The Beginning escrita por Madalena Black Potter Black


Capítulo 7
Capítulo 7




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Ashley It's not exactly what you might think it is.
Emma: It never is. People are going to tell you who you are your whole life. You just gotta punch back and say, "No, this is who I am." You want people to look at you differently? Make them. You want to change things you are going to have to go out there and change them yourself because there are no Fairy Godmothers in this world.

(Once Upon a Time, S1 E4)

2 de setembro de 1971, 7.00 horas

Madeleine já vestida desceu as escadas em direcção ao Salão Comum. Estava deserto exceto por Antoin Dolohov que descia apressadamente as escadas com a varinha numa mão e os livros noutra.

— Bom dia, Madeleine.- disse o rapaz.

— Por que estás apressado? As aulas não começam mais tarde?

— Para os dos 6º ano, não. Começamos às 7.30. Estou um pouco atrasado porque ainda tenho de ir receber os horários que o Slughorn vai entregar, portanto… Tenho de ir.- disse ele saindo rapidamente, fazendo um aceno de despedida.

Mal o rapaz saiu, Madeleine sentou-se e começou a ler o livro de Poções. Tanta coisa para aprender e ela ficara tão atrasada com os 3 anos de memória que perdera. Segundo o avô Henry, ela tinha aprendido tudo aquilo muito rápido com ele e tinham passado bons momentos juntos. Ele acreditava sinceramente que ela voltaria a aprender aquilo rapidamente.

Madeleine sorriu ao lembrar-se do avô, nos últimos meses tinha sido o seu maior apoio. Tinham brincado e estudado como se nada tivesse acontecido. A madrinha também ajudara. Ensinara-a como tocar na guitarra. Catherine Potter era sem dúvida uma pessoa que inspirava Madeleine em todos os sentidos. O seu trabalho como médica era notável.

— Já acordada?- perguntou uma voz atrás dela. Madeleine deu um pulo e fez um escudo por instinto. Acalmou-se quando viu que era Severus.

— Toby… Assustaste-me…- murmurou Madeleine.

— Uau. Como é que fizeste esse escudo?- perguntou Severus impressionado.

— Não sei, mas eu consigo fazer magia com as mãos, por instinto ou mesmo por querer. Ultimamente tem estado mais fraca e a minha mãe escondeu todos os livros que eu usava para aprender. Acho que essa deve ser a razão de eu ter perdido a memória. E se for eu a causadora desta perda? Que terei eu feito?- preocupou-se Madeleine.

Severus pegou na mão dela e sorriu.

— Tenho a certeza que não foi nada de mal, Addie. Tu és uma boa pessoa, foste das únicas que me aceitaste pelo que eu era, tal como a Lily.

— Falando nisso, desculpa-me pelo meu irmão. Ele e o outro rapaz são uns idiotas.

— Já estou habituado, não te preocupes. Vem! Vamos para o Grande Salão. Estou a morrer de fome e quero receber as cartas da minha mãe.

Madeleine seguiu-o pelos corredores.

— Então e o teu pai?- perguntou Madeleine.

— Mais calmo, eu acho. Ele achou que me tinha morto daquela vez em que fui parar ao Hospital. E tu? Como vai a relação com os teus pais e os teus irmãos?

— Tudo bem, eu acho. Se bem que foi estranho ver a minha irmã já com 3 ano e não me lembrar do nascimento dela. Outra coisa estranha é que os meus pais nunca me deixam sozinha com ninguém e têm sempre um olhar de medo, como se me temessem. Provavelmente coisas da minha imaginação.

— Espero que não seja o olhar que a minha mãe dá ao meu pai. Ela tem cuidado em tudo o que diz, à mínima coisa o meu pai pode exaltar-se.

— E não tens outra família?

— Não… a família toda da minha mãe foi morta pelos seguidores de Grindewald, quando ela era recém-nascida, e os pais do meu pai morreram em alguma Guerra Muggle.- sussurrou Severus de modo triste.

— A família da minha avó também foi dizimada pelos seguidores de Grindewald, ela ficou sozinha com 16 anos. O irmão do meu avô e a mulher também foram mortos numa missão do Ministério, e o filho deles que é meu padrinho teve de ir viver com os meus avós e o meu pai.

— São coisas complicadas.- Entretanto eles entraram no Salão e sentaram-se na Mesa dos Slytherin a comer. Scarlet logo se aproximou.

— Bom dia, cobrinhas.- disse Scarlet brincalhona.

— Tu é que devias estar aqui connosco.- resmungou Madeleine.- Desde quando é que mais inteligente que ambiciosa.

— Segundo o Chapéu Selecionador nós somos exactamente iguais mas tu és menos perspicaz, isso faz-me uma Ravenclaw perfeita.- sorriu Scarlet.

Severus olhava de uma para a outra, divertido.

— Não me disseste que tinhas uma gémea, Addie.- disse o rapaz.

— Ela não é minha gémea, basta-me um. Ela é minha prima, as nossas mães são gémeas.- disse Madeleine beliscando a prima.

— Vocês são iguais, tirando o cabelo. O dela é liso e o teu é encaracolado.- disse ele para Madeleine.- Pensei que ela era uma Potter, filha do teu padrinho, não?

— E sou. É que bem os nossos pais são primos quase irmãos porque cresceram juntos e as nossas mães são gémeas. Somos primas duplamente.- sorriu Scarlet amavelmente.- Desculpa, não sei o teu nome…

— Severus, Severus Snape.- respondeu ele.- Mas podes chamar-me de…

— Toby.- interrompeu Madeleine seguida de um olhar furioso de Snape.- O que foi? Ela é igual a mim, também pode.

— Ok, Toby, mas ninguém pode saber e eu tenho de arranjar um apelido para ela.

— Temos um acordo, Snape.- sorriu Madeleine.- Que tal Car? É que sabes, o nome dela do meio é…

— Madeleine Adhara Euphemia Bulstrode Black Fleamont Potter não te atrevas….

— Carina, Scarlet Carina Potter.- sorriu Madeleine encarando a face zangada da prima.

— É um nome bonito.- comentou Severus.- Car que seja.

Scarlet revirou os olhos e olhou a prima:

— Voltas a contar isso a alguém e vais-te arrepender.

— Uh, estou cheia de medo.

O Salão ia se enchendo de estudantes e de repente o barulho começou a aumentar. Amigos comiam juntos e riam-se e de repente as corujas começaram a chegar com cartas. Madeleine pegou no copo e deu um gole. Logo de seguida fez uma careta.

— Quem é que pôs sumo de abóbora no meu copo?- perguntou Madeleine indignada procurando a prima, mas Scarlet já desaparecera.- Aquela parva.

— Estás bem, Madeleine? Estás verde.- perguntou Amber sentando-se ao pé dela.

— Foi a idiota da minha prima. Ela sabe que eu enjoo com sumo de abóbora e trocou o meu copo com o dela sem eu saber.- explicou Madeleine respirando fundo.

Um estrondo ouviu-se na mesa dos Gryffindor e todo o Salão olhou para lá. Madeleine viu o Black e o irmão perto da confusão. Narcisa que estava perto sorriu:

— Eu sabia que a tia Walburga não deixaria esta desonra impune.

— Oh não, é um Gritador.- comentou Rabastan.- As coisas vão ficar feias para o Sirius.

Uma voz feminina ouviu-se em todo o Salão.

— ‘’ SIRIUS ÓRION BLACK! ÉS A VERGONHA DE TODA A TUA FAMÍLIA. UMA DESONRA PARA A NOBRE CASA DOS BLACK. DEVIAS TER VERGONHA DO QUE FIZESTE… O MEU FILHO… O MEU FILHO…. UM GRYFFINDOR? AINDA BEM QUE O TEU IRMÃO NÃO NOS VAI DAR UM DESGOSTO DESSES. NÃO TE ATREVAS A VOLTAR NO NATAL.’’

A carta explodiu no ar e toda a gente olhou para Sirius que continuou a comer tranquilamente como se nada tivesse acontecido.

— Uau, espero não sofrer disso, nunca.- comentou Amber.- Que vergonha, à frente da escola toda.

— Bem, eu também sou a primeira Potter na Slytherin. Não sei se devo-me preocupar.- sorriu Madeleine ao avistar a coruja Lyn a aproximar-se depois de fazer uma paragem e entregar as outras cartas ao irmão.

Madeleine pegou nas duas cartas. Uma era da madrinha e outra era da família em casa.

‘’ Ei Mady,

Fico muito feliz em saber que entraste para a nobre casa de Salazar Slytherin apesar de ambas sabermos que a Rowena Ravenclaw era muito melhor.

Tem cuidado com algumas pessoas perto de ti. Os Slytherin não são maus mas, certamente, são conhecidos por fazer más escolhas. Não as faças.

Diverte-te muito e manda um olá ao Tio Dumby e à tia Minnie por mim,

Um beijinho grande da tua madrinha preferida,

Catherine Potter.’’

Madeleine sorriu ao ver como a tia tratava Dumbledore e a professora McGonnagal.

‘’ Olá Mady,

Eu e a tua mãe estamos muito orgulhosos de teres sido seleccionada para os Slytherin, certamente fizeste história na família Potter. A tua mãe está delirante por estares na mesma casa que ela. Cuidado, porém, com as amizades que fazes, não queremos que faças as escolhas erradas.

O teu avô fala em deserdar-te, a brincar, claro. Ele vai falar com o teu professor de Poções para saber como foi o teu desempenho na tua primeira aula.

Aprende muito e diverte-te. A tua irmã Catherine tem muitas saudades tuas. Toma conta do James.

Beijinhos,

Fleamont e Euphemia Potter, Henry Potter e Catherine Potter Jr.’’

— Madeleine?- chamou Amber trazendo-a de volta à realidade.

— Sim?

— O professor Slughorn acabou de deixar aqui os horários. Temos a primeira aula daqui a 15 minutos e temos de ir buscar os livros.- informou Rabastan.

— E qual é a nossa primeira aula?

— Hoje é quinta, portanto, História da Magia com os Hufflepuff.- respondeu Severus.

— Então vamos!

Os quatro levantaram-se, ao mesmo tempo, e seguiram para o dormitório preparados para o início do ano lectivo.

 

2 de Setembro de 1971, 11 horas

A aula de História da Magia não fora tão interessante como Madeleine esperava. O professor era um fantasma e apenas falara dos objetivos da disciplina durante os 90 minutos. Amber e Madeleine tinham-se entretido a conversar sobre as famílias e fofocas.

Quando Madeleine entrou na sala de Transfiguração sentou-se logo ao lado da prima.

— O que achas de uma partidinha?- sugeriu Madeleine com um sorriso. Scarlet retribuiu o sorriso.

— Uma ideia óptima, cara Euphemia.

— Eu não diria melhor, Dorea.- brincou Madeleine. As primas eram tão chegadas que às vezes fingiam que eram gémeas como às mães.- Amber!

— O que foi?- perguntou Amber que se sentara ao pé da irmã, Alexandra. Essas gémeas é que não tinham nada haver. Amber tinha os cabelos castanhos-escuros longos e encaracolados e os olhos verdes e Alexandra tinha os olhos azuis e cabelo loiro e liso.

— Fazes-nos tranças às duas em cinco minutos?- pediu Madeleine.

— Se achas que vais ficar mais bonita de tranças enganaste.- intrometeu-se Alexandra.

— Mas alguém perguntou-te alguma coisa?- rebateu Scarlet.

— Claro que faço, Mady.- respondeu Amber procurando evitar uma briga. Terminado o trabalho, Amber afastou-se, olhou-as e disfarçou um riso.

— Madeleine? Estive à tua procura por toda a….- Severus interrompeu-se quando viu as duas primas a virarem-se para ele.- A sério? E como é que agora sei quem é a Madeleine e quem é a Scarlet?

— Simplesmente não sabes.- disse uma delas.

— E a professora McGonnagal ainda menos.- riu a outra.

Do fundo da Sala saiu um gato, de repente. Os alunos estavam todos dentro da sala de aula mas nada da aula começar.

— Como foi a tua primeira aula?

— Feitiços? O professor é do tamanho de um anão e é muito simpático. Nem sabes… O James e o Sirius…

— Sirius? Quem é esse?

— O amigo do teu irmão. Cabelos pretos encaracolados.

— Ah! O irmão do Regulus, o Black.

— Sim, eles chegaram os dois atrasados à aula. O professor perguntou se eles não queriam que ele enfeitiçasse os materiais deles para os acordarem a horas decentes.

— Shiu! A professora McGonnagal vem aí.- comentou uma rapariga com ar de emproada.

— E quem é esta?- perguntou Madeleine. Scarlet revirou os olhos.

— Felicia Edgecombe. Tem a vida toda planeada como fez questão de dizer ontem à noite. Vai trabalhar no ministério e ter apenas uma filha chamada Marietta e não vai deixar o marido pôr o nome na filha para perpetuar a família Edgecombe.

— Que nome horrível.

— Pode partilhar connosco que nome é que é horrível, Srta Potter.- perguntou McGonnagal.

— A senhora… a senhora é um gato. Que fixe.- disse Scarlet.

— Não vai responder à minha pergunta, Srta Potter?

— Qual delas, professora?- perguntou Scarlet muito séria.

McGonnagal olhou de uma para a outra sem saber o que responder. De repente reparou nos uniformes.

— Vocês as duas, vêm falar comigo no final da aula. Percebeste Madeleine?- perguntou a professora olhando para a menina com o uniforme com o emblema de Slyhterin.

— Mas como…- Madeleine calou-se quando viu a cara da professora.- Sim, professora McGonnagal.

— Muito bem, depois deste pequena brincadeira de início de aula, vamos lá começar a trabalhar. A transfiguração é um dos ramos mas complexos da magia. Quem não tiver disposto a trabalhar com concentração, pode já sair por aquela porta.- A sala permanecia em silêncio.- Ninguém? Ótimo. Poucos de vocês chegarão até ao 7º ano de transfiguração mas durante estes sete anos vamos aprender a mudar a forma e a aparência de um objecto, de um animal ou até duma pessoa. Preparados?

Todos os alunos assentiram e a professora fez um meio sorriso.

— Então vamos começar.

 

2 de Setembro de 1971, 23.30

Depois da aula de transfiguração, outras aulas sucederam-se como Herbologia e Defesa Contra a Magia Negra dada por um professor que só sabia ler o livro.

A Professora McGonnagal tinha-lhes dado apenas um aviso de que outros professores poderiam não levar tão bem a brincadeira quanto ela e que não dava uma boa impressão. A duas desfizeram as tranças logo a seguir e todos os professores as conseguiram distinguir. Madeleine gostou de ver o sorriso da professora quando lhe mencionou o cumprimento que a madrinha lhe mandara.

— A Catherine foi uma das minhas primeiras e uma das minhas melhores alunas.- declarou McGonnagal.- Espero que sejas como ela, Madeleine

Durante a tarde livre, explorara a biblioteca com Severus e Lily. A ruiva era tímida por mais que Madeleine tentasse fazer conversa com ela. Jantara com Rabastan já que Amber fora comer na mesa dos Ravenclaw.

Depois do jantar, tinham tido a primeira aula de astronomia que acabara às 22h30. Contudo Madeleine ainda não dormia e porquê? Porque ficara a falar com a professora Sinistra sobreas constelações dos nomes Black. As constelações e estrelas que tinham como nome Sirius, Regulus, Adhara, Bellatrix e entre outros.

Tinha acabado de descer as escadas da Torre de Astronomia quando ouviu vozes exaltadas e quando se aproximava da sala vazia donde vinham as vozes, alguém a agarrou e a levou para um armário de vassouras. Madeleine revirou os olhos quando percebeu quem o tinha feito.

— Charming, não é?

— Na verdade é Si…

— Já te disse que Charming te fica bem porque para prenderes uma rapariga precisas literalmente de a arrastares para perto. És ou não és um verdadeiro príncipe?

— Não vais conhecer mais verdadeiro. A verdade é que eu te salvei de um castigo com o Filch. A gata ia-te vendo.

— Qual gata?- perguntou Madeleine começando a duvidar da sanidade mental de Sirius Black.

— A Madame Norris, a gata do Filch.

— Quem é o Filch?- perguntou Madeleine ainda mais confusa.

— É o guardador de Hogwarts, o vigilante… chama-lo como quiseres mas quando ele apanha alunos fora da cama, é um sarilho. A gata sempre que vê alunos de alguma forma conta-lhe.

— E como é que tu sabes disso?

— A Andromeda deu-me algumas dicas antes de vir para cá.- respondeu Sirius encolhendo os ombros.- Anda, acho que ela já foi embora.

— Temos de ver o que se passa naquela sala, ouvi vozes e estavam a discutir.

— E que temos nós a ver com isso?- perguntou Sirius.

— Alguém pode estar em perigo. Supostamente não és um príncipe encantado? Ou só te divertes a ‘’salvar-me’’?- ironizou Madeleine.

— Acredites ou não, nós éramos amigos antes de perderes a memória.- respondeu o rapaz olhando-lhe a nos olhos.- Bem, anda lá.

— Como assim, éramos…

— Não importa, vamos lá.

Sirius e Madeleine dirigiram-se à sala onde anteriormente a rapariga tinha ouvido vozes, nesse momento apenas ouvia-se um pequeno choro. Quando Madeleine abriu a porta ficou chocada. Andromeda estava a ser abraçada por um rapaz. Sirius sorriu ao perceber que o rapaz era Ted Tonks, um dos rapazes mais populares da escola e um nascido muggle. Quando o casal percebeu a presença dos mais novos, apressaram-se a separar.

— Madeleine, Sirius… Eu posso explicar.- disse Andromeda aflita.

— Pensei que estavas noiva do Antoin…- gaguejou Madeleine.

— E estou, mas não é ele que eu amo. Eu e o Ted estamos juntos à dois anos, em segredo claro. Os meus pais nunca aprovariam.

— Eu sabia que tu não eras uma Black normal.- sorriu Sirius abraçando a prima.

— E o Antoin sabe?

— Não, ele matava o Ted se soubesse.- alarmou-se Andromeda.

— Tentava.- contra-argumentou Ted.

— Mas porque é que estavam a discutir?- perguntou Madeleine.

— Ela não quer fazer frente à família e contar-lhes do nosso relacionamento. Bem, é melhor voltar para a minha ronda, já estive aqui durante demasiado tempo. Não sei o que estavas aqui a fazer rapaz, mas eu vou-te deixar na Torre dos Gryffindor.

— Eu trato da Madeleine.- garantiu Andromeda. Ted afastou-se com Sirius rapidamente. As duas raparigas tomaram, então, o caminho da masmorra.

— Porque é que não lhes contas?- perguntou Madeleine.

— Não é exactamente como tu pensas que é, Mady. Os meus pais são preconceituosos, a minha irmã está aliada ao Voldemort. Até tu tiveste conversas com o Tom, a Cissy contou-me. Toda essa gente acredita que os puro-sangue são melhores que os nascidos muggle. Eles vão deserdar-me e podem tentar matar-me e ao Ted. Pergunta à tua mãe o que aconteceu com Marius Black, aí vais perceber.

— Então preferes casar com o Antoin e deixar o Ted?

— Não mas…

— Então, tens de fazer tu a mudança. A tua vida toda, a tua família disse-te o que tu eras. Se queres que eles percebam que és diferente tens de ser tu a mostrar-lhes isso.

— Não és demasiado nova para ter essa maturidade toda?

— Acho que não, não sei. Só te disse o que a minha mãe disse que fez quando todos os Black a tentaram impedir de casar com o meu pai.

— Tu mudaste mesmo, Madeleine. Antigamente eras defensora dos casamentos arranjados e do sangue puro.

— A sério? Isso deve ter sido o que me tornei aqui, na Inglaterra. Na América, eu era assim.- explicou a rapariga. Tinham chegado ao Salão de Slytherin sem ninguém as ver.

Draconis.— murmurou Andromeda.- Mady… cuidado com a família Black. Quase ninguém sabe mas o que os Black querem, conseguem. Neste momento, a tia Walburga deve estar a planear o teu casamento com o Sirius.

— Com o Sirius? Coitada, não tens de te preocupar com isso, Andie. Não casava com esse idiota por nada deste mundo. Boa noite.

— Boa noite, Mady.- e ambas dirigiram-se aos seus dormitórios e adormeceram rapidamente.

 

Mansão Black, 3 de Setembro, 9h00

Cygnus Black não podia acreditar na carta que estava em suas mãos. Olhou para esposa que dormia ao seu lado e decidiu não a acordar.

‘’ Querido pai,

Não queria aumentar o teu sofrimento mas não posso deixar isto passar em branco. Sei que desejava uma boa vida para mim como mulher de uma família tão influente quanto os Dolohov. Lamento mas não posso ter essa vida.

Estou apaixonada. O Ted é uma pessoa maravilhosa, ele mostrou-me que tipo de mulher eu poderia realmente ser. Namoramos há dois anos. Eu quero casar com ele quando acabarmos Hogwarts. Eu compreendo se o desiludi, pai, mas eu devo seguir o meu coração. Não sou tão forte como o pai que consegue ter uma vida num casamento arranjado. Eu amo o senhor, pai, com todo o meu coração.

Conheço as regras da nossa família e sei que quebrando-as deixo de pertencer à família Black. Perdoe-me pai. Vou ter saudades.

Com amor,

Andromeda ‘’

As mãos tremiam-lhe. Sempre temera que este dia alguma vez chegasse. Sentiu-se feliz, a sua filha iria fazer coragem o que ele não tivera coragem para fazer com Catherine Potter todos aqueles anos atrás. Destruíra três vidas com essa decisão: a de Catherine, a de Druella com quem se casara por obrigação e a dele próprio.

Cygnus sentiu vontade de chorar. Bellatrix sempre fora rebelde e violenta, afeiçoada à tia avó Cassiopeia que insistira naquela baboseira do sangue puro. E agora onde estava a sua filha mais velha? Como seguidora daquele louco assassino.

Narcisa era uma menina da sociedade, mesmo. Estava noiva de Lucius Malfoy desde os seus 11 anos e não se importava. Queria aquela vida. A mais nova era muito agarrada à mãe.

Mas a menina do papá sempre fora Andromeda. A calma, doce e nada fútil Andromeda. E Cygnus não podia se sentir mais orgulhoso dela por ela o enfrentar daquela maneira.

De repente, ele ouviu uma grande barulheira vinda do andar de baixo. De entre as vozes, distinguiu a voz do pai e a da filha mais velha.

— Estás a falar a sério?- perguntou Walburga à sobrinha.

— Essa parva mandou-me uma carta a contar. Como se esperasse o meu apoio. Podemos matar o infeliz?- perguntou Bellatrix com um sorriso maquiavélico.

Cygnus interrompeu pondo a máscara de seriedade que sempre utilizara ao longo dos anos para ninguém descobrir os seus verdadeiros sentimentos.

— Ninguém vai matar.- interrompeu Cygnus.

— Que tencionas fazer em relação a isto, filho?- perguntou Póllux Black o patriarca da família Black.

— O que achas, pai? O que devo. Ela sabe os riscos de quebrar as regras nesta família.- disse Cygnus aparentando estar zangado.

— Não podes estar a falar a sério, mano.- interrompeu Alphard, o irmão mais novo.

— O Cygnus está a tomar a atitude correta, Alphard. Não estragues o ambiente com as tuas opiniões estúpidas.- retrucou Walburga, que era a mais velha.

— Walburga e Alphard acabou. Isto é uma decisão do Cygnus.

— Ouvi dizer que alguém ia ser queimado da tapeçaria Black.- sorriu Cassiopeia Black entrando pela porta a dentro.- Quem é?

— Olá tia.- sorriu Walburga.

— A minha irmãzinha quer se casar com um nascido muggle.- comentou Bellatrix.- Nojenta.

— Tens razão, Bella. Que horrível decisão mas nada de estranho comparado com o que se esperava dela. Ela sempre pareceu uma mosquinha morta, não uma Black.- comentou Cassiopeia.

— Cale-se tia.- ordenou Cygnus exasperado.

— Vais deixar que ele fale assim com a irmã do pai?- perguntou Cassiopeia a Póllux.

— O Cygnus é maior de idade e é homem. Ele pode falar como quiser, Cassie.- respondeu  Póllux calmamente.- Quando é que a vamos tirar da tapeçaria?

— Hoje à noite, pai. Primeiro tenho de ir falar com o Alexander e dissolver o noivado.

— Fizeste uma boa decisão, pai. Aquela vagabunda não merece ter o teu nome.- sorriu Bellatrix felicitando o pai.

— Sai daqui Bellatrix. Que eu saiba, também já não és uma Black para estar aqui metida o tempo todo. Se eu fosse a ti começaria a dedicar-me mais à produção do herdeiro Lestrange em vez de me meter nos assuntos da minha antiga família.

E deixando a filha mais velha para trás, saiu porta fora e desmaterializou-se até à Mansão Dolohov.

 

Hogwarts, 3 de Setembro de 1971 13:00

Madeleine entrou rapidamente no Salão, esfomeada para almoçar depois da extenuante aula de Transfiguração. Viu com agrado que Narcisa estava sozinha a almoçar e sentou-se em frente dela.

— Quem é Tom Riddle?- perguntou Madeleine lembrando-se Andromeda mencionara que Narcisa lhe falara numa possível amizade entre Mady e o tal sujeito.

— O Sr Riddle… Tu não te lembras?- Madeleine negou.- Vocês conheceram-se na festa da formatura da Bella. Ele viu-te a fazer magia com as mãos.

— Como é que tu sabes que eu…?- perguntou Madeleine confusa.

— O meu vestido molhou-se e tu fizeste-o para secar e depois ele apareceu. Vocês ficaram amigos, ele tratava-te como uma princesa. Tu gostavas mesmo dele e ele deu-te um livro, ensinou-te mais magias. Vocês até dançaram juntos no casamento da Bella.- contou Narcisa.

— E ele tem que idade? Não é perigoso?

— Não acho. Acho que ele é do círculo de intelectuais do meu pai. Às vezes, ele aparece lá nas socializações.

— Obrigada Cissy, pela informação.

— De nada Mady. Sempre que precisares.- respondeu Narcisa sacudindo o cabelo loiro e deixando Madeleine sozinha com os seus pensamentos.

 

Mansão Potter, 3 de Setembro de 1971 13:40

Catherine Potter tinha ido à Mansão Potter almoçar com a cunhada, o pai e a sobrinha mais nova. Aproveitara o início de Setembro para fazer alguma companhia a Euphemia que depois do susto que apanhara com Madeleine andava muito embaixo.

— Desculpa não ter andado tão próxima desde que vocês andavam para Londres. Com o Cygnus por perto, sinto-me menos confiante em aparecer.

— Eu sei que te custa, Catherine. A culpa é minha em pensar que com os Black ela se ambientaria melhor. A verdade é que eles foram tão envenenados com aqueles ideais como eu fui antes de conhecer o Fleamont. O meu irmão mais velho, Póllux, sempre foi tão intransigente como o meu pai e a Cassiopeia era uma fanática. Eu e a Dorea sempre não conseguimos resistir a essa lavagem cerebral. Como é que eu sonhava que a minha filha conseguisse? E depois esse Tom Riddle apareceu…

— A culpa não é tua, Euphemia. Sei que o meu irmão também se culpa mas a culpa não é de nenhum de vocês.

— Só me pergunto se fizemos bem em tirar-lhe as memórias.- suspirou Euphemia. Nesse momento Lyn, a coruja de Madeleine, deixou uma carta com Euphemia. A mais velha suspirou.

— É a Mady?- perguntou Catherine. Euphemia assentiu.- O que é que a minha afilhadinha quer?

— Saber a história do meu irmão Marius, Marius Black.

— Mas porquê?

— Ao que parece, a minha sobrinha Andromeda vai ser deserdada porque quer casar com um nascido muggle. A Mady quer saber o que costuma acontecer aos deserdados da família Black.

— A filha do Cygnus vai ser deserdada para casar com quem ama? Tem 30 vezes mais coragem que o pai.- admirou Catherine com um sorriso triste. Euphemia afagou-lhe os cabelos com carinho.- Porque é que nunca falaste desse Marius?

— É uma história triste. A história triste que me fez perceber o quão má e perversa a família Black pode ser.


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