Narração por Greta Montenegro Vargas

A minha história é mais sobre uma amiga do que sobre mim, mas vamos começar por mim. Minha mãe tem uma amiga e infância que teve uma filha dois meses antes de eu nascer, assim, eu e Ingrid crescemos juntas e nos tornamos melhores amigas. Nós duas sempre dissemos que abriríamos um spa juntas quando crescêssemos, mas isso aos poucos nos foi ficando de lado quando cada uma começou a pensar em mil cursos diferentes que queríamos. Apesar disso, uma coisa sempre nós duas concordamos: Não casaríamos tão cedo. Nossa vida seria independente e cresceríamos sozinhas. Sabíamos claramente o quanto as pessoas nos achavam superficiais, principalmente quando olhavam nossas mães que não faziam nada além de gastar o dinheiro de nossos pais. Não seríamos assim.

Contudo, tudo mudou quando fizemos uma viagem aos 15 anos de idade para uma ilha paradisíaca de férias com a nossa turma. Antes de viajarmos eu estava certa de que tudo sairia perfeitamente bem, afinal o que poderia dar errado? Tudo.

Para início de conversa, Ingrid por várias vezes viu uma outra colega da nossa sala vomitando, ela me contou isso e mandei ela deixar para lá e não se intrometer. E aí ela parece que encontrou alguém com quem desabafar tudo o que eu não queria ouvir. Nossas conversas passaram a ser mais superficiais e parecia que ela nunca dava continuidade aos nossos assuntos, ao que eu começava a falar ou o que fosse. Foi aí que ela confessou a mim e nossos outros amigos sobre ela ter ficado com O PROFESSOR MARCELO.

De início eu fiquei assustada, o professor Marcelo era muito mais velho do que a gente, mas em um segundo momento eu fiquei orgulhosa da minha amiga por colocar as garras em um homem daquele. Ele sempre foi aquele tipo de professor que todas as meninas da escola e professoras babam em cima. Logo em um terceiro e último momento me preocupei novamente, principalmente porque ela continuou vendo-o escondida.

De repente duas mortes aconteceram e além disso descobrimos um segredo surreal da Pietra, parece que tudo aquilo fez com que na nossa volta para casa ela se afastasse mais ainda de mim. Depois de conversar com ela pela milésima vez e aconselhar sobre ele, achei que tudo havia terminado. Aí eu descobri que eles não haviam se separado um minuto sequer. Aquele medo misturado ao meu ciúmes de ser deixada de lado, me fez explodir e falar várias coisas que depois percebi serem desnecessárias e cruéis.

Resumindo bem, no ano seguinte nós duas nos afastamos e o que nos reaproximou um pouco foi quando a bomba finalmente explodiu e de alguma forma sua família ficou sabendo do professor. Apesar de todos nós , amigos dela, darmos apoio e consolo, eu definitivamente fui a única que continuei ao lado dela.

Eu só não sabia por quanto tempo mais aquilo poderia durar.