Never Be The Same escrita por Yasmin Abreu


Capítulo 8
Brad Davis


Notas iniciais do capítulo

EU SINTO MUITO PELA DEMORA.

Pai do céu, gente, PERDÃO. Eu sei que é horrível esperar pela fic e ela nunca atualizar, mas eu cai num poço sem fundo de falta de criatividade, eu não conseguia pensar em nada, eu lembrava da fic todos os dias, abria o arquivo do cap, e não conseguia escrever, desculpaaaaa

Espero que me perdoem por isso, sério :((


(parte é culpa do lol e do tft, pq eu ando meio viciada, e fico jogando o dia todo kk)



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Depois que Peter foi embora da casa de Michelle, após o intenso beijo dos dois, a mãe de Michelle estava curiosa.

Ela entrou no quarto da filha com uma expressão de confusão e animação, surpreendo a menina deitada na cama, que antes encarava o teto com um olhar vazio.

“Por que eu cheguei do trabalho e encontrei um Peter Parker apressado saindo da nossa casa?” A mulher sorria enquanto se sentava próxima a Michelle. “Achei que vocês eram rivais”.

Michelle revirou os olhos e se levantou, se escorando na cabeceira da cama.

“A gente era...” Ela falou olhando para o nada e finalmente sorrindo boba, aceitando que as coisas mudaram, mas não era tão ruim assim.

“O que aconteceu? Por que você não me contou que finalmente fizeram as pazes?” Ela parecia tão feliz em ver que os dois tinham se resolvido, ou pelo menos Michelle interpretou assim.

“Bom... foi meio rápido.” Começou a explicar e desistiu em seguida. “É uma longa história, eu não quero contar agora.” Olhou para sua mãe, que agora parecia decepcionada. Ela realmente estava curiosa assim? Michelle riu com o pensamento.

“Então... agora vocês são amigos, certo?” E Michelle assentiu. “Ok...” Sua mãe parecia querer perguntar algo, só não sabia como.

“Por que ele saiu com tanta pressa? Aconteceu alguma coisa?” Michelle se assustou e por alguns momentos não sabia como responder. Não estava pronta para falar sobre isso, mesmo confiando em sua mãe, ela gostava de ter espaço para processar as coisas sozinha.

“Ah... é porque tá tarde, a May falou pra ele voltar pra casa logo.” Inventou uma desculpa até convincente.

“Hum... e o que você dois estavam fazendo sozinhos a tarde toda?” Ela parecia não ter caído na mentira de Michelle, mas ela apontou para o chão, fazendo sua mãe ver os papéis recortados espalhados, agora ainda mais bagunçados graças ao que fizeram depois. O rosto de Michelle queimava levemente enquanto ela tentava não sentir arrepios pensando no que fizeram.

Dessa vez, a mãe de Michelle aceitou e então se levantou.

“Ok.” Começou “Eu vou preparar o jantar, quer me ajudar?” Ela caminhou até a porta do quarto.

“Eu desço logo.” Michelle respondeu, e sua mãe saiu.

Ela então voltou a se deitar na cama, colocando seu travesseiro sobre seu rosto e grunhindo contra ele.

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Depois de teorizar sobre Peter e Michelle estarem em um namoro falso, Brad começou a prestar ainda mais atenção no casal.

Realmente, eles pareciam naturais quando riam e conversavam um com o outro, tanto que nunca tinha se passado na cabeça de Brad a ideia de ser uma mentira. Mas agora, após presenciar pessoalmente eles mudando seu comportamento ao saírem da escola, além de soltarem as mãos, tudo parece ter sido óbvio desde o começo e que ele foi feito de bobo.

Então no dia seguinte a sua descoberta, o garoto passou a observa-los mais ainda, atento a suas expressões e maneira como se portavam, enquanto pensava em como conseguiram enganar todo mundo.

A coisa é que as pessoas já esperavam que isso um dia acontecesse.

Eles eram rivais, viviam brigando, e a maioria dos alunos sempre falavam sobre ter uma tensão sexual no meio, e no momento em que resolvessem ela, eles iriam aparecer namorando como se nada tivesse acontecido.

Porém, para Brad, a ideia era absurda, uma vez que ele achava Michelle incrivelmente irritante com seus comentários diretos e frios, além de estar sempre se vestindo como queria. Para ele, era ridículo que alguém sentisse algo romântico por uma garota que vivia sem se importar com o que os outros pensavam, e principalmente, o que ele pensava.

Logo, quando recebeu aquela carta e o disseram que era de Michelle, ele percebeu a chance que tinha de finalmente mostrar para ela como as coisas funcionam, além de se sentir atacado por saber que ela teve a audácia de sentir algo por ele se portando daquela maneira.

E ela ainda não aprendeu sua lição, preferindo fingir um namoro para provar que ele estava errado. Brad não ia deixar as coisas assim.

Então, em um dia, tempos depois da descoberta de Brad, ele observava o falso casal continuar sua atuação no refeitório na escola, enquanto ele não impedia sua expressão de desaprovação surgir.

Revirava os olhos pensando em como aquilo já estava ridículo. Eles precisavam mesmo ficar tão encostados um no outro?

Foi quando ele notou algo que não tinha antes. Peter espiava Michelle em momentos em que ela se distraia em algum livro estúpido que lia, e o garoto suspirava secretamente, a encarando com um olhar carinhoso. Brad ficou pensativo.

Eles estavam fingindo, certo? Logo, não sentiam nada um pelo o outro. Mas o que era aquilo? Ela nem mesmo estava prestando atenção... Peter podia estar fazendo aquilo para os outros verem? Não fazia muito sentido, já que aquele ato simples não chamava muita atenção, era irrelevante.

Brad cerrava os olhos, encarando o casal que estava a metros de distância, e pensava sobre como eles foram parar nisso.

Os dois não gostavam dele? E por isso queriam ver as pessoas o zuando por “profetizar” que Michelle morreria solteira, só para no dia seguinte aparecer com alguém?

Brad conseguia entender a raiva de Michelle por ele, ouvir a verdade dói, era o que ele pensava, mas... Peter? Não conseguia pensar em um motivo para ter a desaprovação do garoto. Afinal, Michelle não era inimiga dele? Eles sempre estavam competindo e discutindo nas aulas, então naturalmente Peter não gosta de Michelle, da mesma maneira que Brad, certo?

“Errado” Brad pensou alto, provocando alguns olhares da mesa sobre ele, que se perderam rapidamente, com os alunos rapidamente voltando a conversar, enquanto Brad ficava preso em sua mente.

Peter tinha algo contra ele, e esse algo era forte o bastante para vencer a raiva dele por Michelle, fazendo-o se juntar a ela nesse plano maluco.

Mas o que poderia ser? Brad estava intrigado. O que havia feito de tão grave assim para Peter?

Ele focou seu olhar mais um pouco, observando as expressões dos dois, e foi quando ele percebeu o estúpido e óbvio brilho nos olhos de Peter.

Impossível. Peter gostava de Michelle? Dessa garota desleixada e fria? Que fazia o que queria? Além de sempre discutir com ele, e pregar peças, ela ainda comparava suas notas, e mesmo assim, Peter gostava dela?

Brad não conseguiu se conter, ele riu. Peter era estúpido, era isso que ele pensava. Michelle era a pior pessoa que ele poderia se apaixonar.

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Peter não conseguia nem pensar sobre o que tinha acontecido entre ele e Michelle no quarto dela. Sempre que relances do momento apareciam, seu rosto ficava vermelho, e ele tentava pensar em coisas aleatórias.

Tudo isso com Michelle estava fazendo-o perder o autocontrole.

Sempre que olhava para ela, e ela sorria, ele sentia seu coração vacilar uma batida, e quando não conseguia se impedir em descer seus olhos até os lábios dela, se sentia culpado por cobiça-los tanto.

Depois do que aconteceu, Peter tinha certeza que nunca mais ia conseguir olhar na cara dela por causa da vergonha, mas novamente os dois pareciam não falar sobre isso nunca, e havia um pequeno pressentimento entre eles de que se tentassem conversar, iam acabar se pegando de novo.

Não que eles não quisessem, mas o medo de algo dar errado, e a insegurança, falavam mais alto na mente deles, os impedindo de tentarem algo.

Agora, Peter estava fazendo dupla com Michelle durante a aula, e ele a observava desenhar.

“Da pra você parar?” Michelle disse, soltando uma risada depois. “Tá tirando minha concentração” Olhou para ele sorrindo docemente.

“O quê?” Ele fingiu não saber do que ela estava falando, e ela só revirou os olhos, voltando ao seu desenho.

Quando Peter a encarava daquele jeito, Michelle se sentia estranha e ansiosa, o que ela não gostava, mas ao mesmo tempo, sentia seu coração se aquecer.

Depois do que aconteceu no quarto dela, ficou ainda mais difícil diferenciar se o que Peter estava fazendo era uma atuação ou não, então ela tentava ignorar e deixar para lá, ao invés de perguntar e finalmente resolver a situação dos dois.

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Brad estava pensativo novamente, porém, dessa vez ele planejava definitivamente o que iria fazer em relação ao namoro falso de Peter e Michelle.

Estava bem claro para ele o quão longe Michelle iria por vingança.

Amor se torna ódio, então talvez o sentimento dela fosse tão forte, que ao cair na realidade de que nunca iria acontecer, ela se fechou e mudou o que sentia.

Brad imaginava a melhor maneira de colocá-la em seu lugar, agora de maneira definitiva e sem retaliação.

“Hum, ela pode até se esconder atrás daqueles muros, mas pelo que eu vi naquela carta, ela é bem sensível e sentimental” Pensou alto, enquanto estava sozinho no teatro da escola.

Ele fazia parte do clube de atuação, e se achava muito bom no que fazia, não que os seus colegas concordassem.

Enquanto se sentava nas cadeiras espalhadas pelo palco, ele indagou. “O que eu posso fazer?”. Olhava para o nada com um pequeno sorriso diabólico.

“Brad, o que você tá fazendo ai, cara?” Flash surge do nada e atrapalha os pensamentos de Brad, que o olha assustado e apreensivo.

“Ah, finalmente você apareceu.” Brad se levantou, indo até o garoto.

“Sim, o que você quer?” Flash parecia desinteressado.

“Vou ser direto.” Brad juntou suas mãos. “Peter e Michelle tão fingindo que namoram.” Concluiu.

Flash riu. E então o olhou com cara de incrédulo, mas a expressão de Brad continuava séria e imutada.

“Espera... você tá falando sério?” Perguntou e Brad assentiu.

“Bom...” Flash ajeitou sua postura. “O que tem? Você quer contar pra toda a escola, algo assim?”.

“Eu não tenho nenhuma prova.”

“Então como tu sabe?”

“Eu os vi mudando completamente de comportamento depois de sair da escola!” Afirmou com convicção. “Eles soltaram as mãos e ficaram com expressões sérias.”

Flash assentiu.

“E o que eu tenho a ver com isso?” Perguntou, deixando Brad surpreso e sem resposta.

“To indo.” Flash apontou para a porta e logo foi em direção a ela. Não se importava se os dois nerds estavam fingindo ou não, se não ia rolar nenhuma humilhação pública, poderiam contar ele fora.

Enquanto isso, Brad ficou parado lá, ainda precisava pensar em algo.

Foi quando se lembrou de que sua vingança não era só para atingir Michelle, mas também Peter, que resolveu se envolver nisso só porque gostava dela.

Peter gosta de Michelle.

A mente de Brad de repente se ilumina e ele tem a ideia que descreveria como a melhor de todas.

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Peter, Michelle e Brad estavam na aula de educação física.

Michelle não conseguia lidar com os olhares e toques de Peter, então depois de muito tempo, ela resolveu se arriscar e praticar um pouco de basquete com os colegas, um esporte que ela costumava gostar muito quando tinha 13 anos, mas agora estava enferrujada.

O professor se mostrou feliz com a atitude dela, a dando instruções e relembrando algumas regras antes de começarem o jogo amistoso.

Peter a observava da arquibancada, feliz por vê-la se arriscando, já que ela sempre foi tão na dela. Porém, começava a se perguntar se ela o estava evitando.

Nos últimos dias, ela sempre virava o olhar, ou o cortava mudando de assunto. Ela não deixou de falar com ele, ou se tornou agressiva, como anos antes, mas ainda assim, Peter começava a temer que voltariam ao que eram.

Sem perceber, ele tinha um olhar triste, enquanto encarava Michelle de longe, com o uniforme de educação física laranja. Ele suspirou.

Foi quando Brad se aproximou dele e o chamou, fazendo Peter se assustar.

“O que você quer?” Peter foi direto, e Brad simplesmente fez um movimento com a mão, pedindo que ele o seguisse.

Peter foi um pouco desconfiado.

Eles foram até o vestiário masculino, então Brad se virou, fitando Peter com um olhar frio.

“Eu sei que você e a Michelle tão fingindo.” Brad deu de ombros com um ar arrogante.

Peter congelou. Como? Como ele sabia? O que estava acontecendo? O quê? Ele estava perdido.

“Eu entendo, quando todo mundo menos espera, eu revelo ser mais brilhante do que já pareço.” Brad falava com confiança. “Acharam que iam me enganar? Estavam errados.”

Peter se recuperou do choque, e encarou Brad com incredulidade.

“De onde você tirou essa ideia, cara?” Peter perguntou como se Brad estivesse dizendo absurdos. “Aliás, o que você tem a ver com isso?”.

“Tudo.” Riu com a pergunta do garoto. “Afinal, é óbvio que vocês estão fazendo isso pra ‘provar’ que eu tava errado.” Fez aspas com os dedos.

Brad geralmente era tão idiota que Peter não achou que ele fosse capaz de pensar assim. Não que fosse difícil, é só que Brad sempre foi tão cheio de si, que Peter não sabia que ele conseguia raciocinar quando se tratava dos outros. Mas aí ele se lembrou, Brad acha que é o centro disso.

“Não.” Peter iria manter seu papel até o fim. Estava nessa pela Michelle, e se ela não queria acabar com o relacionamento falso, então ele iria continuar. “A única coisa falsa aqui é a sua ideia de que o mundo gira em torno de você”.

Peter queria dar um basta em tudo logo, não aguentava Brad.

“Acho que a única ideia falsa aqui é a sua de que esse relacionamento falso pode dar certo.” Brad se arriscou, não tinha certeza de que Peter poderia querer algo de verdade com Michelle, mas sabia que ele gostava dela.

“Eu sei que você gosta da Michelle e só tá nessa por ela.” Brad deu um passo em direção a Peter, o intimidando. “Mas vai por mim, cara, ela não tá nem ai pra você.” Ele dizia com um sorriso sínico.

“Ela está te usando pra me atingir. Só você que ainda não notou que ela só quer chamar a minha atenção.” Uma parte da mente de Peter gritava para ele dizendo que Brad estava errado, Michelle havia dito várias vezes que não sentia mais nada por ele, e que só queria poder fazer ele pagar. Ela não queria a atenção dele.

Mas a outra metade da mente de Peter dizia que talvez Brad estivesse certo, e isso fazia seu coração doer, enquanto uma tristeza estranha parecia tomar conta de seu corpo, deixando sua garganta seca, enquanto tinha um olhar quebrado.

“Você tá errado.” Peter engoliu em seco e ergueu seu queixo, mostrando confiança.

Brad riu.

“Parece que você tá em negação da verdade.” Lançou um olhar desafiador. “Quer que eu te mostre?”.

Peter ficou curioso por um momento.

“Posso ir até lá agora mesmo e mostrar que quem tá errado é você, e que no final, a Michelle come na minha mão.” Brad agora falava como víbora soltando seu veneno.

Peter queria revidar e dizer que isso nunca iria acontecer, mas aquela parte insegura de sua cabeça parecia estar vencendo, e ela dizia que talvez Michelle não sentisse nada por ele, e talvez ela realmente gostasse de Brad, mesmo que negasse o tempo todo.

Peter odiava o que a mente dele fazia, porque parecia tão óbvio que era tudo mentira, mas as palavras de Brad eram tudo que sua insegurança queria ouvir.

Ele respirou fundo, pensando no que dizer em seguida.

“Então vá.” Disse tentando ser confiante, mas no final, soando como um coração quebrado.

 


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Notas finais do capítulo

Gostaram do final??? Eu gostei heheh

Queria agradecer o Jake Hill por devolver minha criatividade, já que só depois de ouvir o álbum solace todinho (aquele do bottom da michelle, quem lembra?), eu conseguia pensar em algo :DD

Agradecer também a uma leitora fofíssima do wattpad que me mandou msg no privado e leu os rascunhos do cap pra mim. Eu geralmente mando p Ângela, mas ela ta ocupada com a faculdade, e eu não quero atrapalhar :((



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