Valar Morghulis. escrita por Khaleesi


Capítulo 4
Ouça os sinos.




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Quando desceu de Drogon, seus músculos estavam duros por causa do frio e doloridos, Tyrion e Jon estavam na entrada do castelo, mas ela não queria vê-los, principalmente a Jon, a dor da rejeição ainda ardia no peito e ela sentiu as lágrimas. Ela o amava, mas isso de nada adiantava agora, então passou reto por eles.

Em seus aposentos estava uma banheira com água quente, e então se lembrou de Missandei. Era ela quem lhe preparava os banhos. "Do jeito que a senhora gosta, Khaleesi", ela dizia enquanto desfazia suas tranças. As tranças já que já não me pertencem mais, estou fraca e perdendo tudo, pensou. As lágrimas brotaram em seus olhos e a dor no peito se tornou insuportável novamente. 

Quando a água esfriou ela saiu da banheira, colocou suas vestes que dessa vez eram pretas e vermelhas, fazendo uma grande referência às cores de sua casa e saiu de seu quarto. Com dois soldados em seu encalço, Dany se encaminhou com passos largos até o grande salão com o pequeno trono cercado por estátuas de dragões, onde se sentou e ordenou que Verme Cinzento viesse até seu encontro. 

Quando ele chegou, ela logo tratou de conversar sobre como fariam para invadir Porto Real. 

— Jon e os nortenhos vão ficar na frente do portão principal da cidade junto comigo e com os Imaculados, para lutarmos contra a Companhia Dourada os Dothrakis podem vir logo atrás, eles são mais rápidos com seus cavalos, então serão mais úteis quando conseguirmos atravessar os portões ou para cercar a Companhia. - Verme Cinzento disse, e ela assentiu. 

— Quanto à companhia dourada, vocês podem ficar tranquilos, eu cuido deles. - Ela disse séria. - Eu irei pessoalmente cuidar da frota de Euron e deles, assim facilitando a entrada de vocês. Quando eu queimar os portões, é a hora que vocês devem agir, e não antes. Aguardem pelo meu sinal.

— Mas Khaleesi, não seria perigoso para vocês? - ele perguntou referindo-se a ela e Drogon.- Os navios de Euron estão todos armados com os escorpiões, assim como os portões da cidade. 

— Eu sei, mas já sei exatamente como destruí-los - ela falou pensativa.- Matem todos os soldados inimigos, e quando chegarem ao povo, faça com que eles saiam da cidade, evacue tudo, qualquer homem nosso que ousar tocar em algum cidadão, nas mulheres principalmente, mate-os. Não aceitarei tais atitudes. De outro modo, quando você concluir a sua parte, eu queimarei tudo...

— Minha Rainha, perdoe a intromissão, mas queimar tudo não seria o certo a ser feito. - Tyrion entrou na sala com os olhos carregando preocupação. - As pessoas que moram lá não são suas inimigas, elas têm medo de Cersei assim como os escravos tinham de seus mestres antes de você os libertar! 

— Os escravos se voltaram contra seus mestres e libertaram as cidades sozinhos assim que eu cheguei - Dany disse sem olhar para o anão a sua frente. 

— Eles têm medo! Se se voltarem contra Cersei, terão suas famílias massacradas! Eles são reféns! - Tyrion disse chegando mais perto, o desespero palpável em suas palavras.

— São. De uma rainha tirana. De quem é a culpa? Minha? 

— Não importa de quem é a culpa! Milhares morrerão se a cidade queimar, você não pode...

— Sua irmã sabe muito bem usar as fraquezas de seus inimigos contra eles. É isso que ela acha da nossa piedade, uma fraqueza! - Dany disse o impedindo de continuar. Ele agora acha que Varys estava certo, pensou.- Mas ela está errada! Piedade é a nossa força. Prepare os soldados, Verme Cinzento. 

Tyrion suspirou pesadamente. Será que Varys estava certo, afinal? Era o que passava em sua cabeça.

— Khaleesi... Os soldados de Cersei irão desertar assim que perceberem a derrota. Dê a eles essa chance! Caso se rendam, tocarão e eles abrirão os portões. Por favor, se os sinos tocarem, cancelem os ataques. 

Dany suspirou pesadamente olhando para Tyrion, e depois para Verme Cinzento. Eles só irão se render quando eu conseguir atravessar os portões, pensou fechando os olhos e se endireitando na cadeira. Mas então ela assentiu. 

— Espere por mim em frente aos portões - disse para Verme Cinzento.- Você saberá quando chegar a hora.

Ele saiu da sala, deixando-a a sós com Tyrion. Ela estava chateada demais com ele, com as conspirações que nem conseguia olhar para ele por tanto tempo, mas se esforçou.

— Eu também temo pelo povo, Lorde Tyrion. Mas em uma guerra sempre haverá o sangue de inocentes nas nossas mãos. Sua irmã não vai se render, você sabe disso. Ela colocou os escorpiões nos seus navios, nas torres, acima dos portões. Você acha que será só eu pousar com Drogon que ela se renderá? Não. Ela sabe que isso pode matar meu único filho. Por isso tantos. Por isso a Companhia Dourada. Por isso colocar todo o povo para dentro dos portões. 

Tyrion assentiu para ela, fez uma breve reverência e se virou pronto para sair da sala, mas a rainha o impediu.

— Seu irmão foi detido tentando passar por nossas tropas. Parece que ele ainda é fiel a sua irmã, afinal. Você tem falhado muito comigo, Tyrion...

*** 

Dany estava ao lado de Drogon quando um de seus soldados veio até ela. Ele parou e olhou diretamente para o enorme dragão ao lado de sua Rainha, que mostrava suas longas presas. 

— Está tudo bem, Drogon - ela disse ao filho enquanto lhe fazia um carinho. - Chegue mais perto. O que houve?

O soldado se aproximou e disse em Alto Valiriano.

— Como esperado, minha Rainha. Sua Mão foi até seu irmão, Jaime Lannister, e o libertou para que fosse até a irmã e com ela fugisse em um barco deixado pelo mesmo em uma saída secreta. 

Quando terminou de falar, Dany sentiu uma pontada em seu coração. A dor de receber mais uma traição a assolou novamente e lágrimas surgiram em seus olhos mais uma vez. Mas não permitiu que elas se derramassem. Precisava ser forte agora. Ela assentiu e sinalizou para que ele a deixasse sozinha. 

Estava chegando a hora de atacar.

 

 


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Notas finais do capítulo

desculpem a demora, estava viajando e por isso não pude atualizar durante esses dias. Logo mais terá um novo capítulo! sz



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