Wildflowers escrita por Nonni


Capítulo 7
Aquele da flor selvagem e do pedido.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Uma mesa bastante farta, com diversas opções de alimentos, estava posta para o café daquele começo de dia na fazenda Mills. Zelena e Henry já estavam sentados, ambos estranhando que Regina ainda não havia descido. A ruiva conversava alegremente com Henry, que a considerava como uma filha, visto que a mulher fazia parte da vida da família desde a infância. Logo passos puderam ser ouvidos e os dois levantaram o olhar para a porta do cômodo, onde entrava Regina sendo seguida por Lola. 

"Bom dia para a bela adormecida." saudou Zelena, levando a xícara de café a boca. Regina riu, depositando um beijo terno na cabeça do pai e seguindo até o lado da ruiva, comprimentando a amiga com um beijo na bochecha. 

"Acabei perdendo a hora." explicou. "O que você faz aqui tão cedo?" serviu-se de um copo de suco com uma fatia de pão com geleia de uva. 

"Fiquei com vontade de almoçar com vocês hoje." Zelena respondeu, também servindo-se de uma fatia de pão. Henry observava as duas, tomando um pouco de café pacientemente. 

"Engraçado… o almoço é só daqui algumas horas." Regina provocou, recebendo um olhar fuzilante em resposta. 

"Então claramente você saiu ganhando com a minha presença aqui tão cedo." Não deixou barato a ruiva. 

Apesar das implicâncias, Regina adorava que Zelena passasse tempo com eles. Nas últimas semanas, as coisas estavam tão corridas que não tiveram muito contato. Mas elas poderiam passar meses sem se falar que não perdiam toda a intimidade e carinho que tinham uma pela outra.

Agora faziam mais de quatro meses que a obra no hotel tinha começado. A parte exterior estava praticamente pronta, tanto que estavam partindo já para o início dos projetos para os jardins e área de lazer. A reforma interior, entretanto, ainda tinha muitos passos a serem traçados para que ficasse concluída. 

A semana de Robin e Regina fora bastante corrida, tanto que o homem tivera que ficar alguns dias até tarde da noite no escritório fazendo relatórios e também controlando toda a questão de compras da obra. A equipe da mão de obra também se encontrava a todo vapor. Além disso, na quinta feira, Robin fora para Nova Iorque, já que havia alguns assuntos que a matriz precisava que ele resolvesse lá. 

Desde então ele e Regina tinham contato apenas pelo celular, em chamadas de vídeo no final da noite que se estendiam por longos minutos. Um dos motivos pelo qual Regina aparecera tão tarde para o café naquele dia era por ter ficado até tarde no facetime com Robin. Pelos detalhes que ele lhe passara, teve muito trabalho desde que chegara na cidade na quinta feira, tirando apenas o sábado de noite para sair com Rose e sua mãe. Também comentara com Regina sobre Alice, a menina com a qual Rose estava se relacionando. Ele parecia genuinamente feliz com a nova relação da irmã e isso fazia Regina ficar feliz também. Apesar de ainda não conhecer a família de Robin, Regina já nutria um carinho especial por ela, principalmente pela caçula, com a qual falara na quinta a noite por chamada de vídeo. 

Apesar de saber da vontade de Robin em querer apresentar Rose e Regina pessoalmente, a arquiteta ainda lembrava do brilho no olhar do homem assim que as duas começaram a conversar pelo celular naquela noite. 

Podia parecer bobo, mas Regina sentia em algumas horas do dia seu coração apertar de saudade. Porque se acostumou com Robin, com a presença dele. Sentia saudade da forma carinhosa que ele lhe comprimentava todos os dias de manhã, às vezes com um café já pronto para ela. Sentia saudade dos seus beijos, cheiros e carinho. 

Para sua tristeza, ele só retornaria a Crowley Cornes na terça feira a tarde. Pelo menos já estava combinado que ela iria o pegar no aeroporto. 

Foi tirada de seus pensamentos com a risada de Zelena preenchendo o espaço. Algo que Henry falara fizera a ruiva gargalhar e Regina voltou o olhar para o pai, que piscou para ela. 

"O que é tão engraçado?" perguntou. 

"Henry e eu estávamos apenas recordando de como nós duas éramos impossíveis." Zelena disse, recuperando o fôlego. "Onde está sua cabecinha?" 

"Nem lhe conto, Zel." Regina respondeu, voltando a tomar seu café. O tempo lá fora fechava e ela se apressou a terminar a refeição, pois tinha ideia de montar em Stone. "Acho que podemos montar um pouco, o que você acha?" sugeriu a amiga, enquanto as duas tiravam a louça da mesa junto a Henry. 

"Acho perfeito! Isso é uma das coisas que o turrão não vai conseguir tirar de mim." Zelena disse, fazendo drama. "Já que agora perdi minha melhor amiga pra ele." 

"Isso vai ser sempre algo nosso, Zel. Além do mais, você não me perdeu coisa nenhuma. Chega de drama." aproximou-se de Zelena e a abraçou por trás, já que a amiga agora lavava a louça. A ruiva sorriu. 

"Corre lá e já pede pra selarem os cavalos, se não vamos pegar chuva." Zelena pediu e Regina se retirou da cozinha acompanhada do pai. O tempo, entretanto, só veio a baixo no começo da tarde, e as duas conseguiriam aproveitar a manhã para cavalgar pela propriedade. 

***

Na segunda a noite, no apartamento da família Locksley, a sétima temporada de Friends estava sendo a atração. Rose se encontrava abraçada a Alice em um dos sofás enquanto Robin tinha o notebook em cima da mesa de centro, trabalhando em algumas planilhas. Quando a companhia tocou, o loiro levantou-se para atender, sabendo que era a pizza que haviam encomendado. Anna e Richard estavam em um jantar de negócios, apenas os três estavam em casa. 

As duas jovens se alegraram quando Robin voltou para a sala com a pizza em uma das mãos e um litro de coca cola em outra. Depois de pôr o alimento na mesa de centro, o loiro salvou as planilhas que estava trabalhando e fechou o notebook, sentando perto das duas no sofá. 

"Regina ia adorar essa pizza." Ele comentou, distraído enquanto olhava o episódio. Rose riu, deitando a cabeça sobre o ombro do irmão. 

"Acho que da próxima vez é obrigação você trazer ela junto." Rose disse. 

"Da próxima vez são vocês que vão pra Crowley Cornes. Já era pra ter sido assim." Rose riu com a afirmação dele e o tom irritado. Ela levantou uma das mãos, pedindo paz. 

"Não se preocupe, Robin. Iremos logo." Confirmou a loirinha mais uma vez, recebendo um beijo na bochecha. Ela havia sentido muita falta de estar assim com Robin. Era bom ter ele de volta. 

"Sei que ninguém me convidou mas eu quero ir também, estou louca pra conhecer a Regina de tanto que você fala dela." Alice se pronunciou, fazendo os irmãos rirem. 

"Como se você precisasse ser convidada, meu amor. Pra onde eu for você vai junto, fim da história. " Rose disse, deixando um selinho carinhoso nos lábios de Alice, que sorriu. Robin se encantou com o carinho que elas tinham uma pela outra, ficando genuinamente feliz por sua irmã e cunhada. 

"E podemos aproveitar para fazer um encontro de casais, tem um pub que vou com a Regina em Crowley Cornes que é um encanto, tem música ao vivo. Vocês vão adorar." Robin comentou. 

"Rose me disse que Regina tem uma fazenda com vários cavalos… eu ia adorar cavalgar com ela. Quem sabe vocês dois não nos acompanham?" sugeriu Alice, vendo um olhar de pânico brotar nos rostos dos irmãos Locksley. Ela gargalhou, sendo seguida por eles. A genética não negava nada ali naquela situação. Os dois eram idênticos, com as mesmas manias. 

"Eu fico feliz em observar você cavalgar, Alice. E tenho certeza que Robin fica feliz em observar a Regina também." Rose falou, enquanto se servia de mais um pedaço de pizza. A namorada semicerrou os olhos pra ela. "Mas eu e Robin jamais subiremos em cima de um cavalo." concluiu, convicta. 

"Faço das palavras de Rose as minhas." O empresário falou. Alice apenas balançou a cabeça em negação, achando fofo o medo que os dois tinham de cavalgar. 

Mais tarde, quando a namorada da caçula havia ido embora, Rose se encontrava abraçada a Robin. A tristeza já lhe consumia o coração, porque no dia seguinte teria que deixá-lo ir novamente. 

"Eu odeio ter que ver você ir. Ainda mais agora que sei que não vai mais voltar pra cá." Falou baixinho, chamando a atenção de Robin. 

"Claro que eu vou voltar, Rose." respondeu, afastando-se dela para encarar os olhos azuis, tão iguais aos seus. 

"Quando a reforma estiver pronta, você não vai deixar a Regina, maninho. Você sabe disso, sabe o que o anel que você comprou significa." a voz embargou e Robin a puxou para seus braços. 

"Rose… eu não sei o que te dizer." sussurrou, plantando um beijo no topo da cabeça dela. "Você sabe o quão importante é pra mim? Deixar você aqui acaba comigo, maninha. Eu sempre vou voltar pra você." 

"Não definitivamente." 

"Talvez não. Mas sempre vou voltar, você só precisa fazer uma ligação, mandar uma mensagem, e eu venho correndo pra ver você." assegurou Robin, enquanto as mãos acariciavam os cabelos de Rose. 

"Eu acho… Acho que ela vai amar o anel, Robin. Você escolheu perfeitamente." a menina falou, mudando de assunto e afastando-se dele para mirar os olhos azuis. "Assim como eu, ela tem sorte de ter você." 

"Eu é que tenho sorte por ter vocês, Rose. As mulheres da minha vida." disse, os olhos marejados. Rose riu entre as lágrimas que aquela conversa estava causando nela. 

"Se ela te fizer sofrer, maninho, me deixe saber. Eu vou atrás daquela caipira e ensino uma lição pra ela." deixou claro, fazendo Robin rir. "Aliás, acho que vou deixar isso bem claro pra ela quando nos conhecermos pessoalmente." semicerrou os olhos.

"Acho que Regina é incapaz de me fazer sofrer, Rose." 

"Você a ama." Rose afirmou. Robin inclinou a cabeça, deixando o silêncio completar a afirmação da irmã. 

Porque ele sabia que Rose estava certa. 

Naquela noite, os irmãos Locksley pegaram no sono no sofá mesmo enquanto assistiam Friends, e quando Anna e Richard chegaram encontraram aquela cena que antes era tão cotidiana. Agora, talvez, tinha chances de acontecer raramente. Entretanto, a ligação que Robin e Rose compartilhavam jamais poderia ser interrompida. 

***

O aeroporto estava bastante lotado. Fora a primeira coisa que Regina observara. Enquanto prestava atenção nas pessoas do voo que Robin estava saírem pelo portão de desembarque, a morena inclinava a cabeça e esticava o corpo por diversas vezes para tentar enxergar além do que podia. Até que enfim, em um aglomerado de pessoas, ela identificou o loiro, que sorriu ao vê-la. Ambos apressaram os passos, ansiosos por finalmente estarem próximos novamente. Assim que a distância foi findada, Robin puxou Regina para seus braços, a morena afundando a cabeça no pescoço do homem. Robin riu conta as madeixas castanhas, realizado por finalmente estar sentindo o cheiro da sua caipira. 

"Como que pode essa saudade toda?" Regina quebrou o abraço, deixando as palavras escaparem por seus lábios, enquanto tomava o rosto do homem nas mãos. A barba por fazer dele era algo que Regina nunca iria cansar de acariciar. Se olharam por alguns instantes e Robin finalmente quebrou a distância entre os lábios. O beijo começara calmo, apenas um roçar de bocas, para logo depois tomar uma proporção um pouco maior, Regina entreabriu os lábios, e logo o contato se tornara urgente, a saudade crescente que sentiram um do outro sendo extravasada. Retomando a consciência de onde estavam, o empresário findou o contato, salpicando inúmeros selinhos na boca da sua morena. Regina riu, descansando a testa contra a dele, afastando-se um pouco e olhando pros lados, um pouco envergonhada. Robin riu, puxando-a para seus braços, colocando a boca em um beijo singelo no topo da cabeça da arquiteta, que fechou os olhos, derretendo nos braços dele. 

"Vão muitos e muitos beijos para eu acabar com a saudade que estou sentindo de você, meu amor." Robin mirou os olhos castanhos que brilharam em direção a ele. 

"Eu vou dar todos que você quiser." Sorriu travessa, bicando os lábios nos dele. Robin passou um braço na cintura dela enquanto a outra mão pegava sua mala, e juntos começaram a andar pelo aeroporto em direção a saída. 

"Amor, podemos tomar um café antes de pegar a estrada?" a arquiteta perguntou, quando eles passaram em uma das diversas cafeterias e lanchonetes que havia dentro do lugar. Robin sorriu, sabendo que sua morena adorava um café. "Podemos só tomar, porque acho que o papai vai nos esperar com um monte de coisa para comermos quando chegarmos." ela completou, esperando a confirmação do loiro. 

"Tudo que você quiser, minha linda." Regina riu com a apelido, além de saber que Robin não lhe negaria nada. Eles entraram no estabelecimento e Regina fez o pedido de dois cafés expressos. Esperaram o pedido abraçados. Robin pediu também uns cookies, pois sabia que Regina iria querer mastigar algo. Aprendera isso depois de algumas semanas junto com a mulher. Embora na hora ela falasse que só queria tomar um café, depois ela iria querer comer algo. Agora Robin já se prevenia. 

Quando pegaram os pedidos, sentaram em uma das mesas. Regina fechou os olhos assim que levou o café a boca, aproveitando o gosto da bebida que tanto gostava. Quando abriu as íris castanhas, encontrou o oceano azul que tanto adorava lhe observando. 

"Que foi?" perguntou, confusa. Robin levou a mão ao rosto dela, deixando um carinho singelo. 

"Só estava com saudade de você." respondeu, fazendo Regina sorrir. 

"Eu também estava de você, Robin." afirmou a morena, beijando a mão dele que estava em seu rosto. O loiro sorriu, abrindo o pacote dos cookies e oferecendo a ela. "Você sabia que eu ia querer comer né?" 

O loiro riu, afirmando com a cabeça. Robin mais a encarava que tomava o seu café. Embora ter que deixar a mãe e a Rose em Nova Iorque doesse, ele não via a hora de voltar para Crowley Cornes e poder estar com Regina. Se alguém lhe tivesse dito, há uns seis meses, que ele encontraria alguém que faria todo o seu mundo mudar, com toda certeza, o empresário teria rido na cara da pessoa. 

Mas agora, olhando para aquela mulher, Robin não conseguia pensar em qualquer outro lugar que quisesse estar. Ele também soube ali que Rose tinha razão. Ele amava Regina. E apesar de parecer cedo para os seus sentimentos estarem assim, tão nítidos dentro dele, o homem não os temia. Desde que Regina o correspondesse, então tudo ficaria bem. E eles dariam um jeito. 

"Queria que o meu turrão prestasse atenção no que eu falo." brincou a mulher, chamando a atenção de Robin. Os olhos azuis encontraram os castanhos e ele sorriu, pegando a mão dela na sua e levando até os lábios, como um pedido de desculpa. 

"Desculpe, meu amor. O que você perguntou?" Pediu, a morena semicerrando os olhos pra ele. 

"Como foi o voo?" repetiu, tomando o último gole do café. Robin quase não havia bebido o dele, empurrando o copinho pro lado dela. Regina não negou. "Está perdoado." brincou. 

"O voo foi tranquilo. Pegamos um pouco de chuva saindo de Nova Iorque, fico feliz de o tempo aqui estar bom, ficaria preocupado de você vir dirigindo na chuva." forçou um sorriso, a testa franzindo levemente. Regina o encarou, encantada com a preocupação que ele tinha com ela.  

"Eu sei dirigir muito bem, senhor Locksley. Não há motivo para preocupação." respondeu, com a intenção de confortá-lo. 

"Eu confio em você, o difícil é confiar nos outros." falou apenas, os olhos desviando dos de Regina. A morena franziu o cenho, sabendo que tinha algo ali, alguma coisa que Robin ainda não quisera compartilhar com ela. A morena depositou um beijo na bochecha dele, não querendo estragar o momento dos dois com assuntos que talvez trouxesse desconforto ao seu turrão. 

"E Rose e Alice? Vi uma foto que a Rose postou e achei as duas um doce!" mudou de assunto, Robin lhe dando um sorriso ao lembrar da irmã e de sua cunhada. 

"Elas estão muito apaixonadas. É bonito de ver. Rose merece." Ele disse, contente. Regina sorriu, oferecendo o resto do café a Robin, que aceitou de bom grado. Com o pacote de cookies vazio e os cafés terminados, os dois saíram do estabelecimento e seguiram para o estacionamento. 

"Espero que logo elas possam vir para cá. Sua mãe também." Regina comentou, depois que passou o caminho ouvindo Robin contar os detalhes dos dias que passou em Nova Iorque. 

"Espero que venham antes da inauguração do Wildflowers. Se bem que, acho que a mesma acontece em uns três meses, né?" comentou, distraído. Regina que tinha um sorriso no rosto sentiu o mesmo murchar. Realmente, se tudo corresse conforme o programado, em dois meses e meio, mais tardar em três, o hotel estaria sendo inaugurado. E isso queria dizer que a equipe de Nova Iorque responsável pela obra estaria fazendo as malas. Ou seja, Robin. A morena não sabia como eles iriam lidar com aquilo, e aquele momento não era o certo para pensar. Ela forçou um sorriso, encarando Robin. 

"Acredito que sim, mas espero que elas venham antes." Robin concordou. Enfim eles chegaram a caminhonete da morena. 

"Quer que eu dirija?" Se ofereceu, mas a morena negou com a cabeça, dando um selinho nos lábios dele e abrindo o porta malas para Robin por a mala. 

"Não há necessidade, senhor turrão. Você deve estar mais cansado que eu. Deixe a sua mulher dirigir um pouco." brincou, sentindo Robin lhe tomar pela cintura. Os corpos estavam colados e os rostos perigosamente próximos, os olhos azuis mirando os castanhos com um nível de amor infinito, e Regina podia sentir. Isso só fez o sorriso dela aumentar ainda mais. Robin brincou com a ponta do nariz dela, pedindo baixinho. 

"Repete?"

"O que? Pra me deixar dirigir um pouco?" Ela riu. 

"Não. O jeito que você falou." A encarou, o sorriso que Regina tanto amava a brilhar em seu rosto. 

"Sua mulher?" repetiu baixinho, mordendo os lábios e levantando uma sobrancelha. O aperto em sua cintura ficou mais forte, e antes que ela falasse mais alguma coisa, Robin tomou os lábios dela em um beijo intenso. Regina enroscou os braços no pescoço do loiro, as unhas se perdendo entre os fios de cabelo dele. Robin só findou o beijo quando o ar se tornara escasso demais, descendo uma trilha deles pelo pescoço da arquiteta, que fechou os olhos com as sensações que a acometeram. Quando recuperou um pouco de ar, Robin tomou novamente os lábios da mulher em um beijo urgente.

Um clique de alarme em algum lugar do estacionamento fez o homem voltar a si, lembrando do lugar em que estavam, e Robin depositou um último beijo nos lábios da mulher, que mais uma vez estava entregue em seus braços. Entretanto, Regina não mexeu um músculo, os olhos continuaram fechados, a respiração pesada. Robin ficou a observá-la, sabendo que se não estivessem em um lugar público, não teria arrumado forças para parar de beijá-la. 

"Por que você parou?" Regina perguntou após alguns segundos, abrindo os olhos e vislumbrando um sorriso nos lábios do homem, que segurou o riso com a pergunta dela. 

"Acho que não seria o lugar certo para fazermos isso, minha caipira. Peço desculpas por ter começado algo que não posso terminar, mas é que você as vezes faz coisas que me deixam fora de mim." disse o homem, contornando o rosto da mulher delicadamente com as pontas dos dedos. Regina riu fraco, ainda sentindo a sensação dos lábios de Robin em seu pescoço. Agradecia por ter carros estacionados ao lado do seu, imaginando que cena seria para alguém ter encontrado os dois a amassos ali. Respirou fundo, segurando firmemente nos braços de Robin. O loiro se preocupou. "Você está bem?" 

"Érr… Não sei se consigo dirigir, minhas pernas estão meia bambas." falou baixinho, a preocupação de Robin aumentando. Ela sorriu com a carinha de espanto que ele fez. "Você me beija assim, me deixa morta de vontade de você, e quer que eu esteja bem?" perguntou, séria. Robin segurou o riso, achando ela adorável.  

"Você me desculpa?" pediu o empresário, recebendo um leve tapa no peito. Regina se afastou dele, um pouco mais recuperada. 

"Não." negou simplesmente, seguindo para a porta do motorista, Robin riu, balançando a cabeça para afastar alguns pensamentos, seguindo para a porta do passageiro. 

Regina ligou o carro e deu partida para Crowley Cornes. Os dois seriam recebidos por Henry, que esperava eles com a mesa farta para o jantar. Depois disso, os três olhariam uma partida de futebol, e na verdade, Regina apenas acompanharia os dois homens de sua vida brigarem e gritarem com a televisão. Ela ficaria a desenhar um esboço de uma casa, que havia sido convidada para arquitetar após o término de Wildflowers. Quando Henry fosse dormir, Regina correria para os braços de Robin, amuada, enquanto eles terminariam a primeira temporada de Anne With an E. Robin secando cada lágrima que Regina derrubava com os episódios. Após isso, ele lhe comunicaria que iria embora, e ela não o deixaria ir. 

Em Crowley Cornes, quando o final da noite chegasse, seria a primeira vez que Robin dormiria na casa de Regina, em sua cama, com a mulher em seus braços. Seria a primeira vez que ele acordaria com os galos cantando, bem cedinho pela manhã, e ficaria a observar a mulher incrível que tinha nos braços. Seria a primeira vez que desceria com Regina para se juntar a Henry no café, e também a primeira vez que acompanharia a mulher para selar Stone e montá-lo na primeira hora da manhã. 

Seria a primeira vez, de muitas. 

***

A chuva caia fina na rua. Robin esfregava os olhos, cansado após passar a tarde toda arrumando a pasta mensal que tinha que mandar para a matriz todo mês, com a documentação da obra. Graham já havia saído, pois comentou com o loiro que tinha um encontro com Zelena. Na verdade, ele acreditava que a maioria das pessoas já devia ter ido embora, devido a chuva que impossibilitava alguns serviços externos, que era o foco atual. Na verdade, quem trabalhava mais na reforma interior do hotel agora era Regina e uma pequena equipe, que começavam a dar um pouco do acabamento final dos quartos do segundo andar. Robin não fazia ideia se a mulher já havia ido embora, mas esperava que não. 

Assim como ele, a morena andava bastante ocupada, ainda mais agora, que havia pegado outro projeto além do Wildflowers. Em algumas noites que Robin dormia na casa dela, a mulher ficava por vezes deitada na cama, com o notebook no colo, desenhando e projetando, enquanto Robin ficava a acariciar os cabelos castanhos até pegar no sono, antes que ela. Sua caipira estava cansada, mas ele via o contentamento nas feições dela sempre. Ela amava o que fazia, não se importava de perder o sono por isso. 

Uma batida na porta o tirou de seus pensamentos e Regina não esperou a permissão de Robin para poder entrar. Assim que a figura da morena adentrou o escritório, o sorriso apaixonado de Robin que era somente dela lhe tomou as feições. Com uma calça jeans surrada e uma bota velha, a morena se encontrava com a camisa xadrez cheio de respingos de tinta. O cabelo que estava preso em um coque desajeitado também continha respingos na cor bege, deixando a mulher encantadora. 

"Você não vai acreditar!" exclamou contente, caminhando rapidamente até Robin, que levantou-se para encontrá-la. "Acabamos a pintura da primeira suíte, ficou perfeita!" Robin sorriu, contagiado pela felicidade dela. 

"Só não mais perfeita que você." Regina riu, depositando um selinho nos lábios do homem. 

"Seu bobo!" falou, puxando Robin pela mão em direção a saída do escritório, o homem firmou os pés no chão, fazendo a morena se virar pra ele novamente. "Vamos, quero mostrar como ficou." pediu, fazendo o homem sorrir com a pressa dela. Robin agarrou o celular rapidamente em cima da mesa, seguindo a mulher para fora do escritório e indo em direção ao hotel, que tinha apenas algumas luzes acesas. 

Durante o caminho, o homem notou que, tirando o carro dos dois, já não havia mais nenhum na propriedade. 

"Todo mundo já foi embora?" perguntou, enquanto subiam os degraus da entrada. Regina o encarou. 

"O pessoal que estava comigo saiu assim que terminamos a pintura e o resto acho que foi embora assim que a chuva começou." respondeu. "Sobrou pra nós chavear a propriedade." riu, sendo acompanhada por Robin. Regina subiu as escadas principais saltitando, e Robin balançou a cabeça rindo. 

Existia mulher mais incrível? Ele duvidava. Ela era a melhor de todas. 

Seguiu a arquiteta, feliz por ver a pintura dos corredores com a primeira mão finalizada. Regina que o esperava na entrada do quarto puxou ele para dentro, Robin franzindo o cenho com o forte cheiro da tinta. A pintura do quarto ficara realmente bonita. A parede principal do cômodo era tomada por um revestimento em madeira, dando um ar rústico ao local. As outras paredes e o teto ganharam um tom bege. Em um dos cantos do lugar havia uma lareira elétrica já instalada, e o quarto contava com uma sacada que também estava sofrendo os últimos retoques da restauração. 

"Uau!" o loiro disse apenas, fazendo o sorriso no rosto de Regina aumentar ainda mais. Ela andou animada pelo lugar, mostrando a Robin onde cada móvel iria ficar e como a decoração seria feita. O empresário prestava atenção nela encantado, tanto que acabaram perdendo a noção do tempo que passaram ali. 

***

"John, você acha que podemos fechar aqui?" o homem grisalho, que já tinha mais de 50 anos perguntou para o rapaz rechonchudo que estava ao seu lado. Haviam ido rapidamente até o carro de John para guardar algumas ferramentas. Quando voltaram, já não encontraram mais ninguém no andar principal do hotel. 

"Acho que podemos sim, Max. A luz do escritório está acesa, dona Regina deve estar lá com o patrão." John disse, após foi acometido por uma crise de tosse. "Vão agradecer a gente por ter trancado o hotel e ter poupado eles de pegar uma chuva."

"Vai ver até nos dão uns bônus, né?" falou Max, fazendo sinal de dinheiro e John riu. O homem mais velho pegou o cadeado que usavam para chavear o lugar, visto que a instalação de todas as fechaduras seriam feitas mais perto da inauguração. Após trancarem, fizeram o caminho para o carro. 

"As janelas foram checadas né? Estão todas travadas?" perguntou John, com medo da possibilidade de algum invasor acabar por fazer algum ato de vandalismo no local. 

"Sim, fiz isso hoje a tarde com o Theodoro." respondeu o amigo. 

"Então ninguém entra e ninguém sai." brincou, e os dois entraram no carro, que havia sido estacionado num lugar diferente aquele dia, e não perto de todos os outros. 

A chuva começou a cair mais forte depois disso, e eles nem imaginavam que Regina não estava no escritório, nem mesmo Robin. 

***

"Você acha que vai ficar bom?" Regina perguntou, virando-se para Robin depois de falar como tudo iria ficar no quarto depois de pronto. Robin inclinou a cabeça, incapaz de acreditar que tinham arrumado uma arquiteta tão incrível para fazer parte daquela obra. 

"Regina, eu duvido que algum hotel da região chegue aos pés do Wildflowers. Nenhum deles teve uma arquiteta tão incrível como você." seguiu até ela, pegando-a pela cintura, trazendo-a para pertinho dele. Regina sentiu os olhos marejarem com o elogio. 

"Você me deixa mal acostumada." Fez biquinho, o mesmo que Robin não resistiu em beijar. "Mas obrigada, vou entender o seu elogio como um "sim, Regina, o quarto vai ficar ótimo" tá bom?" brincou, fazendo o homem rir. Sem querer esperar mais, com toda a saudade que sentiu dela durante toda a tarde, Robin tomou os lábios da morena nos dele, em um beijo carinhoso. As línguas brincavam uma com a outra, sem pressa alguma. Embora Regina não quisesse se separar, o ar se tornava escasso. No mesmo momento, o som de um trovão ressoou, fazendo os dois se afastarem rapidamente, desviando os olhares para a janela, vendo que a chuva engrossara bastante. 

"Acho melhor irmos." Robin sugeriu, tocando a pontinha do nariz dela. Regina não discutiu. Juntaram as mãos e fizeram o caminho para fora do quarto, não sem antes Regina desligar as luzes. Quando chegaram ao andar principal, que também já se encontrava quase pronto, Robin estranhou a porta estar fechada. Regina entretanto, parecia alheia, comentando o quanto tempestades assustavam Stone. Tomou a frente de Robin para abrir a porta, a sobrancelha se levantando e o cenho de franzindo ao não obter sucesso. 

"Robin? Não consigo abrir." falou, um fio de voz. O loiro que já havia entendido a situação tomou a frente dela, tentando forçar a porta. 

"Não acredito que nos trancaram" esbravejou, se afastando e jogando seu corpo contra a porta, o que só ocasionou uma grande dor em seu ombro. Como não a porta não abriu na primeira vez, o homem se jogou contra ela novamente, não conseguindo conter o gemido de dor que escapou por sua boca. Regina se aproximou dele rapidamente, preocupada. 

"Você tá bem?" Retirou o terno dele, esfregando a região por cima da camisa. Robin soltou mais um gemido de dor, preocupando a mulher.  "Essa porta é pesada, Robin. Não tem chances de abrir assim, não faça isso de novo." repreendeu, um pouco irritada. Como puderam ter trancado os dois ali? 

"Alguma hora ela tem que abrir, não é possível." Robin falou. "As janelas estão travadas? Talvez eu possa pular e abrir o cadeado no lado de fora." sugeriu, andando até a abertura mais próxima.

"Foram travadas hoje, impossível abrir sem a chave dos cadeados." disse, antes que Robin sequer tentasse. O homem tentou mesmo assim, não obtendo êxito. Regina andava de um lado para o outro, tentando pensar. Robin puxou o celular, aliviado e se xingando por não lembrar antes que tinha o aparelho. 

Discou o número de Graham, e depois de chamar mais de 6 vezes, a ligação caiu na caixa postal. 

"Ele ia sair com a Zelena, não vai te atender." Regina falou, depois que Robin tentou pela terceira vez contato com o amigo. O celular do empresário desligou minutos depois, por falta de bateria. Regina tinha deixado o dela no carro, já que passara a tarde pintando. 

"Mas que droga! O que vamos fazer?" Robin perguntou, depois de minutos em que ele andava de um lado para o outro. Regina se encontrava sentada em um dos degraus, massageando as têmporas. 

"Acho que não temos o que fazer, Robin. Vamos passar a noite aqui." a arquiteta falou, derrotada. Robin negou com a cabeça, indignado. 

"As portas dos fundos?" sugeriu, saindo do campo de visão de Regina. 

"Todas trancadas!" A morena gritou pra ele, que voltou com a mesma cara derrotada que ela fazia. 

Robin se sentou ao lado dela na escada, puxando-a para seus braços. Regina descansou a cabeça no ombro bom dele. A morena não acreditava que aquilo estava acontecendo, a chuva só piorava lá fora, raios e trovoadas cortavam o céu. 

"Papai vai ficar preocupado quando eu não voltar para casa." resmungou preocupada. "Além disso, eu estava louca para tomar um banho." 

"Por que tomar banho? Você tá uma graça assim." ele a puxou para seu colo, fazendo uma careta com a dor que acometeu seu ombro. Regina olhou para ele preocupada, levando as mãos delicadas até o local, fazendo uma massagem, com o desejo que aquilo amenize a dor. "Seu pai vai achar que você está comigo, meu anjo, não fica preocupada."

"Eu tô cheirando a tinta, não está sentindo?" perguntou, tirando a atenção do ombro de Robin e mirando os olhos azuis. Ele levou uma mão ao rosto dela, deixando um leve carinho. Robin negou com a cabeça em resposta, se aproximando do pescoço de Regina e dando um cheiro, depositando um beijo logo depois, a mulher sorriu, por um momento os dois esquecendo de onde estavam. "Papai sabe que eu ligaria para avisá-lo se ficasse com você, Robin." 

"Só consigo sentir o seu cheiro, minha arquiteta. E seu pai vai deduzir que pela chuva você ficou no hotel comigo, vamos pensar assim, tá bom?" pediu para ela, depositando um selinho em seus lábios. Regina apertou os lábios, tentando pensar positivo. Um raio cortou o céu, seguido do estrondo de um trovão. Regina estremeceu no colo de Robin, e o homem a puxou para o seu peito. 

Ficaram longos minutos em silêncio, sem saber muito bem o que fariam. Regina continuava a massagear o ombro de Robin, e o homem não conseguiu segurar um gemido de dor quando ela apertou um pouco mais que deveria. 

"Você se machucou, Robin. Por que você é tão turrão?" questionou Regina, brava. Robin riu, deixando ela ainda mais irritada. "Você acha que tudo aqui em Crowley Cornes é um filme pra se jogar na porta desse jeito?" 

"Já disse que acho que estou no filme da Hannah Montana." riu. 

"Você não tem jeito." repreendeu, acariciando a barba por fazer dele.

"E você se apaixonou por mim mesmo assim." retrucou, se aproximando do rosto dela. Regina descansou a testa na dele. 

"Perdidamente." selou os lábios no dele. 

A chuva lá fora continuou a cair, e o casal ficou um longo tempo nos braços um do outro. Regina tentava fazer Robin se distrair da dor que sentia no ombro, e embora o homem tentasse mascarar a dor, Regina sabia que ele havia machucado o ombro. 

"Temos que achar um lugar pra dormir." Robin quebrou o silêncio, depois de um tempo. "Você comeu alguma coisa de tarde?" perguntou, buscando os olhos castanhos, preocupado. Não tinha certeza se encontraria o que comer ali. 

"Tomei café e comi algumas bolachas. Se dermos sorte, eles devem ter deixado alguma coisa por aqui." disse, levantando do colo de Robin e impedindo que ele fizesse o mesmo. "Você fica aqui que eu vou dar uma procurada. Não é bom mexer nesse ombro." 

"Amor, foi só uma batida." falou, mesmo assim Regina não deixou que ele levantasse. 

"E você acha que eu sou boba e não escuto seus suspiros de dor?" retrucou. "Fica aqui, por favor." pediu, delicadamente. Robin anuiu com a cabeça, contrariado. Mas seu ombro começava a doer cada vez mais, e ele sabia que teimar com Regina seria pior. Ela depositou um beijo na testa dele, saindo de vista logo depois. 

Depois de longos minutos, a mulher achara dois pacotes de bolacha recheada e uma caixinha pequena de suco. Ela fez uma nota mental para encontrar a pessoa que deixou aquele lanche ali. Salvara a noite deles. A morena tinha total certeza de que Robin não saira da frente do computador naquela tarde nem mesmo para comer, e sabia que ele jamais falaria isso para ela. Mexendo nas coisas que os funcionários deixaram em uma salinha onde futuramente seria um balcão de mantimentos pro hotel, Regina sorriu ao ver um violão. Inusitado, mas iria ser bem usado. Talvez ela pudesse cantar para Robin e tentá-lo distrair da dor no ombro. Havia ficado realmente preocupada com ele. 

Ela deixou o instrumento em cima de um sofá velho que havia no corredor que ligava a cozinha até a porta dos fundos do hotel. Apesar de empoeirado e em mau estado, Regina sabia que seria a melhor cama que teriam naquele dia. Quando começaram a obra, aquele sofá já fazia parte do lugar, e ela queriam ter restaurado. Entretanto, acabou que aquele desejo dela não saira do papel. O pessoal que trabalhava ali entretanto, não se livrara do móvel, e ela agradecia agora. Com a comida que achou na mão, a morena fez seu caminho até Robin, que se encontrava com a camisa aberta, tentando dar uma olhada no ombro. Ela riu com as caretas de dor que ele fazia, embora estivesse preocupada. 

Os sons de seus passos fizeram Robin levantar os olhos azuis para ela, e o homem tentou disfarçar o que estava fazendo. Regina revirou os olhos, levantando os dois pacotes de bolacha pra ele e a caixinha de suco. 

"Inusitado, devo dizer." comentou Robin, quando ela se aproximou. "O jantar mais romântico que já tivemos." 

"Não." Ela negou fazendo ele rir. Entregou os pacotes de bolacha pra ele, e o homem abriu, colocando uma bolacha na boca dela e a outra na dele. Regina sentou-se ao lado do homem, tirando delicadamente a camisa de seus ombros, tentando focar no seu principal objetivo, dar uma examinada no ombro machucado. Ela não podia pensar que era Robin ali na sua frente, sem camisa. Se ela pensasse isso, com certeza não conseguiria mais fazer nada. Então ela colocou o foco em toda a preocupação que estava sentindo. 

"Está inchado." Tocou delicadamente o local, Robin se encolhendo com o toque. 

"Foi uma contusão, amor meu. Não precisa se preocupar, amanhã não sinto mais dor." ele falou, tentando encarar os olhos dela, mas o simples fato de mexer um pouco o ombro já fazia ele sentir dor. Regina suspirou, depositando um leve beijo no local, se arrependendo na mesma hora. Robin tensionou os músculos assim que os lábios da mulher tocaram sua pele. "Morena…" 

"Desculpa." pediu travessa. 

"Depois quer que eu me controle." ele sussurrou pra si mesmo, exasperado. 

Regina riu com a indignação dele. "Você não é o único que sabe provocar, Robin." falou baixinho, pegando o pacote de bolacha da mão dele e sentando um pouco mais afastada na escada. "Achei um sofá onde a gente pode dormir. E tenho uma outra coisa pra mostrar." 

"Ok, agora estou ansioso." respondeu e eles terminaram de comer em silêncio. Dividiram a caixinha de suco, e embora não estivessem cem por cento satisfeitos, o jantar naquele dia não estivera de todo ruim. O que importava é que estavam juntos. Regina deixou os pacotes vazios e a caixa da bebida do ladinho da escada, ajudando Robin a levantar e colocando a camisa delicadamente nele. O ombro agora além de inchado estava com uma coloração roxa, e ela sentiu um pouco de alívio, talvez pelos sintomas fosse apenas uma contusão…. ou poderia ser uma fratura, de qualquer forma, ela não queria pensar no pior. 

Ela voltou até o degrau da escada que estavam sentados e pegou o terno do homem, iria servir de cobertor. Pra ela estava perfeito, o cheiro do homem que ela estava apaixonada. Caminhou até ele, abraçando-o pela cintura e o levando em direção ao corredor que tinha achado o sofá. Robin sorriu ao ver o violão que havia depositado em cima do mesmo, perguntando se era aquilo que Regina queria lhe mostrar. A mulher afastou-se do homem, tirando o instrumento do sofá e logo os dois estavam se ajeitando da melhor forma que conseguiam. Regina se escorou no peito de Robin, sentada entre as pernas dele. A chuva que havia diminuído começará a cair fortemente mais uma vez. Regina fechou os olhos quando Robin enterrou a cabeça em seus cabelos, e ela se perguntou como ele conseguia aguentar o cheiro de tinta que emanava dela. 

"Regina?" chamou baixinho, enlaçando as mãos dela nas suas, brincando distraído com seus dedos. 

"Huh?" 

"Quero te contar uma coisa… uma coisa que eu já queria ter compartilhado com você há muito tempo, mas nunca tive coragem." começou, limpando a garganta em seguida. Regina virou-se em seus braços, de modo que pudesse encarar as íris azuis. 

"Pode me contar, querido. Estou ouvindo." o encorajou, uma de suas mãos indo de encontro a nuca do loiro, fazendo um leve carinho. Robin se concentrou nas suas mãos unidas, dando um sorriso sem graça, nervoso. 

"Eu… eu já tive alguém… alguém que amei muito. Quando eu estava terminando a faculdade, completamente focado na minha carreira eu conheci uma pessoa." falou devagar, os olhos castanhos prestando atenção nele. Regina anuiu com a cabeça, o aperto nas mãos ficando mais forte, para mostrar que ela era todo ouvidos. "Eu nunca fui um cara que acreditou realmente que iria encontrar alguém e se apaixonar perdidamente, mas enfim, aconteceu quando eu conheci Marian. Nós passamos semanas indo a lugares e se conhecendo, e foi inevitável não ficarmos juntos. Namoramos por anos e depois ficamos noivos. Me mudei pro apartamento dela e tudo era tão perfeito, sabe?" contou, os olhos marejando. O coração da arquiteta apertou. "Iríamos nos casar em poucos meses, ela estava a mil com todos os preparativos. Um dia, consegui convencer ela a relaxar um pouco e combinamos de tirar o final de semana só pra nós, e marquei um jantar no sushi que ela mais adorava em toda Nova Iorque. Só que pedi que ela fosse de táxi… eu tinha algumas reuniões que não podia adiar e não havia como buscá-la." parou por um momento, duas lágrimas fazendo o caminho por sua bochecha. Regina não sabia como a história terminaria, mas ligando os pontos, começava a ter ideia. Uma lágrima escorreu por seu rosto também. 

"O que aconteceu?" Perguntou, a mão que estava na nuca de Robin indo parar em seu rosto, limpando o rastro das lágrimas que escorriam uma por uma dos olhos do empresário. 

"Eu cheguei no sushi, atrasado, achando que a encontraria bravíssima." riu, sem humor. "Ela ainda não tinha chegado, e eu lembro de preparar o discurso para provocar ela pelo atraso. Marian nunca chegou no restaurante." falou, brincando com a mão de Regina, que tombou a cabeça levemente pro lado, sentindo o coração afundar por seu amor. "O táxi que ela estava acabou se envolvendo num acidente…" 

"Ah, Robin, eu sinto tanto, meu amor." lamentou, a mão a acariciar a bochecha dele. Robin buscou os castanhos da mulher que amava, encontrando-os cheios de lágrimas. Ele beijou a pontinha do nariz dela, voltando a falar. 

"O taxista disse que a primeira preocupação dela foi saber se ele estava bem. Ele disse que ela conversava normalmente, como se nada tivesse acontecido. E de repente, ela já não estava mais lá." contou, puxando a morena para os seus braços, ignorando a dor que sentira no ombro. Regina se aconchegou a ele, deixando um delicado beijo em seu peito. As mãos continuavam enlaçadas. 

"Você se culpa?" perguntou baixinho, depois que ele ficara segundos e segundos em silêncio. 

"Por anos eu me culpei." falou, o silêncio predominando por um longo minuto " Agora? Não mais. Se pudesse, teria voltado no tempo e ido buscá-la… mas quem garante que algo não tivesse acontecido também?" riu, amargo. Regina levantou a cabeça para que pudesse encará-lo. 

"Por isso que você tornou-se tão cuidadoso no trânsito?" Regina perguntou, toda a preocupação dele fazia sentido. Robin anuiu com a cabeça. 

"Eu fiquei paranóico. Foi difícil até mesmo para mim sair de casa por meses, tive bastante apoio. Isso me salvou." falou, tirando a mão da dela e levando até a bochecha, fazendo um leve carinho. "Ajuda profissional também. E tenho pena até hoje da Rose quando tirou a carteira." riu, um pouco menos triste. "Minha vida com Marian era incrível, e quando eu perdi já não sabia mais como viver em um lugar onde ela não estava, entende? Eu parei de me arriscar, e as únicas pessoas que realmente tinham minha atenção era minha família. O trabalho me fez extremamente bem. Com os anos, a dor se tornou mais suportável." 

"Obrigada por compartilhar comigo, meu amor." depositou um beijo demorado na testa dele. 

"Eu só quero que você saiba que esse lugar, esse projeto, o dia que você chegou atrasada naquela reunião, com esse sorriso confiante e suas botas e camisas xadrez… meu mundo se ascendeu, Regina. Só quero que você tenha isso em mente." falou baixinho contra os lábios dela. As lágrimas agora rolavam soltas pelo rosto da mulher. 

"Meu turrão. Não sei mais o que faria sem você." disse, juntando lábios nos dele. Robin riu entre o beijo, soltando um gemido de dor quando Regina apertou o ombro dele, esquecendo do machucado. A morena se afastou assustada, mas Robin calou-a com um beijo antes que a mesma se desculpasse. 

"Toca pra mim?" pediu, depois de se separarem. Regina assentiu, beijando a bochecha dele e sentando-se no braço do sofá, arrumando o violão e tocando algumas notas avulsas, para testar se estava afinado ou não. Depois, alguns acordes puderam ser ouvidos, dando início a uma melodia leve e bonita. O sorriso no rosto do casal era indescritível. 

Logo a voz de Regina tomou conta do espaço, os olhos de Robin enchendo de lágrimas com tamanho amor que sentia por aquela mulher. 

O seu lugar é entre as flores selvagens

O seu lugar é num barco em alto mar

Navegue para longe, vá matar o tempo

O seu lugar é onde você se sentir livre

Cantou a primeira estrofe, os dedos ágeis tocando o instrumento e Robin não conseguia acreditar que ela não havia tocado pra ele antes. 

Fuja, encontre um amor

Vá para lugares novos e brilhantes

Eu nunca vi ninguém

Que se compare a você

Os olhos de Regina não desgrudavam das íris azuis em nenhum momento. Regina cantava pra ele e só pra ele. 

O seu lugar é entre as flores selvagens

O seu lugar é num barco em alto mar

O seu lugar é de braços dados com seu amor

O seu lugar é onde você se sentir livre

Fuja, encontre um amor

Fuja, deixe seu coração ser seu guia

Você merece todos os cuidados

O seu lugar é onde for o seu lar

O seu lugar é entre as flores selvagens

O seu lugar é algum lugar perto de mim

Robin riu quando ela piscou pra ele, uma mensagem bem singela naquelas entrelinhas. Devagar, a morena se preparou para cantar a estrofe final, fechando os olhos e deixando as palavras deslizarem por seus lábios.

Longe dos problemas e preocupações

O seu lugar é onde você se sentir livre

Largou o violão delicadamente ao lado do sofá, sendo puxada para os braços de Robin na mesma hora. Logo os lábios se encontraram em um beijo carinhoso, calmo, cheio de amor. 

"Você é minha flor selvagem. Meu barco em alto mar. Com você eu me sinto livre, Regina Mills." Robin declarou, contra os lábios dela. As lágrimas escorriam livremente pelos olhos de Regina. 

"Robin…" sussurrou, um fio de voz. "Obrigada por estar aqui, preso comigo." riram, juntando os lábios em um beijo. 

A mulher se aconchegou nos braços de Robin e o mesmo colocou o terno sobre as costas dela. O loiro, como de costume, levou uma das mãos até os fios castanhos, e logo a respiração da arquiteta estava tranquila. Ele não cessou o carinho, entretanto, continuando o cafuné até o momento em que também se entregou ao sono. Dormira tranquilo, sabendo que agora Regina sabia sobre uma das partes mais importantes de sua vida. 

Na manhã seguinte, ambos acordaram antes mesmo do sol raiar, afinal, mesmo que estivessem nos braços um do outro, o lugar e a situação não eram dos mais confortáveis. O ombro de Robin estava melhor, o que fez Regina suspirar de alívio. Não precisaria correr para o pronto socorro com ninguém. 

Quanto ao fato de eles terem ficado presos ali… viraria a fofoca pela obra pelo resto da semana. 

***

"Robin não vem hoje?" Henry perguntou, tirando os olhos da matéria que lia no jornal, encarando a filha que se sentava ao seu lado na mesa. Regina colocou uma xícara de café na frente do senhor, enquanto levava a sua aos lábios. 

"Hoje não." ela sorriu para o pai. 

"Uma pena. Gosto quando ele vem." deixou escapar, rindo baixinho. Regina buscou os olhos dele, que piscou pra ela. "Robin não faz bem somente a você, minha menina. Agradeço todas as noites por você ter encontrado alguém que te faça brilhar ainda mais. Se minha filha fica feliz, um pouco dessa felicidade se torna minha também." explicou. Regina sorriu, deitando a cabeça no ombro do pai e fechando os olhos. 

"Você não faz ideia do quanto eu fico feliz ouvindo isso." disse, suspirando. Henry levou a mão a dela, apertando levemente. "Papai, você acha que ela iria gostar dele?" 

"Eu acho que ela seria a fã número um." respondeu, apertando ainda mais a mão da filha. Regina sorriu, uma lágrima fazendo o caminho por sua bochecha. 

"Queria que ela estivesse aqui." sussurrou. Henry sorriu com a lembrança da esposa. Perdê-la só não o matou porque ele tinha que ser forte pela sua menina também. 

"E quem disse que ela não está?" levou a mão de Regina até os lábios, deixando um leve beijo. A arquiteta sorriu, o silêncio crescendo entre eles. Os pensamentos, entretanto, não estavam silenciosos, e partilhavam a mesma pessoa: Cora. 

*** 

Robin se encontrava sentado nos degraus da varanda, esperando por Regina. A cesta de piquenique estava ao seu lado e o homem sentia suas mãos suarem. Aquele era um grande dia para eles, embora Regina não fizesse ideia. Depois de dias de chuva, o sol finalmente havia dado as caras em Crowley Cornes. 

Quando o barulho das botas da mulher contra o chão chegaram ao ouvido de Robin, o homem levantou-se de onde estava, os olhos azuis indo de encontro a ela. 

Como em todas as vezes que a via, o coração do homem aqueceu, fazendo um sorriso deslizar por seus lábios. Regina riu, descendo rapidamente os degraus e se aproximando do empresário. Robin a recebeu em seus braços, depositando um beijo delicado no topo de sua cabeça. 

"Você vai me levar para um piquenique?" perguntou, curiosa. 

"Vamos apenas ver o sol se pôr enquanto comemos alguma coisa." respondeu, sentindo as mãos de Regina fazerem o caminho até sua nuca, entrelaçando-se nos fios loiros. 

"Um piquenique." ela insistiu, fazendo Robin rir. Ele assentiu com a cabeça, tomando os lábios nos dela, delicadamente. 

"Vamos então?" Perguntou, depositando um selinho nos lábios dela e pegando a cesta que estava na escada. Depois, uniram as mãos e seguiram em silêncio até que estivessem há uns 10 minutos da casa, onde o pasto era ralo e alguns metros à direita uma mata fechada se estendia. Robin estendeu uma toalha xadrez no chão, depositando a cesta em um cantinho. Ele sentou-se e Regina ficou em pé, encarando a extensão a sua frente. Enquanto fazia isso, era observada atentamente por Robin. 

Os cabelos da mulher balançavam levemente com o fraco vento, e ela inspirou fundo. Depois, sentou-se sobre a toalha xadrez, engatinhando até os braços de Robin. O homem riu, acolhendo-a em seu peito, lugar que ela fizera de sua morada favorita. 

"Devia ter trazido o violão para tocar para você de novo." disse, depois de longos minutos em silêncio. 

"Devia mesmo." Robin concordou, beijando a testa dela. 

"Você conseguiu marcar a reunião com o comprador do Wildflowers?" ela perguntou. 

"Consegui, mas acredito que seja em Nova Iorque." respondeu. 

"Você vai ter que ir?" questionou, mesmo que já soubesse a resposta. As mãos delicadas acariciavam a barba por fazer do loiro. Ele assentiu com a cabeça, ouvindo ela suspirar baixinho. 

"Vai ser uma viagem relâmpago, meu anjo. Você não vai nem sentir minha falta." a confortou, puxando a cesta e pegando uma garrafa de vinho. Regina sorriu… O que aquele piquenique significava, afinal? 

"Relâmpago de quanto tempo?" afastou-se dele, servindo o vinho em dois copos normais. Riu com a escolha do recipiente. Entregou um copo para Robin e levou o seu aos lábios. 

"Pego o voo aqui de manhã cedo e o voo lá na primeira hora da noite. É só uma reunião." explicou, puxando-a para seus braços novamente. 

"Ok, talvez eu consiga sobreviver a esse relâmpago." fez graça, recebendo um beijo no pescoço. 

Um bom tempo depois, quando o sol começou a sumir no horizonte e o céu começava a abrigar a sua mistura de cores, Regina se deu conta que não queria deixar de viver momentos como aquele com o homem jamais. Pensava em quanto tempo ainda tinham, e encarando aquele por do sol, se perguntava o porquê do tempo ser limitado para eles. 

Mas seria mesmo? Tudo acabaria no momento em que ele pegasse um vôo só de ida para Nova Iorque? Ou eles conseguiriam fazer a relação funcionar a distância? O maior questionamento, na verdade, era se ela conseguiria. Porque estava tão apaixonada por aquele homem. Descobriu com Robin um amor romântico cheio de paixão e adoração que jamais havia sentido com ninguém. O modo como ele a fazia se sentir. Como ele a olhava. A beijava. Como fazia de tudo para vê-la sorrir. Seu coração já pertencia a ele. E era isso que a assustava… como ficaria longe de alguém que queria ficar próxima pelo resto de seus dias? 

O homem tinha as mãos enlaçadas com as dela sobre o colo, Regina ainda sentada entre as pernas dele. Vez ou outra Robin beijava o pescoço dela, trilhava beijos entre o ombro e orelha da mulher, fazendo-a soltar suspiros de satisfação. 

Regina tinha total certeza que, mesmo que tivesse conhecido Robin há alguns meses, era ele. E antes que pudesse pensar mais, duas palavras saíram por seus lábios. 

"Namora comigo?" perguntou baixinho, Robin parando com os lábios no pescoço dela, no meio de um beijo. Ele demorou alguns segundos para processar o que havia escutado, se afastando dela para que os olhos se encontrassem. 

"Amor meu… Era eu que devia fazer o pedido." disse nervoso. Regina arqueou as sobrancelhas, os castanhos observando enquanto o homem levava a mão até o bolso da camisa, tirando de lá duas alianças finas na cor prata. Regina levou a mão aos lábios, rindo nervosa. Os olhos marejaram, um reflexo dos azuis. "Será que você poderia deixar o seu homem fazer as coisas, pelo amor de Deus?" riu. Regina negou com a cabeça, sem palavras. Ajoelhada na frente dele, a mulher observava ele pegar a mão dela. "Namora comigo, Regina?" perguntou, uma ponta de emoção na voz. Regina riu, as lágrimas lhe tomando os olhos. Ela assentiu com a cabeça, tendo medo do quão embargada sua voz sairia. 

"Sim!" Exclamou, os dedos ágeis de Robin encaixando a aliança em seu dedo. A morena riu, jogando-se nos braços dele. "Sim! Sim! Sim!" Exclamou de novo, fazendo uma gargalhada gostosa deslizar pelos lábios de Robin, que circulou a cintura dela, puxando-a para seu colo. O azul e o castanho travaram a batalha que era tão conhecida pelos dois. O homem não demorou a tomar os lábios em um beijo, sendo correspondido por Regina com muita vontade. As mãos da mulher estavam depositadas em cada lado do rosto dele. Separaram-se ofegantes, Regina depositando inúmeros selinhos por todo o rosto de Robin. 

"Você tem que pôr aliança no meu dedo também." disse, sua voz saindo abafada por mais um beijo de Regina. A mulher se separou dele, rindo. Pegando a aliança e também a encaixando no dedo do homem, beijando-a em seguida. Robin sorriu, tomando-lhe os lábios novamente. 

Quando se separaram, o sol derramava sobre eles os últimos suspiros, aquela união sendo abençoada por um pôr do sol espetacular. 

"Minha caipira apressada…" ele sussurrou depois de um tempo, fazendo-a rir. A mão do homem fazia um leve carinho na bochecha dela. Os olhos castanhos se encontravam em êxtase, puro amor. 

"E eu ia adivinhar, senhor turrão?" respondeu, batendo com o dedo na ponta do nariz dele. Robin riu. 

"Fico feliz por estarmos em sintonia." beijou-lhe os lábios. Ligou uma lanterna e também a do seu aparelho celular, já que agora o sol já não os contemplava mais. Em alguns pontos do pasto era possível observar vagalumes. "Você gostou?" se referiu as alianças.

"São lindas. Eu amei." respondeu, os olhos brilhando de felicidade. Uma visão tão bonita que Robin teve que tomar um fôlego. 

"Ainda tenho uma surpresa." ele disse, contra os lábios dela. Regina se afastou, curiosa. Robin riu, se esticando para pegar algo na cesta. Tirou de lá uma caixa retangular de veludo, entregando a mulher. 

"O que é?" Regina perguntou, mordendo o lábio inferior. Robin sorriu, tirando os cabelos dos olhos dela. 

"Abra." Pediu com expectativa. 

Os olhos de Regina marejaram ao vislumbrar o conteúdo da caixinha. Era uma pulseira, repleta de pingentes. Um cavalo. Uma pata de cachorro. Um símbolo da profissão que Regina tanto amava. Uma bota. E finalmente um coração. Tudo folheado a ouro. 

Os dedos delicados passaram vagarosamente por cada pingente, encantada com cada um deles. Os olhos azuis a encaravam com expectativa, e Regina os encarou com os castanhos brilhando de lágrimas não derramadas. 

"Você é o homem mais incrível do mundo." disse, uma das mãos deixando o presente e indo para o rosto do loiro. 

"Então você gostou?" Sorriu, adorava vê-la realizada. 

"É um dos presentes mais lindos que já ganhei." disse, mirando os olhos de Robin novamente. Ele riu, tirando a pulseira da caixa e colocando no pulso da mulher. 

"É realmente bonita." Ele comentou, quando fechou a peça. 

"Não falei sobre a pulseira, Robin." disse, as duas mãos indo de encontro ao rosto dele, para que o mesmo a olhasse. Robin levantou a sobrancelha, curioso. "Você é um dos presentes mais lindos que já ganhei." 

"Ah, Regina!" exclamou, puxando-a para seus braços, deitando com ela sobre a toalha xadrez. 

Algumas estrelas apontavam no céu, junto a lua cheia. O casal trocou carinhos por longos minutos, antes de voltarem para casa. Só saíram do momento quando o ar ficou frio demais, visto que estavam entrando no outono. Robin não queria que sua morena pegasse um resfriado, por isso, mesmo sob protestos de querer ficar um pouco mais no momento, os dois recolheram as coisas e caminharam em direção a casa, Robin iluminando o caminho com a lanterna.

Quando chegaram, foram recebidos pela faceira Lola, e logo depois por Henry, que ficou imensamente feliz com a notícia do compromisso da filha com o genro. Regina passara o resto da noite a admirar a peça em seu dedo e no dedo de Robin, com a esperança de que eles dariam um jeito na distância após a entrega de Wildflowers. 

Mas o fato de que a propriedade já estava até mesmo sendo negociada ainda fazia um nervoso remexer em seu estômago. 


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Notas finais do capítulo

E aí, galerinha? Espero que a att adoce a semana de vocês.
Me deixem saber o que acharam.
Obrigada pelos comentários, favoritos e todo o apoio. Espero que esse casal continue a tocar o coração de vocês.
A au vai ser atualizada em seguida lá no twitter, então corre!
Beijos e até a próxima!



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