The Four Halstead: Season 4 escrita por Bruna Rogers


Capítulo 3
Capítulo 3




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— Esse caso é uma enorme dor de cabeça — Peter Stone resmungou massageando as têmporas.

— Nem me fale — Amanda disse se sentando na grande mesa de reunião — parece tudo becos sem saídas.

A menina encontrada por Carisi a três dias continua no hospital, a lista de problemas encontrados pelos médicos apenas resumia o claro maus tratos que a pequena garota sofreu nos últimos meses, mas algo em tudo isso ainda fez os detetives se sentirem aliviados, a criança não havia sofrido abusos sexuais, mas fisicamente ela tinha sido espancada e passou um longo tempo na noite fria só com uma roupa de verão.

— Ela não é americana — Carisi comentou se sentando do outro lado da mesa — ela é brasileira.

— Isso se liga a imigração, sequestro parental e um monte de coisa que os federais se metem, não nós — Stone disse sabendo pelo olhar de Olivia que ela não deixaria aquilo de lado.

— Ela disse algo sobre a família? — a Tenente Benson questionou Carisi.

O detetive é a única pessoa que consegue falar com a menina, pois ela parece ter medo de todos os outros. Carisi passou as últimas horas falando com uma criança assustada que contou-lhe coisas assustadoras.

— O nome dela é Ana Beatriz Silva, tem dez anos e é do Brasil — Carisi explicava olhando para Olivia — ela veio para cá em setembro de 2017 de forma ilegal, a mãe dela se chama Fabiane e elas moravam em uma casa com mais três mulheres que não vieram junto a elas. Ana não sabe ao certo quanto tempo exatamente ficou lá, mas, segundo ela numa noite há muito tempo a polícia invadiu o local e separou ela da mãe. Ana foi levada para uma casa por alguns dias e depois para um galpão onde ela ficou junto com outras várias crianças por muito tempo. Até que quatro dias atrás um homem tirou ela e mais duas crianças desse lugar e os levaram para uma casa onde tinha cinco homens, Ana disse que fugiu por uma janela e não sabe ao certo o quanto correu até chegar onde eu a encontrei.

— E ela não faz ideia do caminho porque ela não conhece a cidade — Amanda suspirou.

— Achei as imagens da menina — Tutuola entrou na sala passando a imagem para a grande televisão.

Por horas ele demorou para conseguir traçar todo o caminho que Ana tinha percorrido desde a casa da qual fugiu até o local onde foi encontrada, além das informações sobre o veículo que a levou até aquela residência.

— Ela andou muito para uma criança, ainda mais nesse frio — ele disse mostrando na televisão um mapa com o caminho além das imagens de câmeras de segurança — a casa pertence a Billy Thorne, ele está na Espanha a seis meses.

— Bem se não dá para falar com ele, vamos falar com os vizinhos — Olívia diz se virando para Stone e tirando os óculos — enquanto Stone nos consegue um mandado para a residência.

O grupo se dispersou, Carisi e Rollins vão juntos até o endereço da casa que fica a pouco mais de cinco quilômetros do local onde Ana foi encontrada. Apesar do sol brilhar no céu azul de Nova Iorque, o vento cortante e a neve espalhada pela cidade, se locomover pela cidade estava bem complicada, o que é um caminho de meia hora de carro, no inverno se torna uma viagem de mais de uma hora.

Carisi dirigia pelo trânsito ruim da cidade com Amanda  ao seu lado, ambos calados. Desde aquela noite os dois não tinham ficado mais de cinco minutos juntos e sem mais ninguém a volta, o detetive apesar de tentar agir normalmente ainda tinha algumas dúvidas do que é normal depois dos dois quase transarem, anos de amizade e agora ele não queria pisar em ovos sobre os assuntos, então decidiu agir como se nada de diferente tivesse acontecido até que ela tomasse a decisão de falar sobre isso.

Amanda também não esperava ter que lidar com uma conversa sobre relacionamentos ou uma quase transa tão cedo, e ficou feliz que Carisi esperava não tinha tentado fazer isso, os dois seguiram quase todo o caminho em silêncio ou com ela lendo as informações que Fin Tutuola havia conseguido sobre Billy Thorne. Chegando a residência eles se surpreenderam com o quão pacífica e familiar aquela rua era, várias crianças brincam do lado de fora de suas casas, enquanto alguns jogam hockey, outros fazem bonecos de neve ou uma guerra de bolas de neve, todas felizes em seu dia sem aula. A casa de onde Ana fugiu parecia muito bem cuidada para estar fechada a meses, os dois detetives então foram de casa em casa com uma foto da criança que não foi reconhecida por nenhum dos vizinhos, mas todos foram unânimes em dizer que Billy Thorne é um bom rapaz que deixa o melhor amigo usar a casa enquanto está fora da cidade.

~~~

— Oi Norman Bowerd — Olivia diz entrando na sala de interrogatório, onde o homem alto e gordo transpirava tanto que parecia doente — Imagino que meus detetives tenham explicado a razão de sua prisão certo?

— Isso é um absurdo — o homem disse nervoso.

— Bem seu amigo Billy Thorne confirmou que você ficou hospedado na casa dele no último mês, enquanto ele esta na Europa — Olivia pousou as pastas que carregava sobre a mesa de metal, enquanto Carisi se sentava na cadeira a frente de Norman, Benson permaneceu de pé.

— E encontramos uma criança que disse ter fugido daquela casa.

— E vocês acreditaram nela? — o homem rosnou encarando Carisi.

— Levando em conta que a rastreamos até aquele endereço — Carisi respondeu — sim eu acredito, então por que você não conta o que três crianças estavam fazendo quatro dias atrás na casa onde você ta morando?

— C-como eu vou saber — ele recuou — eles devem ter invadido.

— E você não os viu lá? — Benson questionou segurando com todas as forças o seu tom para não sair extremamente sarcástico.

— Não.

— Seu álibi de quatro dias atrás é mentira, já perguntamos no bar — Carisi se debruçou sobre a mesa — as câmeras desmentem tudo o que você diz, então fala logo.

— Cara eu não sei nada sobre crianças eu juro — o medo era palpável na voz dele — eu não estava em casa eu alug... — ele se calou ao perceber o que estava prestes a dizer, mas pelo brilho que viu no olhar do detetive a sua frente ele percebeu que os dois tinham entendido.

— Espera aí — Benson apoiou as mãos sobre a mesa — você alugou a casa do seu amigo? — a expressão dele dizia tudo — para quem?

— Eu não..

— Escuta Bowed você está muito perto de enfrentar uma acusação de sequestro de crianças, maus tratos e outros crimes, realmente essa é a hora de falar — Carisi disse como um conselho.

— Eu...— ele resistiu olhando pros dois — podem me prender eu confesso.

Olivia se sentou na cadeira ao lado de Carisi e pediu para Bowed explicasse tudo, e ele o fez. Contou uma longa história sobre como a menina chegou na casa e como fugiu e nada condizia com o que eles tinham descoberto o que só irritou Benson, ela após tantos anos já estava acostumadas com peões idiotas levando a culpa por pessoas realmente ruins, e ela não estava disposta a deixar isso acontecer.

— Por favor — Benson se irritou — dá para ver que está escondendo algo, protegendo alguém, vale assim tanto a pena fazer isso?

— Levando em conta o que farão com você na prisão eu duvido que a lealdade a ele seja a melhor ideia — Carisi disse.

— Eu já disse que confesso.

— E a sua história não condiz com os fatos então facilita e diz logo a verdade — o detetive insistiu.

— Essa é a verdade — Bowed gritou.

Olivia se levantou cansada de tudo aquilo, deixariam ele por um tempo ali, ele não pediu advogado o que foi surpreendente, então os dois detetives apenas saíram da sala. Do lado de fora Stone e Tutuola assistiam ao interrogatório.

— Ele confessou vou levá-lo ao tribunal amanhã — Peter avisou de braços cruzados.

— Ele está protegendo alguém — Fin disse olhando fixamente pro homem através do espelho.

— A pergunta é quem? — Olivia suspirou — descubram tudo que puderem sobre ele, os amigos tudo.

~~~

— Chicago? — Stone questionou encarando o quadro com a imagem de um grupo de homens e mulheres separados em duas colunas Supeitos e Vitimas.

— Sim — Carisi disse indicando dois rostos em meia aos outros — temos imagem dele levando Clarissa Alsterk para Chicago, ela é uma das imigrantes que recebeu green card a poucos meses.

— Pesquisamos no banco de dados — Rollins disse — ele foi visto passeando pela cidade, mas nada sobre ela, cartões de crédito, residencia, nada foi comprado ou alugado no nome dela desde o voo, é como se ela tivesse desaparecido da face da Terra, porque nem uma certidão de óbito existe.

Benson retirou os  óculos e esfregou os olhos cansados, o seu corpo já pedia por algumas horas de descanso, mas ela não podia abandonar o caso. "Chicago" a palavra se repetiu em sua mente junto com as lembranças da última vez que pisou na cidade quando Greg Yates fugiu da cadeia e foi para Chicago atrás da família que o deu para adoção. Nunca mais ela foi para lá, ainda assim manteve certo contato com Hank Voight, então apesar de ser dificil trabalhar com o sargento ela confiava na eficiencia dos membros da Unidade de Inteligencia que ele lidera.

— Ligue para o Voight — ela disse para Rollins —  vamos tentar resolver esse caso em conjunto.

 


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