Safe with Me escrita por tokki


Capítulo 1
único — i won't let you go.


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fanfic em muito, muito tempo mesmo. É apenas um draft para eu ver se pego o jeito de novo, mas mesmo assim espero que gostem e não se esqueçam de comentar algo!



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Arya não havia contado tudo.

Jon conseguia sentir a hesitação em cada palavra proferida por sua irmã enquanto ela narrava o que lhe acontecera após a morte do pai. Seus olhos buscavam os dele diversas vezes, como se procurando algum resquício de julgamento ou até mesmo raiva, e ele notou os ombros da pequena relaxarem no momento em que seus dedos cobertos de cicatrizes acariciaram sua bochecha, incentivando-a a continuar.

Estavam nos aposentos de Jon, ambos ainda vestidos com pijamas, ambos também sem conseguir dormir. Ela viera com uma vela na mão e batera suavemente na porta, suas vestes brancas fazendo com que parecesse um fantasma ao adentrar o quarto e sentar-se na cama do Rei do Norte, cruzando as pernas como costumava fazer quando mais nova.  Não precisaram trocar nenhuma palavra, Jon já sabia o que ela queria fazer, e Arya logo começou a contar, sua voz quase um sussurro.

Quando terminou, foi a vez de Jon. Iniciou sua história desde o momento que deixou Winterfell, seus primeiros dias na Patrulha da Noite, as palavras fluindo como se tivesse aberto uma torneira. E ela prestava atenção, seus olhos acinzentados não desviando por um segundo sequer. Não sabia dizer quanto tempo ficou falando, sua voz adquirindo um tom mais grave e solene quando contou sobre sua morte, e como voltou à vida. Observou a pequena mexer-se levemente na cama.

— Os homens que fizeram isso com você estão mortos? – questionou, soando surpreendentemente calma em de um rosto tão cheio de raiva e fogo. Alguma coisa nela o lembrou Ygritte, como alguma coisa em Ygritte o lembrava Arya.

Ele assentiu. Foi a única pergunta feita até que terminasse de falar.

Ficaram então os dois em silêncio, o que foi reconfortante. Jon ainda estava digerindo o fato de sua irmãzinha, alegre e esperta quando a havia deixado tantos anos atrás, ter dizimado a família Frey inteira em apenas uma noite. Orgulho ardia em seu peito como brasas, e também preocupação ao refletir tudo que Arya experienciara; fora feita de escrava, sofrera violência e traições diversas vezes, e ele nunca estivera lá para protegê-la. Falhara com a pessoa que mais amava no mundo.

Observou Arya, e em poucos segundos ela estava içando-se para dentro de seus braços, o abraçando como se estivessem se encontrando pela primeira vez. E talvez estavam, agora que grande parte de suas trajetórias pairavam por cima de suas cabeças no quarto pouco iluminado, nunca sendo esquecidas porém com um peso menor agora que podiam as dividir um com o outro. Ele acariciou as costas da mais nova, inalando o cheiro de seu cabelo recém-lavado, desejando poder a manter ali para sempre.

Sua pele era quentinha e macia, como a de um bebê. E ela era tão jovem, jovem demais para ter visto tanto, feito tanto.  Jon queria voltar no tempo e impedir seu pai de ir a Porto Real, impedi-lo de levar Arya e Sansa e todos os outros de Winterfell, impedir a si mesmo de se juntar à Patrulha da Noite. Mas tudo que pode fazer foi apertar a irmã e pedir ao Deuses que ela soubesse o quanto a adorava.

— Preciso matar Cersei. – ela segredou em seu ouvido, sua voz lhe causando um arrepio.

— Precisa ficar aqui, com Bran e Sansa, em segurança. Comigo – Jon respondeu, bagunçando os cabelos da pequena como era de seu costume. — Não a protegi durante todo esse tempo, deixe-me cuidar de você agora. Com Daenerys ao nosso lado, a rainha Cersei não manterá seu título por muito tempo.

Ela o encarou por um momento antes de depositar um leve beijo em seu rosto, tão próximo de seus lábios que quase inclinou-se para beijá-la.

— Não gosto de sua rainha Targaryen.

Então a mando embora, pensou. A expulso do Norte, a exilo de Westeros de preciso. Qualquer coisa por você.

— Mas gosto de seu nome... Aegon. Só não sei se me acostumarei a te chamar assim –  ela continuou, e ambos riram.

— É minha prima agora, Arya. Gosta disso?

— Sim. Poderia ser pior.

E dessa vez que ela o beijou, foi nos lábios. O selar durou pouco, e o gosto dela ficou impregnado tanto em sua boca quando em sua mente. Como sempre, sabiam o que o outro estava pensando sem palavras serem ditas, e os dois necessitavam daquilo.

— Está a salvo comigo – ele sussurrou, beijando o topo da cabeça de Arya. — Não precisa matar ninguém, prometo que cuidarei disso para você. Só fique aqui, e a manterei segura.

Quando ela adormeceu em seus braços, a guerra foi esquecida fora do quarto. Aquela era sua vitória.


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