Marinette acordou, dando de cara com Adrien dormindo adoravelmente de boca aberta ao seu lado. A garota deu uma risadinha e beijou a testa do loiro, que abriu os olhos devagar.

— Uau! Será que estou no céu? Por que tem um anjo bem na minha frente! – ela revirou os olhos.

— Essa é bem antiga!

— Ah, mas ainda sim é uma boa, não? – Marinette apenas riu – Quanto tempo dormimos? – ela olhou no celular.

— Duas horas.

— Pensei que tivesse sido mais, porque dormi o melhor sono da minha vida. – sorriram um para o outro.

Marinette concordava plenamente. Desde que receberam a mensagens dos seus eus dos futuro, a garota tem estado uma pilha de nervos. E naquele fim de tarde ao lado de Adrien, foi quando ela pode dormir mais tranquila, se sentindo completamente bem.

***

Adrien chegou sorrindo mais do que o normal na escola, o que despertou a curiosidade de Nino.

— Fala aí, cara!

— Bom dia. – fizerem um cumprimento.

— Porque essa felicidade toda? Ainda mais tendo que vir pra escola com essa chuva! – o loiro estava prestes a dizer, no entanto, lembrou que não havia conversado com Marinette sobre revelar o relacionamento deles. Na verdade, tecnicamente nem havia um relacionamento ainda.

— Nada demais.

— Aham sei! – lançou um olhar desconfiado – Eu namoro a Alya, esqueceu? Não pode mais me enganar tão fácil. – os dois riram. Porém o loiro parou assim que viu Marinette entrando pela porta da sala de aula.

A garota tirou o capuz, revelando seu cabelo azulado solto e meio molhado. Tinha vindo sem guarda-chuva – ironia, já que Adrien havia dado um para ela, no mesmo dia em que se apaixonaram um pelo outro.

— Bom dia. – a garota disse, passando pelos dois e sentando ao lado da sua melhor amiga.

— Bom dia, Marinette. – Nino cumprimentou e Adrien não disse nada, tinha ficado paralisado por conta da beleza dela. – Hum! – o moreno murmurou, notando o clima.

Não deu muito tempo e a professora chegou, dando início aos estudos.

A aula correu bem antes do intervalo, no entanto, quando o sinal tocou e os alunos saíram quase que desesperados, algo chamou sua atenção. Um raio muito forte rasgou os céus parisienses e uma risada escandalosa pode ser ouvida.

— Adivinhem só a previsão de hoje... Muita chuva e trovoadas! – era Climatika que havia sido akumatizada por uma segunda vez.

Adrien não pensou duas vezes e saiu puxando Marinette para mais longe possível dos alunos.

— Mais uma pessoa da nossa escola sendo akumatizada. – disse a azulada, assim que já haviam se afastado. – Não pode ser coincidência.

— Acha que Hawk Moth pode saber quem somos?

— Não, se não teria mandado um ataque direcionado. Mas que tem algo estranho, tem. – o loiro concordou – Veremos isso depois, agora... Tikki, spots on!

— Como quiser, my lady! Plagg, claws out!

Ladybug e Chat Noir subiram no teto do colégio e deram de cara com Rena Rouge e Carapace.

— Ladybug? Chat Noir?

— Em charme e garras! – Adrien piscou e Carapace riu.

— Certo, precisamos impedir Climatika! – a joaninha começou – Tomem cuidado, ela vai estar mais for... – algo atingiu Marinette, a fazendo cair do prédio.

— Dizia alguma coisa? – Mayura apareceu ao lado deles com um sorriso pretensioso.

— Ladybug! – Adrien gritou, porém no chão viu que sua amada havia sido resgatada por ninguém menos que Queen Bee, que segurava a joaninha em seus braços.

— Peguei!

— Obrigada.

Mayura aproveitou a distração do herói e avançou, no entanto foi impedida pelo escudo do Carapace, que a atingiu bem no peito e a fez cair para trás.

Climatika aproveitou para jogar um raio na direção dos heróis, porém este foi desviado por Bunnix.

— A previsão era de chuva? Acredito que eu esteja bem preparada! – Alix sorriu, exibindo seu guarda-chuva.

Ladybug usou seu ioiô para subir novamente para o telhado, juntamente com Queen Bee, e ambas se posicionaram atrás de Mayura.

— Seis contra duas? – a vilã sorriu – Ótimo! Quanto mais Miraculous em jogo, melhor!

— Não seja por isso. – Viperion surgiu também, se posicionando ao lado de Ladybug – Perdi alguma coisa?

— Nah! – Marinette balançou a mão – A diversão vai começar agora!

Dito isso, Ladybug partiu para cima de Mayura, desferindo golpes, enquanto a vilã desviava.

— Nós quatro focamos na Climatika. – Chat Noir instruiu. – Viperion e Queen Bee, ajudem a Bugaboo!

— Entendido. – a equipe respondeu e assim foi divido as tarefas. Por mais que Adrien soubesse que esse era o papel de Marinette, notou que ela estava extremamente concentrada enfrentando Mayura e então assumiu rapidamente o posto de líder.

A chuva dificultava os movimentos de todos os ali, exceto de Climatika, que voava desferindo raios na direção dos quatro heróis.

— É só isso que podem fazer? – Mayura deu uma risada. – Trágico saber que confiaram tanto poder à vocês, para que sejam desperdiçados dessa maneira.

— Vem cá, porque você quer nossos Miraculous? – Ladybug questionou – Achei que Hawk Moth não fosse do tipo que gosta de dividir.

— E ele não gosta. Mas eu nunca disse que queria os seus Miraculous.

— Então porque você ajuda ele?

— Porque eu faria qualquer coisa por ele. Assim como o Chat Noir faria por você. – Ladybug parou instantaneamente, refletindo as palavras de Mayura. Contudo, a vilã aproveitou e avançou, acertando um chute na sua barriga e a jogando longe. Viperion não deu tempo de Mayura recuar e a acertou. Logo depois Queen Bee partiu para cima também.

Marinette tossiu, ficando sem ar por alguns segundos, por conta do golpe forte e inesperado na sua barriga. Tentou levantar, no entanto sua mão escorregou na água e caiu sentada novamente.

Viperion foi jogado em sua frente e Mayura segurava Queen Bee pelo pescoço, a erguendo do chão. Então mesmo ainda atordoada, Ladybug levantou e jogou seu ioiô na vilã, a envolvendo com o fio e puxando para si. Ladybug acertou um soco forte nela, que caiu no chão. Em seguida, a heroína puxou seu ioiô de volta. Mayura, ainda no chão, conseguiu acertar um chute em Marinette e rapidamente levantou, não dando tempo para que a garota revidasse. Logo a azulada escorregou na água e caiu no chão. Mayura golpeou Ladybug que já estava caída e colocou seu pé sobre ela.

— Não importa quantos de vocês vão surgir, no final nós vamos vencer. Sabe por quê? – tirou uma pena do seu leque e envolveu com a mão, fazendo-a ficar negra – Porque eu sei que você tem medo. E o seu medo será a sua destruição. – Marinette arregalou os olhos ficando paralisada assim que a pena negra veio na direção do seu rosto. No entanto o bastão de Chat Noir bateu na pena, a jogando para o lado no chão molhado.

— Cataclysm! – sem pensar duas vezes, o herói acertou Mayura na barriga com seu poder especial, o que a jogou longe.

— Não! – gritou a vilã caída.

— Chat... O que você....

O loiro estava sério, como nunca havia sido visto antes. Porém ao invés de ir atrás de Mayura, ele ajudou a sua lady a ficar de joelhos.

— Ela vai fugir!

— Eu não me importo. – ele falou com o semblante fechado, deixando Marinette ainda meio em choque.

A vilã levantou debilitada e saiu do campo de visão deles.

— Vamos atrás dela! – Rena Rouge e Carapace anunciaram.

— Não, é muito perigoso! – Ladybug ficou de pé e capturou a pena negra que havia caído ao seu lado e estava no chão por conta da chuva. Em seguida se posicionou ao lados dos demais para ajudar a deter Climatika. – Vamos acabar logo com isso.

***

Chloé refletia sobre o dia de hoje enquanto tomava um banho de banheira relaxante – e com relaxante, quer dizer com muitas bolhas.

— Algo de errado? – Pollen perguntou e a loira colocou as mãos sobre seu pescoço, como se sentisse Mayura o segurando ainda. Nenhum vilão enfrentado por ela até hoje, havia se mostrado tão agressivo.

— Mayura... – sua voz saiu quase como um sussurro – Ela é muito perigosa. – desviou o olhar para a kwami.

— É, ela tem um Miraculous. Já era de se imaginar que seria forte. – Chloé não disse nada, apenas encarou os seus pés, que estavam para fora da água.

— Antes da Ladybug ter ido embora, eu queria ter conversado como ela, mas não deu tempo. Acontece que eu vi uma coisa que eu acho que ela gostaria de saber.

— O que é?

— Lila Rossi. Na hora de entrada eu vi ela falando com a Aurore, a garota que foi akumatizada. E quando eu fui me esconder para me transformar, vi ela falando com alguém no telefone sobre também ter conseguido fazer a Aurore se irritar e que merecia um bônus por isso. – explicou – Acha que ela estava falando com Hawk Moth? Será que ela trabalha para ele?

— Não sei, mas que é muito suspeito, é. – disse Pollen – Pelo que você disse dela, Lila não parece ser uma boa pessoa.

— E não é. – encarou a kwami novamente – Preciso contar o que vi para a Ladybug. 

***

Marinette observou a chuva da janela do quarto de Adrien, ainda desconsertada pela batalha de mais cedo.

— O que será que aconteceu com a Mayura... Quando você acertou o Cataclysm nela? – questionou ao loiro, que estava em seu computador, pesquisando algumas coisas para o trabalho em dupla que a professora tinha dado depois que voltaram para a sala de aula.

— Não sei, mas será que o efeito foi anulado quando você usou seu poder?

— Ainda não tenho certeza de como ele funciona, mas acho que eu preciso pensar no que eu quero consertar e... – deixou a frase no ar, fazendo Adrien olhar pra ela.

— Você não pensou nela, não é? – Marinette negou com a cabeça.

— Sou uma pessoa horrível, não sou?

— Não, claro que não. Ela é uma vilã, afinal de contas. – o loiro levantou e parou ao lado dela. – E se alguém deveria se sentir culpado, seria eu. Fui eu quem usou o Cataclysm nela sem pensar duas vezes. – desviou o olhar para a janela – Mas quando eu vi ela te machucando, eu não aguentei. Agi por impulso. – Marinette sorriu de leve. – Mas eu não me arrependo. Se eu a visse te machucando novamente, teria feito de novo. Faço qualquer coisa por você.

Exatamente como Mayura disse que faria por Hawk Moth.

— Eu também. – Adrien sorriu e ficou de frente para ela. O garoto inclinou seu corpo e estava prestes a beijá-la, quando alguém bate na porta.

— P-Pode entrar. – se separaram e ninguém menos que Gabriel Agreste passa pela porta. – Pai?

— Olá filho e ah... Olá, senhorita...

— Marinette. O nome dela é Marinette. – disse o loiro e a azulada acenou de leve.

— É uma prazer revê-la. – balançou a cabeça de leve como um cumprimento – Vim aqui para avisar que seu instrutor de esgrima cancelou a aula de hoje por conta de um compromisso de última hora.

— Obrigado, mas... Por que o senhor veio me avisar? Onde está a Nathalie? – não que estivesse reclamando da presença de seu pai, porém era no mínimo estranho Gabriel fazer esse tipo de coisa. Principalmente estando tão ocupado com o trabalho.

O homem ponderou por alguns segundos, mas logo respondeu.

— Ela está... Doente.