Nosso Amor Único escrita por Lyssa Silver


Capítulo 17
Capítulo 17




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CHRISTIAN

 

— Você avisou a Ana de nossa pequena viagem? – Josh me perguntou à medida que o mesmo parava o carro em frente da casa dos nossos pais, em Bellevue.

— Eu mandei mensagem para ela no caminho.

— Tudo bem. Vamos lá?

Mesmo nervoso, assenti. Então descemos do carro e fomos em direção da porta de entrada da casa, que meu irmão abriu, usando sua cópia da chave. Tudo parecia igual como eu me recordava.

— Mãe! Pai! Tô em casa! E trouxe um presente para vocês!

— Oi, meu filho! – minha mãe exclamou, aparecendo na sala de estar, vindo da cozinha – E quem é esse belo rapaz com você? É seu amigo?

— Mãe, esse aqui é o Christian, o seu filho caçula.

— Oi... – murmurei, me sentindo um pouco intimidado, para chamá-la de “mãe” novamente.

Ela ficou me encarando fixamente, por alguns segundos, até que se aproximou devagar, tocando e segurando meu rosto entre suas mãos.

— Christie... – minha mãe sussurrou, com os olhos começando a marejar, fazendo meu coração ficar meio apertado ao vê-la daquele jeito.

— É Christian, mãe – ouvi Josh a corrigir.

— Você está tão diferente, meu amor.

— Eu me tornei o que eu realmente sou... mãe.

— Eu poderia dizer que tudo isso é uma loucura, mas o que importa é que você voltou – ela falou, sorrindo, deixando as lágrimas rolarem pelo seu rosto – Meu Deus! Eu sonhei tanto com esse momento. Tanto mesmo. Eu nem acredito que está acontecendo.

Minha mãe me abraçou apertado e eu retribui com a mesma intensidade.

— Senti falta do seu abraço – comentei, sorrindo, muito emocionado.

— Me perdoa por ter sido a pior mãe do mundo?

— Claro que perdoo, mãe. Mas a senhora não foi a pior mãe do mundo. Sei agora como é difícil aceitar esse tipo de situação. Eu vejo isso quase todo dia.

— Oi, Josh. Quem veio com você? – ouvimos meu pai perguntar à medida que descia a escada.

— Querido, nossa filha voltou... Nosso filho agora – minha mãe disse, sorrindo feliz.

— É o Chris, pai – meu irmão informou e eu encarei meu pai, que havia parado ao pé da escada.

Ficamos nos olhando por alguns segundos e eu o encarava com um pouco de medo, por achar que o mesmo me expulsaria da casa a qualquer momento.

— O que você fez com você, minha filha? – ele murmurou, se aproximando devagar – Porque você fez isso? Essa barba... Você colocou um...

— Pai!

— Está tudo bem, Josh. Eu não me operei não – falei, olhando para o meu pai.

— Querido, ele é assim. É seu filho. Nosso filho.

— Eu sei, amor. Eu só estou surpreso – ele murmurou, segurando meus ombros – É isso mesmo que você quer?

— Sim, pai. Esse sou eu de verdade.

Meu pai então me puxou para um abraço e eu me senti novamente parte da minha família.

— Senti tanta falta de vocês – informei, encarando meus pais, dando um sorriso, assim que eu e meu pai nos afastamos.

— Filho, você não sai mais daqui. Você não pode mais nos deixar! – minha mãe falou, ainda emocionada, secando seu rosto.

— Eu construí uma vida em Seattle, mãe. Meu trabalho e a pessoa que eu amo estão lá, mas prometo vim ver vocês um dia sim e outro não – garanti.

— Pessoa que ama?

— Sim, mãe.

— E quem é?

— Uma gata, pai!

— Josh! – ralhei sério à medida que íamos para a sala de estar e nos sentávamos nos sofás.

— Que foi, Chris? Ela é gata mesmo, mas é com todo respeito do mundo.

— Meu filho, volta a morar aqui, por favor. Seattle fica só a poucos minutos – minha mãe ressaltou, implorando.

— Eu te dou um carro – meu pai complementou.

— Pra mim o senhor nunca quis me dar um carro. Agora para o Chris, né? É outra história. Tudo é para ele como sempre – Josh resmungou, fazendo drama sentado no outro sofá, o que me fez sorrir e relembrar quando éramos crianças.

— Deixe de birra, rapaz. Onde já se viu um velho barbado que nem você, sendo birrento igual a uma criança – meu pai ralhou, fazendo meu irmão rolar os olhos.

— Não precisa se preocupar com isso, pai. Eu tenho um carro. E mãe, eu já estou meio que morando com a minha noiva. Eu fico reservando entre dormir na minha casa e na casa dela – informei, vendo ela ficar triste.

— Não fica triste, mãe – pedi, a abraçando.

— Então venha dormir aqui quando você não for dormir com a sua noiva.

Fiz uma cara pensativa e sorri.

— Ok, mãe. Eu vou voltar a morar aqui com vocês até o casamento. Como a senhora disse, Seattle fica só alguns minutos daqui, então eu posso morar aqui e trabalhar lá no meu ateliê e ver a Anastasia sempre que eu quiser.

Aquilo deixou minha mãe tão feliz, que ela se levantou toda serelepe e foi para a cozinha.

— Filho, faço questão de bancar o seu casamento – meu pai anunciou, de repente.

— Pai, não precisa bancar nada. Eu e a Ana temos condições financeiras suficientes para isso.

— Christian, eu faço questão. É o nosso filho mais novo casando, então será um prazer pode dar isso de presente à vocês, principalmente à você, filho, depois de termos rejeitado sua escolha.

— Meninos, venham comer! – ouvimos minha mãe nos chamar.

— Hora do rango, meu povo! – exclamou Josh, sorrindo, já se levantando do sofá, igual a nós dois, antes de nos dirigirmos para a cozinha.

— O que a senhora fez para nós, mãe? – inquiri, me sentando à mesa.

— Parece que eu estava adivinhando, pois fiz o seu prato favorito, filho. E a noite, eu vou fazer um jantar daquele jeitinho.

— Ah, hoje eu e ele vamos jantar com a Ana, mãe. Vão me apresentar uma prima dela. Espero que ela seja gostosa igual a gata do Chris.

Apenas semicerrei os olhos para ele, que ria da minha cara de bravo.

— Mãe, deixa o jantar para amanhã, assim eu trago a Anastasia para vocês conhecerem ela, pode ser?

— Tudo bem, meu amor. Agora nos fale mais dessa sua noiva.

Sorri.

— Ana é a minha alma gêmea. Eu espero que vocês aceitem ela também, sem preconceito.

— Sua noiva é como você? Mudou de sexo também?

— Sim, mãe – falei, mostrando tanto para ela quanto para o meu pai as nossas fotos em meu celular.

— Que linda, filho.

— Um mulherão mesmo, hein... – soltou meu pai, que logo em seguida recebeu uns tapas no braço, deferido pela minha mãe – Você é mais que um mulherão, minha tetéia. É um mulheraço – ele tentou contornar a situação enquanto eu e o meu irmão ríamos dos dois.

— Christian ciumento tem a quem puxar – Josh comentou, rindo, então meu celular vibrou na mesa e eu o peguei vendo que era uma mensagem da Ana.

 

Oi amor, e aí?

Você tá bem?

Seus pais estão bem?

Te trataram bem?

 

Estamos bem, ursinha.

Eles estão me tratando bem sim.

Meus pais querem te conhecer,

ai amanhã vamos jantar aqui

com eles. Pode ser, amor?

 

Pode ser sim.

Eu vou dar meu melhor.

Preciso levar o quê?

Um vinho?

Seu pai bebe o quê, ursão?

 

— Com certeza, Christian está falando com a gata dele, porque a cara de besta dele não nega – escutei meu irmão dizer, então ergui o olhar.

— Estou falando com a Ana sim. Ela está perguntando o que o senhor bebe, pai.

— O que eu bebo? Bom... Licor, vinho, uísque... Porque?

 

Vinho, uísque ou licor, amor.

 

— Acho que ela quer trazer algo para a gente beber amanhã.

— Que gentil. O que ela faz da vida, filho? – minha mãe perguntar enquanto lia a mensagem da Ana.

 

Vou ver aqui e te falo

Mas tenta sondar o que seus pais

mais gostam de beber, por favor.

Não quero levar a bebida errada.

Te amo.

 

— Ela é empresária, mãe – respondi, à medida que mandava uma mensagem para a Ana.

 

Ok, ursinha.

Também te amo.

 

— Que chique. Mas não é por causa disso que não vamos ajudar com o seu casamento, hein?

Sorri para o meu pai e assenti, voltando a olhar para o celular.

 

Vem jantar hoje aqui mesmo?

 

Vou sim, amor, porque

precisamos conversar sobre

uma coisa importante.

 

É grave?

 

Não, ursinha.

 

Ok, ursão.

 

Deixei o celular de lado e voltei comer, conversando com meus pais e meu irmão sobre o que aconteceu na família, nesses anos que eu estive fora dela.


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