão com ele por toda vida, Luciano era sua calmaria. Uma que ela sentia que desde que havia regressado para o México já não tinha. E então ela disse.

—Maria: Também sentimos sua falta, Luciano. Mas me diga, o que pensava de mim?

Ela sorriu. E Luciano disse por estar pensando na última conversa deles há alguns dias.

— Luciano: Estevão se manteve em silêncio todo esse tempo. Você conseguiu se reaproximar de Heitor pelo menos tê-lo ao se favor Maria, sem ainda ele julgá-la. Por isso esse silêncio de Estevão me intrigava. Antes gritava exigindo os direitos de Estrela e agora nem isso. Estou preocupado com você e ela.

Maria suspirou pensativa. Esteve aqueles dias todos remoendo a mesma questão de Luciano, mas depois de ver Estevão aquela tarde para ela havia ficado muito claro o que parecia mais importante para ele com a proposta que ele fez a ela. E então ela disse.

— Maria: Não se preocupe Luciano. Talvez para Estevão no momento o que ele mais quer é outra coisa e não o direito de pai de Estrela. Enquanto minha reaproximação com Heitor, ele acredita tanto em minha culpa que não duvida um segundo que não vou conseguir provar minha inocência a ele.

Luciano então suspirou, se arrumando melhor na sua cadeira com Maria o olhando vestido com uma blusa branca social e sem gravata, relaxado pelo horário em casa, assim como ela estava vestida de pijama preto, calça e blusa. E então depois dele passar a mão no queixo como que se estivesse pensando ele disse.

— Luciano: E o que ele quer? Não o subestime Maria.

Maria tocou nos cabelos, nervosa com a pergunta. Não podia dizer sobre as intenções de Estevão muito menos que ela estava mostrando corresponde-lo. Não suportaria olhar nos olhos de Luciano a decepção e pior vê-lo magoado por ela saber dos sentimentos dele por ela e que ela não pôde corresponder. E então ela disse.

— Maria: Me ver não conseguir provar que fui vítima de uma armadilha para meu filho e me tirar minha filha. É isso que ele quer. Ainda que já não me grita os direitos de Estrela.

Luciano então a respondeu logo.

— Luciano: O que não podemos descartar que ele já esteja cuidando disso. Logo será notificada pela justiça, Maria e tem que estar preparada.

Maria então torceu os lábios. Não temia ser chamada pelo fórum da vara família, já que seria por ela que Estevão começaria mover para reconhecer a paternidade de Estrela e que ela tinha certeza que faria de tudo para que aquele processo o desse canseira pela demora, com ela não cedendo fácil ao teste de paternidade. E assim ela disse.

— Maria: Estevão vai cansar para provar que é pai de Estrela e para conquista-la receio que sua luta será pior que a minha. Estrela não é como Heitor.

Luciano assentiu e disse.

— Luciano: Ela é como ele. Mas se está segura nisso, vou me tranquilizar. E tenho uma novidade. Conheci alguém que pode te ajudar a entender como conseguiram abrir aquela conta em seu nome e quem foi. Mas temos que ter acesso a administração das empresas San Roman, Maria. Precisamos acessar dados e sabe quais e como.

Maria sorriu, mas depois levou a mãos nos cabelos. O único que podia ter acesso direto as empresas era Heitor e ela além de temer ele metido no que ela e Luciano ia mexer, ela temia ele voltar atrás e Estevão descobrir que a intenção dela para descobrir o culpado teria que vasculhar a empresa dele e era em tudo que tinha haver com a administração feita por trás de um computador. Ela sabia que Estevão jamais confiaria nela em fazer isso e talvez nem Heitor que poderia assim entrega-la.

E então ela disse.

— Maria: Estou feliz e ao mesmo tempo desesperada em não saber como fazer isso sem ter que ser por Heitor.

Ela baixou a cabeça levando a mão nos olhos e Luciano disse para anima-la.

— Luciano: Não chegou até aqui para desistir agora Maria. Sei que vai encontrar um meio, hum. Calma. Não podemos nos desesperar. Não se desespere.

Maria então levantou a cabeça e pensou na opção que tinha em mãos para fazer o que precisavam. O meio mais viável para ter acesso ela mesma a dados das empresas San Roman e começar nela buscar a verdade do porque haviam feito tudo aquilo por ela e quem havia feito, ela só conseguiria de um modo. E para isso ela tinha que engolir seu orgulho e aceitar o inaceitável. E porquê e para que? E só Heitor veio na mente dela como resposta.

 


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