Nosso Amor Único escrita por Lyssa Silver


Capítulo 7
Capítulo 07




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ANASTASIA

 

— Ursão? – indaguei, interrompendo o nosso beijo – Posso te fazer um pedido?

— Claro, minha ursinha linda.

Sorri, meio boba.

— Você pode ir aparar essa barba? Deixar ela bem baixa?

— Eita! Mal começamos a namorar e a pessoa já quer mandar em mim – Christian comentou, rindo, me fazendo rir também.

— É sério, amor. Sei que eu disse que ela não incomodava, mas agora está incomodando um pouquinho.

Ele hesitou por alguns segundos, até que assentiu, se desvencilhando de mim.

— Vou ali no banheiro e já eu volto. Fica à vontade, ursinha.

— Você também, pois estou mais à vontade que o próprio dono do apartamento – falei, sorrindo, indicando a roupa dele e o mesmo sorriu também.

Christian logo entrou no banheiro, porém deixou a porta aberta.

— Esse local é seu mesmo ou é alugado, amor? – perguntei, num tom de voz mais alto para que ele pudesse escutar.

— Alugado. Antes eu morava com meu tio, dai comecei a vender meus quadros e consegui alugar esse prédio.

— Você apenas pinta ou cria outras coisas? – inquiri ao ver várias esculturas de sereias e tritões na estante, que servia de parede para dividir a sala de estar do quarto.

— Às vezes, eu faço algumas esculturas de argila e de madeira, quando estou sem criatividade para pintar, mas minha paixão mesmo é a pintura – ele falou, fazendo-me ouvir, segundos depois, o som meio baixo de uma máquina de barbear.

Então, continuei explorando o apartamento, vendo e pegando alguns porta-retratos, onde continham vários fotos de Christian, tanto só quanto acompanhado de um senhor, que provavelmente deveria ser o tio dele.

Todavia, um porta-retrato me chamou mais atenção do que os outros. Era a foto de uma garotinha vestida de Branca de Neve e pela foto ser meio antiga, deduzi que seria o Christian quando criança.

Acabei sorrindo, não por vê-lo como menina, mas pela cara emburrada que ele fazia na foto, mostrando claramente que não queria está ali vestido como uma princesa.

— Pronto, amor – ouvi Christian falar, então depositei o porta-retrato na estante novamente e me virei, já sorrindo ao ver a grande diferença em seu rosto, pela barba aparada – Está aprovado desse tamanho?

— Aprovadíssimo, ursão – murmurei, me aproximando do mesmo, o enlaçando pelo pescoço, dando-lhe um beijo bem gostoso.

Não resisti e acabei descendo minha boca para o queixo dele, mordendo-o de leve, fazendo Christian rir.

— Eu gostei do seu apartamento, amor. É bem espaçoso.

— Também gosto dele por causa disso.

— Porque não tenta comprar ele? Faz uma oferta ao dono.

— Eu já fiz. Mas estou esperando a exposição da semana que vem, para ver se todos meus quadros saem e eu consiga fazer uma nova oferta, com um valor mais alto do que eu dei na última vez.

— Hum... Então... O que o meu namorado lindo planejou para nós fazermos agora?

— Nada – Christian disse, sorrindo meio graça – Eu me empolguei tanto para ficar o dia todo com você, que acabei não planejando nada em detalhes.

— Você ia me apresentar o seu tio, ursão. Lembra?

— Eu lembro, amor. Mandei mensagem para ele enquanto estava no banheiro. Meu tio está no consultório, mas só meio-dia que vamos poder nos encontrar com ele para almoçarmos juntos.

— Ah... Então vamos ficar aqui, ursão. Assistir um filme bem agarradinhos. Fazer o nosso primeiro programa à dois como namorados. O que acha? – indaguei, dando um sorriso.

— Perfeito, minha ursinha linda – ele sussurrou, antes de me beijar bem gostoso, fazendo-me notar que aos poucos o mesmo estava deixando de ser o cara tímido ao qual conheci horas atrás.

Essa sutil mudança em Christian me fez querer ir mais além. Entretanto, nos encontrávamos indo rápido demais com relação à nós, então eu não tinha certeza se o mesmo estaria com vontade de transar hoje, ou só amanhã, ou daqui a uma semana, depois que nos conhecéssemos melhor.

— Quer assistir aqui na sala ou ali no quarto?

“Será que ele quer também?” pensei, esperançosa.

— Na cama é mais confortável – me ouvi dizer, inesperadamente.

Christian me olhou por alguns segundos, antes de me conduzir até o quarto, já virando a televisão, que se localizava ao centro da estante, em meio a um suporte que a permitia girar 360º em volta de si mesma.

— Escolhe um filme na Netflix para a gente ver enquanto eu fico mais à vontade.

“Ai, meu Deus! Ele quer transar também!” exclamei, bastante eufórica internamente, à medida que pegava o controle remoto que o mesmo me oferecia.

— Quer pipoca? – Christian perguntou, tirando a sua jaqueta preta de couro.

— Eu ainda estou cheia de torta, amor. Tem preferência de filme ou gênero?

— Não – ele murmurou, pegando uma bermuda azul escuro e uma camiseta cinza de uma das gavetas do enorme armário – Se importa se eu ficar semi-nu na sua frente, amor?

Sorri, o encarando um pouco maliciosa.

— Pode ficar até nu que eu não me importo, ursão. Vou é adorar apreciar a vista.

O vi rir, corando sutilmente, antes do mesmo se virar e começar a se despir, tirando os sapatos, depois a calça preta e a blusa laranja de mangas compridas. Foi inevitável não morder o lábio, vendo aquela bunda meio torneada à medida que ele se curvava um pouco para vestir a bermuda.

A muito custo, sentei na beirada da cama, voltando minha atenção para a televisão, tentando me concentrar em minha procura por um filme legal para assistirmos.

— Posso colocar um de terror?

— Pode, ursinha. Mas se você ouvir um grito, já aviso de antemão que será o vento – Christian comentou, fazendo-me rir.

— Bom, vai ter três opções. Ou será o vento, ou eu, ou você – informei, ainda rindo, e selecionando um filme – Já assistiu Amizade Desfeita?

— Ainda não. Ele é bom? – Christian indagou, se jogando no colchão, às minhas costas.

— Não sei. Vamos assistir e descobrir juntos? – inquiri, o olhando por sobre o ombro, vendo-o deitado de lado, meio atravessado na cama.

Ele assentiu, então apertei o play e me deitei de lado, aconchegando-me à Christian, que após me dar uma almofadinha para eu poder apoiar a minha cabeça, me abraçou por trás, apoiando-se em um dos braços para manter a cabeça dele mais alta que a minha.

Instintivamente, me ajeitei melhor, colando nossos corpos, fazendo-me sentir um volume contra minha bunda. Na hora, pensei que o mesmo tivesse mentido para mim sobre não ser operado, mas então lembrei que muitos homens trans usavam próteses penianas para dar volume na calça.

— Amor, você usa um packer? – perguntei, desviando o olhar da televisão, me deitando de barriga para cima, virando um pouco o rosto, o encarando.

— Sim. Porque, meu amor?

— Ele serve para transar? Porque tipo, eu sou bem passiva na cama. Nos meus poucos encontros que deram certos e acabaram em motéis, eles que me comiam.

Christian franziu o cenho por alguns segundos, depois deu um meio sorriso tímido.

— Sim, ursinha. Meu packer serve para transar. Nunca testei, mas quando o comprei uma das finalidades dele é poder transar como se fosse um pau normal. Ele tem até pequenas cerdas de silicone que ficam posicionadas perto do clítoris, daí na hora sexo, com os movimentos, as cerdas acabam estimulando ele, dando prazer para a pessoa que usa.

— Nossa! Que legal, ursão. Mas se precisar, eu vendo umas cintas bem legais lá na minha... – parei de falar, quando o vi rir – Que foi?

— A gente nem transou ainda e você já está jogando sua lábia de vendedora de produtos eróticos para cima de mim.

Comecei a rir, ao perceber que ele estava certo.

— Então, vamos transar, amor – me ouvi falar à medida que erguia a mão, tocando no rosto de Christian, que ainda permanecia com sua mão sobre minha barriga – Para eu poder te levar a falência com inúmeras compras no meu sex-shop.

Ele riu, então se inclinou, já tomando meus lábios para si, num beijo romântico, fazendo-me sorrir entre nossas bocas, antes do mesmo desvencilhar nossos lábios. Ficamos nos encarando por alguns segundos, comigo acariciando sua bochecha enquanto Christian fazia carinhos em minha barriga.

Entretanto, quando íamos nos beijar novamente, nos sobressaltamos com o som de um tiro, então olhando para a TV.

— O que foi isso? – inquiri.

— Acho que a menina do vídeo vazado se matou. Agora que vai começar os paranauês do capiroto – ele disse, já me fazendo encará-lo.

— Como sabe disso? Você já assistiu esse filme e me enganou, né ursão?

Christian riu.

— Não, amor. Juro a você que nunca assisti ele, mas normalmente nos filmes de terror, sempre que alguém morre, suicidado ou matado, logo em seguida começa a acontecer as coisas do além.

— Analisando por esse lado, você tem razão – comentei, já sendo surpreendida por um beijo no pescoço, pois eu tinha virado novamente o rosto, a fim de olhar para a televisão.

Mordi o lábio, gemendo baixo, então o encarei, vendo em seus olhos que ele queria dar mais esse passo em nosso namoro.


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