A cena foi armada para parecer uma cena de crime comum para a equipe da BAU. Mas Derek estava desconfiado da cena. A mulher loira com roupas coloridas e boca vermelha lhe lembrou vagamente de Penelope.

Algo não parecia certo para ele, mas naquele momento ele não sabia o que iria vir pela frente. Eles estudaram as duas garotas e quando os corpos foram removidos, eles encontraram um bilhete. “Toda a traição será vingada. ”

Derek sabia que aquilo era a primeira parte de algo horrível.  

Penelope caminhava pelo corredor do FBI, olhando para todas as salas. Ela olhou para o escritório de Derek, que agora era nada menos que seu namorado. Ela havia dado um chute em Kevin e finalmente dito a Derek o que sentia.

— Desculpe. – Kevin topou com Penelope, com claras segundas intenções. – Penelope, eu posso conversar com você? Acho que vai querer suas coisas de volta.

— Kevin, Derek não quer que eu converse com você. – Penelope tentou sair de perto dele. – Pode me dar licença?

— Eu tenho algumas estatuetas suas. – Kevin usou a carta da decoração. – Talvez você as queira de volta.

Penelope mordeu a isca. Aquelas estatuetas eram suas favoritas.

— Ok, Kevin. – Penelope sabia que era arriscado, mas Kevin não era um psicopata. – Vamos antes que a equipe volte.

Kevin sorriu internamente. Ele armou a armadilha já no carro.

Entrando no carro do nerd, Penelope se sentou no banco de trás, para que ela não ficasse ao lado dele mais do que o necessário. Ela percebeu que ele instalou divisões no banco do motorista.

— Por que a divisão, Kevin? – Penelope estava curiosa. – Vai virar motorista?

— Fica quieta. – Kevin trancou as portas e fechou a janela, liberando gás na parte de trás.

— Kevin, por favor... – Penelope estava se sentindo tonta. – Não...

Ela não terminou de falar antes de cair desacordada. Kevin abriu as janelas traseiras, liberando o gás da parte de trás. Dirigindo para sua casa, seu plano estava quase em uma finalização doentia.

Derek bateu o telefone de novo quando Penelope não atendeu o telefone pela quinta vez.

— Estou te dizendo, Hotch. – Derek suspirou. – Tenho um pressentimento errado sobre isso. Penelope nunca deixaria de me atender.

— Eu sei, Morgan. – Hotch sentiu um vento frio bater. – Eu também tenho.

Kevin arrastou Penelope até um quarto em sua casa. Amarrando seus pulsos a cama com meias, ele colocou um pedaço de pano na boca dela, evitando que ela gritasse quando acordasse.

As fotos das duas garotas que ele matou, o fizeram lembrar de sua mãe, presa por crimes de falsificação. Penelope lembrava muito ela e isso foi o incentivo que ele precisava para acabar com Penelope.

Derek praticamente correu para dentro da BAU assim que eles chegaram e foi até a sala de sua Baby Girl. Ele olhou para tudo e encontrou o telefone dela ainda na mesa do computador.

— Eric preciso de um favor. – Derek pediu ao agente de TI. – Localize as imagens das últimas duas horas.

Quando finalmente elas foram puxadas, Derek sentiu a mesma sensação ruim. Penelope estava conversando com Kevin e ela saiu com ele. Ele seguiu com as câmeras até o estacionamento e viu Kevin entrando e depois Pen.

O carro ficou cinco minutos parado e depois saiu a toda. Derek se sentou na cadeira mais próxima. Penelope foi com ele o que significava duas coisas. Ou ele a ameaçou ou ele ameaçou o time e Penelope não hesitaria em ir com ele.

— Hotch, Penelope foi sequestrada. – Ele viu Hotch se levantando com pressa. – Eu a vi sair com ele, mas não foi porque ela quis.

— Fazem duas horas, Derek. – Hotch se sentou, com medo. – Eu vou pedir um bloqueio na fronteira.

— Ele não vai sair da cidade com ela, Hotch. – Derek disse. – Ele vai matar ela e depois fazer o mesmo do que as duas garotas que encontramos.

— A casa dele. – Reid disse. – Se ele quer matar Penelope, ele vai querer em um lugar que ele controle, como a casa dele.

— Kevin mora há 30 quadras daqui. – Emily falou. – Levei a Penelope um dia desses lá e eu sei onde ele mora.

— Vamos. – Hotch pegou a arma e o distintivo.

Todos fizeram o mesmo. Eles trariam Penelope sem danos.

Pen acordou amarrada na cama de Kevin e sentiu um medo quando percebeu que estava apenas de lingerie. Ela se concentrou para tentar sentir qualquer dor, mas felizmente ela não sentia nada.

— Que bom que a minha princesa acordou. – Kevin se aproximou dela e tocou seu abdômen. – Nós vamos fazer um bebê juntos.

Penelope balançava a cabeça, tentando negar a ideia de seu ex namorado psicopata.

— Sim, querida. – Kevin se aproximou de Penelope. – E você vai dar a minha mãe netos loirinhos como você e ela.

Se aproximando da casa de Kevin, Derek teve um sentimento de medo ainda maior. O carro mal havia parado quando ele saiu e deu um tiro no cadeado. Empurrando o portão, ele chegou a porta e com um chute ele a quebrou.

Correu para quarto e encontrou Kevin com uma faca no pescoço de Penelope.

— Mais um passo e eu a corto. – Kevin cerrou os dentes. – Sempre o herói maldito dela.

— Kevin, solte ela. – Derek fechou os olhos em Penelope, evitando que Kevin o antagonizasse ainda mais. – Ela sabe que eu não posso amar ela como ela merece.

Derek estava tentando distrair Kevin de um Reid indo por trás de Kevin.

— É exatamente isso, Morgan. – Kevin apertou ainda mais Penelope. – Ela é minha, toda minha.

— Eu acho que não, Lynch. – Reid colocou a arma na testa dele. – Solte-a agora.

Kevin tirou o braço da garganta de Penelope e num movimento ousado, Derek a puxou para ele, a protegendo do tiroteio que se seguiu. Ela estava tremendo de medo nos braços de seu próprio herói e começou a chorar assim que o corpo sem vida de Kevin caiu ao lado dela.

JJ correu com uma coberta para cobertar Penelope que estava apenas de calcinha e sutiã. Derek a levou para fora do quarto, diretamente para a ambulância.

Para sorte dele, os paramédicos eram duas mulheres e deixaram Penelope calma com a presença de Derek ao seu lado.

Felizmente, Kevin não havia violentado Penelope. Ela, no entanto, precisou ficar em observação por causa de um hematoma feio em sua testa. Derek nunca a deixou.

— Quando você quiser falar comigo, eu vou estar aqui. – Derek a tocou e para sua surpresa, ela não o repeliu, como era comum e natural nessa situação. – Penelope, eu quero fazer uma pergunta, mas não só porque você passou por isso, ok?

— Eu sei, Derek. – Penelope sentiu seu coração florescer.

— Eu quero perguntar. – Derek tirou uma aliança de seu bolso. – Você quer ser minha esposa?

— Sim, Derek. – Penelope não precisava pensar nisso. – Eu quero me casar com você.

Ele colocou a aliança no dedo dela. A beijando, Derek sabia que apesar do que havia acontecido, tudo ficaria bem enquanto ele a tinha ao lado.

Hotch cuidou de tudo sobre Kevin. Eles descobriram que a mãe, Roberta Lynch estava presa por fraudes e seu irmão Everett era um paradeiro desconhecido.

Eles só esperavam que nenhum deles resolvesse se vingar.