Os oito garotos treinavam no santuário para conseguirem as armaduras de bronze em um clima de insegurança pois todos tinham medo de serem atacados por Poseidon que embora tenha ido ao santuário para curar o Shun, os cavaleiros sentiram o cosmo e sabiam que não podiam o vencer em uma guerra e também ninguém entendia a jovem Atena que agora está com seus poderes despertos mas continua agindo com indiferença a todos.

Enquanto isso na Sibéria os treinos ainda não tinham começado, o pequeno Hyoga continuava triste, não entendia a razão de ter que se tornar um guerreiro pois isso não era algo que desejava, na sua inocência achava que podia encontrar sua mãe novamente.

Camus 

Há um ano pensei que vir para a Sibéria era a melhor forma para que o Hyoga esquecesse um pouco a dor que guarda em seu coração e desejasse treinar, mas isso não aconteceu, acho que a culpa é minha por não ter conseguido ser um bom mestre.

Tentei ser o seu amigo, mas nunca consegui realmente me aproximar das outras pessoas e dessa vez não foi diferente, lhe contei a minha história e como consegui superar as mortes dos meus pais, mas a única resposta que tive foi que somos pessoas muito diferentes.

Estou deitado em cima de um bloco de gelo e pensando em como agir para que o comportamento do garoto mude, não quero me comunicar com Shion e falar do fracasso que foi essa tentativa de treinamento, sei que ele deve estar com muitos problemas no santuário, pois sempre recebo notícias de lá.

Foi então que lembrei de algo que ainda poderia tentar mas se dessa vez não funcionasse, desistiria de tentar treinar o garoto, levantei do meio do gelo, entro na pequena casa onde morariamos durante os anos de treinamento, embora estejamos no frio intenso, dentro da casa é quente por causa do aquecedor, encontro o garoto sentado em um sofá e parecendo estar com o pensamento longe.

Hyoga, sei que ainda está triste por causa da morte da sua mãe, mas isso já faz um ano e meio, é muito difícil perdermos nossa família mas é necessário superamos essa dor, pois precisamos continuarmos vivendo. Não posso te obrigar a treinar mas se até amanhã não resolver começar o treinamento, serei obrigado a falar isso com o mestre e mesmo tendo cosmo em seu interior será levado de volta para o orfanato onde não há ninguém para trabalhar o seu potencial de guerreiro. 

Hyoga: Se começar a treinar e me tornar um cavaleiro poderei nadar até as águas profundas onde a minha mãe repousa?

Camus: Mesmo que se torne um guerreiro poderoso, o máximo que conseguirei realizando o seu desejo é morrer congelado e acho que esse não é o seu desejo.

Hyoga: Eu me sinto tão sozinho, queria pelo menos ver a minha mãe novamente. 

Camus: Se acreditar que as pessoas vão para uma outra vida após a morte, um dia encontrará a sua mãe, mas antes disso viva e faz com que ela mesmo estando morta se orgulhe do filho que tem. Você não precisa se sentir sozinho, fará muitos amigos que sempre estarão ao seu lado, só precisa abrir o seu coração para isso acontecer.

Hyoga: Obrigado pelas palavras mestre, prometo que a partir de hoje darei o meu melhor no treinamento.

Abraço o meu mestre com força e sou imediatamente retribuído, sou uma criança mas estou agindo como egoísta, não sou o único menino que perdeu sua família e ao contrário de outros, pelo menos tenho memórias boas da minha querida mãe.

Resolvi para de ficar só chorando e reclamando, comecei a treinar me empenhando o máximo possível para que no futuro seja um forte guerreiro, quero dar orgulho ao ruivo que sempre me tratou bem embora eu tenha sido muito frio com ele.

Camus: O comportamento do loiro mudou muito, alguns dias depois ele me surpreendeu mostrando um poder que nunca imaginei que ele possuísse, depois daquela conversa acabamos nos tornando mais que mestre e discípulo, agora somos amigos, é estranho pensar assim já que há alguns anos eu só queria viver isolado de todos, treinar o Hyoga me fez perceber que também precisava de um amigo, por isso nós passamos a nos entendermos pois agora não estamos mais sozinhos.