Depois da ilha - Quem fomos nós? - Livro 3 escrita por Letícia Pontes


Capítulo 19
Pâmela


Notas iniciais do capítulo

A personagem mais injustiçada.



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Eu era o tipo de garota que não tinha nada do que reclamar. Família rica, amorosa e unida, excelente saúde, amigas maravilhosas, notas perfeitas, corpo lindo, rosto divido e cabelo sedoso. Aos 15 anos de idade eu já tinha todo o meu futuro planejado e estava de férias em uma ilha paradisíaca. Minha vida era perfeita demais e talvez tenha sido por isso que eu tenha morrido. Nada pode ser tão perfeito. De repente tudo escureceu e quando eu acordei, estava amarrada em uma cadeira em alguma cabana ou chalé maltrapilho. Comecei a gritar, mas havia um pano amarrado em minha boca abafando a voz e dificultando-a. Meus olhos involuntariamente começaram a derramar lágrimas.

—Fica quita, você já já vai ser liberada.

A voz de um garoto me deixou ainda mais assustada e de repente ele pareceu na minha frente. o menino loiro que provavelmente tinha a minha idade ou menos, estava assustado e me encarava sem jeito.

—Já já vão vir fazer a troca.

—Pare de conversar com ela. - Uma segunda voz masculina que vinha de trás de mim falou.

—Só estou acalmando-a. Não é justo que façamos isso.

—Fica quieto.

O silencio reinou por mais de vinte minutos com o homem sentado em algum lugar atrás de mim e o menino em pé na minha frente me encarando e quando finalmente o homem decidiu vir me oferecer água, eu gelei. Era o nosso guia bonitão.

—Você quer agua? - Quando balancei a cabeça afirmativamente ele se retirou para buscar a água e voltou a falar. - Estamos no meio do anda, então não importa o quanto grite, ninguém vai te ouvir, entendeu?

Então assim que ele tirou o pano de minha boca e pensei em gritar, mas logo deixei para lá. Bebi a água vorazmente. estava escuro lá fora e eu não fazia ideia do que estava acontecendo nem de que horas eram, muito menos de quando eu sairia daquele lugar.

— O que esta acontecendo? Porque estou aqui?

Minha voz era trêmula e anasalada por causa do meu nariz entupido de tanto chorar. Os dois rapazes agora estavam em pé na minha frente e pareciam ser irmãos de tão parecidos.

—Sabe, querida, você foi a pior isca que eles poderiam ter pego. - Uma terceira voz surgiu na sala e um homem velho entrou me assustando. - Pedi para que esses dois idiotas trouxessem uma das amigas da Pietra para servir de isca para trazer a doce sereia até mim. Mas você não é amiga dela não é? É só uma colega idiota e Pietra não virá até aqui por você.

O homem estava agora com uma arma apontada para o nosso guia Igor e ele levantou as mãos rapidamente tão assustado quanto eu. Outros dois homens apareceram com luvas e um deles em questão de segundo disparou a arma contra mim. Achei que ele havia errado então apenas assustei e depois continuei observando-os. O homem que havia atirado em mim colocou a arma na mão do menino da minha idade que estava imóvel como quem estivesse em choque me olhando. Olhei para baixo e só então entendi que havia sido atingida em cheio em meu peito.  O homem posicionado atrás do mais novo, segurando a arma de fogo na mão dele, disparou mais duas vezes. Eu sentia como se estivessem me jogando pedras pequenas. Eu sentia o impacto, mas não sentia dor alguma. Os homens saíram, o velho também, o mundo parecia estar no mudo, mas eu via bocas se movendo. Tudo começou a ficar embaçado. E acabou alí.


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Notas finais do capítulo

A visão que não foi nos contada no livro anterior.



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