Quando eu te beijo escrita por Agome chan


Capítulo 3
Eu te respeito


Notas iniciais do capítulo

• No filme Deadpool 2 tem o Firefist (Russell Collins), que é um personagem adaptável composto, porque além de ser inspirado no Russell (e por isso o mesmo nome), também é no Evan Sabahnur, o Genesis, uma criança que gosta muito do Deadpool basicamente que Wade salvou.
Ele é citado nesse capítulo.
Lembra o Apocalipse dos X-Men? Que apareceu no filme de X-Men antes desse último da Fénix, de vilão e tal? É basicamente ele, só que não... é uma reencarnação de certa forma de novo sem as memórias, uma recriação dele.



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Wade Wilson teve um longo dia, estava cansado se questionando e perturbado com seus sentimentos, pensamentos. Nem estava vestido com seu uniforme vermelho, usava roupas casuais: calça jeans, blusa de capuz com moletom e boné por baixo escondendo mais sua aparência.

Aparência que o lembrava que se questionava o tempo todo sobre… o que era? Quem era ele de fato?

Faz tempo que ele foi procurar o Homem-Aranha, ao reencontrar e se reaproximar dele, pedindo sua ajuda, orientação em tentar ser melhor. Não para ser um herói, só para ser melhor.

Chegava a suspirar no topo daquele prédio, típico ponto de encontro deles. Era frustrante. Estar entre os “caras bons” era o que desejava, ou pelo menos não ser odiado por eles, não ter uma vida tão… merda. Seu herói de infância era o Capitão América não por acaso. Desde pequeno tendo um pai militar abusivo, sabia que o sistema era falho, infelizmente, e não era confiável, desistindo dele.

Fazia a sua maneira. O mundo é um lugar tão corrompido que perguntava se valia a pena estar ali. Não era possível de toda forma deixar a vida, mesmo que a Morte lhe estenda os braços. Por ela estar lhe esperando com tanto desejo que Thanos o amaldiçoou com a imortalidade, não poderia tê-la por ciúmes do bicho roxo.

Mas isso foi a muito tempo atrás de toda forma. Deadpool seguiu em frente, estava casado com a súcubos rainha, Shiklah. A demônio que o achava extremamente atraente nessa sua aparência de pele cicatrizada e toda marcada, sem pelos no corpo quase, que ele mesmo achava monstruoso.

Nada como uma belíssima demônio para lhe fazer se sentir atraente, certo?

— Mas nem isso funciona mais… — pensou falando sozinho naquela noite iluminada pela cidade movimentada.

Sabia que se envolver em um relacionamento tendia ao fracasso, tinha tudo para dar errado. Resistiu a ideia de início de se envolver com ela por essa razão, mas Shiklah era bem convincente e decidida quando queria. Chegaram a se casarem, mas o matrimônio estava indo por água baixo, o caminho esperado.

Ter Eleanor de volta a sua vida quando achava que a tinha perdido… era como ter algo que fazia o esforço valer a pena, manter esse mundo na linha na medida do possível, deixava de ser um capricho e se tornava uma necessidade. Para ela ter uma vida melhor, crescer num lugar melhor do que ele encontrou.

O Homem-Aranha entendeu tudo quando Wade o apresentou a ela. Tinha sido tão fofo a forma que ela passou a chama-lo de Tio Aranha.

Mas era claro, Peter era um herói, um homem humano. Conhecer Elly só lhe fez notar o proposito maior que seu amigo tinha na vida e olha-lo com novos olhos. Por exemplo, vê-lo embaraçado pela primeira vez por ela dar com a língua nos dentes e passar a falar como o pai adorava, amava, admirava o Homem-Aranha mais até que seu herói de infância, o Capitão América.

Para Shiklah era diferente, afinal era uma rainha demônio, para ela Eleanor era a filha bastarda do marido que eles descobriram estar viva. Não interessava saber de aspectos da vida dele que não se relacionasse a si, além dele estar cada vez mais distante e entediante. Levando seus desejos em primeiro lugar, também se afastava dele, aborrecida, o deixando para trás.

Shiklah não estava gostando da mudança que via em Deadpool, em contra partida Wade estava adorando. A muito tempo não se sentia tão bem na realidade.

Foi um dia cheio. Passou o dia com Elly e Evan Sabahnur, o Gênesis. Os dois pequenos que o admiravam e o viam como herói. Fazia tanto tempo, tentava se convencer que não se importava com essas coisas, mas ao ouvir reconhecimento o lembrava como era bom. Bom ser importante para alguém.

Ainda mais Evan, que mesmo sabendo de quem se tratava Deadpool, confiava tanto nele.

A criança “Apocalipse” pode ser algo além disso, pode ter esperança e ser melhor, bastava ter uma chance e ao ter, Evan se mostrou adorável.

No meio de pensamentos fervilhando não ouviu Homem-Aranha chegar, pousando naquele telhado, estranhando as roupas do que poderia ser o mercenário. Na dúvida o chamou, não pelo codinome, mas pelo nome, parecia mais apropriado:

— Wade?

Se virou para lhe olhar, sorriu vendo o Aranha se sentar ao seu lado:

— Boa noite, flor do dia.

Peter enrugou o cenho visível mesmo com a máscara, e riu:

— Boa noite. E não nos vemos tanto assim de dia.

— Sim, deveríamos marca um encontro na Starbucks, cabeça de teia. Eu vou estar de shortinho jeans e all-star como toda boa protagonista.

— Isso é tããããão clichê. Eu não tenho cabeço suficiente para ir na Starbucks num coque frouxo, sabe?

— Hm… você entende das fanfics, então? Que bom que estamos em uma. E eu não sei como você é embaixo disso. — Apontou para a máscara. — Só te vi de cueca e máscara algumas vezes.

— Fora de contexto isso soa errado. — retrucou Peter, zombando.

— No primeiro caso eu entendo, você só queria lavar o uniforme depois de ficarmos fedendo a lixo por causa do monstro que enfrentamos. Mas na segunda vez, meu amigo, o contexto não te salva. Num bar dançamos de cuecas pra súcubos e a Thor que está dentro no meu top cinco de passe livre do casamento. E você ainda levou o dinheiro que elas jogaram na gente como todo bom stripper.

Peter ria se divertindo só de lembrar daquela noite.

— Nunca me diverte tanto, foi muito bom. E você pegou sua parte, não adianta reclamar.

— Não estou reclamando. — resmungou Wade girando os olhos azuis que Peter não parava de encarar. — Só estou lembrando. Daria um bom stripper, Spidey.

— É, talvez eu tenha medo do sucesso. — disse, tirando um sorriso malicioso do mercenário. — Quando eu era pobre poderia  ter sido uma opção melhor que lutas ilegais.

Wade engasgou em surpresa:

— O que? Você?

— Antes de ser herói eu fazia merdas irresponsáveis como qualquer adolescentes, — tentava se defender, admitindo seu passado vergonhoso, ganhando dinheiro com as apostas que faziam nele antes… da morte do seu tio Ben. Fazia tantos anos… — mas era para ajudar pagar o aluguel. O que não justiça. Eu fiquei meio metido quando ganhei poderes de início… depois de ficar muito assustado, claro.

Wilson ainda o encarava boquiaberto:

— Mais um pouco e você seria o Daredevil. — Como sempre fazendo Peter rir. — Peter Parker deve te pagar bem para você falar de pobreza tão no passado. — comentou com um tom de voz amargo.

— Paga sim. — E notando o tom do amigo, acrescentou. — Ele é uma boa pessoa.

— É… você sempre fala isso. — O ponto é que Deadpool não acreditava, o que lhe preocupava.

Não era segredo que admirava o Homem-Aranha, sua bondade, por ser o melhor exemplo de heroísmo e claro seu senso de humor.

Ter sido contratado para executar Parker e saber que o aracnídeo era seu guarda-costas mexia com Deadpool. Ele nem estava trás do dinheiro, e era uma grande quantia. Lhe zangava a inocência e a total confiança do seu amigo — seu melhor amigo — tinha por aquele CEO.

CEO são as primeiras pessoas a se desconfiar, era o que aprendeu nesses anos de mercenário.

Chegava a ter… ciúmes.

Ciúmes pela forma que Homem-Aranha confiava tanto no cara e como Wade se esforçava para ter uma fração daquela confiança.

O irritava que se lembrava dos arquivos que tinha recebido. Parker parecia ser um daqueles cientistas malucos, não se importando com os teste que eram como tortura a aquelas pessoas, e Wade sabia como deveria ser horrível para aquelas pessoas. Ele já foi um “experimento”.

Wade Wilson não tinha noção que estava sendo enganado, manipulado, para odiar Parker e o mata-lo. Não ajudava que Peter prosseguia mantendo sua identidade em segredo. Toda vez que seu amigo falava sobre real persona, Peter ficava na defensiva sem ouvir direito, era um problema solucionável com facilidade com dialogo se os dois não fossem tão complicados. Mas a vida os fez complicados.

— Parker pode ser até bonito, — comentou Wade. Peter agradeceu o elogio em pensamentos. — mas ele não presta, eu te juro.

— Wade… — suspirou.

Era ofícios do trabalho, as vezes, falar de si a outra pessoa que não sabia que estava se referindo diretamente a ele. Era complexo, porque ele sabia que não era justo, por isso tentava evitar, se sentia invadindo a privacidade do outro obtendo informações.

— Ele é excelente, eu te juro. Conheço ele a mais tempo.

— Você deve ter se deixado levar pelo rostinho bonito, ei? — de novo, Peter agradeceu em silêncio ao elogio, coçando a cabeça, desconcertado. Wade prosseguiu. — O que ele é? Seu sugar daddy?

— Meu Deus, não! — Ele nem conseguia se imaginar sendo “sugar daddy” de ninguém.

Não queria mesmo ser um Tony Stark Junior.

— Não sei o que tanto vê nele…

O interrompendo, retrucou:

— Não sei porquê pega no pé dele. Deveria confiar em mim quando eu falo.

— Você deveria me ouvir.

— Eu ouço sempre.

— Ouvi mais que muita gente, — desabafou. Complicado, porque era uma verdade. Homem-Aranha realmente ouvia tudo o que Deadpool tinha para falar, prestava atenção e era sempre muita coisa, afinal é do tagarela que estamos falando. — só não quando se trata do seu chefe.

— Podemos mudar de assunto?

— Não disse?

Era muito esquivo. Deadpool era visto como irritante por muitos e Homem-Aranha também tinha essa reputação por isso era difícil para ele lidar com os Vingadores, por exemplo. Mas entre eles na maior parte do tempo havia uma compreensão mútua. Menos quando o assunto era o homem atrás da máscara do aranha.

— Se eu tivesse um rosto bonito daqueles você me defenderia assim? — zombou Wade puxando os lábios num sorriso brincalhão.

Ao que Peter, olhando-o diretamente, respondeu:

— Eu já te defendo, então devo gostar da sua cara.

Wade sorriu, só que meio sem jeito, porque não sabia se levava a sério ao ouvir lhe provocando com uma verdade, ou se era ele sendo sarcástico só.

— Pessoas devem ficar incomodados com isso. — apontou para seu rosto. — Quem gosta são os monstros.

— Eu sou um Aranha, posso não ter mais pernas, mas tenho sensor, grudo nas paredes, já morri e voltei… isso é bem monstro para mim. Mas acho que até meu lado “Homem” não se incomoda.

Os dois riram descontraídos.

Peter se sentia constrangido por estar se abrindo tanto, usando o humor conseguir dizer e agradecendo por estar com sua máscara, enquanto Wade sentia seu peito se aquecer o ouvindo falar aquelas coisas.

— Está dizendo que me acha atraente, baby boy? — provocou arqueando a sobrancelha inexistente.

“Sim”, pensou Peter, mas respondeu:

— Estou dizendo que não deve se diminuir ou se desprezar de nenhuma forma. Eu já faço isso comigo, você não deveria fazer o mesmo, pegar pesado com você assim, Wade.

— Sei… “Não faça o que eu faço, faça o que digo”.

Peter suspirou levantando sua máscara até o nariz, se aproximando ainda mais dele, numa tentativa de se expressar melhor, apesar do nervosismo:

— Lembra que veio até mim pedindo ajuda? ­De que disse que gostaria de um dia ter meu respeito? — Pegou sua mão, vendo-o concorda. Os olhos azuis intensos na escuridão e seu maxilar bem definido contraído, lhe encarando com expectativas e incertas, nervoso. — Você já tem, Wade. Você já vem fazendo tantas coisas importantes antes mesmo de passarmos a patrulhar juntos. Confiou a mim a identidade da sua filha sem pedir nada em troca.

— Mas é claro! Você é você! Quem mais eu confiaria?

— Me pegou de surpresa naquela noite. Fico lisonjeado, não sei se mereço tanto…

— E aquele papo de não se autodepreciar, hã?

Tirou um sorriso do Peter, que para Wade era extremamente encantador, como a mão enluvada acariciando a sua desnuda com pele cicatrizada.

— Eu disse que é minha área.

— E eu não gosto quando faz isso. Spidey, eu queria que você se visse como eu te vejo. — comentou sorrindo com certa malícia, mas nem tanto. Estava sendo honesto.

O homem diante de si era a herói que mais admirava, facilmente o colocava em um pedestal. Queria que ele fosse capaz de ver o quão nobre ele era, até mesmo Cable concordava sobre o quão bom era Homem-Aranha.

Para sua surpresa, arregalando seus olhos que brilhava contra a luz da cidade, viu o Aranha levar sua mão a boca dele e sentiu os lábios contra sua pele marcada. Foi um singelo beijo. E lhe encarando, Peter respondeu:

— Eu digo o mesmo a você, grandalhão. É um bom homem, não deve esquecer isso.

Pensando em voz alta, ainda em descrença com o que o amigo tinha acabado de fazer:

— Mas a minha pele…

­ — Você não me incomoda de forma alguma, lembra? Deveria saber, já que dançamos juntos de cuecas pra um monte de mulher. — Riu, mas ver que Wilson não o acompanhava ainda em estado de choque, constrangido.

Ainda mais quando sentiu a mão dele acariciando seu rosto, sentindo a textura da pele do Wade contra a sua. Era diferente, mas era bom. Novamente o toque dele era como se Peter fosse algo tão delicado, em vez de ser alguém capaz de segurar helicóptero caindo em sua direção.

Deadpool poderia jurar ouviu um suspiro pesado do seu amigo pela surpresa ao toque, porém ele não se distanciou. Estremeceu ao sentir a maça do rosto do homem que tanto admirava contra sua palma. Até os traços da barba crescendo fazendo-lhe cócegas, ele admirava.

Peter coçou a garganta para os tirar daquele transe. Sem jeito, se levantou e vestiu sua máscara. Para não ficar estranho e complicado entre eles, brincou com a ideia do beijo que tinha dado, chamando Wade por:

My lady. — se curvando em referência para se retirar, recebendo uma risada gostosa dele como se fosse amanteigada, mexendo consigo e dando arrepios.

Tinha vontade súbita de ficar ali por mais tempo e abraçar o  grande Pool. Estava estranhando a forma que vinha crescendo suas vontades para ser mais afetuoso com o Wade.

Foi embora tentando ignorar esses sinais que seu corpo dizia em relação a como se sentia.

Wade ficou a ver o Aranha se pendurando e saltando pelos prédios.

Ao perder de vista ficou olhando sua mão. E com a outra levou contra o peito como se fosse o bem mais precioso.

Na patrulha seguinte, Deadpool vestia um belo vestido por cima do uniforme e estendeu a mão enluvada para Homem-Aranha a beijar em referência a última vez. Ele, rindo, assim o fez, dando-lhe o braço para os dois irem juntos comer num fastfood após nocautearem e prenderem com teias uns bandidos.

— Se soubesse que iriamos sair para comer a rigor, eu teria usado terno.

— Isso é um vestido informal, baby boy. Você não entende nada de moda, não é?

— Não em absoluto.

— Quando for a rigor eu usarei salto e joias pelos menos.

— Vai ficar ainda mais alto do que eu, madame.

— Tenha confiança no seu taco, webs.

— Eu não tenho tanta, Pool. Já falamos sobre isso.


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Notas finais do capítulo

Spideypool é interessante pq Wade e Peter usam humor como escape quando eles não sabem lidar com as situações tbm kkkk
Espero que tenham gostado, eu não queria levar um mês praticamente pra postar, então escrevi esse a mão primeiro para produzir mais rápido.
Espero que tenham gostado.



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