Afrodite

Ainda estou com medo de treinar alguém, estou muito inseguro e um pouco nervoso, mas não posso desobedecer o mestre Shion, tenho 17 anos e sei que sou maduro o suficiente para treinar uma criança, entro na minha casa em silêncio e sou seguido pelo garoto, só espero que não tenha o mesmo gênio dos outros dois virginianos que moram no santuário, eu sou tranquilo enquanto eles parecem muito arrogantes e se acham superiores as outras pessoas.

Como acordei muito cedo ainda tomei café da manhã, você me acompanha?

Shun: Também não tomei café da manhã pois não consigo comer quando acordo muito cedo.

Dite: Isso é bom, já temos algo em comum, por favor, me acompanhe.

Vou até a cozinha e falo para ele se sentar, faço um chá porque preciso relaxar, pego um bolo de chocolate na geladeira, pego uma vasilha com biscoitos e um jarro de suco, coloco na mesa e sento na sua frente.

Me fale um pouco de você.

Shun: Tenho 7 anos, desde pequeno fui criado em um orfanato em uma cidade do interior do Japão, há dois anos comecei a aprender o idioma grego e fui selecionado para ser treinado para me tornar um cavaleiro por possuir o que eles chamam de cosmo.

Dite: Eles te explicaram o que é o cosmo e o que significa ser um cavaleiro?

Shun: Não.

Dite: Tudo bem, teremos muito tempo para lhe ensinar tudo e não fique chateado pelo Shaka não ter lhe aceitado como discípulo, ele é um chato, arrogante e não gosta de se misturar com as outras pessoas.

Shun: Eu não ficarei chateado, você me parece ser bem calmo e adorarei ser o seu discípulo.

Parto um pedaço de bolo e o mordo, está simplesmente delicioso, nada comparado ao que comia no orfanato.

Dite: Fico feliz que gostou do bolo, fui eu mesmo que fiz.

Começo a comer enquanto analiso o garoto, ele parece ser bem gentil, nem parece que é um virginiano, acho que nos entenderemos bem, hoje prefiro não fazer tipo de treino, quero o conhecer melhor e necessito que entenda a minha condição. Quando acabamos de comer me levanto para pegar as louças sujas para lavar, ele me oferece ajuda mas eu agradeço falando que não precisava, depois de lavar as louças o chamo para conhecer o meu jardim que fica na maior de trás da casa.

Shun: O jardim é lindo, foi você mesmo que o plantou?

Dite: Sim Shun, eu plantei cada pé de rosa desse jardim e usei o meu cosmo para fazer cores diferentes como a flor azul clara, você também de flores?

Shun: Eu adoro flores, as acho muito bonitas.

Dite: Essas flores você cheirar e as colher se quiser, mas na saída dessa casa subindo as escadas para o 13 templo existe um outro jardim como você deve ter notado quando descemos as escadas, nunca toque em nenhuma das suas rosas pois elas são venenosas e de acordo com a necessito e com o meu cosmo elas se tornam uma barreira contra invasores que querem chegar até o 13 templo, elas não fazem nenhum mal se não as tocar, você me compreendeu?

Shun: Eu vi as flores e jamais imaginei que fossem venenosas, mas agora sei disso e nunca as tocarei.

Dite: Fico tranquilo que tenha entendido, você é um garoto muito esperto. Agora preciso que respeite essa regra, nunca encoste em meu sangue, não importo o quanto eu possa estar ferido, jamais se aproxime de mim quando estiver com qualquer tipo de ferimento no corpo, o meu sangue possui o mesmo veneno que aquelas rosas e é mortal para outras pessoas, mas fique tranquilo que a minha pele não é venenosa.

Shun: Assustei bastante com aquelas palavras, como alguém tão bonito e gentil como o pisciano pode ter um sangue tão perigoso, a única que consegui fazer foi assentir com a cabeça mostrando que entendi o que ele falou que nunca me aproximaria dele se estiver machucado.

Depois de conhecer o seu jardim de flores normais, fomos para a sala de assistimos um filme juntos, na hora do almoço eu o ajudei a picar os legumes para a nossa refeição, lavamos as louças juntos e passamos a tarde conversando e assistindo TV, mas por dentro estava com um pouco de medo de estar ao seu lado, mesmo que eu tenha apenas 7 anos consigo entender o que quer dizer veneno mortal.