A Vida dos Cavaleiros de Ouro escrita por ImperatrizPersefone


Capítulo 90
Compreensão




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Afrodite 

Ainda estou traumatizado pelo acidente, não consigo tirar da minha cabeça que por minha culpa o Shun quase morreu e agora terá que conviver com o mesmo sangue que eu por toda a vida, sempre me afastei de todas as pessoas por causa da minha condição e não queria que ninguém passasse o mesmo que eu.

Estou tentando arrumar o quarto de hóspedes para o meu discípulo, tem alguns anos que as doze casas passaram por reformas para ganharem mais um quarto, nunca pensei que esse quarto da casa de peixes seria utilizado e isso me faz derramar lágrimas.

Sinto alguém tocar no meu ombro, vejo compreensão nos olhos do meu amigo e me jogo em seus braços.

Mu: Queria muito ver como o Dite estava, mesmo que nos últimos anos acabamos nos afastando, ainda somos amigos e sei que em um momento tão delicado não é bom ficarmos sozinhos. Acaricio os seus cabelos tentando o acalmar mas isso é difícil.

Não fique assim, o seu discípulo foi curado e está bem fisicamente, mas precisará muito do seu apoio emocional e precisa estar forte para o ajudar.

Dite: Eu não posso ficar calmo, ele quase morreu por minha casa, eu não presto e devia viver isolado de todos.

Mu: Não fale assim, você jamais quis machucar ninguém, a culpa desse acidente é do meu pai que não devia ter lhe dado um discípulo, mas como o tempo não volta, só resta aprender com os erros e seguir em frente.

Dite: Não concordo muito com o que ele disse, mas não queria ficar sozinho, passamos horas conversando enquanto arrumamos juntos o quarto de hóspedes, acho que agi errado tentando me afastar de todos mas prometi ao mim mesmo que não tentaria mais viver isolado de todos.

Shun

Acordo me sentindo estranho, abro meus olhos lentamente e vejo que estou em um quarto estranho, não o reconheço, mas vejo que é bem mais confortável que o alojamento onde dormo desde que cheguei ao santuário.

Levanto da cama e imediatamente sinto uma forte fraqueza que me faz sentar na cama e fechar os meus olhos, senti que cairia no chão, é a primeira vez que sinto isso e foi muito desagradável.

 Ikki: Entro no quarto em que o meu irmão está com uma bandeja de café da manhã, estou muito aliviado que ele foi salvo pelo deus dos mares, embora não acho que ele tivesse obrigação de fazer isso, mas o importante é que não perderei o meu irmão mas sei que agora não posso mais tocar em seu sangue, mas isso não mudará o meu amor.

Shun, não pode se levantar, deve estar fraco por ter ficado muito tempo sem se alimentar.

Sento do lado do meu irmão, coloco a bandeja em seu colo, ele me olha de um jeito confuso, falo para se alimentar enquanto lhe conto o que aconteceu, ele fica perplexo, triste e chora bastante mas minutos depois ele se acalma aceitando o seu destino.

Shun: Passei a manhã inteira ao lado do meu irmão, conversamos bastante e como estava ainda com fraqueza, ele me ajudou a tomar banho e depois penteou meus cabelos, como fazia quando éramos mais novos, estar perto dele confortou um pouco o meu coração, sei que a partir de agora preciso ser cuidado ao ficar perto dele ou das outras pessoas mas não adianta me abater, devo isso ao deus que me salvou.

Depois do almoço, me despedi do meu irmão que voltou para o alojamento, peguei a minha mala que ele arrumou para mim e estava no quarto em que dormi, desci as escadas para a casa de peixes pois o mestre falou que agora moraria junto de Afrodite, não sei como será a nossa convivência agora mas não tenho nenhuma mágoa dele e não o culpo pelo meu acidente.

Chego em peixes, sinto o cheiro das flores que eu adoro e que agora poderei tocar, as acho tão lindas, é como se o fato de serem venenosas as tornasse mais belas e cheirosas.

Dite: Estou apreensivo, tenho muito medo que o meu discípulo me julgue como culpado pelo seu envenenamento, isso fará com que a nossa convivência seja péssima e terei muitas dificuldades para continuar o treinando.

Assim que sinto o seu cosmo no meu jardim de rosas venenosas, resolvo ir até ele, o ver bem e brincando com uma rosa faz o meu coração se acalmar e ficar aliviado, tive tanto medo que o perder.

Faço com o meu cosmo uma flor da cor dos seus cabelos e lhe entrego enquanto lhe peço desculpa pelo acidente, para a minha surpresa ele diz que não sou culpado, isso me deixa emocionado, o pego no colo e nos abraçamos com muito carinho.

Ele é tão gentil, parece até um anjinho que tem como missão alegrar a minha vida e eu o amo muito e sei que agora seremos mais unidos, verdadeiros irmãos de coração. 


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