Roller Coaster escrita por Helo


Capítulo 17
Capítulo XVII


Notas iniciais do capítulo

Gente, tudo bom com vocês?
Consegui postar antes essa semana.
Continuem acompanhando, por favor.
Beijos



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Pov Carmen 

Parada na frente da casa de Esme, eu apertava o botão da campainha de dois em dois segundos. Uma hora ela e Carlisle cansarão de ouvir o barulho e serão obrigados a nós atender. Meu plano era bem simples, conversar com os dois e tentar tira-los no buraco que eles estavam se enfiando. 

Decidir fazer isso hoje, por causa de minha neta. Alex estava completando doze anos e não queria fazer nada hoje, por que a família estava tão distante e triste. Eu sabia que não estávamos com clima nenhuma para festas, mas queria que minha garotinha visse que, por pior que fosse a situação, nossa família ainda está aqui, de pé e juntos. Estávamos no mesmo barco, todos perdemos quando Rose morreu e, só passaríamos por essa tempestade, se continuássemos juntos, como sempre estivemos. 

— Amor, não vai adiantar a gente ficar aqui, eles não querem atender. – Carreguei Eleazar comigo, se alguém podia convencer Carlisle a fazer qualquer coisa, esse alguém era ele. 

— Não é questão deles quererem ou não, Eleazar. - Respondi irritada. – Eles precisam sair de dentro dessa casa. 

— Você sabe como funciona o processo do luto amor,  não é fácil!

— Eu sei, não estou dizendo que é, mas eles precisam entender que, apesar de Rose ter morrido, eles ainda têm Edward e Alice, que são filhos deles dois  netos e todos nós juntos deles. 

— Eu sei meu bem!

— Eu sei uma forma de entrar! - Interrompi ele antes dele terminar de falar. Ele não falou nada e me seguiu. Demos a volta pela casa e paramos ao lado de alguns vasos de flores. Comecei a mexer neles e meu marido me olhava com cara de maluca, mas revirei meus olhos e sorri para ele quando encontrei a chave que procurava. - E a chave reserva da Alice, até hoje ela esquece de levar a dela e usa essa.

— Vamos invadir a casa deles? 

— Tipo isso.

Puxei ele pelos braços e fomos para a porta da cozinha. Quando entramos tudo estava silencioso, muito silencioso por sinal. Andamos até a sala e não tinha ninguém também. 

— Ele deve estar no escritório! - Eleazar falou 

— E ela no quarto. - Comentei.- Vamos tentar ele primeiro. 

Fomos até o escritório e batemos na porta. O "entre" que saiu lá de dentro, fora fraco e melancólico. Meu marido entrou na frente e eu atrás, Carlisle estava sentado atrás de sua mesa, ainda de pijama, cabelos bagunçados e barba por fazer. Ele olhou para nós dois com os olhos vermelhos de tanto chorar. 

— Carlisle, meu amigo. - Eleazar falou.

— Como vocês entraram? - Ele perguntou 

— Tenho a chave. - Respondi. - Carl, vocês precisam levantar. 

— Levantar para que? - Os olhos dele estavam cheios de lágrimas. - A vida sempre só derrubou a gente. 

— Você ainda tem dois filhos Carlisle, dois netos, Esme!

— Esme! - Ele balançou a cabeça negativamente quando a primeira lágrima caiu de seu olho. Ele levantou da cadeira onde estava sentado e caminhou até a janela.  - Ela não está falando, não está comendo, não me deixa chegar perto dela, eu já não sei mais o que posso fazer! 

— Eu vou subir para falar com ela, mas preciso que você esteja pronto para ela, quando ela sair daquele quarto. - Falei me aproximando dele. - Nós vamos sair disso Carl, estamos aqui com vocês. 

— Minha filha morreu! - Ele falou se permitindo chorar. - Ela se foi para sempre, acabou as esperanças, acabou tudo. 

Eu tinha visto aquele desespero em Carlisle muito poucas vezes na vida, e fiquei até sem saber o que dizer para ele. Eleazar foi mais rápido que eu, caminhou até ele e o abraçou. Ele olhou para mim, por traz de Carlisle e sussurrou:

— Pode ir amor, eu assumo aqui! 

Sorri tristemente para ele e deixei os dois. Subi as escadas e entrei no quarto de Esme, ela não estava deitada na cama, mas ouvi barulhos vindos da suíte. Fui até lá e a encontrei, sentada no chão, vomitando. Ela me olhou, chorava muito, mas logo se virou e voltou a vomitar. 

— Por Deus Esme! 

Caminhei até ela e segurei seus cabelos. Fique em silêncio enquanto, ela chorando muito, passava mau. Demorou muito tempo para ela se acalmar, ajudei ela se levantar,  a lavar o rosto e levei ela para cama. Sentamos juntas, ela falou fracamente. 

— Oi amiga!

— Oi Es, desde que horas você está passando mal ?

— Eu não sei. - Algumas lágrimas voltaram a escorrer de seus olhos. 

— Você não pode ficar assim Esme, por Deus, vai te dar um treco! 

— Acabou tudo Carmen. - Ela falou. - Minha filha se foi, eu nunca vou poder ser a mãe dela. 

— Eu sinto muito Es, eu não tenho ideia da dor que você está sentindo agora, mas amiga, você ainda tem seus dois filhos, eles precisam tanto de você! 

— Edward e Alice são adultos Carmen. 

— Não importa o quão adultos eles são, você sabe, que eles precisam de você. - Respirei profundamente para não começar a chorar com ela. - Nossa família está em pedaços Esme, nossos filhos e netos estão destruídos, e nós, eu, você, Eleazar e Carlisle, precisamos continuar sendo um pilar para eles. 

— Eu não consigo mais! - Ela resmungou em meio às lágrimas. 

— Você precisa conseguir, nossos filhos e netos dependem da gente Esme. - Segurei a mão dela. - Rose odiaria ver todos nós dessa forma, tenho certeza que o que ela mais gostava, enquanto viveu com a gente, era a nossa união. 

— Eu só queria poder conversar com ela Carmem. - Ela apertou um pouco minha mão. - Dizer que nós a amamos desde o dia que descobri que estava grávida e que ela sempre foi a peça faltante da nossa felicidade. - Ela voltou a soluçar. - Queria poder chamá-la de filha, abraça-la, dar conselhos, tudo que uma mãe faz por uma filha. 

— Eu sei meu amor, ela iria amar seu sua filha Esme. - Sorri tristemente para ela. - Assim como Eddie e Allie amam ser seus filhos. - Suspirei. - Eles precisam tanto de você Esme.

 – Eu não consigo! - Ela chorava tanto que era quase incompreensível o que ela dizia. 

— Você consegue sim amiga, você vai se levantar, vai se permitir sem amparada por todos nós da família, e quando se sentir forte novamente, vai honrar a memória de Rose, continuando com tudo aquilo que ela mais admirava em você, o projeto, a boa mãe, a boa avô, a boa amiga. 

A puxei para abraçá-la e ficamos ali chorando juntas por um tempo. Não demorou para a porta do quarto se abrir, e Carlisle e Eleazar entrarem. Olhei para eles e ambos estavam com os rostos e olhos vermelhos. Carlisle sorriu tristemente para mim e sentou ao lado de Esme. Eleazar sentou ao meu lado e passou o braço pelo meu ombro, assim como Carlisle fez com Esme. Ficamos nós quatro ali, abraçados, tentando encontrar a força necessária, para continuar de pé. 

POV Emmett 

Não sai de meu carro quando estacionei na frente da escola de Aggie, eu não queria encontrar e  nem conversar com ninguém. Esses dois meses foram os piores meses da minha vida. A morte de Rose me destruiu, me fez perder o chão e toda minha vontade de viver, mas precisei me manter em pé, por que meus filhos estavam sofrendo muito com tudo isso. Posso dizer que os sofrimentos deles agora, estava sendo muito pior do que quando Irina morreu, não era questão de uma ser a mãe biológica deles e outra apenas de coração,  mas agora Alex e Peter já eram mais velhos, já entendiam tudo o que aconteceu e simplesmente não aceitavam.

Alex não queria mais falar sobre Rose, na verdade ela não queria mais falar sobre nada, vivia com os fones ouvindo música e ficava sempre na dela. Ela se soltava um pouco quando estava com Nessie e Sky, mas nada comparado ao que ela era antes.

Peter também estava mais quieto, distante de tudo e todos. Todos os dias, depois da aula, ele deitava no jardim de casa e ficava observando o céu, num dos dias, deitei ao seu lado, mas ele não falou comigo e acabamos ficando em silêncio, olhando para o céu por quase uma hora. Ele continuava jogando basquete e treinando bastante, mas não com toda a alegria e vontade de antes.

Aggie era a que mais estava dando trabalho, choros e pesadelos durante a noite era frequente agora, os xixis na cama já estava até se tornando normal. E eu nunca sabia o que podia fazer para acalmar minha pequenininha. 

Mais uma vez eu me sentia perdido sobre meus filhos. Pensei em leva-los no psicólogo, mas Alex dizia que não ia de maneira nenhuma. Fiquei em casa com eles, mas era muito sofrido passar o dia todo no silêncio que tinha se tornado nossa casa. O quarto de Rose trancamos a porta e ninguém entrou mais lá, as crianças não queriam desfazer das coisas dela, e aceitei a decisão deles, pelo menos por agora. 

As crianças começaram a sair e pude ver Peter parado ao lado do portão de Aggie a esperando. Quando minha pequena saiu, segurou na mão dele e juntos eles vieram até o carro. 

— Oi crianças! - Fale assim que eles entraram no carro. 

— Oi papai! - Aggie respondeu 

— Oi pai! 

— Tudo bem na escola? 

— Uhn! - Peter respondeu sem ânimo. 

— Tudo papai! - Aggie também respondeu 

Fomos para escola de Alex em silêncio, todos os dias era assim, os dois sentavam no banco de trás do carro, ligavam o tablet e ficavam jogando. Quando parei na frente da escola de Alex, ela já me esperava, sozinha, com os fones no ouvido e dispersa para o mundo. Ela caminhou até a gente, entrou no carro e nós cumprimentou. "Meu Deus, hoje era aniversário da minha filha, e eu não tinha ideia de como animá-la, pelo menos um pouquinho." - Pensei.  

— Pai, vamos para a casa da vovó? 

— Sim filha! - Sai do estacionamento e peguei o caminho em direção a casa da minha mãe. Ela havia me ligado e pedido para passarmos lá antes de ir para casa. - Filha, você sabe que apesar de todo a situação que estamos passando, o dia de hoje é importante para todos nós, é seu aniversário, e você é o primeiro presente, de todos que recebemos de Deus.

— Eu sei papai! 

Não continuamos a conversa por que ela encostou a cabeça no vidro do carro e fechou os olhos, pelo retrovisor vi Peter nos observando, mas ele voltou a mexer no tablet com Aggie, assim que me viu olhando. Eu estava perdendo toda a dinâmica com meus filhos, já não conseguia entender seus pensamentos, seus olhares, suas caras e bocas, e isso era muito desesperador.

Quase consegui sorrir quando estacionei na frente da casa de meus pais, o carro da Allie, Edward, tio Carlisle e Garrett estavam ali, finalmente, após quase dois meses, a família estava reunida de novo. 

Descemos do nosso carro juntos, as crianças entraram antes de mim. Na sala, envolta de um bolo de chocolates, todo mundo nos esperava. Mamãe, papai, tia Esme, Tio Carlisle, Bree, Alice, Kate, Garrett, Jasper, Edward, Bella, Nessie, Tommy, Sky e Levi. Além da nossa família, Amun, Kebi, Tia, Benjamin, Seth, e a pequena Zuri. 

— Feliz aniversário Alex! - Todos falaram juntos, num tom não muito alto. Olhei para cada um deles, o choro estava estampada em cada rosto. Alex mordeu os lábios e seus olhos se encheram de lágrimas. 

— Vocês estão todos aqui! - Ela falou quando começou a chorar.

— Claro que estamos Alex! - Minha mãe respondeu. - Hoje é seu aniversário, um dos dias mais importante do ano. 

— Ficamos tão animados quando você nasceu querida. - Esme falou com uma voz fraca. - A primeira criança da nossa família. 

— Que nasceu no meio da tarde. – Papai sorriu para minha filha. – Com 42 centímetros e com 2 quilos e duzentos. 

—  Você era tão pequenininha.- Tio carlisle falou - E chorava tanto!

— Alex, somos tão gratos por ter você na nossa família. - Kate se levantou e caminhou até minha garotinha que chorava muito. - Sabemos que ninguém aqui está em clima de festa, mas não podíamos deixar passar em branco.

 – Até porque Alex. - Garrett também se aproximou dela e colocou a mão no ombro de Kate. - Eu tenho certeza que, Rose adoria ver todos nós juntos no dia de hoje. 

Agradeci mentalmente por todos esforço que cada um deles estavam fazendo para minha filha se sentir um pouquinho melhor no aniversário dela. 

— Venha soprar suas velinhas Alex! - Bree falou 

— É não esqueça de fazer um pedido. - Allie sorriu para minha filha. - Os pedidos de coração são sempre atendidos. 

Minha filha caminhou até a mesinha de centro e incentivei Peter e Aggie irem com ela. Eles se ajoelharam , ao lado dos primos que também estavam ali. Kate sorriu para mim, Garrett deu um tapinha na minha costa e fui procurar um lugar para sentar, ao lado de Allie, que estava abraçada com Jazz. 

Alex enxugou as lágrimas e soprou a vela em cima do bolo. Ela ganhou um beijo estralado de Zuri e Aggie e sorriu, pela primeira vez em dias. 

— Obrigado pessoal. - Ela falou. – Eu não queria fazer nada hoje, mas é tão bom, estarmos todos juntos. 

— Verdade. - Nessie falou. 

— Ei, a gente tem algo para você! - Sky falou animada. 

— Um presente? - Alex perguntou 

— Tipo isso. - Sky levantou. - Lembra que eu falei que estava aprendendo tocar violão?

— Sim pelo youtube! 

— Isso, então aprendi uma música, que você adora e não fazia sentido nenhum para nós, mas agora faz. - Ela voltou com um violão na mão. 

— Pelo menos algumas partes dela. - Nessie falou. - Ninguém pode rir ok? A gente nem ensaiou muito. 

As duas se prepararam e Sky começou a tocar algumas notas e Nessie cantar num tom tranquilo, mas afinado. 

“– Um brinde às pessoas que temos

Brinde ao desejo de que você estivesse aqui, mas não está

Porque as bebidas trazem todas as lembranças de volta

De tudo que já passamos

Um brinde para aqueles aqui hoje

Um brinde para aqueles que perdemos pelo caminho

Porque as bebidas trazem todas as lembranças de volta

E as lembranças trazem, as lembranças trazem você de volta

Doo-doo, doo-doo-doo-doo

Doo-doo-doo-doo, doo-doo-doo-doo

Doo-doo-doo-doo, doo-doo-doo

As lembranças trazem, as lembranças trazem você de volta

Há um tempo em que eu lembro

De quando nunca me senti tão perdido

De quando todo o ódio

Era poderoso demais para ser parado (Ooh, sim)

Agora, meu coração parece como uma brasa

E está iluminando a escuridão

Eu vou carregar essas tochas por você

Para que você saiba que eu nunca vou deixá-las cair, sim

Todo mundo se machuca às vezes

Todo mundo se machuca algum dia, ayy-ayy

Mas tudo ficará bem

Vá e erga um copo  e diga, ayy” - ( Marron 5 - Memories)

Lógico que, quando elas terminaram todos nós estávamos em prantos, as três se abraçaram. 

—  Vocês são as melhores primas e melhores amigas, que alguém pode ter. - Alex falou. - Eu amo vocês.

— Também te amamos. - Nessie falou 

Sequei minhas lágrimas e sorri para elas três. Ficamos por um tempo ali, comemos o bolo e conversas foram surgindo. Realmente ter todo mundo junto e unido era uma força a mais para continuarmos. 

Pov Garrett 

Hoje era aniversário da Alex, e a família Cullen e McCarty estava reunida, pela primeira vez em quase dois meses. Minha mãe e a família dela também estavam aqui com a gente, desde a morte de Rose, eles estavam muito mais próximos de mim, e eu realmente não estava me importante. Eu estava começando a entender como era bom ter pessoas ao nosso lado sempre que  precisávamos. 

Conversamos tranquilo na sala, quando as crianças resolveram ir um pouco lá para fora, Emmett falou: 

— Gente, muito obrigado por vocês todos terem vindo, vocês não tem ideia de como Alex estava deprimida. 

— Temos que agradecer a Carmen e Eleazar. - Carlisle falou. - Eles que nos mostraram o quanto precisávamos continuar juntos. 

— Verdade! - Allie falou 

— Ninguém precisa agradecer por nada.- Carmen falou - Somos uma família.

— Garrett!? - Esme chamou minha atenção. - Eu sei que não devia falar disso, mas como anda a investigação? 

— Estamos investigando os policiais que estavam lá naquele dia e descobrimos que um deles é o dono do carro azul que vigiava as crianças. Colocamos um rastreador no carro, mas até agora, isso não nos levou a nenhum lugar específico.

— Nós levou a alguns nomes, mas nada muito concreto. - Jazz falou se ajeitando um pouco no sofá. - Esperamos que o rastreador nós leve, especificamente,  a Royce.

— Eu sinto muito pela demora na investigação gente, tenho feito o possível. -  Me justifiquei. 

—  Não peça desculpas Garrett. - Edward falou para mim. - Sabemos que vocês dois só vão descansar quando colocar esse desgraçado na cadeia. 

—  Apenas tomem cuidado! - Carlisle falou. - Não precisamos de mais nenhuma desgraça na família. 

Levi e Tommy entraram na sala fazendo a gente mudar de assunto, mas não me fez parar de pensar no caso de Rose. Eu ia por esse desgraçado na cadeia, nem que fosse a última coisa que eu fizesse na minha vida. 


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