Narração por Heitor Marques de Moraes

Eu sou um cara normal. Nasci em uma casa de amantes dos esportes. Meus pais amam basquete e vôlei e nós sempre fomos incentivados nisso e também desde cedo ganhamos bicicletas com as quais andávamos todos os quatro - eu, meu pai, minha mãe e minha irmã - todos os dias no fim da tarde. Por volta dos meus oito anos eu pedi um skate para eles depois de ver um programa de TV e desde então isso se tornou meu vício. Até meus quatorze anos nó ainda andávamos todos juntos no fim do dia, mas depois meu pai subiu de cargo e minha mãe mudou de emprego e isso fez eles não terem mais tanto tempo para andarmos juntos, aos poucos a minha irmã foi encontrando outras pessoas parem fazerem companhia para ela e me deixou de lado.

Por outro lado, sou amigo do Fabrício e da Pietra desde muito novo e junto com eles dois vieram mais três meninas: Eliana, Greta e Ingrid. Das três eu nunca fui muito amigo, mas elas também nunca se esforçaram. Minha vida era basicamente dedicada a treinar com meu skate para um dia ser um grande skatista como o Tony Hawk ou Rodney Mullen, fora isso eu gosto de sair com a Pietra e o Fabrício para fazer qualquer coisa que eles queiram, o que geralmente é jogar vídeo game e assistir filme, eles dois também sempre vão ás minhas competições de skate ou vão comigo ver a minha irmã gêmea competir em algum esporte. Fora isso eu fazia a escola basicamente por obrigação, porque eu não tinha interesse nenhum em nada daquilo.

Teve uma viagem de férias que eu estava sem nenhuma empolgação para ir, mas fiz o esforço de fingir que sim. No fim ela foi pior do que eu imaginava, com exceção de que acho que me apaixonei por uma garota. Justo a Eliana. Eu nunca havia reparado muito nela, a não ser no que era obviamente perceptível: Mandona, irritadinha e só andava parecendo que estava de luto o tempo todo. E claro que também reparei que ela tinha um corpão pra idade.

Depois que notei que Pietra e Fabricio estavam ocupados demais para me darem atenção - sim eu sou carente -  eu recorri a Eliana. Ela tentou ao máximo me evitar, mas era óbvio que ela também estava abandonada pelos nossos amigos já que as duas outras não eram tão próximas de nós dois se Pietra não estivesse por perto. Acredito que Pietra é quem fazia todos nós sermos amigos, a partir do momento que ela saiu de cena, todo mundo se afastou. Com o passar dos dias com Eliana do meu lado, reparei mais nela. No fundo ela era carismática e muito sonhadora, ela também foi ótima conselheira e amiga quando eu estive mal.

Quando voltamos para nossas casas, eu estava abalado e ela também. Nossas férias não foram lá as melhores do mundo. Mesmo assim eu chamei-a para ir me ver treinando em um fim de semana e para a minha surpresa ela estava lá, quando fui com ela até e casa eu criei coragem de beija-la e imaginei que receberia o já conhecido soco no estômago que ela sempre me dava quando eu a irritava, mas ela me chamou pra entrar.

Não sei no que aquilo se transformou. Estávamos namorando? Decidi não perguntar, já estava suficiente assim. Eu estava adorando-a e sentia o mesmo dela por mim, por mais que ainda levasse uns tapas de vez em quando. Eliana foi o meu primeiro relacionamento de verdade.