— Carlos, fale comigo. – Penelope implorou ao irmão, que correu quando ela pediu pela liberdade de Jesse e finalmente contou a verdade.

— Falar com você? – Era em tom cheio de ódio. – Eu nem consigo te olhar direito.

O elevador fechou e as lágrimas dela caíram. Ela saiu do presídio, andando sozinha e chegou a área onde Carlos vivia. Ele ainda não havia chegado. Ela pegou todas as suas coisas e a foto de seus pais, devolveu a chave e foi embora de lá sem querer falar com ele.

— Oi, eu preciso de um quarto. – Penelope mostrou sua identificação. – Por duas noites.

— Eu mando a conta para o FBI? – A mulher viu que Penelope estava chorando. – Você está bem?

— Estou. – Ela pegou seu cartão de crédito. – Você pode cobrar de mim mesmo.

— Quer que eu mande um chá? – A mulher viu Penelope assentir. – Ele chegará em seu quarto.

Penelope murmurou um agradecimento e foi para o quarto. Abrindo a porta, ela deixou a mala cair no chão, entrou entre as cobertas e começou a chorar de verdade.

Carlos chegou em casa e correu para cima. Ele tinha estragado tudo com sua única irmã e mesmo que ela se considerasse o motivo, ele não via desse jeito.

— Penelope! – Ele abriu o quarto onde ela dormia e começou a perceber que ela havia ido embora. – Merda.

Abrindo o celular, ele discou o número de Penelope sendo encaminhado para a caixa de trabalho dela.

— Penelope, me ligue. Por favor. – Carlos estava em pânico.

Ele tinha o número de Luke Alvez, um dos colegas de Pen. Então, ele telefonou para Luke.

— Agente Alvez. – Luke ligou o abajur. – Olá?

— Eu sinto muito incomodar, agente Alvez, meu nome é Carlos Garcia. – Ele ouviu o suspiro de Luke. – Algo aconteceu e Penelope não está aqui.

— O que quer dizer com isso? – Luke deu um beijo no cabelo da mulher loira ao seu lado. – Por que quer falar com Penelope? Olhe, eu já sei o que aconteceu. Você merece.

Luke desligou o telefone, não dando a Carlos nenhuma chance de se desculpar. Ele olhou para Penelope, dormindo na cama, marcas de choro.

Ela havia ligado para ele, que já estava a caminho de São Francisco no mesmo minuto. Emily ofereceu o jato da BAU.

— Luke... – Penelope gemeu. – Onde está indo?

— Pegar algo para você comer, chica. – Ele beijou seus lábios. – Volte a dormir.

Ela não reclamou quando o sono a atraiu de volta. Ela chorou até dormir. Quando Luke chegou não foram necessárias palavras. Ele nem havia começado um relacionamento com Lisa porque Penelope o havia pedido em namoro.

Pegando as chaves do SUV, ele pediu alguns favores e descobriu onde Carlos morava. Ele diria algumas palavras para esse cara por fazer sua garota chorar.

Rodando quarenta e cinco minutos, ele estacionou na frente da casa dele. As luzes estavam acessas e a porta se abriu. Luke viu o homem e perdeu qualquer sentimento bom que tinha pelo cara.

— Posso ajudar? – Carlos olhou para o homem de camiseta meia aberta e com uma sinueta latina em sua direção.

— Meu nome é Luke Alvez. – Luke se apresentou. – E sou o namorado de sua irmã, Penelope. Eu sei que seus pais te ensinaram que nunca deve fazer uma dama chorar, ainda mais sua irmã.

— Ela está com você? – Ele estava confuso. – Eu achei que você estava....

— Na Virginia? – Luke colocou as duas mãos no colo. – Eu estava, mas ela me ligou chorando e eu não perdi nenhum segundo antes de vir para cá. Sua irmã levou um tiro alguns anos atrás, você sabia?

Carlos olhou chocado para Luke, tentando ver algum sinal de mentira, mas tudo que viu foi a verdade.

— Eu sabia que ela ficou uma semana no hospital, mas não sabia que ela foi baleada. – Carlos precisou se sentar. – Por que ela não me contou?

— Pelo mesmo motivo que ela não te disse que seus pais estavam na rua a procura dela. – Luke viu a cara de Carlos mudar. – Ela se culpou desde sempre e tinha medo de que você a culpasse quando soubesse. E você fez.

— Ela se culpa? – Carlos suspirou. – Merda.

— Tudo acontece por uma razão. – Luke viu Carlos olhar ele de novo. – Eu vou me casar com ela, ter uma família com ela. E espero que até o dia do casamento, você tenha tomado juízo e perdoado ela ou nem precisa aparecer na cerimônia.

Luke entrou no SUV, se acalmou e dirigiu para um restaurante, pegando a comida vegetariana dela. Ele sabia cada gosto dela, cada pequeno segredo.

Penelope era um mistério e a cada dia juntos, ele descobria mais um. Logo que ela acordava, Penelope se espreguiçaria como uma gata, ela tomaria um copo de suco de laranja com uma pequena geléia de morangos.

A roupa combinaria com a maquiagem que combinaria com os sapatos de salto. Vermelho para o bom humor, laranja para dias em que ela precisava de atenção.

Ela usou um vestido que o fez subir pelas paredes quando a esposa de Matt foi raptada e ele tirou dela cuidadosamente e fez amor com ela depois.

Ela tinha pesadelos depois de casos horripilantes e ele perseguiria cada um por ela. Penelope adorava presentes como uma criança no dia de natal. Coisas simples como uma caneta de pelúcias ou um bichinho anti stress eram adorados por ela.

Ela ainda dormia quando ele voltou, então Luke colocou o jantar dela na mesa e a observou. Ele nunca conseguiria o suficiente dela. Subindo ao lado dela na cama, ele a sentiu se aproximar de seu peito e ele tomou a maior coragem de todas.

— Casa comigo? – Luke perguntou, com medo dela não responder.

— A qualquer hora. – Penelope estava olhando diretamente para ela. – Eu encontrei uma razão para mim. Para mudar quem eu era. Uma razão para começar de novo. E a razão é você.

Luke sorriu e colocou o mais lindo anel de diamantes com um pequeno gatinho dentro. Penelope suspirou para a delicadeza da joia.

Ele a ajudou a levantar e colocou uma música. The Reason por Hoobastank tocava naquele momento e ele reconheceu a letra. Era o que ela havia falando para ele.

— Você também é minha razão para ficar. – Luke a beijou e a fez sentar na mesa. – Precisamos comer para gastar calorias depois.

— Adoro gastar calorias com você. – Ela sorriu para ele. – Então, como foi a conversa com Carlos?

Luke riu. Ele não conseguia esconder nada dela e era bom.

— Eu falei para ele deixar de ser um idiota com você. – Luke piscou para ela. – E que se ele não se desculpar, ele não vai no casamento.

— Luke, ter você e o time no casamento é suficiente. – Penelope olhou para ele e parou nas partes de baixo. – Acho que já comemos o suficiente.

— Tem razão. – Ele jogou o garfo na mesa e pegou Penelope em seus braços. – Hora de gastar calorias.

E eles gastaram calorias até o amanhecer. Nenhum deles sabia, mas logo iriam ser recompensados com uma linda garotinha.