A Desdente escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 7
Capítulo 6: Ilha Esme




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Capítulo 6: Ilha Esme

Foi uma viagem de algumas horas até chegarem lá. Ainda bem que Carol não comeu nada depois que desceram do avião porque iria enjoar e vomitar com o movimento do barco.  Falando nisso o estomago dela ronca nesse momento:

— Alguém está com fome! – diz Esme.

Certamente essa não é a primeira vez que seu corpo faz esse barulho. Deve ter feito outras vezes um ruído que foi inaudível para ela.

— Eu estou bem, mãe – diz a menina – Ainda bem que eu não comi mais nada senão iria voltar. Odeio sentir na boca o gosto azedo do ácido. É horrível!

— Desculpe criança, hoje o mar está agitado – diz Carlisle. – Geralmente o barco não chacoalha tanto.

Ou eles não sentem porque não fazem digestão, ou ela é sensível demais. Algo a faz acreditar na sinceridade das palavras do pai. Ele não está mentindo sobre isso.

— Tudo bem papai, eu sei que a culpa não é sua. Meu estomago é fraco e eu não aguento.

— Mesmo assim querida, sinto muito.

— Falta muito ainda?

— Duas horas.

— Oh!

— Acho que vai chover amanhã, por isso o mar está revolto desse jeito – comenta Esme. – Não vai dar para ensinar você a nadar como eu pretendia.

— Obrigada pela intenção, mamãe. Fica para outro dia.

Minutos depois Carlisle avisa:

— Olha lá – indica Carlisle com a mão a direção.

— Não vejo de longe muito bem – diz após um exame frustrado do horizonte.

— Acho que ainda é cedo para seus olhos. Quando chegarmos mais perto você vai enxergar.

Aos poucos aparece a ilha.

— Uau!

Carlisle atraca o barco no cais:

— Bem-vinda –saúda Esme ajudando a filha a descer.

— Obrigada, é mesmo paradisíaca!

— Isso que você ainda nem viu muito e agora está escurecendo. Depois vou te mostrar as atrações daqui.

Como Esme disse chove no dia seguinte e os planos tem de ser adiados.

...XXX...

 

Depois que a filha adormece, Esme procura Carlisle para conversar em seu escritório. Ela nem precisa bater, pois ele percebe sua chegada:

— Pode entrar amor.

— Querido eu não sei o que fazer. Eu não quero perdê-la, mas eu não posso morder a Carol porque eu nunca fiz isso e tenho medo de não conseguir parar a tempo.

— Você quer que eu faça isso para você querida? Eu posso – se ele fez isso para Rosalie é claro que faria pela esposa.

— Não quero que você sofra depois, meu amor.

— Você quer e eu também. Tudo bem, não se preocupe eu já fiz isso antes e sei como agir.

— A última vez foi há tantos anos, você merecia descansar.

— Já foi uma longa pausa querida. Foi mais complicado com Edward eu nunca tinha feito isso antes e não sabia como era. Tentei reproduzir como eu fui atacado.

— E deu certo, nosso filho está bem e tenho certeza que nossa filha vai ficar também. Eu gostaria de aprender, mas tenho medo de falhar e não quero arriscar. Ela é muito importante para mim. Não posso me dar o luxo de errar.

— Eu sei, querida. Sei também como é difícil, não quero que você passe por isso.

— Obrigado querido. Mas e o tratado com os Quileutes? Não quero arrumar problema.

— Não sei se vamos voltar para Forks.

— Algo me diz que sim. A historia de Bella e Edward ainda não acabou, tudo vai se ajeitar.

— Você é uma romântica incurável – ele beija a esposa.

— O que você vai fazer então? – pergunta Esme depois que beija o marido.

— Vou conversar com Billy.

— Mas não deveria ser o Sam? Não é ele o líder?

— Da alcateia sim, mas da tribo tem os anciãos. Billy é neto de Ephraim e foi com ele que fiz o acordo, só o herdeiro pode autorizar.

— Ele não gosta de nós, não podemos ir até a aldeia. Como vamos encontrá-lo?

— Na casa de Charlie.

— Ele não merece e se algo acontecer?

— Fique tranquila querida eu e Billy vamos conversar como dois homens civilizados.

— Da sua parte tenho certeza, mas o que me preocupa é que provavelmente Jacob estará com o pai e ele é um garoto muito impulsivo. Ainda mais agora que se tornou um ‘lobisomem’. É perigoso um lobo jovem.

— Acalme-se ele não vai me machucar, nem eu farei algo com ele, sabe que eu não sou do tipo violento.

— Eu não ficarei tranquila. Não vá sozinho, eu vou com você.

— Você pode vir, é claro, meu amor. Não sei quando eles vão pescar, vou ficar de olho, quando eu souber voltarei e digo.

— É melhor irmos para os EUA e depois voltamos. Nossa filha vai perceber nossa ausência aqui.

— Não se estiver dormindo.

— Não querido não quero dopá-la.

— Foi só uma sugestão querida desculpe, mas não faria nenhum mal a ela.

— Eu sei, mas não precisamos fazer isso.

— É melhor irmos para lá, vamos ficar em Olympia?

— Sim, assim ficamos longe de Forks como nosso filho pediu e ao mesmo tempo ficamos próximo. Podemos ver como Bella está.

— Edward não vai gostar disso.

Esme e Carlisle estão no Brasil assim como o filho, mas um pouco longe dele.

— Ele nos pediu para ficar longe eu sei, mas Bella não vai perceber que fomos vê-la. Precisamos ter cuidado, na casa ela certamente estará. Eu preciso ver como ela está. Nosso filho pode ter deixado a namorada mas eu sou eu, não vou fazer o mesmo.

— Eu sei porque, eu deveria ter ficado mais perto para observar você e não ter ido embora em 1911. Desculpe, querida.

— Seria doloroso para você querido, não se torture por causa disso. Eu já o perdoei.

— Você é maravilhosa querida! Eu não merecia...

— Shhh... – ela coloca um dedo em frente a boca do marido. - Você merece sim tudo de bom meu anjo. Você me salvou, obrigada.

— De nada meu amor. Eu é que agradeço por você ter me aceitado.

— Oh meu amor, te amo para sempre Carlisle.

— Eu também te amarei para sempre Esme.

Se beijam mais uma vez e depois fazem amor ali mesmo no chão.

...XXX...

Bom dia querida! – Esme saúda a filha quando ela abre os olhos.

— Bom dia mamãe! Bom dia papai! – ela sabe que Carlisle pode ouvir de onde estiver se estivesse em casa.

— Houve um imprevisto e os planos mudaram. O hospital ligou ontem chamando seu pai de volta antes de acabarem as férias. Mais tarde ele poderá continuar.

— Isso quer dizer que vamos para os EUA já? – Carol estava se preparando, mas não achava que fosse tão rápido.

— Sim sweetie. Agora Carlisle foi comprar as passagens para nós. Depois voltaremos para fazer o que prometi, há muito para conhecer aqui na ilha.

— Tudo bem mãe, não estou chateada.

— Ah querida, você é um amor! – Esme beija a testa da filha.

— Não adianta protestar, nem seria racional.

— Eu poderia ficar com você.

— Não quero separar você e papai. Vamos sim. Onde vamos exatamente, sei que os EUA são maior do que o Brasil.

— É mesmo. Nós vamos para o estado de Washington que fica na costa noroeste na fronteira com o Canadá.

— lá deve ser frio agora, se aqui é verão lá no hemisfério norte é inverno.

— Exatamente querida, você é muito esperta!

— Mas eu não tenho passaporte, não poderei viajar.

— Já providenciamos seus documentos. Meu marido vai pedir seu visto.

— Vai dar tempo?

— Sim, é claro. Um visto temporário é mais rápido tirar do que um por mais tempo.

— Ah, eu não sei falar inglês muito bem...

— Não se preocupe com isso filha, você sabe o suficiente. E se precisar eu posso ajudar se precisar.

— Obrigada mamãe!

— Vou preparar seu café-da-manhã. Quer alguma coisa?

— Tudo que você faz é especial para mim, mãe.

— Oh meu amor! – Esme afaga o rosto da menina e se despede ao sair para a cozinha.

Carol levanta e vai ao banheiro se arrumar quando percebe o característico sintoma:

— Ahhhhhhhhhhhh – grita ao ver que está menstruada.

— O que foi filha? – Esme imediatamente volta ao quarto.

— Eu estou sangrando, mãe. Ah droga! Justo agora, não podia estar acontecendo isso. Eu mereço. Vou ficar trancada aqui no banheiro por uma semana.

— Está tudo bem filha. Eu já sabia.

— Já.

— Sim desde antes de você acordar eu percebi.

— E não a incomoda?

— Não, é claro que não, querida!

— Ah mamãe, me desculpe.

— Não precisa pedir desculpa por isso. Você é humana nós sabíamos que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde. Você ainda pode viajar, se sente bem para isso?

— Vou tentar, não gosto de sair assim nesse estado. Odeio isso! Porque a gente tem que passar por isso? Por quê?

— Tem absorventes no balcão da pia.

— Posso usar mesmo?

— Sim, foi para você que eu comprei sabia que você iria precisar um dia. Eu não preciso.

— Você não usa?

— Não, há quase cem anos; depois que a mulher se torna vampira não pode mais ser mãe da mesma forma que as humanas.

— Oh! – a menina sente o que isso representa para Esme, ela seria uma ótima mãe. Ela é uma ótima mãe. Ela nasceu com esse dom, mas mesmo sentindo compaixão ainda há espaço suficiente para sentir outra emoção. – Essa é outro motivo para querer me tornar logo uma vampira! Não aguento passar por isso todos os meses. Ninguém merece. Porque nós precisamos? Sim eu sei que é para ter um bebê, mas os homens não passam por isso e ainda assim podem ter filhos.

— Mas eles não ficam grávidos – diz Esme do outro lado da porta, de uma maneira que não irrite a filha.

— Mas não gosto disso, é desconfortável para dizer o mínimo. A mulher sofre tanto para ter um filho...

— A maioria das mães nem se lembra de tudo o que teve que passar, a criança vale a pena. Fariam tudo de novo se precisasse.

— Minha mãe, deveria ser mais grata a ela... Não ela não merece. Ela não fez como se eu fosse importante e valesse tudo o que ela passou. Pelo contrário, me fez lamentar ter nascido. Porque ela não me matou antes para evitar todo esse sofrimento?

— Querida, você Não deveria pensar desse jeito. Não gostou de ter me conhecido?

— Claro que sim Esme, você e Carlisle fizeram eu não me matar. Estou viva graças a vocês dois.

— Oh sweetie! – Esme diz com a voz como se fosse chorar se pudesse.

— Mamãe, não fique triste. Você ainda se lembra como era com você mesmo depois de tanto tempo?

— Claro que sim querida, nossa memória é excelente. A última vez que passei por isso foi um ano antes de meu marido me transformar. Você sabe por que.

— Eu sei mãe, você tinha acabado de ter um filho e as mulheres não passam por isso durante a gestação. Carlisle... Carlisle... – ela repete apavorada.

— Não tenha medo querida, ele é bem melhor nisso do que eu. Ele tem muito mais prática suportando o cheiro de sangue para trabalhar como médico. Se ele agüenta um hospital, por que não iria suportar uma menina sangrando?

— É verdade Esme, mas aqui não é um local público...

— Você não confia em nós? Você parecia tão segura até dormia em meu colo...

— Mas antes eu não estava assim sangrando sem poder fazer nada.

— Você é humana filha, seu cheiro sempre teve certo poder de atração sobre nós.

— Tudo bem, mãe. É mesmo se eu morrer que sejam vocês – Carol abre a porta do banheiro.

Nem a porta seria obstáculo se Esme pretendesse mesmo atacar.

— Você me magoa assim filha. Você não nos conhece? Essa não é a primeira vez que percebo que você está menstruada.

— Mas é a primeira vez que estamos sozinhas e eu estou nervosa.

— Não tem por que ficar. Eu e seu pai não avançaríamos em você por isso apenas.

— É verdade. Se você pode porque Carlisle não iria conseguir ficar perto de mim. Mas vocês poderiam me pedir e eu permitiria vocês beberem meu sangue.

Esme sorri.

— Se nós dois fizéssemos isso ao mesmo tempo você ficaria muito debilitada. E além do mais se nós tomássemos seu sangue deixaríamos de ser vegetarianos, e voltar para nossa dieta de sangue animal seria mais difícil. Você nos admira porque somos vegetarianos e iríamos deixar de ser.

— Mas eu ainda iria adorá-los. Vocês não teriam matado ninguém.

— Mas seria mais difícil para mim, para fazer meu trabalho – diz Carlisle.

É claro que a jovem não iria perceber quando ele chegasse, mas mesmo assim fica assustada e corre para o colo de Esme.

— Opa!

— Tudo bem querida, mais do que bem – diz a vampira.

Foi uma escolha inconsciente. Se alguém fosse matá-la ela prefere que seja Esme.

— Não tenha medo, criança. O sangue menstrual é diferente de um ferimento. Várias impurezas descem junto com o fluxo de sangue.

— Papai! – a garota fica roxa de vergonha.

— Não precisa ficar constrangida filha, eu sou médico.

— Mas ainda assim é um homem e esse assunto é algo que não gostaríamos que soubessem.

— Nós devemos no mínimo respeitá-las por isso – ele se afasta e sai do quarto.

— Eu sei como é pior no primeiro e no segundo dia querida – diz Esme. – A dor é muito intensa. Podemos adiar a viagem se necessário.

— Não era urgente?

— Podemos esperar dois dias ou três. Só chamaram Carlisle para semana que vem.

— Vamos hoje.

— Tem certeza querida?

— Sim.

As duas descem para a cozinha e encontram Carlisle terminando de arrumar a mesa que Esme deixou ao sair correndo.

...XXX...


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