A Desdente escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 2
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/778734/chapter/2

Um dia, após terminarem as aulas Ana Carolina Tramontti estava voltando para casa à pé sozinha quando percebe que está sendo seguida por um carro preto. É claro que ela já ouviu histórias sobre um veículo assim que raptava meninas para estuprá-las e depois assassiná-las. A princípio ela fica com medo de ser mais uma vítima, mas lembra que agora não é a hora que o maníaco costuma atacar. Nem se ele quisesse poderia investir, pois estamos em pleno horário de pico no final da tarde e o transito está movimentado demais. Ele não poderia agir sem ser percebido, ela gritaria por socorro e com certeza alguém viria acudir. Além do mais ele costuma pegar jovens à noite desacompanhadas não em plena luz do dia.

Antes de ficar assustada a adolescente pensa que pode ser alguém precisando de informação e a cor do automóvel é só coincidência. Além do mais muitas pessoas estão na rua, pois ainda é dia ela não tem nada a temer, nada de ruim poderia acontecer. Por que não ser educada e ajudar um estranho? O conflito interno entre o medo e a cortesia termina com a vitória da boa educação.

— Olá! – saúda uma voz encantadora. A mais linda que jamais ouviu. Não pode ser o cara tarado, a não ser que agora ele tenha mudado de tática para atrair as garotas, envolvendo uma mulher nos ataques. Possivelmente sua namorada ou irmã, mas que moça seria conivente com o abuso de outras jovens?

A menina vira a cabeça para ver quem é a dona da voz cativante e melodiosa. E seu receio se dissipa ao ver o semblante de Esme. Uma pessoa assim não pode ser má.

— Oi! – Carol encontra o olhar dela e abaixa a cabeça timidamente ao encarar tamanha beldade. Ela parece uma princesa saída de um conto de fadas. A Belle de a bela e a fera. – Em que posso ajudar? – sussurra olhando para o chão. Mas é claro que Esme ouviu, mesmo tendo sido tão abafado.

— Podemos conversar?

‘’O que uma pessoa dessa poderia querer comigo? ’’ Pensa a garota.

— Sim – ela responde mesmo sem saber ou ter a mínima ideia do que a mulher quer.

Carlisle para o carro e Esme desce. Ela anda em velocidade humana normal para não assustar a menina logo de cara.

— Você é Ana Carolina Tramontti? – ela pergunta. Mas é claro que já sabe que é.

— Sou eu sim.

— Eu sou sua tia.

— Minha tia? Desculpe, mas eu nunca vi você, certamente não iria me esquecer de uma pessoa tão linda!

— Obrigada sweetie! Eu sei que você não me conhece e que nunca me viu antes. Eu não moro no país.

— Ah! – Carol havia percebido que ela tem um sotaque leve. Deve ser americana ou inglesa, pois fala inglês. Ou australiana ou canadense.

— Na verdade eu sou tia de sua avó. Mercedes, certo?

— Sim, esse é o nome da minha ‘’nona’’.

— Eu sou irmã da mãe dela.

Esme não tem medo de se revelar, pois Alice previu qual seria a reação da jovem.

— Mas como você parece não ter muito mais idade do que eu?

Carlisle desembarca do veículo e Carol fica admirada ao vê-lo sair:

— Uau!

— Oi criança! – cumprimenta Carlisle.

— Oi!

— Este é meu marido, querida. Nós dois somos assim porque somos vampiros.

Agora a jovem percebe que não há mais ninguém na rua (Esme já sabia senão não teria dito) e está sozinha. Ela sente-se intimidada de repente (são dois, apenas um deles seria suficiente se quisesse lhe fazer algo) – e seu pai a fez se sentir um dia quando veio em sua direção- que recua até suas costas encontrarem o muro de uma casa. Carol sempre pensou que gritaria a qualquer perigo, mas a sua voz sumiu com a gravidade da situação, está muito além de qualquer risco imaginável e quem poderia ajudá-la? Ninguém. Qualquer um seria tão impotente como ela. Se os vampiros quiserem matá-la podem fazê-lo num piscar de olhos. Sem que ela perceba.

Mas, espera, se eles quisessem fazer alguma coisa, não teriam parado para conversar civilizadamente. Eles não são como os vampiros das lendas e mitos ou dos filmes de Hollywood.

— Eu vou... O que vocês querem de mim? Por favor, não me matem.

Ela já pensou sim em morrer por causa da vida sofrida que tem. O pai a espanca e maltrata demais. Mas agora que está diante dos possíveis carrascos percebe que não é isso bem que gostaria. A morte é o fim definitivo e ela só que uma nova chance, uma nova vida. Carol ama viver só não desse jeito que é sobreviver, não é vida. Ela é uma sobrevivente.

— Não vamos machucá-la, criança – Carlisle diz e ele e a esposa ficam tristes com o pensamento da garota. Mas sabem que esse estigma dos vampiros os persegue mesmo que depois demonstrem que não são como os outros, a ‘fama’ dos não-vegetarianos os precede. Já estão acostumados com esse pré-conceito.

Esme fica chocada com a reação da garota, mas ela não grita como Alice disse.

— Não vão? – ela consegue empurrar as palavras através da garganta e sua voz sai rouca.

— Somos vegetarianos – Carlisle explica ao ver a expressão confusa da menina. – Não nos alimentamos de sangue humano, só sobrevivemos caçando animais. Nós e nossa família não fazemos mal às pessoas, muito pelo contrário, eu sou médico.

— Hein? Como as pessoas permitem que você cuide delas?

— Na verdade elas nem sabem o que sou. Mas é claro que eu só faço isso porque sei que não corro risco de atacá-los.

Carol olha para o alto e percebe o céu ficando escuro.

— Desculpem, foi um prazer conhecê-los, mas eu preciso ir para casa. Tenho que fazer o jantar.

— Podemos levá-la sweetie. Se você quiser – propõe Esme - e se sentir confortável, é claro – acrescenta.

Os dois vampiros vegetarianos já conquistaram a confiança da humana.

— Vocês conseguem ficar perto de mim? Eu não quero causar problemas – a menina demonstra sua preocupação com os outros e seu acanhamento ao se sentir responsável por tudo. Foi assim que ela foi criada, levando a culpa por tudo até o que estava além de seu controle.

— Tudo bem criança. Obrigado por confiar em nós – diz Carlisle.

— Que carro bacana! – a jovem exclama.

— É uma Mercedes S55 AMG.

— Reconheci o símbolo da marca.

A garota embarca no banco de trás. Esme já havia entrado e Carlisle abriu a porta para a menina:

— Oh! É diferente – diz ao entrar e ver a direção no lado contrário.

— Foi feito na mão inglesa, querida – explica Esme. – Aliás meu marido é inglês.

— É só podia, ele é mesmo um lord.

— Sim eu nasci na Inglaterra – como ele contornou o carro tão rápido!

—E eu sou americana, nasci nos EUA.

— Bem como eu imaginei só de ouvir se sotaque. Sem preconceito, eu não sou assim. Não gosto que tenham comigo só porque sou gordinha, sei que os outros também não merecem porque se sentiriam como eu. Ainda mais sobre algo que não tem culpa como a genética.

— Você é uma garota maravilhosa! – diz Esme.

Carol fica corada com o elogio. Os três vão até a casa da humana. A jovem orienta Carlisle até onde mora.

— É perto de onde nós moramos – comenta Esme.

— Que legal! Podemos nos ver todos os dias – diz entusiasmada a adolescente.

Esme sorri. É isso que ela queria ao alugar a casa perto de onde a filha mora.

...XXX...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Desdente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.