A Desdente escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 9
Capítulo 8: Rio de Janeiro




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Capítulo 8: Rio de Janeiro

Os três estão de volta à Ilha Esme e a mãe decide ensinar a filha a nadar como prometido e depois mostrar tudo que há para se ver ali. Certamente Carol vai gostar!

— Primeiro vou te ensinar a nadar sweetie, pode me ajudar querido? – ela pergunta voltando-se para o marido.

— Claro que sim – responde Carlisle e diz para a filha. – Para você é diferente do que para nós criança,  porque o nosso corpo é mais denso e por isso mais difícil de flutuar, mas o princípio é o mesmo.

— Eu aprendi a nadar quando era mais nova em Columbus, no rio da nossa fazenda, e não mudou muito depois que me tornei vampira – diz Esme.

— Vocês não precisam subir à tona para respirar.

— É verdade, mas é mais fácil para você do que para nós. Não precisamos subir à superfície o que é bom uma vez que nosso corpo é mais ‘pesado’.

—Observe criança – mostra Carlisle. – Você precisa mover os braços e pernas assim se quiser se deslocar na água.

Carol tenta fazer igual.

— Isso querida! Muito bem! – cumprimenta Esme.

Agora entram no mar:

— Será que eu vou conseguir? – pede a menina desconfiada.

— Não tenha medo sweetie eu e meu marido vamos salvá-la se precisar. Aqui é raso não há perigo de você se afogar.

— Não seria melhor primeiro aprender numa piscina?

— Aqui é uma piscina de água do mar.

— Está bem – ela mergulha.

— Não esqueça de tapar o nariz filha – orienta Esme.

...XXX...

 

Mais tarde, quando a filha já aprendeu a nadar bem, Esme a leva para conhecer os recifes de coral, as cavernas submersas e as tartarugas marinhas. Carol precisa usar um snorkel para nadar e conseguir respirar debaixo d’água enquanto ela não precisa porque é uma vampira e pode ficar sem respirar indefinidamente. Não está ostentando nada, apenas aproveitando uma capacidade.

No dia seguinte, visitam as rochas e vão até uma cachoeira tomar banho.

— Eu tomava banho num rio perto de casa. Não era fundo e por isso não precisava saber nadar – comenta a jovem.

Outro dia, leva a filha para conhecer os papagaios que moram na floresta que fica ao sul da ilha, porém infelizmente os animais se afastam quando ela está perto. Eles não sabem que mesmo sendo uma vampira ela é pacifica. Ela compreende o instinto que os leva a escapar de sua presença como se houvesse um predador na área, uma tigresa, o que ela sabe que é o caso.

Somente os seres humanos entendem, nem todos, é verdade, porque eles podem pensar antes de agir ou reagir. Carol é realmente um tesouro, uma das poucas pessoas que enxerga além das aparências. Ela é afortunada em ter uma filha assim.

Por isso teve que deixar Carol nadar com os botos sozinha e ficar cuidando de longe.

De repente o vento fica muito forte e o mar se agita provocando ondas enormes que assustam a adolescente:

— Mamãe! – ela grita com medo de se afogar.

— Estou indo sweetie! – Esme pula na água para resgatá-la.

Os peixes e outros animais marinhos desaparecem quando Esme está no oceano.

Inesperadamente uma onda se forma se forma sobre a garota e a cobre submergindo-a antes mesmo que ela pudesse gritar novamente. Carol tenta desesperadamente, mas não consegue voltar à superfície. Seu suprimento de ar está se esgotando, hoje ela não está com o snorkel o que daria mais alguns minutos de oxigênio e ela não estaria tão nervosa.

Ela fica com medo de que Esme não consiga encontrá-la, mas não sabe que a mãe pode ouvir se coração mesmo que ela não possa gritar. Ou mesmo sentir seu cheiro apesar de estar submersa.

“Eu vou morrer” pensa. “Esme me desculpe. Foi bom o tempo em que estivemos juntas. Foi o melhor período da minha vida. Eu te amo, amo Carlisle como se vocês fossem meus pais. Vocês são pais de verdade, pois pais são aqueles que cuidam não os que fazem e maltratam. Eu amo vocês, me desculpem. Espero que possam me perdoar...” A inconsciência toma conta da menina.

São instantes de agonia, parece uma eternidade, porém só decorreram poucos minutos. Contudo o suficiente Carol tomar tanta água e se afogar. Esme localiza a filha e a leva para a praia, deitando-a na areia:

— Carlisle! – ela chama desesperada pelo marido que vem imediatamente.

Sem dizerem uma palavra ele percebe o que aconteceu e se ajoelha ao lado da filha:

— Você faz a massagem cardíaca e eu faço a respiração artificial.

— Está bem – concorda rapidamente Esme; e diz obstinadamente enquanto comprime o peito da menina. – Não vou perdê-la, não. Não posso perdê-la. Volte querida! Não me deixe sweetie!

Carlisle se inclina e faz com que o ar preencha os pulmões da garota.

Os dois repetem a manobra e a adolescente tosse e cospe a água que ingeriu e sai pelo nariz e pela boca:

— Ai, isso queima! – ela diz com a voz quase inaudível e por causa da ardência na garganta. É a mesma sensação de quando a água entra no nariz durante o banho.

Sweetie! – Esme abraça a filha.

— Mamãe! O que aconteceu? A última coisa que me lembro é de estar nadando quando começou uma tempestade...

— Eu tive tanto medo de perdê-la!

— Você se afogou criança, por isso não se lembra – explica Carlisle. – Mas eu a trouxe de volta com a ajuda de sua mãe nós fizemos seu coração bater de novo.

— Quer dizer que eu estava morta?

— Por dois minutos seu coração parou.

— Você me beijou papai?

— Não podia?

— Não sei...

— Não foi tecnicamente um beijo, foi apenas um procedimento.

— Não diminua a importância do que você fez querido! – diz Esme.

— Era meu dever como médico, eu jurei fazer tudo ao meu alcance para salvar uma vida. Todos os outros médicos fariam o mesmo.

— Mas você estava aqui quando necessário meu amor. Graças a você nossa filha está viva. Eu não iria conseguir salvá-la. Não poderia mordê-la se o coração não funcionasse para bombear o sangue e espalhar o veneno pelo corpo para que ela se transformasse.

— Não tinha sentimento envolvido no gesto, não se preocupe criança. Além do mais, sua mãe estava junto e viu tudo. Havia sim emoção, mas não amor romântico, como você se preocupa. Eu amo você também, é verdade filha, e por isso também agi. Eu também não quero perdê-la. Você é importante para mim, tanto quanto para minha esposa. Você me faz sentir pai como nunca antes. Devo tanto a você quanto você pensa que me deve. Estamos quites.

— Obrigada papai! Obrigada mamãe! Muito obrigada. Não há palavras para expressar toda minha gratidão. Minha vida era para vocês dois e agora ainda mais, pois é graças a vocês que eu respiro.

— Não precisa agradecer sweetie, eu a amo e não poderia suportar viver sem você. Não consigo imaginar como seria depois que a encontrei – diz Esme.

Os dois beijam cada um uma bochecha da filha e a levam para casa. Hoje foi um dia bem movimentado e Carol precisa descansar para se recuperar do susto. Carlisle faz todos os preparativos para que ela tenha um pronto restabelecimento.

Ela não teve culpa nem muito menos fez de propósito e ele Esme não ficaram bravos, pois sabem disso. Carol sente a diferença e fica emocionada, seus pais humanos teriam gritado com ela mesmo depois de ela ter quase morrido, se tivessem conseguido salvá-la, ao invés de ficarem felizes. Eles nem parecem ter ficado contestes por ela ter sobrevivido, mesmo tendo nascido prematura.

Ela se sente mais como um estorvo do que como uma filha querida. Parece que eles não queriam ter filho nenhum. Mas as crianças não têm culpa dos erros dos pais, não pediram para nascer. Não é justo o que eles fizeram com ela e um dia eles vão ter que acertar contas com Deus. Cabe aos pais cuidar bem dos filhos que Deus lhes envia. É como um empréstimo de algo valioso, mais tarde o Dono vai pedir conta do que Ele emprestou e ai daqueles que não cuidaram bem dos filhos!

Mas Esme e Carlisle não diferentes, eles são os pais que ela merecia e sempre quis ter. Eles não a agridem, mesmo porque Carol é uma boa menina e não precisa ser maltratada. Talvez isso seja devido à educação rígida.

De repente lhe ocorre uma questão? Porque Carlisle não a mordeu? É assim que os vampiros fazem para transformar as pessoas não é verdade? Porque ele não fez isso? Agora ela estaria mudando. Contudo, ele ainda quis tentar de outra forma, primeiro de todas as maneiras possíveis, fazer tudo ao seu alcance antes de recorrer ao último recurso.

Porém isso não poderá ser adiado por muito tempo, a jovem sente que está morrendo, ela sabe que irá envelhecer e morrer enquanto permanecer humana. Essa é a sina de toda a humanidade. Injusto, mas por mais que doa e seja difícil de aceitar, é a dura realidade.

...XXX...


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