Emily:

Ser a chefe de nada adiantava nesse momento. Ela sentiu que poderia cair no momento em que descobriu que Reid e Penelope, duas pessoas que ela adorava como amigos, irmãos e subordinados estavam juntos sendo reféns de um culto assassino.

Ela não pode deixar de lembrar de quando Reid foi sequestrado por Hankel e preso por causa de Cat Adams e Lindsey. Esses dois foram os piores momentos de Reid se ela fosse dizer dela presente.

A morte de Maeve e Gideon e todo o resto afetou o jovem cada vez mais.

Então ela pensou em Penelope. Ela era apenas uma técnica, a melhor que ela conhecia. E ela dizia isso com propriedade. Ela tinha sua cota de situações que não eram poucas.

Se ela tivesse que enumerar, ela certamente teria tantas situações terríveis como todos.

A primeira vez foi quando Pen levou um tiro. Seu coração havia quebrado e ela nem hesitou quando JJ lhe ligara chorando que sua melhor amiga havia levado um tiro e deixada sozinha para morrer. Então havia New York em que ela estava com Derek ao telefone enquanto a ambulância explodia e Emily a deixou chorar em seu ombro. Royal, o caso do homem com os porcos, Foyet, Haley morrendo ao telefone, Wayoming, e o Alasca.

Aquele foi um dos piores momentos para todos. Encontrar Penelope sentada na frente de um cadáver, quase catatônica foi um de seus piores medos.

Em cada um dos acontecimentos, um pedaço dela ia com a jovem analista. Ela soube que Penelope estava sem fala durante todo seu falso funeral. Uma amiga sequestrada, um termino difícil com Kevin, a quem ela queria dar uns tapas na festa de casamento de JJ e Will.

O replicador, seu ex namorado hacker, um tiro em um enfermeiro falso, seu PTSD, ser caçada por quatro assassinos, um pior que o outro, vendo Hotch e Reid serem presos sem necessidades, Derek indo embora, Hotch também, a volta de Floyd, seu irmão Carlos sendo um completo idiota.

E agora um sequestro por um culto assassino. Finalmente enumerando todos os traumas, Emily percebeu que Penelope também assim como Spencer era uma das mais afetadas, apesar de enfrentar todos os dias com um sorriso e tiaras de gatinho.

Tudo o que Emily Prentiss queria agora era encontrar seus amigos em segurança.

Rossi:

Olhando para as fotos de Penelope e Spencer em suas mãos, Rossi deixou algumas gotas de lágrimas caírem. Os dois eram como se fossem seus filhos, assim como toda a equipe, mas algo sobre os dois eram especial. Cada um à sua maneira o surpreendeu.

Reid era um dos membros mais jovens da equipe e sabia quantos grãos de areia existiam no deserto. Ele teve seus próprios demônios o incomodando. Perdeu a garota que nunca pode beijar, foi raptado diversas vezes, levou um tiro no pescoço, perdeu um de seus mentores, teve seus problemas com sua mãe e seu Alzheimer, foi preso injustamente e acusado de assassinato.

Penelope era a analista técnica mais inteligente que ele conhecera em todos os seus anos de FBI. A descoberta que ela era um hacker antes de ter seu atual emprego foi doce e ele vendo uma foto de como ela se vestia, só aumentou sua admiração.

Ele admitiu para Hotch que detestava Kevin, descobrindo que o chefe também não gostava do garoto e eles só o deixaram namorar Pen porque ele foi avisado sobre fazer mal a Pen. Eles o mandariam para o polo norte se descobrissem que Kevin ousou machucar Pen.

No momento em que descobriu que Penelope fora sequestrada com Reid, ele se culpou por não ter levado ela junto com eles para sua casa. Talvez ela estivesse segura lá e não tendo que lidar com seus próprios sentimentos de culpa.

Ele se recusou a colocar os nomes e fotos dos dois no mural. Eles não eram vítimas quaisquer. Eles eram sua família e junto com todos eles os recuperariam.

Tara:

Mesmo não estando há tanto tempo na equipe, Tara Lewis sabia que Penelope era uma garota especial. Ela havia recebido ela em sua família com tanto carinho que tudo o que ela mais gostava na jovem era seu jeito de menina.

Penelope exalava confiança por onde passava. Ela viu essa confiança balançar no momento em que descobriu que era o alvo dos assassinos da deep web. Todos tiravam um dia para ficar com Pen e na sua vez, ela deu a Pen seus conselhos e sentiu uma dor no peito quando ela a abraçou.

Foi um alivio quando descobriram que Cat estava sob custódia e todos os assassinos ou estavam mortos ou presos.

A vida pareceu seguir seu próprio curso e quando Derek foi sequestrado, ela observou Penelope entoando um mantra silencioso e sozinha.

E de novo no hospital, enquanto Savannah estava em perigo. Ela sabia de alguns de seus segredos e sabia o quanto Pen era amiga de Spencer.

E o jovem agente quase não conversava sobre sua vida, mas estudando seus registros ela se deu conta de que Reid e Pen sofreram tragédias de mais.

Descobrir que eles haviam sido raptados juntos fez o estomago dela virar. Tara estaria ali para os dois.

— Algum avanço? – Ela hesitante perguntou a Emily e David.

— Nenhum. – Emily suspirou. – Nenhuma pista de o porquê Meadows raptaria Penelope e Spence.

— Certo. – Ela voltou para o computador tentar acessar os arquivos e descobrir porque tudo estava off-line.

JJ:

Hesitante para voltar ao prédio, JJ descobriu que os padrinhos de Henry estavam sumidos. Reid era como um segundo pai de seu filho, assim como Penelope era uma segunda mãe para o pequeno. Talvez mais do que a própria mãe dela.

Penelope era o raio de sol da equipe em dias tristes. Ela já havia pelo estresse de levar um tiro e naquela vez, JJ se sentira sem reação. Agora, ela era mãe de duas crianças que eram doidas por Penelope.

— Você está bem? – Emily entrou no banheiro onde ela estava jogando um pouco d’água no rosto.

— Eu já te contei sobre o jogo dos Redskins? – JJ suspirou. – Meu Deus, já fazem treze anos atrás. Não? Spence tinha ingressos, que na verdade foi Gideon quem deu. E ele me convidou para ir com ele. Então eu pensei que os membros mais jovens da equipe deveriam ir juntos e eu claro, chamei a Garcia.

Ela riu com Emily da lembrança daquele dia.

— No final, Hotch e Morgan estavam dando conselhos para ele pensando que era um encontro. – JJ riu. – Pobre Spence. Ainda bem que ele me perdoou no final.

— Ele adora você. – Emily sorriu. – E no final deu tudo certo. Vocês três são inseparáveis.

— Eu não posso fazer isso sem eles. – JJ chorou no ombro de Emily. – Se não trouxermos de volta, eu...

— Eu sei. – Emily enfrentava a mesma batalha. – Eu também.

Reid e Penelope eram os favoritos de JJ. E ela não saberia como explicar caso um deles não voltasse.

Simmons:

Quando Matt conheceu Penelope Garcia, ele só conseguia pensar em uma palavra para descrever a técnica. E essa palavra era especial. Ela havia brincado com todos pelo computador da IRT e até Jack Garrett sabia coisas sobre a técnica.

Ela era muito amiga de Monty e Clara amava o jeito brincalhão dela. Mae era uma das fãs da jovem técnica.

Ela conseguia tirar um sorriso de muita gente. Foi ela que o chamou quando a equipe desapareceu nas garras de Peter Lewis e ele a consolou no enterro de Stephen. Ele descobriu sobre seus pais sendo mortos por um motorista bêbado e a mudança de pensamento em relação ao homem responsável.

Pensar em palavra para descrever Penelope agora era fácil. Mas escolher uma era complicado demais.

Spencer era como se fosse um irmão mais novo. Ele ajudou a trazer Reid de volta para os EUA e apesar de não conseguir tirar ele a tempo da cadeia, ele pode aconselhar o jovem depois. Ele viu o quanto ele se sentiu culpado por Stephen e o quanto a cadeia o afetou.

E agora, ele e Penelope foram raptados. Voltando para a sala de guerra, Simmons sabia de uma coisa: ele traria os dois amigos de volta.

— Mas os Belivers declaram guerra a BAU sequestrando Reid e Garcia. – Ele ouviu Emily falar. – Então eles vão fazer Reid ou Garcia a vítima 300. Talvez a última.  

— Garcia não fazia parte do plano. – Ele se ouviu dizer. – Ela só correu para o elevador.

— Então é o Spence. – JJ sabia que era Reid.

Algo passou pela mente dele. E quanto a Penelope? Eles realmente precisavam trazer os dois de volta e logo.

Luke:

Tudo o que ele queria era pegar Reid e Penelope de volta. Ele gostava de Penelope mais do que ele deixava mostrar.

Reid era seu irmão querido, ao qual ele ajudara durante o tempo de prisão, tentando chantagear um preso importante a não deixar Reid se machucar. Parte graças a Garcia.

Depois com Peter Lewis e seu plano diabólico contra a equipe. Ele havia ajudado Spencer várias vezes e até mesmo fez alguns favores secretos para o amigo. O sequestro foi uma surpresa quando descobriram quem era a pessoa por trás de tudo.

Ele nunca esperou que Garcia fosse envolvida no sequestro. Ela deveria estar em sua sala, com sua cadeira e suas canetas de penas. Seus muitos enfeites, incluindo o gatinho de borracha. Ver ela indo para o elevador o fez reavaliar sua vida.

Ele estava completamente apaixonado por ela e havia terminado com Lisa há algum tempo. Ele queria contar a ela na casa de Rossi e dizer a todos que era apaixonado por ela. E agora ela havia sido levada.

Quando ele a viu cruzando a porta, um pouco machucada e com os sapatos na mão, ele achou que teve uma segunda chance. Eles finalmente conseguiram a localização de Reid e salvaram o agente.

Quando o elevador se abriu, Penelope e Spencer se abraçar. Foi o fechamento de um caso terrível. Eles foram levados para a enfermaria do FBI para serem checados.

Reid se preocupou com Penelope porque ela estava muito quieta.

— Você está bem? – Spencer se sentou ao lado da amiga. – Acho que você precisa se deitar.

— Certo. – Penelope estava um pouco cansada. – Reid?

— Sim, Penelope? – Spencer se aproximou da amiga, pouco antes dela adormecer.

— Desculpe se eu te fiz ser levado por eles. – Penelope disse, em uma voz dolorida. – Eu não queria que você fosse quase morto.

— Não foi sua culpa, ok? – Reid deu um beijo na bochecha dela. – Agora durma. Eu vou estar aqui quando acordar.

Reid:

Olhar para Penelope dormindo a sua frente era quase como um mantra para Reid. Depois de conviver com a técnica por muito tempo, ele sabia que ela se machucava fácil. A saída de Derek foi um dos casos. A de Hotch também.

Ver ela naquele carro, com uma arma na cabeça, trouxe a lembrança de Maeve e ele não passaria de novo por aquilo. Ele então foi com eles, para não machucar Penelope.

Na realidade, Reid estaria bem em morrer se Pen sobrevivesse e felizmente ela conseguiu fazer com que ela fugisse. E ela retribuiu salvando ele.

Vendo ela dormindo, com um soro no braço, Reid se lembrou que até mesmo Penelope tinha um lado frágil. Ele só esperaria que Luke desse um passo à frente e contasse a ela o que sentia.

— Você deveria dizer a ela. – Reid olhou para um Luke quase escondido. – Eu sei o que você sente por ela e eu acho que é hora de dizer a ela.

— Não é tão fácil. – Luke entrou na sala. – Como vocês estão?

— Eu tenho alguns cortes pelo rosto e uma concussão pequena. – Reid deu de ombros. – Pen estava desidratada e uma contusão no ombro dela e uma concussão pequena. Ela precisou de soro e dormir.

Penelope estava fingindo que estava dormindo. Ela estava querendo saber o que Luke pensava sobre ela.

— Eu a amo tanto e nem posso dizer para ela. – Luke se sentou mais perto de Pen. – Eu só queria ter coragem.

— Eu também. – Penelope abriu os olhos. – Você me ama?

— Sim, Penelope. – Luke viu Reid sair. – Você também me ama?

— Eu também te amo, Luke. – Ela viu Luke se aproximar dela. – Muito.

Seus lábios se aproximaram e eles compartilharam o primeiro beijo.

Por muitas razões que nenhum deles podia entender, aquele sequestro deu muitos começos e finais ao mesmo tempo.

Para Luke e Penelope foi o começo de um romance novo e feliz. Para Reid foi o fim de um legado ruim com o culto. Para Emily foi outro final de legado. Para Rossi, uma oportunidade de finalmente ver o nome de Owen Quinn limpo. Para o resto foi o fim de um trabalho inacabado.