Coroa de Sangue escrita por Dandara Santos


Capítulo 1
Violada


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo nesse universo que me apaixonei. Não esqueçam de deixar seus comentários.
Boa leitora e bem vindo a mais uma loucura minha.



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"Como posso dizer isso sem desmoronar? Como posso dizer isso sem assumir as consequências? Como posso transformar isso em palavras, quando isto é quase demais para a minha alma sozinha?"

Hurts Like Hell

(...)

Meus pensamentos correm de maneira rápida, preciso tirar meu pai do crápula do Otávio, e precisa ser hoje. Eu enfim sou a rainha de Artena, mas com esse título veio responsabilidades, Artena está destruída, meu pai está aprisionado e não dirigi a palavra a mim, e Afonso. Ele ama aquela plebéia ruiva dos infernos.

Nessas horas me pergunto se tudo o que eu fiz para chegar até aqui valeu a pena, eu perdi tudo, até mesmo minha essência no caminho para ter Afonso, para ter poder. E no final eu não tenho nada e o pior, perdi no caminho a pessoa que realmente mais amo, meu pai. Restava-me apenas uma coisa. Lutar apenas por uma coisa. Rei Augusto, rei legítimo de Artena. Meu pai.

Batidas na porta me fez sobressaltar, era Otávio. Respirei fundo, a taça com o vinho estava separada, com uma porção que o fizesse dormir. Apenas o olhar dele sobre mim causava arrepios de repulsa, nunca me deitaria com aquele nojento. Mas tinha um papel a encenar agora.

Abri a porta e ele estava ali, com aquele sorriso doentio no rosto.

"Vim cobrar sua dívida querida." Falou, encarando cada pedaço de pele que estava exposta. Abri mais a porta e deixei que ele entrasse no meu quarto. Ficando de costas para ele, minha respiração acelerada. Esse plano não podia falhar, e mesmo que falhasse, Lucíola e Virgílio tinham ordens explicitas do que fazer.

Lucíola iria até Montemor, pedir pelo meu resgate e Virgílio libertaria meu pai. Independente das consequências que isso traria. Eu ainda tinha chance de fazer algo bom, e se essa era a minha última oportunidade, daria enfim a liberdade para meu pai.

Pego as taças com vinho e me viro em sua direção, mas meu corpo congela quando olho para ele, sem que eu percebesse um criado entrou e deixou um pequeno baú no chão, Otávio abriu o mesmo e dentre várias coisas pegou uma corda e algo parecido com um chicote.

"O que você pensa que está fazendo Otávio?" pergunto, e me brigo internamente por deixar minha voz tremer, as coisas estavam fugindo do controle.

Ele anda em minha direção, como um felino preste a atacar sua presa, e todos os meus instintos gritam para que eu corra o mais longe possível dele. Mas obrigo meus pés a ficarem onde estavam. Essa era a única oportunidade de sair da merda desse castelo.

Quando ele pega a taça que lhe ofereci, senti um certo alívio, era preciso apenas um gole, um gole e logo ele estaria dormindo por horas a fio. Mas para o meu total desespero ele apenas coloca a taça na mesa ao lado, e logo em seguida retira a outra taça na minha mão repetindo o processo.

"Enfim terei a minha recompensa, e você rapidamente aprenderá como as coisas funcionam aqui. Você está acostumada a manipular tudo e todos ao seu redor. Mas comigo isso não funciona. Eu te conheço Catarina." Ele sussurra ao meu ouvido, fazendo meu corpo encolher em total desprezo, o que não passa despercebido por ele.

"Não ouse." Falo de maneira firme, encarando seus olhos. Mas ele apenas deu um pequeno sorriso e me puxou de maneira rude. Me contorci com todas as forças, mas era inútil, minhas recusas só tornavam as coisas melhores para ele, então com extrema facilidade, ele prendeu meus punhos na cama, me deixando com a barriga para baixo. O fato de ainda estar de camisola me dava um certo consolo.

"Eu vou lhe mostrar como um rei de verdade age. Vou açoita-la e você contará comigo, está entendendo? Você pensa que eu não sabia? Que iria apenas me usar e depois tentar se livrar de mim? Você pagará por isso. Dez golpes. Não esqueça de contar."

Isso vai doer... eu sei. Meu inconsciente desmaiou e eu me esforcei a parecer forte. Ele levantou a minha camisola, deixando apenas minhas nádegas expostas. E isso de alguma maneira fez eu me sentir mais indefesa do que se estivesse totalmente nua.

Eu me preparei para o golpe, me sentindo totalmente humilhada por estar naquela posição, por saber o que viria depois disso, e não sabia o que seria pior, os golpes ou ser violada. E o primeiro golpe veio com força, duro. Estapeando toda a minha parte traseira, eu grito alto involuntariamente e respiro profundamente.

"Conte Catarina." Ele ordena com a voz áspera.

"Um!" Me vejo obrigada a contar, e saiu mais como um xingamento. O segundo golpe veio, e a dor ecoou pelas minhas pernas e quadril. Isso doí... mais do que eu imaginei.

"Dois!" eu grito, e é tão bom gritar.

Eu quase posso ver o sorriso em seu rosto, mas me obrigo a manter-me firme. A respiração dele está acelerada e irregular, ele claramente está sentindo prazer em causar-me dor. Enquanto a minha é quase inexistente, obrigo meus pulmões a funcionarem corretamente, me concentrando em puxar e depois soltar o ar. Procurando desesperada por forças, ainda faltam oito golpes. O chicote atravessa minha bunda e meu grito ecoa pelo quarto.

"Três!" E sinto as lágrimas se acumularem em meus olhos. Tento lembrar-me do porque estou aqui, e de alguma forma isso faz-me pensar que estou pagando por todos os meus pecados. E esse pensamento quase me fez rir.

"Quatro!" grito quando sinto o golpe, e agora as lágrimas descem pelo meu rosto sem o meu consentimento. E penso no meu pai, no quarto ao lado, depois de tudo o que eu fiz ele passar, ele merecer ser livre. Por mais que todos achem que sou uma pessoa fria e sem coração, tudo o que fiz foi apenas com a intenção de fortalecer meu reino, até que as coisas fugiram do meu controle. Mas meus pensamentos são cortados quando sinto o outro golpe, e sabia que se não estivesse deitada, teria caído nesse momento.

"Cinco." Dessa vez não consigo gritar, minha voz não passa de um sussurro, e oro internamente para que isso acabe. Sinto minhas nádegas pegando fogo.

"Seis." Falo com a voz em meio aos soluços que escapam por meus lábios. Eu posso fazer issoapenas mais quatro.

"Sete." E minha voz quase não sai, o ar faltando em meus pulmões, a dor se alastrando cada vez mais por minhas pernas e costas. Sinto tudo arder, e perco a noção do tempo, parece que estou a uma eternidade aqui, e que isso nunca vai acabar. Isso é por meu pai. Falo para mim mesma, eu sabia que assim que Otávio tivesse o que queria ele mataria o meu pai e não podia deixar que isso acontecesse.

"Oito." Falo quase desmaiando, tamanha é a dor que estou sentindo, os soluços ecoando pelo quarto, e sei que quem passar pelo corredor poderá ouvir-me. Apenas mais dois.

"Nove." Ele não está controlando em nada sua força, e acredito que o odeio mais ainda, se é que isso é possível. Eu consigo, somente mais um. Sinto ele açoitar-me pela última vez, um golpe firme e duro.

"Dez." eu sussurro, minha voz é mais um soluço, embargado e sufocado. Enquanto a dor escaldante corta através de mim novamente. Acabou.

Mas sinto ele atrás de mim, levantando meu quadril, minhas mãos ainda presas, deixando minha bunda totalmente exposta para ele. Não, por favor, não.

"Deixe-me... não." Eu imploro, nunca imaginei que faria isso, mas ele entra em mim em um único e violento golpe. Eu grito, pela dor que atravessou meu corpo, eu grito por estar sendo violada, eu grito de nojo, nojo dele e nojo do meu próprio corpo. Mas isso parece música para seus ouvidos. Pois ele continua em um ritmo frenético, então eu deixo minha mente se desligar do meu corpo, em algum momento implorei por meu pai, implorei por perdão, implorei por ajuda. Mas ninguém foi ao meu socorro. E quando ele se deu por satisfeito, deixou seu corpo cair sobre o meu. Sentia-me entorpecida.

"Agora sim, você sabe o que acontecerá se ousar me desobedecer, você me pertence Catarina. Afonso nunca poderá lhe ajudar, afinal, ele não conseguiu o empréstimo do conselho e eu explodi a sua mina. Você só tem a mim." Ele fala em meu ouvido, mas não consigo processar suas palavras.

Vi quando ele bebeu o vinho das duas taças, deitou ao meu lado, enquanto permanecia amarrada na cama. Em questão de segundos ele caiu na inconsciência, devido ao cansado e a substância no vinho. Sabia que meu pai poderia fugir, assim como Lucíola. Isso era a única coisa que trazia certo alívio ao meu coração. Pois no momento a única coisa que queria era morrer.

Enfim tinha pago pelos meus pecados, da pior maneira possível, a morte teria sido melhor do que passei nas últimas horas, e com esse pensamento caí na inconsciência.

(...)

Rei Augusto estava com o rosto coberto de lágrimas, as mãos na boca, para evitar que os soluços fossem ouvidos.

"Majestade, temos que nos apressar." Virgílio disse depois de um tempo de silêncio, ambos ouviram o que tinha acontecido no outro quarto. Augusto ouviu aflito quando sua filha o chamou, implorou por sua ajuda, implorou o seu perdão. E só Deus sabia o quanto ele queria invadir aquele quarto e salvar a sua filha.

"Não foi isso que você disse que aconteceria." Ele falou, acusando o homem ao seu lado, que estava com uma expressão de dor em seu rosto.

"Algo deu errado, ela estava com a taça para fazê-lo dormir. Mas se não nos apressarmos tudo isso terá sido em vão. Vamos, ela também irá fugir." Virgílio lhe garantiu, e com as roupas que Catarina tinha conseguido, eles saíram do castelo.

Rei Augusto orando apenas para que sua filha conseguisse sair dali, de perto daquele homem desprezível, ela se sacrificou daquela maneira apenas para que ele conseguisse fugir, e agora acreditava verdadeiramente em suas palavras, ela o amava, se arrependia de tudo o que tinha feito.

E ele a amava, nunca deixou de amar.


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Notas finais do capítulo

Olha quem apareceu do nada com estória nova? Nunca tinha pensado em escrever algo de fato seguindo a novela, mas porque não? Como puderam notar, peguei da parte que ela planeja fugir do Otávio, ela já foi coroada rainha de Artena, e se notaram em uma pequena frase, ela não foi a responsável pela explosão na mina. E sim Otávio.

Estão prontas para sofrer um pouco por esse casal? Porque é só isso que faço com vocês! rsrsr

Vejo vocês nos comentários.

XOXO



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