Depois da ilha - Quem fomos nós? - Livro 3 escrita por Letícia Pontes


Capítulo 6
Eliana




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/779634/chapter/6

Narração por Eliana Muniz Duarte

 

Irmã mais velha de 3 meninas em casa. Essa sou eu. Meus pais sempre foram muito grudentos e melosos, coisa que nenhuma de nós três gostávamos. Temos diferença de idade bem próximas, Elena nasceu um anos depois de mim e Elaine nasceu dois anos depois de Elena.  Eu sei, meus pais tem zero criatividade para nomes. Sempre fui a mesma pessoa: nenhuma paciência, explosiva, detesto essa gente toda movida pela grana e ainda bem que meus pais apesar de ricos são pessoas muito simples e não vivem de luxo. Adorei a Pietra porque me identifiquei com ela assim que eu a conheci. Ela é filha de uma das famílias mais ricas dessa cidade e mesmo assim ela é tão discreta e nunca fala sobre isso. Acabei em aproximando das loira oxigenadas Greta e Ingrid porque eram amigas dela e no fim das contas com toda aquela arrogância e frescuras e mesmo elas sendo basicamente movidas pelo dinheiro, eu gosto delas. E por fim os meninos. Heitor me irritou desde o primeiro dia que eu o conheci, odeio muitas coisas e uma das coisas é que falem gritando. Ele faz isso o tempo todo, principalmente quando mais novo. E Fabrício era um mulherengo, mas eu acabei gostando dele mais do que eu deveria.

Obviamente nunca falei isso para ele e nem para ninguém. Em primeiro lugar eu nunca me imaginei namorando alguém e piorou alguém como Fabrício, em segundo lugar ele era tão mulherengo que era óbvio que se eu quisesse me aproximar ele só ia ficar comigo e me descartar. E eu não sou um objeto descartável. E aí eu coloquei na minha cabeça que esqueceria ele. Quando nas férias de nosso primeiro ano do ensino médio ele se mostrou claramente apaixonado pela Kamila, eu decidi de uma vez por todas que ia esquece-lo. Afinal, agora ele tinha alguém e eu não sou o tipo de garota que tenta destruir um relacionamento porque quero o rapaz. Não mesmo. Não em chamo Jemima.

Naquelas férias aconteceu o que eu sempre julguei nos outro. Sabe quando você vê um casal ou então uma pessoa gostando de outra e ai da noite pro dia essas pessoas já estão afim de outras? Você olha e pensa: ué, mas estavam juntos não faz nem uma semana e ela já esta com outro? Ou, mas ele gostava da fulana um mês atrás e agora namora a sicrana. Pois é. Julguei demais e olha só pra mim.

Pietra estava ocupada demais com seus rolos com Ivo e Igor - que depois eu descobri que o rolo era mesmo porque ela era uma sereia - para passar tempo comigo. Fabrício namorando Kamila e seguindo-a como um cachorrinho era uma opção não seletiva para passar o tempo naquela ilha. Greta e Ingrid mesmo que quisessem que eu fosse com ela para qualquer lugar eu não iria. Eu gostava delas sim, mas não para passarmos tempo as três juntas, os programas delas nunca eram de meu agrado: Tomar sol, paquerar caras, fazer compras, ir na manicure... Enfim, aí então que entra o Heitor.

Como eu e ele acabamos sendo os únicos sobrando, acabamos nos aproximando. Eu não ligava de ficar sozinha lendo, ouvindo música ou andando pela cidade, mas toda lugar que eu ia ele aparecia porque queria companhia. No início ele batia nele e o mandava pra bem longe de mim, porém depois fiquei com pena de vê-lo sozinho tentando se aproximar dos grupinhos que pareciam já fechados.

Heitor foi se tornando um bom amigo e isso era novidade para mim. Sinceramente não sei como comecei a gostar dele. Não foi pela aparência física, Heitor sempre fora muito bonito e isso eu nunca neguei,, ninguém nunca negou. Era todo o jeito moleque dele que me irritava. As bermudas folgadas, tênis imundo, camisas enormes para o tamanho dele, bonés de todo tipo de banda desconhecida, a voz alta e aquele maldito skate que não saia dos pés dele ou de baixo de seu braço.

Quando voltamos para nossa cidade, todo mundo estava meio estranho. Heitor foi o único que permaneceu próximo à mim e de alguma forma um dia nós nos beijamos. Minha mãe viu e ficou toda contente e entusiasmada, óbvio. Isso é  cara dela. Ele dormiu lá em casa diversas vezes (não comigo, em outro quarto) e começamos um relacionamento que sinceramente nenhum dos dois decidiu intitular de namoro. Até agora não sei o que podemos dar de nome.

Durou muito e durou tão bem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Depois da ilha - Quem fomos nós? - Livro 3" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.