Quando eu te beijo escrita por Agome chan


Capítulo 5
Eu te ouço


Notas iniciais do capítulo

O plano era de 4 a 5 capítulos no máximo, mas vamos ter mais, porquê não é aqui que acabamos por ainda, vamos ter mais!
Mas contínua sendo uma short fic.



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Enfrentaram o inimigo juntos naquela noite. Wade encontrou quem o havia contratado, o cientista realmente maluco e as criaturas modificadas que ele controlava.

Enquanto observava a localização pensando nos pontos de fuga daquele lugar e vendo o que teria que enfrentar, o Homem-Aranha apareceu entre a mata usando seu traje preto noturno de detalhes vermelhos, como a figura de uma longa aranha em suas costas e as lentes de sua máscara, além do traje possuir afiadas garras.

O conjunto o deixava assustador e sensual, na opinião de Deadpool, que mesmo estando assustado não perdeu a oportunidade de dizer isso ao vê-lo, reafirmando até durante a luta:

— Você está me assustando, mas também me excita demais desse jeito.

— Está é a resposta que eu esperava vindo de você. — brincou o Homem-Aranha.

De toda forma, ao final da batalha houve uma explosão e se tinha uma coisa que Deadpool sabia era que seu fator de cura era extremamente bom. Do seu herói favorito? Não era.

Em desespero tentou fazer o próprio corpo de escudo, o envolvendo e lhe protegendo. Peter só pensava que lá estava Wade de novo lhe protegendo e isso sempre mexia com ele. No momento também apontava para como estava irritado pela sua morte por causa dele, entretanto eram essas coisas que faziam ser tão difícil odiar Deadpool. De fato não conseguia, gostava muito dele. Gostava mais do que deveria na verdade e era frustrante.

Deadpool ficou sonso após a explosão, despertando com um pouco de dor nas costas. Viu Homem-Aranha de braços cruzados, agachado, lhe chamando. Parecia estar dentro de um iglu, mas não era neve.  Notou na verdade as teias, então na realidade que estavam num casulo. No caso estava parcialmente dentro, pendurado na parede com parte de suas costas estando exposta para o lado de fora. Compreendeu que era a forma do seu parceiro se vingar um pouco nele.

Se sentia preso para ter uma DR. Era a presa daquela aranha mesmo. Peter o confrontou:

— Então foi tudo mentira? Se aproximou de mim só para conseguir meu patrão? — seu tom de voz não chegou a subir.

Perguntava por estar cansado de evitar tanto aquele assunto, ficando em rodeios. Acabou desencadeando em ambos caírem numa armadilha. Deveriam pôr tudo em pratos limpos. Por outro lado era por já estar esperando o “não” como resposta do amigo, soava como uma pergunta até retórica.

Por mais que ele o irritasse as vezes e ainda mais agora, não conseguia computar que os sentimentos do tagarela não fossem genuínos em relação a sua pessoa.

E como imaginava, ele lhe respondeu logo em seguida:

— Não! — Respirou fundo. — Foi tudo sincero, eu te admiro a muitos anos e não é como se eu fosse discreto para você não notar.

— Justo.

— E é exatamente por isso que decidi fazer. Não só para parar um insano de fazer monstruosidades como as que fizeram comigo, mas para te poupar de lidar com isso.

— Você deveria falar comigo. Eu sabia que não suportava o Parker, mas ao ponto de aceitar matar? Eu sei que parte disso também é minha culpa por querer te convencer do contrário, sem me aprofundar em relação a ele e esse meu outro trabalho de segurança, só que tínhamos um acordo. Você nem estava matando como antes, me disse que queria ser um cara melhor.

— E quero. — suspirou. Desembainhou a katana para soltar suas costas das teias. Pousou no chão ficando de frente ao seu parceiro de patrulha, videogames, hot-dogs e tacos. — Não sei o que Parker é seu, se é irmão, senpai, namorado, ou o melhor chefe da face da terra, só sei que o coloca num pedestal.

Peter pensava que gostaria de se por mesmo em um pedestal, porém ele era tão autocrítico que chegava a ser cruel consigo. Mephisto só tocou ainda mais nessa ferida.

Ouviu Wade prosseguir:

— Não queria que aquele monstro, se fosse o caso, te quebrasse por dentro por isso. Você é bom, espera o melhor de todos e dá segunda chance até demais, não queria que ele ou ninguém tirasse esse aspecto seu se caso o mundo descobrisse quem ele era de verdade. Então decidi derrubar o cara antes do pior acontecer. Foi estúpido? Foi, mas achei que era o certo para te proteger.

Acabou por fazer Peter sorrir por baixo da máscara:

— Quer ser meu guarda-costas agora?

— Todo herói deveria ter um anti-herói para chutar umas bundas pra ele. Equilibra. Está nas escrituras.

A conversa tonta já melhorava o humor de ambos e o clima entre eles.

— Nas escrituras? Podia estar falando das sagradas, mas sendo você, está mais para algo que você escreveu num guardanapo e só sua opinião importa.

— Que lindo! Já me conhece tão bem.

E talvez por isso não conseguia estar possesso com ele.

Pouso sua mão no ombro do Wade:

— Deveríamos ter parado e falado sobre tudo, afinal somos amigos e temos um ao outro.

Deadpool perdeu o ar. Percebeu que já estava perdoado e seu amigo mais aberto para ele, mais sincero.

Tirou a máscara para o Homem-Aranha ver a sinceridade em seus olhos, porém enquanto discursava como tinha mudado, pedindo desculpas, perdão, perguntando se o chefe boa pinta estava bem, Peter estava estupefato.

O rosto do Wade… parecia curado.

Tocou até surpreendendo a ele lhe encarando fixamente pelas lentes vermelhas de seu uniforme noturno.

A estrutura óssea atraente era a mesma e se certificava, porque parecia um outro homem na sua frente e não era seu Wade ali.

Enrugou a testa.

Por que ele pensou com “seu”?

Enfim, os olhos, a imensidão dos olhos era a mesma e o sorriso quando ele ficava nervoso e confuso era o mesmo.

Ficou aterrorizado:

Ele perdeu o fator cura? Meu Deus, então as costas!

Sem entender, Wade se deixou ser virado pelo Aranha que foi pedindo desculpas tirando uns cacos de vidro. O tom de sua voz parecia extremamente preocupado e com remorso, o que lhe deixava confuso. Nem estava doendo assim, até mexeu os músculos das costas para os outros caírem, foram poucos estilhaços, estava bem.

Ouviu o herói suspirar aliviado tocando a pele exposta de suas costas nos buracos do uniforme com a mão enluvada, lhe dando arrepios.

— Cicatrizou… — o ouviu dizer.

Arqueou a sobrancelha, mesmo sem saber que tinha uma naquele momento.

— É óbvio, né, Spidey.

— Na verdade não.

Se virou se deparando com a câmera do celular do amigo e a tela estava aparecendo sua pessoa naquele momento, mas não parecia que era ele. A ficha foi caindo aos poucos.

— Mas que porr…

— Levei um susto achando que tinha perdido seu fator cura, porém parece que não. Acha que tem a ver com sua visita ao outro lado?

— … única coisa que consigo pensar… e eu nem pedi por isso. Não faria sentido esse ser o preço.

Preço?

Pensou o amigo da vizinhança. Logo percebendo que deveria ser em relação a sua volta dos mortos.

— A não ser que te de más consequências, Wade.

Ao ouvir isso rio sem humor. Como poderia? Era tão desconfortável ao longo daqueles anos se adaptar a situação de sua pele e quando menos esperava, quando já a tinha aceitado a situação, se adaptado, achado uma esposa que o fazia se sentir atraente na própria pele porque demônios adoravam aquilo…

— Ah… — pensou. — Acho que sei o “x” da questão.

Desde que obteve a nova aparência, a que teria sem a mutação; um homem loiro, alto, (que Peter concluía que parecia ainda mais com o Ryan Reynolds) sua esposa estava ainda mais distante.

Era uma longa história para a mudança ter acontecido. Ele e seu parceiro tinham teorias. Não sabiam o porquê exatamente, só que foi no tempo em que Deadpool esteve no submundo para tirar Peter Parker.

A infidelidade sexual já mexia com a autoestima fragilizava do Wade. Mas era um súcubos, rainha demônio, suas vontades vem em primeiro, o que poderia esperar?

O que incomodava Shiklah era a moral dele.

Se lembrando dela de braços cruzados, sentada no sofá:

— Ama? Me ama mesmo? Acho que não tem mais certeza e eu não tenho paciência para você e seu bro-crush.  Você nem se lembra a última vez que matou. — Shiklah apontou ele, amargurada.

— Como poderia esquecer? Você me ajudou a buscar ele do outro lado.

— E já faz muito tempo. Trouxe o homem de volta, então qual a diferença? É como se não tivesse matado.

— Eu só tenho um código, “não matar inocentes”. Aceitei o serviço, porque achei que o mundo ficaria melhor sem gente como ele, mas na verdade ele é um dos caras que o mundo precisa.

Ela rolou os olhos com o discurso. Obviamente ele se referia ao mundo humano. Como ela se simpatizaria? Shiklah é a rainha dos monstros, demônios. Pensa no seu mundo primeiro. Humanos? Mais atrapalhavam que ajudavam.

Tinham ideias diferentes, notavam. Ficava cada vez mais óbvio.

Wade estava feliz e animado pelos bons resultados que vinha tendo em suas patrulhas:

— Finalmente eu estou com heróis, aceito pelos “bonzinhos”.

Ela levantou-se e após suspirar lhe disse:

— Esses caras, os caras bons, e demônios não combinam, Wade. E ela estava certa.

Ele não aceitava:

— Isso não tem nada a ver. Pra começo de conversa tentei não tocar no assunto, mas mal te vejo nessa casa. Nem avisou antes de ir, nem sabia se iria voltar.

— Você não tem qualquer direito para falar de mim.

— Como? Pelo menos sabia onde eu estava!

— Você não me procurou para estar tão aborrecido assim.

­— Porque estava ocupado.

O tom de voz dela era carregado de repulsa:

— Com seu amigo.

— Sim, trabalhando.

— Exatamente. Eu também estava ocupada.

Ela não tinha problemas antes com a amizade dele com o Homem-Aranha, tinha até concordado dele estar na lista do top 5 dos impossíveis interesses que Wade poderia levar pra cama, estando liberado para tal. Tinha total ciência da óbvia atração do marido a ele, não via problema, era o natural, poderia ter até um ménage, ensinaria uns truques a aquele homem “bondoso” demais.

Até ela tinha os termos deles que seguir. Não uma lista com “quem” poderia ir para cama, afinal era uma súcubos, não caberia em uma lista. Mas eram termos sobre onde poderia leva-los. E quebrou esse acordo deles, levou o lobisomem para casa dos dois, para cama do casal, porque teve vontade, estava irritada com o marido na época.

Além de passar a evitar e fugir de seu toque. Wade estava mudando e era culpa da criança bastarda dele, a qual ela escolheu ignorar. Tudo se agravou quando ele passou a andar com o Homem-Aranha.

As coisas com as quais não se importava antes se tornaram problemas.

Shiklah tinha seus motivos. Suas preocupações se tornavam mais concretas, não havia motivo para ficarem juntos se aquele homem não era mais quem tinha se interessado em primeiro lugar.

Ele mudou ou sempre tinha sido assim? Só percebeu naquele momento por terem se casado rápido demais? As mesmas questões valiam para ele.

Shiklah foi embora depois de algumas discussões. Foi a separação definitiva deles.

Wade tinha muito o que pensar. Divorcio com uma demônio era um campo estranho e complicado para os outros se relacionarem. Mas lá estava ele interessado mais em seus propósitos anteriores de concertar seus erros com Homem-Aranha fazendo seu melhor, com Ellie passando seu tempo com ela e com Parker, o visitando, levando presentes, conversando para entender mais aquele homem e ajudar na segurança do mesmo.

Conversa com ele era extremamente interessante. Não esperava já que geralmente esses CEOs são chatos, frios, pior que os das fantasias eróticas, mais robóticos.

Tempo não investido em recuperar aquele matrimônio.

Foi uma dessas conversas num café que Peter, charmoso de óculos, lhe disse apoiando o cotovelo a mesa:

— Você acha que foi um marido negligente?

Arqueou a sobrancelha ao ouvir tal pergunta.

— Você acha que fui?

— Pelo o que me contou parece que depois da traição você já estava meio que seguindo em frente.

­— Só não queria admitir?

— É. Sei como é. Passei por isso. — comentava se lembrando de seu namoro com Felícia, a Gata Negra. — De ser traído, perdoar por medo de ficar sozinho. Mas depois tudo fica diferente entre a gente, ao ponto de se pergunta se faz sentido continuar.

Wade riu tomando o café:

— Ser corno é uma merda.

E ficou feliz ao fazer Parker esconder o riso com a mão.

— Também já fui casado. — Comentou. Se arrependia muito por ter prolongado o fim do casamento com MJ e tê-la feito sofrer por isso anos atrás. — Não fui traído no meu casamento, pelo menos, mas também não fui um bom marido. Estar numa relação não estando se entregando realmente é complicado, então entendo.

A relação com MJ tinha sido cheia de términos, altos e baixos que mal sabiam como chegaram a um matrimonio. Ironicamente seu antigo namoro até mesmo com Johnny tinha sido mais tranquilo e estável do que os namoros que teve com MJ.

Wade acrescentou:

— Não querer ficar sozinho… eu sei bem disso. — Passou a observava o café no copo, as pequenas ondas que fazia. — Estou entendendo como ela veio se sentindo ultimamente. Parecia que eu estava mais interessado em outra pessoa. Na verdade, eu estava mesmo…

— Entendo…

Não levou muito tempo para Peter Parker revelar sua identidade ao Wade Wilson. Confiava nele.

Após o choque inicial do Deadpool, voltaram a progredir. Não só saiam depois das patrulhas vestindo os uniformes, mas casualmente também.

Numa patrulha ambos escalando um prédio, Wade fazia aqueles típicos comentários cheios de flerte em relação ao uniforme negro noturno do Homem-Aranha, que se aproximou fingindo irritação com ele quando entraram no local.

Dado momento estavam ambos desmascarados, se encarando intensamente mantendo aqueles sorrisos ardilosos, maliciosos, movimentando-se com cautela.

 A tensão estava lá.

Deadpool ainda o puxou para mais perto pela cintura.

Peter tinha a palma da mão enluvada com garras sobre um peito do Wade, o sentindo mover pela respiração pesada, quente, contra seu rosto. Apertou de leve o ouvindo soltar um rouco gemido. Mordeu o lábio com força tentando resistir.

Sentia desejo. Desejo e mais. Muito mais. O que lhe preocupava e lhe fez relutar para evitar o que estava tentado a fazer, beija-lo. Cobriu a boca do mercenário tagarela com a mão, tomando cuidado com as garras, o que só aumentou o sorriso travesso que Deadpool lhe dava.

Deitou a cabeça no ombro do loiro. Era perigoso demais continuar o encarando daquele jeito, aqueles olhos azuis dilatados iriam lhe engolir daquela maneira.

Mas não resistia muito a ele.

Segurando seu rosto para não se virar, deu um beijo estalado em seu pescoço, sentido ele estremecer. Se divertia com isso.

— Webs, está me provocando?

Antes da mão do Wilson em sua cintura descer até sua bunda, que sabia bem que era onde ele queria pegar, se afastou e vestiu rapidamente sua máscara.

— Eu sei que não deveria brincar com fogo, Pool. Então eu vou com calma, aos pouquinhos.

— Mas é um desgraç…

­— … um amor, obrigado, minha tia concorda. E eu só estou respeitando seu espaço, seu tempo, te animando um pouquinho.

— Não vem dar uma de mocinho pra cima de mim, cabeça de teia!

— Mas eu sou um mocinho, esqueceu, grandalhão?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Adorei estar fazendo esse desafio e ficar pensando em onde inserir esses beijos, fiquei refazendo esse capítulo pensando em qual e como seria e quem seria (e teria que ser o Peter).
Está sendo divertido!



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