Never Be The Same escrita por Yasmin Abreu


Capítulo 2
Primeiro Amor


Notas iniciais do capítulo

EU VOLTEI!!! Bom, eu não tive nenhum comentário no primeiro capítulo k k k
Mas eu ainda assim vou continuar postando aqui. A fanfic ta um sucesso no spirit, por isso eu to continuando ela, e eu acho que já disse antes, o nyah é minha terra, leio fanfic aqui desde sei lá, 2013. Não consigo abandonar esse site mesmo quando a fic flopa kkkkkkkkk Então se alguém ai ta lendo isso, comenta ai, poxa :PP



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Presente

Os últimos 5 anos não foram nada bons para o relacionamento de Peter e Michelle. Com o tempo, Michelle se tornou pertinente em seus comentários, sempre tentando provocar Peter cada vez que ele abria a boca.

Os professores até tentariam resolver a desavença entre os dois adolescentes, mas no final, olhando externamente, isso fazia com que eles competissem em tudo. E isso era bom para a escola, ou pelo menos era isso o que o diretor falava, uma vez que eles sempre tentavam mostrar quem era mais inteligente através das provas, ambos estavam sempre com notas altíssimas, tendo uma coleção imensa de notas A+ no boletim. Tudo isso porque queriam competir? O diretor jamais deixaria que eles fossem parados, contanto que claro, não se passasse disso.

Já Peter e Michelle amavam competir um com o outro. Quem começou tudo foi Michelle, quando há 4 anos atrás, conseguiu um A+ em uma prova de física em que o conteúdo era o favorito de Peter, astronomia. Ela obviamente quis saber qual era a nota de Peter, e não teve vergonha alguma de caminhar do seu lugar da sala, que era o último da fileira da parede, até a primeira cadeira da segunda fila, onde Peter se sentava todos os dias sem falta. Ela espionou a prova do garoto, e quando leu apenas um “A”, ela não pode se conter e soltou uma pequena risada, colocando sua mão na própria boca. Ela havia o superado em algo que ele tanto se achou bom, e por algum motivo isso a trazia alegria?

Peter ouviu sua risadinha e se virou com uma expressão surpresa. E então encontrou ela em pé próxima a ele.

“Qual é graça, Jones?”, Peter disse sério.

Michelle simplesmente o mostrou sua prova com um olhar travesso e desafiador, e rapidamente voltou para o seu lugar. E só isso foi o suficiente para Peter entender o recado. “Eu sou melhor do que você”.

Peter já havia passado muito tempo tentando entender porque Michelle havia mudando com ele, mas sem obter respostas, ele simplesmente aceitou a situação, e se era assim que ela queria, então assim seria. E com cada provocação dela, ele sempre respondia.

E agora não seria diferente. Ele podia não ter uma resposta na ponta da língua, mas ele iria mostrar para ela o quão bom ele poderia ser, e já que ela havia vencido ele em física, ele iria ganhar dela na matéria favorita dela: história.

E assim se iniciou essa guerra por notas, que fez com que eles acabassem se tornando os melhores alunos da escola, e os mais inteligentes, sendo respeitados e admirados pelos outros alunos, mas isso não importava, eles só conseguiam enxergar um ao outro e pensar em como seria seu próximo passo.

Claro que eles não iriam só ficar estudando dia e noite, jogo limpo não era divertido. E novamente quem começou foi Michelle, deixando músicas altas tocando em casa, enquanto estudava na biblioteca da escola. Peter gostava de ficar em seu quarto por ser mais solitário e silencioso, e Michelle sabia disso, e se ela podia usar isso contra ele, ela iria.

Peter claramente respondia a altura, pegando os livros preferidos para estudo dela na biblioteca, e demorando o máximo que podia para devolve-los. A situação só piorou quando Michelle derrubou, sem querer, água no caderno de Peter. E ele claramente não iria deixar barato, e ops, ele pisou sem querer na caneta da sorte de Michelle e que ficou despedaçada. Mais tarde ela fez questão de avisa-lo que ela aquela não era a original, mas ambos sabiam que isso era mentira.

E assim os anos se passaram, uma provocação atrás da outra.

Até o dia de hoje.

Era um dia especial para eles, o professor havia finalmente corrigido a primeira prova do semestre, e essas notas dariam largada a mais um ano de competição, brigas e provocação para ambos. Logo, eles estavam levemente ansiosos, apesar de já saberem o resultado: A+ para ambos, empate como sempre.

Michelle caminhava até sua classe, com a mochila pendurada em seus ombros, ela andava com passos largos e preguiçosos, enquanto ouvia música, ignorando todos a sua volta.

Ela logo entrou na sala, vendo que grande parte da turma já estava presente, eles faziam um barulho alto, pois Michelle conseguia ouvir apesar dos fones de ouvidos no volume máximo. Mas isso não a incomodava, pelo contrário, ela gostava de observar esses pequenos detalhes nas pessoas, entende-los sem conhece-los, como ela dizia. E bem, após um mês em sua turma do terceiro ano, ou ano júnior, ela podia dizer que eles eram festeiros, barulhentos, animados e péssimos na escola, o que não é necessariamente algo ruim, mas o suficiente para Michelle decidir que mais uma vez, não quer fazer amigos novos, nenhum iria entenda-la mesmo.

Após se sentar na sua cadeira de costume, ela encarou a janela ao seu lado, que dava uma boa visão a parte do jardim da escola, com algumas margaridas e flores lilás que Michelle não tinha ideia da espécie, ela sentia paz com a paisagem, por isso era seu lugar favorito.

A calma antes da tempestade.

Peter agora entra na sala, observando alguns colegas em pé conversando, ele ignora comentários enquanto caminha até sua mesa.

Logo se senta e encara o quadro a sua frente. O primeiro lugar era o melhor para ele, não tinha nada que o atrapalhasse de prestar atenção na aula, nem mesmo certo alguém. Mas ele nem sempre escolheu essa posição. Em sua época de amizade com Michelle, eles costumavam se sentar ao meio da sala, Michelle atrás de Peter, e conversar baixinho, o máximo que podiam, até ela não se controlar e rir alto demais. Mas essas eram memórias do passado, Peter não devia pensar nisso. Não mais.

Agora é a vez do Professor de adentrar a sala, fazendo com que alguns colegas se sentassem rapidamente, enquanto ele caminhava calmamente para até sua mesa, no canto da sala.

Organizou sua mesa, e não poupo tempo, começou a falar sobre as provas aos alunos.

“Não direi que estou decepcionado, tenho certeza que muitos se esforçaram, mas temo que nem todos tenham entendido bem minha explicação no começo do ano em como o semestre caminharia, e isso eu entendo”. Ele dizia enquanto alinhava as provas que acabará de retirar da bolsa.

“Não foram notas extremamente baixas, mas eu esperava mais.” Ele agora observava a turma com um monte branco em mãos.

“Porém teremos algum tempo antes dos próximos testes e tenho certeza que vocês se sairão bem nesses.” Ele soltou um pequeno sorriso, o que fez Michelle revirar os olhos. Para quê tanta enrolação? Não é como se qualquer um deles ligasse, era o começo do ano, e as pessoas só se importam com notas no final dele.

“Então, vamos as notas. Após a entrega, nós corrigiremos os exercícios que passei semana passada, e então completaremos o capítulo 4.” O professor começou a entregar as provas para cada aluno, que permanecia sentado. Disciplina, o Sr. Greg sempre os ensinou ela, e os alunos, apesar de bagunceiros, sempre o ouviam, ele não era rígido, mas também não era relaxado. Era o perfeito equilíbrio dos dois, o que fazia de suas aulas mais leves, e também mais profundas. Ou seja, ele fazia todos se interessarem pela matéria. Um fato interessante era que ele era o professor favorito de Michelle, e também de Peter.

Após entregar as provas, o Sr. Greg logo foi até sua mesa, alcançar o giz para começar a aula, mas antes de terminar seu caminho, Peter logo o interrompeu com um olhar confuso.

“Professor, o Sr. não me entregou a minha prova...” Peter disse com seu tom ficando mais baixo a cada palavra. Enquanto o homem o olhava com neutralidade, como se entendesse a pergunta, mas não fosse dar a resposta. E seguido por Peter, Michelle logo levantou sua mão, para fazer a mesma pergunta.

“Eu também não recebi minha prova.” Ela fez uma careta, cerrando os olhos, mostrando desconfiança e confusão.

“Peter, Michelle.” O professor começou, endireitando sua postura. “Vamos conversar depois da aula.” Ele terminou, se virando para sua mesa e ignorando o olhar intrigado e surpreso de ambos. Que logo se entreolharam, sem perceber, como se estivessem perguntando “O que ta acontecendo?”. Era incrível como dois rivais de anos conseguiam se comunicar tão bem através de olhares. Realmente incrível.

A aula nunca parecia acabar. E as dúvidas de ambos eram presentes e gritantes. Por que o professor precisava conversar com eles? As provas estavam envolvidas nisso? Ou ele só as usou como artificio para faze-los ficar? Mas eles não são rebeldes, bastava serem perguntados, e obedeceriam sem problemas.

Michelle se perguntava se os professores finalmente haviam resolvido dar um fim da guerra fria que ela e Peter travavam, será que passaram do limite?

Enquanto isso Peter só podia imaginar que Michelle tinha aprontado mais alguma e envolvido seu nome no meio, não seria a primeira vez.

E quando o sinal finalmente tocou, Peter e Michelle olharam para o professor ao mesmo tempo, que estava sentando em sua mesa, e ele, ao perceber os olhares ansiosos, apenas respirou profundamente.

Os alunos logo esvaziaram a sala de aula, deixando apenas os três ali. Peter, Michelle e Sr. Greg.

“Se o problema é a nossa competição por notas.” Michelle começou caminhando até a frente. “Foi ele que começou.” Ela apontou para Peter, com um tom debochado. O garoto fez uma careta e mostrou indignação.

“Eu? E o que eu fiz pra começar isso? Que eu saiba foi você quem começou tudo com aquela maldita prova.” Ele a acusou, e ela logo respondeu. “Ah é? Mas e quando voc-.”

“Silêncio.” O Sr. Greg pediu sem alarde, sendo prontamente atendido.

“Eu vou ser direto. Eu saiba que vocês fariam disso algo grande, por isso esperei até o fim da aula.” Ele fechou seu livro, colocando-o em sua maleta.

“É bem simples, pelo menos para mim.” Ele agora encarava os adolescentes, que estavam estáticos, com mil perguntas na cabeça.

“Apenas uma pessoa tirou A+ no nosso teste.” Ok, Peter e Michelle entraram em curto-circuito. Eles iriam começar o ano sem um empate??? Alguém iria ficar na vantagem??? E se isso significasse vitória? Desde aquela maldita prova de física, nenhum deles havia tirado menos que A+ em nenhum teste. (Menos educação física, mas nessa matéria, ambos eram horríveis, então nem tentavam se mostrar.)

“Ah, e você ficou com pena do Peter em ser humilhado na frente de toda sala por finalmente perder essa guerra que ele nunca nem teve chance?” Michelle também foi direta, enquanto lutava contra um sorriso travesso nos lábios. Peter já estava com a boca aberta com tanta audácia.

“Há! Até parece! Aposto que ele ficou com pena de você, que sempre fala com esse tom de superioridade, ser humilhada na frente de toda a sala por finalmente perder pra mim.” Peter respondeu a encarando com uma sobrancelha levantada, enquanto mordia sua língua.

“Nenhuma das duas opções.” Sr. Greg respondeu olhando para baixo. Os dois jovens voltaram seus olhares para ele com surpresa.

“Só fala logo quem tirou o A+.” Michelle disse cruzando os braços e revirando os olhos.

“Essa é a coisa. Senhorita Jones. Eu não vou dizer.” Sr. Greg não se conteve, sorriu.

“P-Por que não?” Peter estava agora bem perdido, Michelle não estava melhor.

“A competição que vocês tem é interessante, não será eu aquele que vai acabar com ela.” Sr. Greg se levantou, já havia arrumado todos os seus pertences.

“Mas não havia outra forma de lidar com esse evento além dessa.” Ele disse se preparando para ir embora.

“Você não pode simplesmente não nós dizer nossa nota.” Michelle disse com um tom um pouco indignado. Nossa, Peter pensou e sorriu, logo se corrigindo. Argh! Peter, foco.

“É! A gente tem direito de saber nossa nota.” Peter concordou, sem olhar para Michelle.

“O regulamento escolar dessa instituição me obriga a dizer a vocês suas notas apenas no fim do semestre, ou em provas que valham 50% ou mais na nota. O que não é o caso.” Sr. Greg explicou, e sem mais delongas, foi embora, deixando dois adolescentes perplexos para trás.

Michelle olhava para a porta com indignação e um sorriso de desprezo. O que foi toda essa cena? Então tudo isso não era pra acabar com a guerrinha deles, mas para faze-la continuar mesmo quando ela tinha sim chegado a um fim?

Peter estava silencioso, pensando em várias coisas e em nada ao mesmo tempo. Michelle observou que ele estava de frente para ela, mas com o olhar virado também para a porta. Ela o olhou de cima a abaixo rapidamente, e soltou.

“Ele teve pena de você, aquele A+ é meu.”

“Eu sempre me sai melhor em biologia, sei que você estudava horas extras pra essa matéria, é óbvio que aquele A+ é meu.” Peter disse com um tom neutro até demais, ainda não olhando para ela. E ok, é verdade, seres vivos nunca foram o forte de Michelle, e estudar como eles funcionavam não era simples para a cabeça dela, mas ainda assim, não é como se ela não conseguisse tirar um A+ se não quisesse, e ela havia até gostado do conteúdo do semestre, então nem sentiu dificuldade. Então, Peter estava no máximo, 10% certo. E aliás, como ele sabe de suas horas de estudos extra?

“E de onde você tirou que eu estudo horas extras?” Michelle perguntou.

“Hum? O quê?” Peter agora a encarava, com confusão, como se tivesse acordado de um transe.

“Horas extras.” Ela repetiu.

“O que tem?”

“Não se faz de desentendido.”

“O que você quer dizer com isso?”

“Eu perguntei como você sabia das horas extras.”

“Que horas extras?” Peter fazia um olhar confuso, mas logo Michelle percebeu que ele só estavam fingindo confusão, e o sorrisinho que começava a formar nos seus lábios logo o denunciou.

“Haha, muito engraçado, Parker.” Michelle revirou os olhos e sorriu, sem querer. Peter riu com a reação dela. E Michelle ficou séria imediatamente.

De repente, ela só queria ir embora.

Ficar no mesmo lugar que Peter? Até que tudo bem. Ficar no mesmo lugar que Peter enquanto ele sorri? Nah, ela quer continuar viva.

Então Michelle simplesmente se virou, foi até sua mochila, a colocou nas costas e foi embora. Sem falar uma única palavra.

Qualquer um que não a conhecesse se assustaria, mas Peter já estava acostumado com isso. Sempre que eles tinham um momento sem tensão, sem raiva, ou brigas, ela fazia isso. Ela não queria ser amiga dele, não queria ter um bom relacionamento com ele. Peter já havia entendido isso, e aceitado, por mais que fosse doloroso as vezes, já que ele nunca obteve nenhuma resposta sobre o motivo de tudo isso. Ele não a odiava. Claro, ficava com raiva quando ela o provocava e era má com ele, mas ele só respondia porque assim ela interagiria com ele, se escolhesse ignora-la, só a afastaria mais ainda de sua vida.

Michelle talvez não se importasse mais com ele, ou o odiasse por algo que ele nem tinha ideia do que poderia ser, mas mesmo assim, ela ainda era uma parte importante da vida dele. Ela foi sua amiga de infância, sua única amiga. Sua mãe sempre ia até a casa dele, para conversar com a Tia May, ou até com ele. Eles foram próximos por muitos anos, e isso parecia ser algo que Peter não podia abrir mão. Essas memórias felizes que eles tinham pareciam nunca ir embora, e apesar do presente, elas ainda traziam felicidade para Peter. E mesmo com as provocações, brigas e competições, a presença de Michelle ainda o trazia paz.

Peter tentava reprimir todos esses sentimentos. Se dizia para seguir em frente, e olhar para o futuro, ao invés do passado. Mas o futuro parecia tão sem graça, era um lugar onde Michelle não existia, onde ela iria para uma universidade do outro lado do país e eles jamais se veriam novamente. Mas o passado? O passado estava enfestado por ela, por seus sorrisos, caretas, traços. O passado parecia tão reconfortante e feliz.

E com esses pensamentos, Peter olhou para o chão e soltou uma pequena risada para o nada, ou para si mesmo. Então pegou sua mochila e saiu da sala.

Ele sorria discretamente enquanto andava pelo corredor.

Tudo bem, ele pensava, todo mundo é assim. Todos têm essas reações quando se lembram do seu primeiro amor.


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Notas finais do capítulo

Só os fantasminha lendo a fic ;-;



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