Roller Coaster escrita por Helo


Capítulo 12
Capítulo XII


Notas iniciais do capítulo

Oiiii pessoal, muito obrigado pelos comentários, fiquei bem feliz...
Eu queria muito postar hoje então não deu tempo deu revisar, ok? Ignorem os erros



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Pov Emmett 

Acordei e mal conseguia me mexer. Meus três filhos estavam com alguma parte do corpo em cima do meu,  Aggie estava com deitada na horizontal na minha barriga, Alex estava com os pés quase em cima do meu rosto e Peter do meu outro lado com a cabeça na minha perna, como chegamos naquele emaranhado de pessoas eu não sabia dizer, mas eu não conseguia nem respirar direito. Precisei fazer malabarismo para levantar sem acordar eles, peguei meu celular e verifiquei as horas, 07:30 da manhã, sorri com o celular na mão, uma foto perfeita de Rose e as crianças juntas era minha proteção de tela, os três pareciam tão feliz e era assim que sempre queria ver eles. 

Subi para meu quarto, tomei um banho e fiz minha higiene matinal. Quando desci novamente para fazer o café da manhã, Alex já estava sentada no colchão, toda descabelada e esfregando os olhos com as mãos. 

 

— Bom dia filha! 

— Bom dia papai! - Ela respondeu abrindo os olhos direito.  - Já vamos buscar a Rose ?

— Estava planejando tomar café primeiro e dar uma organizada nas coisas aqui. 

— Ah, podemos tomar café na vovó Esme! 

— Filha, eu não sei, hoje é sábado e ainda está muito cedo! 

— Por favor papai! - Ela fez uma carinha de piedade. - Vai ser muito melhor tomar café com Rose e com a vovó, o vovô e a tia Allie. 

— Tá bem! - Falei revirando meus olhos. - Vá se trocar que vou acordar seus irmãos. 

Ela levantou do colchão no chão e correu para o andar de cima. “- Vou separar uma roupa para a Aggie” ela gritou subindo as escadas. Sorri balançando minha cabeça e me ajoelhei para acordar Peter e Aggie. 

— Peter, Aggie, meus amores, está na hora de levantar! - Os dois resmungaram, Peter encobriu a cabeça com a coberta e Aggie se virou de costas para mim. - Vamos buscar Rose, quanto mais vocês se enrolarem mais tarde vamos sair de casa. - Peter descobriu a cabeça e abriu os olhos vagarosamente:

—  Vou levantar só porque é para buscar a Rose. - Ele falou preguiçosamente. 

— Ok! 

Ele se espreguiçou e sentou no colchão. Depois de passar as mãos várias vezes no rosto ele levantou e subiu cambaleando pela escada. Aggie era muito manhosa de manhã, precisei de mais de dez minutos para convencer ela a levantar. Quando subi para os quarto dela, com ela no meu colo, Alex já estava pronta, de moletom e cabelos soltos. Ela estava tão empolgada que se encarregou de ajudar Aggie com sua higiêne e com suas roupas. 

Não demorou mais do que dez minutos para estarmos entrando dentro do carro, o caminho foi meio silencioso, mas bem rápido. Quando estacionei na frente da casa dos meus tios, Alex e Peter sairam correndo e peguei Aggie no colo. 

Carlisle foi quem atendeu a porta, as crianças cumprimentaram ele e desapareceram da minha vista, cumprimentei Carlisle: 

— Bom dia!

— Bom dia Emmett! - Ele pegou Aggie em seu colo, a beijou e colocou ela no chão que desapareceu dentro da casa.  - Veio atrás de sua amada?

— É tão óbvio assim ? - Perguntei quando ele abriu caminho para entrarmos.

— Vocês dois exalam química. Se completam em tudo, era apenas questão de tempo para vocês mesmo perceberem isso!

— Você convive tanto com Esme e minha mãe que até fala como as duas. - Falei fazendo careta para ele. 

— E logo você estará assim também, Edward também. Não falo de Bree e Alice porque elas são cópias de Esme e Carmen. - Fomos para sala. 

— Verdade! - Falei antes de cumprimentar tia Esme.

— Posso subir para falar com Rose? - Alex perguntou 

— Pode querida! - Esme respondeu, ela ainda estava de pijama e parecia mais sonolenta do que o normal. - Elas estão dormindo no meu quarto, seja gentil com elas, a cabeça delas estarão explodindo assim que elas abrirem os olhos. 

— Ok! - Minha filha subiu pelas escadas e me sentei para conversar com Esme e Carlisle. Celina, apareceu e levou Peter e Aggie para a cozinha. 

— Como ela está? - Perguntei a tia Esme. 

— Bem, confusa, mas bem.

— Ela ouviu Alex e Peter falando sobre Irina, passou a semana inteira se esquivando de mim, e ontem saiu chorando pela porta. 

— Ela ama você e seus filhos Emmett! Ela só precisava colocar as ideias no lugar. 

— Eu a amo também. - Sorri quando minha própria voz ecoou em meu ouvido, aquela ela a primeira vez que eu admitia que à amava. - Eu nunca achei que podia sentir tudo isso de novo depois de Irina, mas eu não consigo mais imaginar  a vida sem ela ao nosso lado. 

— Vocês se completam, ela é o que faltava depois de Irina, tanto para você quanto para as crianças. 

— Alex estava confusa com tudo, sinto por não ter percebido antes! 

— Ser pai é um jogo  de erros e acertos Emmett!- Carlisle falou  – Você sabe que faz um ótimo trabalho com eles, Rose apareceu e completou todo o seu trabalho. É muito lindo ver vocês cincos juntos. 

— Eu sei, eu amo esse rumo que a vida tomou! 

— A gente sabia que vocês acabariam juntos. O plano de trabalho que você propôs e que ela aceitou era muito arriscado para os corações de vocês dois. Ficamos muito feliz Emmett que finalmente você encontrou um novo amor. 

— Obrigado tia! – Agradeci e pela primeira vez olhei seriamente para eles. Os dois estavam com olheiras, parecia que não dormiam a noites. Os olhos de tia Esme estavam inchados, ela tinha chorado, a conhecia bem para saber disso, já tio Carlisle parecia muito mais cansado do que o normal. Mudei de assunto preocupado – Vocês dois estão bem? Parecem péssimos? 

— Sim! – Tio Carlisle respondeu dando os ombros para mim e desviou o olhar. – Estou cansado, plantão foi terrível essa noite no hospital. 

—  E eu, acabei achando que conseguia acompanhar as meninas nos Blood Mary’s, mas já não sou tão nova assim. - Tia Esme se levantou – Vou lá dar uma olhada na cozinha ver como anda o café da manhã.

Ela saiu da sala e tio Carl me olhou sem palavras, não quis insistir na conversa, eles não me contariam nada mesmo, mas isso me fez fazer uma anotação mental para falar com mamãe sobre eles mais tarde. 

Tio Carlisle voltou a falar, mas agora sobre o hospital e alguns casos de ontem. 

Pov Alex 

Subi as  escadas da casa da vovó correndo, eu queria muito falar logo com Rose. Eu já sabia que eu estava errada sobre tratar ela mau, mas ter conversado com o papai e assistir  todos os vídeos nossos com a mamãe, me fez ter certeza que eu estava além de errada, sendo injusta também, Rose não fazia nada a mais do que nós amar e ela não era a mamãe, mas sempre dava uma de mãezona quando a gente precisava e eu só estava sendo bem besta quanto a isso. 

Abri a porta do quarto da vovó Esme em silêncio. Tia Allie e Rose estavam dormindo de costas uma para outra, ambas quase caindo da beirada da cama de seus lados. Caminhei até o lado da Rose e me sentei na beirada da cama, passei a mão no cabelo dela e falei com ela baixinho, igual ela fazia quando precisava nos acordar: 

— Rose, você já está acordada! – Ela não se mexeu e nem abriu os olhos, continuei falando. - Rose, você precisa acordar! – Ela abriu os olhos vagarosamente e me perguntou confusa: 

— Alex!? 

— Sim, sou eu Rose! 

— O que você faz aqui querida? – Ela se ajeitou na cama assustada. – Que horas são? 

— Ainda é muito cedo Rose, mas eu preciso muito falar com você. 

— Cadê seu pai e seus irmãos ?

— Eles estão lá embaixo. - Eu suspirei antes de começar a falar de novo. - Rose, você pode  me desculpa? Fui uma tonta com você a semana inteira, não queria que você ficasse chateada e nem que você saísse de casa. 

— Eu não saí de casa Alex, vim passar o final de semana aqui para poder pensar e para você, seu pai e seus irmãos passarem o final de semana juntos! – Os olhos de Rose estavam cheios de lágrimas. – Você não precisa se desculpar. 

— Preciso sim, porque  eu estava errada. Eu sei que você faz tudo por nós e não é porque você quer substituir a nossa mãe, mas sim porque você nós ama. - Eu estava com vontade de chorar. - Eu só fiquei com medo de gostar tanto de você como eu gosto dela. 

— Vem aqui Alex! - Ela foi um pouco para o lado da cama deixando um lugar para eu deitar com ela, deitei olhando para ela. - Eu nunca quis substituir sua mãe. Irina foi uma ótima mãe pra vocês e ótima mulher para Emmett. Tenho certeza que se hoje ela estivesse aqui entre nós, eu e ela seríamos grandes amigas. Eu sinto muito por ela ter morrido, eu daria qualquer coisa pra ela estar com vocês agora. 

— Mamãe teria amado você Rose! 

— E eu teria amado ela também pequena. – Ela sorriu um pouco para mim. Ela ainda parecia triste. - Sabe Alex, eu não tive mãe e nem pai, nunca tive um exemplo de como cuidar de uma criança e quando comecei a cuidar de vocês eu achei que poderia fazer por vocês tudo que eu gostaria que alguém tivesse feito por mim. Me desculpa, se eu invadi o espaço que é de sua mãe, não tive a intenção de te magoar querida. 

— Você não precisa pedir desculpa Rose, eu amo você e amo tudo que você faz pela a gente. 

— Eu também amo você! – Ela fez um carinho no meu rosto. - Fiquei com tanto medo de não ter mais seu amor. De você não me querer mais como amiga, me contar segredos, ouvir música com você! 

— Eu sinto muito Rose! De verdade, eu estava me sentindo muito mau por ignorar você, porque você é uma das minhas melhores amiga.  

— Eu te amo muito Alex e o bom de sermos melhores amigas e que sempre estamos prontas para recomeçar, certo? 

— Sim. - Sorri para ela. - Eu fiquei bem feliz quando papai contou que vocês estão juntos.

— Ele contou? 

— Sim, ele disse que te ama e que no coração dele tem espaço para a minha mãe e para você! – Não foi exatamente o que meu pai tinha me dito, mas eu sabia que ele amava Rose. 

— Não planejei gostar do teu pai Alex, juro que não queria ser mais uma que se aproximava de vocês para ficar com ele, mas acabou acontecendo, e não consegui controlar isso. 

— Não tem problema Rose, você é a mulher certa para ele. 

— Oowwnnn meu Deus. – Tia Alice sentou na cama toda descabelada. – Vocês duas juntas são perfeitas. 

— Bom dia Allie! – Rose falou sorrindo para mim. 

— Bom dia tia! 

— Alex, me escute que tenho algo para te dizer. Sua mãe deve estar muito orgulhosa da garota que você se tornou, eu tenho certeza disso. E saiba que sua mãe sempre estará dentro dos nossos corações, Nina foi e sempre será muito amada por todos da família. 

— Eu sei tia! 

— Agora que tudo está resolvido, vamos tomar café. – Alice falou se levantando.– Vou me trocar. 

Ela saiu andando pelo quarto e eu e Rose rimos. Eu estava tão feliz por ter pedido desculpas a Rose e por ver que ela me entendia, melhor do que eu mesma. Ela não era minha mãe eu nunca me esquecia de Irina, mas seria feliz tendo uma mãe de coração como Rose sempre por perto. 

 

Pov Rose 

 

Eu estava tão feliz por Alex estar ali comigo. Todo medo, toda insegurança tinham ido embora e dado lugar ao amor, ao grande amor que eu sentia por ela e pelos irmãos dela. Enquanto esperávamos Alice sair do banheiro ficamos conversando, ela me contou sobre o noite de ontem, sobre a briga com Peter, sobre a conversa com Emmett e sobre os vídeos de Irinas que eles assistiram. Estávamos mais descontraídas quando ela me perguntou: 

— Vocês aproveitaram ontem né ? 

— Como assim? 

— Você é tia Alice estão cheirando álcool! 

— É, a gente bebeu um pouquinho ontem. 

— Você se divertiu? 

— Sim, na medida do possível, sim! 

— Quem bom, papai disse que você estava mesmo precisando desse tempo. 

— Gente, estou pronta! – Allie voltou para o quarto ainda de pijama, mas com o cabelo arrumado agora. - Vamos descer Alex? 

— Vamos! 

— Vou me trocar e encontro com vocês lá em baixo! - Falei enquanto Alex levantava da cama. 

As duas sorriram para mim e saíram de mãos dadas pela porta do quarto. Me levantei, arrumei a cama de Esme e fui para o banheiro de Allie, onde tinha deixado minhas coisas. Fiz minha higiene matinal, coloquei uma roupa descente, moletom e camiseta, prendi meu cabelo e desci para encontrar todos. 

O andar de baixo da casa não estava barulhento, pelo contrário, estava super silencioso. Nem parecia que tinha três crianças ali. Quando terminei de descer as escada Emmett me esperava de pé na sala, ele estava sozinho. Ele me sustentou com o olhar enquanto caminhava até ele, o cumprimentei sem graça: 

— Bom dia Emm! 

— Bom dia Rose! - Ele deu um passo em minha direção. – Está melhor hoje? 

— Sim, acho que sim! – Sorri tristemente para ele. – Olha Emmett, me desculpa ter saído daquela forma de casa ontem. Eu estava com tanto medo! 

— Shiii, não precisa falar nada! – Ele me puxou para um abraço a me aconcheguei em seu peito. – Está tudo bem, as crianças estão bem e felizes por saber de nosso relacionamento. - Ele beijou o topo da minha cabeça com carinho. – Eu te amo Rose, amo estar ao seu lado, amo a forma que você ama meus filhos e amo a mulher que você é! Vim atrás de você hoje pra você saber que  lutarei por você, independente de qualquer coisa, eu lutarei para você continuar ao nosso lado. 

— Eu também te amo Emmett e também amo as crianças e foi exatamente por isso que vim para cá ontem, prefiro me machucar do que machucar qualquer uma das crianças! 

— Eu sei! – Nos soltamos um pouco e ficamos nos encarando. – Passou, ontem já é uma página virada, podemos começar de novo a partir de agora. 

— Sim! 

Fechei meus olhos e ele me beijou. Um beijo calmo e tranquilo, mas cheio de necessidades. Quando nos soltamos, com nossas testas ainda encostadas uma na outra, ele falou rindo.

— Eu realmente te amo Rose, nunca imaginei que eu voltaria a me sentir dessa forma, mas o que eu sinto por você é algo muito forte. 

— Eu também te amo Emmett, da forma que nunca amei ninguém na minha vida. – Sorri para ele. – Já não consigo mais imaginar a vida sem vocês comigo. 

— Também não me imagino mais sem você! – Ele me roubou mais um beijo. – Vamos tomar café? 

— Vamos! 

Ele segurou minha mão, antes sairmos andando. Quando entramos na cozinha, todos estavam sentados na mesa. Peter correu pra me abraçar, e o recebi de braços abertos! 

— Meu garoto! - Falei após beijar o topo de sua cabeça. 

— Você vai voltar para a casa com a gente, não vai? 

— Claro que vou! – Falei antes de soltá–lo para pegar no colo a impaciente Aggie que puxava minha camiseta. - Oi, Chocolatinho? 

— Oi Rose! – Dei um beijo em sua bochecha – Eu queria vim te buscar ontem, papai que não quis! 

— Tudo bem meu bem, ontem eu tive a noite das garotas! 

— E por que eu e a Alex não participamos? 

— Por que era a noite das garotas grandes. 

— Venha tomar café Rose, Celina fez Waffels de Blueberry! - Alex me chamou

— Os meus prediletos! - Respondi a ela.

— Da vovó e da tia Alice também! – Aggie falou 

Cumprimentei todos da mesa antes de sentar e começamos nossos café. 

— Estávamos falando sobre o almoço? – Esme comentou. - Vou ligar para Carmen e mandar eles virem para cá! 

— Vou ligar para o Jazz, certeza que ele está de bobeira hoje! – Alice falou

— Rose, você pode ligar para Kate e para Garrett também? – Carlisle me perguntou – Vai ser um almoço de família reunida. 

— E se Deus quiser, e ele há de querer, ano que vem teremos Edward e Bella e as crianças morando aqui perto de novo. – Esme falou entusiasmada. 

— Bom, se estamos falando de causas possíveis. – Emmett falou - Que Bree volte logo e também esteja com a gente. 

— Amém! – Esme e Carlisle falaram juntos. 

Começamos nossos café animadamente.  Eu estava tão feliz, Emmett me amava, da mesma forma que eu amava ele, as crianças estavam bem com nosso relacionamento, tínhamos pessoas  que eu sabia que sempre poderíamos contar, o que mais eu poderia querer dessa vida??? 

POV Garrett 

Sai da delegacia cansado, mais do que o normal, Jasper caminhava em silêncio do meu lado, nós dois estávamos mentalmente esgotados, mas iríamos até o final para resolver tudo o que precisávamos. 

— Voltamos a estaca zero então. - Jasper me perguntou assim que o brilho do sol bateu em nossos olhos. 

—  Mais ou menos né, o problema é que nossa maior prova é a Sra. King e se não conseguirmos manter ela lúcida , por pelo menos um mês um mês e pouquinho, não podemos contar com o relato dela. 

— E quanto a vizinha que nós contou a história? 

— O testemunho dela vale, mas não muito. 

— Precisamos nos focar em que então? 

—  Precisamos manter a senhora King lúcida e para isso temos dois policiais disfarçado na clínica que ela está internada e vamos focar em Royce King Jr. Sobre ele, temos muito pouco, apenas que ele se passa por outra pessoa e que os federais estão atrás dele. 

— Só isso não o mantém preso? 

— Não tenho muita certeza, por que a investigação dos federais é secreta. - Suspirei encostando em meu carro. - Trinta dias Jazz é o tempo para a Sra. King estar completamente lúcida e para descobrirmos toda a farsa de Royce. 

— É todo o resto do ano. 

— Fazer o que! - Lamentei. - Uma investigação da polícia nem sempre é rápido e fácil. 

— Verdade. - Ele suspirou. - Acho que vou para casa descansar um pouco, Allie me mandou mensagem cedo dizendo que o almoço vai ser na casa dos pais dela. 

— Rose mandou mensagem para mim também! - Sorri para ele. - Falei para ela ver com Kate. 

—  Porque é Kate que manda em casa. - Jazz falou rindo 

— Vá se ferrar! - Dei um soquinho em seu braço 

— Idiota! - Ele me xingou 

Começamos a rir e nós despedimos. Jazz foi para a moto dele e eu entrei em meu carro. Olhei no relógio já era quase dez da manhã, provavelmente as crianças ainda estão dormindo e se eu for rápido, talvez conseguiria passar um tempo sossegado junto com Kate. 

Dirigi menos de cinco minutos até estacionar na frente de casa. Desci do carro e entrei em casa. Me assustei quando encontrei na sala Kate, as crianças e mais três pessoas sentadas no sofá da sala. Eu sabia em eram, a mulher era Kebi e o homem Amun, minha mãe biológica e seu marido. A jovem na sala era Tia, filha dos dois, eu sabia disso, por que, por pura curiosidade, eu sempre procurava sobre minha mãe no sistema. 

Ela ficou de pé, procurei pelo olhar de Kate querendo perguntar o que estava acontecendo ali, mas Levi foi o primeiro a falar: 

— Você está atrasado! - Ele se levantou do sofá e veio na minha direção. - A  gente tomou café já faz umas meia hora! 

— Sinto muito! - Baguncei o cabelo dele com a mão. 

— Não tem problema. - Sky que tinha levantado e vindo até a gente falou. - Não íamos conseguir assistir nada mesmo. - Ela me olhou séria. - Temos visita. 

— Eu vi Sky! 

— Garrett! - Kebi falou meu nome e eu a olhei. Ela era um pouco mais baixa que Kate, pele morena, como a minha, cabelos castanhos e magra. - Eu preciso falar com você. 

— Falar comigo! - Falei confuso, eu não estava acreditando que ela estava ali. - Sky, Levi, porque vocês não sobem para assistir algo? - Sugeri pros dois por que não interessava o teor da conversa, não queria eles participando dela. 

— Ta bem! - Sky sorriu para Levi. - Vamos Levi, tenho um jogo novo para te mostrar. 

Esperei os dois saírem da sala e me aproximei do sofá, Kebi continuava de pé olhando para mim. Fiquei de pé, ao lado da poltrona que Kate estava sentada e falei: 

— No que posso ajudar? - Ela não falou nada, seus olhos estavam cheios de lágrimas. Kate segurou a minha mãe e eu apertei a dela. 

— Você sabe que ela é ? - A garota sentada me perguntou se referindo a Kebi. Ela era uma mulher bonita, não devia ter mais do que vinte e cinco anos, magra, baixa, cabelos castanhos avermelhados. 

— Sim, a pessoa que me deixou num orfanato quando eu nasci. 

— Eu não fiz por que eu queria Garrett! - Ela falou 

— E você veio se explicar depois de trinta e dois anos? - Perguntei tentando manter o controle. 

— Você pode escutá-la pelo menos? - A garota falou olhando para mim 

— Não sei se quero! - Respondi 

— Garrett! - Kate falou. - Apenas ouvir meu amor. 

Suspirei pesadamente e me encostei no braço da poltrona que Kate estava. Olhei para Kebi novamente e ela começou a falar: 

— Eu tinha apenas 15 anos quando engravidei. Stefan, seu pai biológico desapareceu assim que contei que estava grávida e me vi sozinha. Meus pais planejaram tudo, para eu não ser a vergonha da família. Eu teria o filho, daria para adoção e depois seria mandada para estudar num internato e foi exatamente o que aconteceu, não pude nem opinar quanto a isso. 

— Que horror! - Kate falou. 

— Eu pensei por várias vezes em fugir deles, criar você sozinho, mas eu não fazia ideia de como manter eu e uma criança sem a ajuda deles.- Ela enxugou algumas lágrimas que caíram de seus olhos. - Eu sei que ao menos eu poderia tentar e que nada vai justificar eu ter te abandonado, mas eu era tão nova. - Ela Respirou profundamente para manter o controle sobre suas emoções. -  Quando você nasceu eu só pude te ver uma vez e te colocar um nome antes deles te levarem. Depois vivi num internato por todo o ensino médio e saí apenas para poder fazer faculdade. 

— Quando a gente se conheceu ela já estava com 21 anos. - Amun falou, após todos ficarmos alguns segundos em silêncio. - Kebi era uma garota quieta e que vivia sozinha na faculdade, sempre com um olhar distante e triste. 

— Depois que nós casamos, Amun foi transferido para cá. - Kebi continuou falando. -  Quando Tia estava com oito anos meu pai morreu e só então descobri onde ele tinha te deixado. Eu fui atrás de você , mas você não estava mais lá, você já era praticamente adulto e estava começando na academia da polícia. 

Voltamos a ficar em silêncio, eu não conseguia pensar em nada para falar, por mais que a história dela era triste e justificável, só eu sabia o que passei vivendo a vida toda sem uma mãe por perto.

— É porque veio atrás de mim agora? - Perguntei, tentando me manter o mais calmo possível. 

— Mamãe sempre procurou por você. - Tia falou. - A gente nunca se aproximou, mas vez ou outra, te observamos de longe. 

— E isso é crime! - Falei 

— Pode ser, mas mamãe apenas queria te ver. Mês passado a gente viu você e as crianças brincando aqui na frente, vocês estavam correndo e tinha tanto amor e carinho envolvidos naquela cena. 

— Foi aí que decidi que você precisava saber a verdade. - Kebi falou - Procurei ajuda e acho que Deus me mandou exatamente no lugar certo. Fui até a fundação dos McCarty e Cullen, Esme foi quem me incentivou a te procurar.

— Ela sabia que você era você! - Perguntei surpreso 

— Não exatamente, os atendimentos que eles fazem com pais lá não é citado nome nem nada, ela só dá conselhos. 

— Então. - Me levantei e andei um pouco pela sala. - Você veio até aqui  esperando o que de mim?

— Eu vim te contar a verdade, achei que você precisava saber como tudo aconteceu. 

Me virei e olhei sentindo a escada, pela primeira vez desde que Sky e Levi tinham saído da sala, os dois estavam sentados no topo da escada, escutando toda a história em silêncio. Suspirei, antes de olhar para ela e falar: 

— Obrigado por ter vindo me contar! – Foi a única coisa que saiu da minha boca

— Eu sei que não tenho o direito de te pedir nada e que talvez você me queira bem longe de você e da sua família, mas eu gostaria muito de conhecer vocês. 

— Eu acho que as coisas não são tão simples assim. - Balancei minha cabeça. - Foram trinta e dois anos. 

— Sabemos disso Garrett. - Tia se levantou. - Não conseguimos nem imaginar por tudo que você teve que passar até aqui, mas  foi difícil para nós também. - Ela suspirou - Só estamos pedindo uma pequena chance. 

— Nunca imaginei essa situação. – Sentei novamente ao lado de Kate. – Nao sei se posso perdoar, eu sinto muito! 

— Eu sei! - Kebi falou olhando pra mim, com algumas lágrimas escorrendo em seus olhos. - É um direito seu. 

— Mas isso não impede de tentarmos algo. – Falei me lembrando que Sky e Levi estavam escutando nossa conversa e que qualquer coisa que eu falasse serviria de exemplo pra eles. – Nem que seja algumas conversas. 

Kate segurou novamente minha mão e sorriu. Kebi e Tia também sorriram, um sorriso mais triste, mas conformados. 

— Obrigado. – Foi Amun que falou. – É muito importante para a gente. - As duas sentaram novamente no sofá. 

— Olhem, para ser bem sinceros com vocês, eu estou um pouco anestesiado com tudo isso. Se fosse alguns anos atrás eu provavelmente não teria nem escutado o que vocês queriam comigo, mas tenho vivenciado tantas coisas no Projeto, com Esme e Carmen, que não consigo ser indiferente  a tudo que você está me contando. - Suspirei olhando para Kebi. - Só não esperem que eu finja que nada aconteceu durante a vida toda e os abracem como minha família, não é assim que funciona, mas se sintam à vontade para aparecer ou ligar quando tiverem vontade. 

Kebi sorriu para mim, um sorriso triste, mas esperançoso, ao meio de suas lágrimas. 

— Obrigado! 

Ficamos em silêncio novamente,  eu não sabia o que estava sentindo estando frente a frente com minha mãe biológica, não sabia nem o que conversar com ela. Me lembrei de quando conheci Stefan e como ele falava cheio de raiva sobre ela, covarde, filho da puta, como ele pode abandonar a namorada grávida. Respirei fundo e mudei de assunto, não ficaria remoendo o passado e também não pularia no colo dela a chamando de mamãe, mas seria bom conhecê-los, era um grande passo para curar todas as feridas do meu passado. 


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