Odiava quando tinha aula vaga. Bom, eu poderia ler ou escutar música, mas estou aqui no pátio desenhando meu crush, o Pedro. Ele estudava na mesma sala que eu e era um dos queridinhos, no entanto, também era lindo e simpático. Não tinha como não gostar dele.

   Saio dos meus pensamentos quando sinto meu caderno ser puxado por alguém, nem preciso levantar a cabeça para saber que foi o Gabriel e sua turminha.

    — Olha se não é o Filipinho desenhando seu “crush” galera. Espera um minuto, esse é o Pedro? E ainda colocou vários corações em volta do nome dele. — perguntou ele, tirando sarro. Eu estava com muita vergonha, ao ponto de explodir. — Que patético. O que será que ele vai achar quando ver isso? — Perguntou, com um sorriso maligno no rosto.

    — Gabriel me devolve isso. — falei, já irritado.

    — Ou o que florzinha? — e falando isso, ele sai e vai na direção do Pedro. Paraliso no lugar, esperando a humilhação vir. Queria ter forças para correr, mas não consigo.

    — Veja só Pedro, olha o que aquela florzinha fez para você. — falou Gabriel, entregando meu caderno.

    Pedro observou por um tempo, então colocou uma expressão neutra no rosto e veio em minha direção.

    — Felipe, né? — perguntou ele. Balanço a cabeça que sim. — Você desenha bem. — então sorriu.

    — O... o... Obrigado. — falei sem graça.

    — Posso ficar com o desenho? — aquele sorriso era tão lindo.

    — Claro. — dei um sorriso tímido.

    — A propósito, quer tomar um sorvete depois da aula?

     — Sim. — sinto que estou ficando vermelho.

     — Você não vai se arrepender. Agora vem, já vai tocar para a próxima aula. — ele vem e pega a minha mão e sorrimos um para o outro. Enquanto passávamos vi o choque no rosto do pessoal da sala, principalmente no do Gabriel.

      Mas a única coisa que eu penso é que estou sonhando, mas ao sentir a mão macia de Pedro na minha, eu soube que estava acordado, muito bem acordado e principalmente, estava feliz.