Never Be The Same escrita por Yasmin Abreu


Capítulo 9
Inseguranças


Notas iniciais do capítulo

ACHARAM QUE EU NÃO IA MAIS POSTAR??????????????????????

Quem é vivo sempre aparece, e eu to vivissima.

Bem galera, tenho vários motivos pra não ter postado o cap antes, alguns bem tristes, e outros mais bestas, mas juntou tudo, e eu desanimei demais de escrever, então peço perdão, pq eu acho q já disse antes, mas sei como é chato esperar o autor postar e ele nunca postar. O que importa é que ta aqui o cap, e eu espero de verdade que vocês gostem pq eu fiz ele a prazo, cada parte foi escrita num mês diferente :(



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“Posso ir até lá agora mesmo e mostrar que quem tá errado é você, e que no final, a Michelle come na minha mão.” Brad agora falava como víbora soltando seu veneno.

“Então vá.” Peter disse tentando ser confiante, mas no final, soando como um coração quebrado.

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Michelle estava até se divertindo com os colegas enquanto jogava basquete.

Apesar dos anos parada, ela ainda conseguia se sair bem, e após fazer uma cesta, seus colegas comemoraram a abraçando, o que levou ela a sorrir, mesmo que relutante em mostrar sua parte feliz para eles.

Então ela procurou por Peter nas arquibancadas para ver sua reação. Será que ele tinha visto a jogada incrível que ela fez? Era o que ela se perguntava enquanto olhava, mas não o encontrou em lugar nenhum. Onde ele podia estar?

Não teve tempo para teorizar, já que logo ouviu alguém chamando seu nome, e quando se virou para a direção que o som vinha, seu sorriso se desfez.

Brad estava no canto da quadra, com um sorriso sínico e um ar arrogante, ele a encarava confiante, o que fez ela simplesmente transformar sua expressão de felicidade para tédio. O que esse garoto queria agora?

“Michelle...” Brad dizia enquanto caminhava em direção a ela, chamando a atenção dos colegas em volta, que haviam parado o jogo para comemorar.

Michelle não respondeu, nem mesmo esboçou uma reação, ela simplesmente olhava para Brad com tédio, enquanto o assistia fazer seu teatrinho em frente a todos.

“Sei que nós tivemos nossos desentendimentos. ” Brad começou, com um tom falsamente doce. “Mas acho que já está na hora de nos entendermos. ” Ele sorriu e olhou nos olhos dela, que seguiu o olhar com desconfiança, mas ainda não falando nada.

Peter observava de longe, vendo Michelle de costas e Brad sorrindo, ele sentia seu coração apertar. Não sabia mais o que pensar, só se sentia inseguro, e com medo de perde-la como antes.

“Eu admito que errei com você. Sua carta foi sincera e genuína, e eu vejo isso agora.” Brad olhou para as mãos dela, pensando se deveria segura-la para parecer mais convincente, mas logo desistindo do pensamento e voltando seu olhar para ela. “Eu quero dar uma chance para isso”.

Michelle arqueou sua sobrancelha, mostrando dúvida em relação ao que ele disse, mas no fundo ela sabia o que ele queria dizer.

“Aceita namorar comigo, Michelle?” Brad sorriu abertamente, e foi possível ouvir suspiros ao fundo, com os colegas assistindo.

Michelle se conteve em rir, e então, com uma cara entediada, ela respondeu friamente “Não.”

A expressão de Brad se desfez.

“Eu sei que fiz você ficar com raiva, mas por que não facilitamos tudo isso?” Tentou argumentar, agora espiando os lados, vendo os olhares ainda mais curiosos dos colegas.

“Brad.” Michelle respirou fundo, tentando terminar aquilo logo. “Eu não gosto de você, eu nunca gostei.” Disse finalmente, sentindo como se um peso tivesse sido tirado de seu peito.

Brad riu dessa vez.

“Qual é, Michelle, você não precisa mentir.” Ele tentava amenizar.

“Eu não to mentindo.” Ela afirmou. “Você simplesmente achou uma carta e assumiu que era pra você, porque você acha o mundo gira ao seu redor.”

Brad tentava conter a raiva de aparecer.

“Eu não achei uma carta, Michelle. Ela foi entregue a mim, e quem a enviou foi você.” Brad argumentou.

Ok, agora ela estava surpresa. Então havia mais alguém envolvido na história? Alguém pegou a carta dela e entregou para Brad achando que era para ele? Mas quando ela estava prestes a perguntar, Brad começou seu discurso acusatório antes.

“Eu sei que o seu namoro com o Peter é falso.” Disparou, agora com raiva por ela ter estregado todo seu plano, e ainda ter os colegas de público.

“E de onde você tirou essa ideia?” Ela riu.

“Ah, qual é, é tão óbvio.” Brad sorriu desafiadamente.

“Óbvio é como você é desesperado por atenção.” Michelle já tinha guardado raiva demais, agora era a hora de colocar tudo para fora.

“Parece que você realmente gostava de mim, Michelle. Tanto, que seu amor virou esse ódio profundo.” Brad agora se afastava dela.

“Você continua com esse discurso de amor?” Ela revirou os olhos. “Brad. Eu nunca gostei de você, aquela carta não era pra você, e quem quer que tenha a entregado, te enganou.”

Brad parecia ainda não acreditar, e isso era tão desgastante para ela. A raiva tomando conta de sua mente.

“Se você tivesse um pouco de cérebro, teria percebido que seu nome nunca apareceu naquela carta, e que você nem se encaixa no que eu escrevi.” Ela dizia como se fosse óbvio.

Brad riu com desprezo, agora deixando seu personagem.

“Uma pessoa que vive perto da sua casa...” Brad dizia confiante “Não acho que tenha outra pessoa além de mim.” Finalizou com um sorriso de canto.

“Então você nem mesmo tentou se informar antes de vir me dizer merda.” Michelle olhou para ele friamente. “Peter. Parker. Meu vizinho”. Soltava cada palavra com uma pausa.

Brad agora parecia surpreso, ele não sabia disso, claro, nunca procurou saber também.

“O que é isso, Michelle?” Brad a olhava com confusão. “Você tá me dizendo que escreveu a carta pro Peter?!” Aumentou seu tom de voz, mostrando sua alteração emocional.

Peter, que assistia ao fundo estava tenso. Ele não sabia do conteúdo da carta, mas agora que eles falavam sobre ela ser para alguém que morava perto dela, realmente, as únicas opções eram Brad e... Ele. Seu coração começava a falhar algumas batidas, enquanto sentia um frio estranho tomar conta do seu corpo. A ansiedade pela resposta.

Michelle olhou diretamente para Brad e então disse “Sim”, como se aquilo não fosse nada. Ela não imaginava que Peter estava por ali, então não se importo em admitir ter sentimentos por ele, já que vinha fazendo isso “falsamente” por tanto tempo.

Mas Brad parecia não estar convencido de sua fala, e ela sentia uma vontade estranha de provar toda a verdade para ele, só para depois esfolar a cara dele no asfalto. Sabia que não devia nada, mas ainda assim, ela queria ver a expressão de decepção em seus olhos ao descobrir o quão enganado estava, e ainda passar por essa humilhação na frente de todo mundo.

Michelle então cruzou os braços, e com um tom de desprezo, ela começou a sua argumentação.

“Sua memória não é boa assim, mas talvez se lembre do que eu escrevi na carta, então vamos revisar e ver o quão enganado você foi.” Respirou fundo. “Primeiro, o que disse naquela carta? Um amigo de infância que eu me afastei e me arrependo. Você não é meu amigo, Brad, e nunca foi.” Ela apontou seu dedo para ele, como se estivesse o acusando.

“Segundo. Eu disse que esperava que ele e a tia dele tivessem uma boa vida, mesmo nós não nos falando. Eu pareço conhecer sua tia? Isso se você tiver alguma.” O cutucou, empurrando seu ombro, enquanto ele ficava calado, levemente cabisbaixo, agora se lembrando das palavras que havia lido e ignorado totalmente.

“Terceiro...” Fechou os olhos e inspirou. “Eu disse que não queria que ele fosse para uma faculdade longe e eu nunca mais o visse. Você acha que se eu gostasse de VOCÊ, eu ia me preocupar com isso? Com esse teu cérebro minúsculo? ” Aumentou seu tom de voz, finalizando sua fala.

Brad não tinha mais o que dizer.

Ao fundo, Peter estava congelado. Tentava processar tudo que foi dito. A carta era... pra ele? Então... no final, ela não gostava do Brad esse tempo todo... mas dele?!

O beijo no corredor, na casa dela, agora fazia sentido. Tudo se juntava, e os olhos de Peter tremiam levemente, enquanto ele esboçava um pequeno sorriso olhando para ela de costas.

Sua mente estava cheia de pensamentos, e dúvidas, mas tudo que ele queria era poder ir até lá e falar com ela, e quando finalmente se pôs a isso, notou que ela começava a caminhar para outra direção, passando por Brad, e ele se perguntou o que ela iria fazer, então deu alguns passos à frente, para ver mais um pouco.

Antes que chegasse perto demais, ele ouviu um grito.

“Tá maluca, Jones?!” Flash gritou.

Peter tentou procurar por eles, enquanto tinham pessoas a sua frente, e quando finalmente viu a cena, ficou surpreso.

Flash estava no chão, e Michelle estava de pé em frente a ele.

“E isso é por todo o resto.” Gritou, e então chutou o garoto já caído, que gritou de dor novamente, enquanto o treinador finalmente voltava a quadra e apitava.

Peter não entendeu bem a situação, mas logo Michelle estava sendo levada pelo professor para a diretoria, ela sorria como uma vitoriosa no caminho, mas não notou Peter em nenhum momento.

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“Senhorita Jones, eu espero que isso não se repita novamente.” O diretor dizia com a cara fechada e tom repreendedor.

Michelle então afirmou com a cabeça, enquanto mantinha suas mãos entre as pernas, se encolhendo na cadeira.

“Pode ir agora.” Finalizou, voltando a mexer em seu computador.

Ela se levantou delicadamente, tentando não fazer barulho, e caminhou até a porta, abrindo a maçaneta lentamente, enquanto apertava os lábios.

Quando saiu, soltou o ar que estava guardando todo o tempo. Mas antes que pudesse se sentir aliviada, ela ouviu um “Hey!”, e ao olhar para a direção do som, viu Peter sentado no banco escorado na parede. Toda escola tinha um desses ao lado da sala do diretor.

“Hey...” Sorriu envergonhada. Peter provavelmente havia ouvido da confusão na quadra, e ela não tinha ideia de como explicar tudo para ele.

“E aí, como foi?” Ele perguntou com calma e ternura, enquanto se arrastava para o lado, a chamando para se sentar.

Ela obedeceu, mas se encolhia um pouco ainda, tentando não olhar em seus olhos.

“Eu fui suspensa.” Apertou os lábios, olhando para frente.

“Ah... sinto muito.”

“Tudo bem, ele disse que era motivo de expulsão, mas como eu sou uma ótima aluna, e o Flash não é nenhum santo, ele vai relevar.” Ela respirava com um pouco de dificuldade, pois se sentia nervosa.

“Ah...” Peter não tinha mais o que dizer. Queria perguntar sobre o que ela disse antes, mas não tinha coragem, era como se tudo se perdesse antes que ele pudesse abrir a boca.

“Bom... Então...” Michelle olhou para Peter de relance. “Eu vou pra casa.” Seu tom mostrava o nervosismo que sentia, mas Peter estava cego pelo seu próprio para notar o dela.

“Ok.” Acenou para ela, que se levantava calmamente.

“Tchau.” Ela sorriu, acenando de volta, e indo embora pelo corredor.

Peter a observou até o fim, suspirando fundo.

“Eu sou muito idiota.” Disse finalmente, soltando todo o ar que segurava.

—______________________________

Era uma manhã silenciosa na casa de Michelle, sua mãe já havia saido para o trabalho, e ela andava pela cozinha em seus pijamas, procurando pelo leite que havia comprado no dia anterior. Havia acordado recentemente, e queria muito comer cereal, apesar de ser quase hora do almoço.

Quando finalmente encontrou o que procurava, ela se sentou na bancada, encarando o nada com cara de sono.

3 dias de suspensão. Michelle se perguntava o que faria durante esse tempo todo, ela deveria assistir filmes? Ler livros? Deveria ser um castigo, mas soava mais como férias curtas.

Se fosse no passado, quando ela ainda era rival de Peter, com certeza ela estaria preocupada por estar em desvantagem, mas agora nada disso importava mais, a presença de Peter era o que trazia felicidade para ela.

Então, enquanto se distraia em seus planos, ela ouviu batidas na porta. Estranho. Será que sua mãe havia esquecido algo?

Michelle se levantou, e caminhou até a entrada, olhando pela janela ao lado da porta, e vendo quem seria o visitante.

Peter.

Ela riu. O que estava fazendo aqui a essa hora?

Quando abriu a porta, Peter congelou. Ele não tinha planejado o que fazer depois.

“O-oi...” Cumprimentou a garota, com seu tom inseguro.

“Por que você não tá na aula?”

“Hum?” Ele não sabia o que responder. Como falar de uma menira que não soe estranha? Afinal, dizer: “Eu não fui porque você não tava lá, e sinceramente só vou a escola pra te ver”, parecia tão errado.

“Ah... então... eu” Peter olhava para os lados, forçando um sorriso para não mostrar que ele simplesmente não sabia o que dizer.

Michelle só o encarou, arqueando a sombrancelha, e então cruzando os braços.

Peter então se rendeu, abaixando a cabeça e finalmente dizendo.

“Porque você não tá lá.”


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :D até a próxima



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