Nosso Amor Único escrita por Lyssa Silver


Capítulo 5
Capítulo 05




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ANASTASIA

 

Me encontrava parcialmente deitada entre as pernas de Christian, recostada à ele, observando a paisagem do lago, após terminamos de tomar nosso café da manhã. Eu me sentia muito feliz por, finalmente, poder ter a esperança de ser amada por um cara legal e de futuramente ter uma família.

Todavia, logo um detalhe me veio à mente, causando-me dúvidas sobre esse nosso recente relacionamento. A sexualidade de Christian. Ele era um homem trans não operado, o que casava perfeitamente comigo com relação ao sexo.

Entretanto, será que ele gostava de pau ou Christian se interessava apenas por bocetas, já que o mesmo me contactou no site por eu ser mulher. Essa dúvida estava me corroendo a cada segundo que se passava e eu precisava tirá-la urgentemente, antes que ficássemos mais sério.

— Christian? – o chamei, já me sentando, virando-me um pouco de lado e o encarando – Posso te fazer uma pergunta pessoal?

— Claro que pode, meu amor.

Não deixei de sorrir, toda boba, quando as palavras “Meu amor” saíram de sua boca.

— Eu gostaria de saber, qual é a sua sexualidade?

— Como assim?

— Se você é gay, bi, hétero ou lésbico?

— Lésbico? – ele perguntou, meio incrédulo, já começando a rir – Não sou lésbico, amor, porque não sou mulher. Posso ter optado por continuar com o órgão sexual feminino, mas sou homem.

— Hétero então?

— Sim. Sempre gostei de mulheres, mas é a primeira vez que namoro uma transgênera, então eu acho que para quem te conhece e sabe que você não é operada, vão achar que sou gay, mas eu não me sinto assim.

— Só minha mãe que sabe disso e ela não se prende a esses estereótipos ou pré-julgamentos idiotas da sociedade. Mas... – parei de falar, subitamente, pois lá no fundo eu estava com medo de ouvir a resposta de Christian para a pergunta que eu iria fazer.

— Mas?

— Você se incomoda por eu ter um pau? Tipo, se o nosso namoro engatar mesmo, você vai preferir que eu faça a cirurgia para mudar de sexo?

— Você quer mudar de sexo? – ele rebateu.

— Por favor, Chris. Não responda a minha pergunta com outra – pedi, olhando-o, bem séria.

— Ana... – ele falou, pegando minha mão entre as suas, beijando-a – Como eu posso opinar por algo que não me diz a respeito? É o seu corpo. Você que manda nele.

— Mas, você está comigo agora. Sua opinião se tornou importante para mim.

— Se você sente que ter um pau te causa constrangimento ou insegurança e quiser fazer a mudança de sexo, eu vou te apoiar totalmente e cuidar de você no seu pós-cirúrgico. Mas eu, particularmente, não me incomodo que você tenha um. Você é uma mulher para mim e um detalhe desse, não vai me fazer pensar o contrário, até porque eu acredito que nossos órgãos não deveria nos definir.

— Concordo com você totalmente. Meu Deus, eu acho que encontrei a pessoa certa para mim! Minha alma gêmea, talvez? – indaguei, sorrindo, já pulando em cima dele, fazendo o mesmo deitar, comigo sobre seu corpo – Sexualmente falando, a gente se completa perfeitamente.

Christian sorriu, assentindo com a cabeça, já me puxando para um beijo rápido.

— Hum... Eu acho que vou te dar um apelido fofo – comentei enquanto me desvencilhava e saía de cima dele, deitando-me ao seu lado.

— Já?

Me virei de lado, apoiando-me pelo cotovelo e ele fez o mesmo.

— Ué? Você já não começou a me chamar de “Meu amor”? Qual é o problema de termos logo apelidos fofos?

— Nenhum, amor.

— Ótimo. Acho que vou te chamar de “Meu ursão” – murmurei, sorrindo.

— “Meu ursão”? Porque?

— Pela sua barba – falei, passando a mão nela à medida que Christian ria.

— Não deveria ser “Meu leão”, devido a minha barba está parecendo uma juba?

— Não gosto de leões e sim de ursos.

— Tudo bem. Se eu vou ser o seu “Ursão”, você tem que ser a minha “Ursinha”.

— Perfeito, ursão! – exclamei, fazendo ele sorrir, então me sentei e olhei a hora no meu celular – Já está ficando tarde, acho melhor encerrarmos o nosso piquenique de café da manhã.

— Quer passar o dia comigo? Ou você vai trabalhar agora?

O encarei por sobre o ombro, já o vendo se sentar também.

— Não vou trabalhar hoje. Eu posso ficar o dia todo com você, ursão.

Christian abriu um sorriso enorme e me puxou para um beijo.

— Estou tão feliz. Quero que você me conheça mais a fundo. Veja o meu lugar especial e conheça uma pessoa muito importante na minha vida, que me ajudou quando todos me viraram as costas. Meu tio Carrick.

— Quer fazer isso tudo hoje?

— Se você tiver algo em mente, podemos deixar para depois, ursinha.

— Não tenho nada em mente. E eu vou adorar te conhecer melhor.

Sorrimos um para o outro e eu dei um selinho nele, antes de nos levantarmos, a fim de poder irmos embora.

— Está de carro? – Christian inquiriu, se aprumando, após ter pegado a cesta e a toalha xadrez do chão.

— Sim, amor.

— Eu também. Você vai ter que me seguir até em casa, ok?

— Tudo bem, ursão.

Ele pegou na minha mão, entrelaçando nossos dedos e saímos caminhando rumo ao estacionamento. À medida que passávamos pela ponte do parque, um homem sem camisa, dando uma corrida matinal, passou por nós, fazendo-me lembrar de algo.

— Tenho uma outra pergunta para você, amor – murmurei, olhando de relance para Christian.

— Pergunte, minha ursinha linda.

Eu sempre acabava sorrindo, como uma boba, quando ele era romântico.

— Gosta de tatuagem, ursão?

— Gosto, mas não tenho. Acho mais bonito nos outros do que em mim – Christian disse, sorrindo.

— Ah, então você vai gostar das minhas.

— Minhas? Quantas você tem, amor?

— Você vai ter a chance de contar pessoalmente – sussurrei e ele começou a ficar um pouco vermelho.

Continuamos a andar de mãos dadas até chegarmos na entrada do estacionamento.

— Onde está o seu carro, amor? – indaguei, olhando para Christian, que logo apontou para um Toyota Camry XSE V6, na cor azul.

— Meu carro é aquele azul ali. Só que eu estou com medo de me afastar de você e entrar nele, e isso tudo ser apenas um sonho meu – ele falou, me encarando enquanto apertava forte minha mão.

Era bem nítido o medo dele através do seu olhar.

— Ei, ursão... – murmurei, o enlaçando pelo pescoço, dando-lhe um beijo – Isso não é um sonho. Eu vou te seguir. Prometo.

— Tudo bem, ursinha.

— O meu é aquele branco ali – informei, indicando meu carro, dois veículos depois do dele.

Christian assentiu com a cabeça, então o acompanhei até o seu carro, segurei o rosto dele e dei vários beijos e selinhos, antes de me dirigir ao meu carro.


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