Anuon 9999 (The Last A' prequel) escrita por Hunterx


Capítulo 28
Aprontando no templo


Notas iniciais do capítulo

Tudo está arranjado. Os preparativos para o treinamento já começaram.

Mas alguém chamado Ryoga pelo visto vai chamar mais atenção que deveria...



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Ryoga havia ficado preocupado com o que Kitsune iria perguntar. O jovem logo quis saber do que se tratava.

— O que quer saber? Está tudo bem comigo. Não tenho segredo nenhum.

— Não foi sincero o bastante. Há algo que o impede de se abrir com seus amigos.

— Mais eu sou sincero!

— E você acha que sendo incoveninete estará mostrando sinceridade em suas palavras?

— Eu sou um brincalhão, um bobão! Nada pra se levar a sério.

— E seus amigos? Eles sempre levam na brincadeira?

— Claro!

— E porque Ethan vive dizendo para que se cale?

— É zuera, Kitsune. Sempre to de zoa com ele!

— Então diverte-te fazendo isso e acha que ele está gostando?

— Olha, a gente é amigo. Se eu posso do limite, eu peço desculpas sempre... 

— E da última vez que fez isso Ethan não pareceu ter gostado, nem quando você usou desculpas...

— É... acho que não...

— Então irei perguntar novamente: O que há com você?

— De novo esta história? Kitsune, você já está me irritando com esse papo.

— Logo você que sempre leva tudo na graça?

— Isso tem limites! Só não entendo porque tanto interesse em mim assim.

— Ryoga, não esconda nada. Se estiver precisando de ajuda...

— EU NÃO SOU MALUCO! CARACA, PORQUE TANTO LERO-LERO?

— Não grite comigo! Tenha modos!

— Modos? A senhora que está me interrogando com perguntas idiotas e vem logo falar pra eu ter modos? Fala sério...

— Não seja insolente! Estou aqui, me preocupando com você...

— Não precisa se preocupar comigo. Eu estou bem.

— Bem, não acredito nisso. Há algo em você que não deixa expressar-se de forma concreta. Você esconde algo e vou descobrir...

— Vai... Vai perder o seu tempo... - Disse Ryoga, engolindo seco.

— Veremos... Bem, voltemos para junto dos outros.

— Vamos. Tá na hora mesmo...

Logo encontram os outros no jardim do templo. Como Kitsune havia prometido, o treinamento começaria essa manhã e Ethan estava muito motivado. Ele, já devidamente preparado, diz:

— Beleza, hoje começa.

— Ethan, não mostre tanta empolgação assim. Minha mãe não gosta disso. Seja humilde – Disse Maeti, segurando uma espada de madeira.

— Que isso? Eu acordei bem esta manhã.

— Puxa, como está animado hoje... - Disse Kaede, olhando para Ethan.

— Sim e pode vir o que vir...

Ao fundo, Kitsune, andando em direção a Ethan, diz:

— Gostei de ouvir isso. Bem ,comecemos o treinamento.

— Pode falar. Tô Pronto!

— Fique aqui no jardim por dois dias.

Todos que lá estavam ficam surpresos com o que acabaram de ouvir. Kitsune não parecia estar brincando, até porque Maeti não esboçou nenhuma emoção em seguida. Kaede, tão surpresa quanto Ethan, diz:

— Como assim, tia?

— Isso mesmo, ele deve ficar aqui.

— Mas...

— Deverá ficar aqui fora nestes dois dias, sem entrar no templo e só se alimentará com as frutas do jardim. Terá que procurar abrigo, caso chova, fora do templo.

— Mas para quê este treino? - Disse Anuon, confusa.

— Quero lhe avaliar. Saber se sabe improvisar.

Ethan, embora estivesse surpreso, estava mesmo determinado a seguir com o que Kitsune disse.

— Não, tudo bem. Vou encarar. Vai ser moleza...

— Pode não parecer, mas não é tão facil como aparenta - Disse Maeti, olhando para Ethan.

— Porque?

— Não poderemos, em hipótese alguma, ajudá-lo. Terá que se defender até de ameaças.

— Peraí, isso é sério?

— Sim e é melhor que esteja com a mesma energia de antes - Disse Kitsune, entregando a Ethan uma Boken.

— Minha nossa... 

— Pode desistir, se quiser.

—Não cheguei até aqui para desistir.

— Hahaha! Todos os discípulos de filmes que já vi, como Karate Kid, falaram isso e sofreram um bocado! Tu tá ferrado! - Disse Ryoga, mais uma vez brincando.

— Cala aa boca, Ryoga! - Disse Ethan, ameaçando seu amigo com a Boken.

E neste instante, Maeti olha para Ryoga, que logo fica sem graça. Kitsune percebe o que seu filho fez e esboça um pequeno sorriso, já sabendo que usou mais uma vez Maeti usou seus poderes em Ryoga. E, encerrando, Kitsune diz:

— Ethan, nos vemos dentro de dois dias. Boa sorte.

— Vocês não terão nenhum contato comigo nestes dois dias? Tipo, eu não sei lutar absolutamente nada...

— Não, começando agora.

— Boa sorte, Ethan. Estarei torcendo por você - Disse Kaede, com um sorriso.

— Força, humano. Você consegue, eu sei disso... - Disse Anuon, olhando para Ethan.

— Não queria estar em seu lugar agora, cara! Boa sorte! - Ryoga não deixou o hábito.

— Ah, tá... valeu pela força, Ryoga...

— Ethan, sei que é um rapaz forte e vai conseguir passar desta. Nos vemos dentro de dois dias - Kitsune fincou os exercícios de Ethan numa placa em seguida.

— Tudo bem...

Todos entram no templo, que agora é fechado pelo lado de dentro, para impedir qualquer ajuda a Ethan. Kitsune lacra a porta com seus poderes das trevas, as envolvendo com uma imensa sombra, para que ninguém veja o que se passa por fora e nem a Ethan ver o que se passa por dentro. Seu isolamento era total. Kaede diz:

— Kitsune, isso é prudente?

— Se ele realmente deseja ser um discípulo do Maratsu-Kyoken, então deverá passar neste teste.

— Mas e se não conseguir?

— Terei de manda-lo embora. Aqui não há lugar para fracos. Se você tem uma espada em mãos, você protege pessoas.

— Igual a minha tia... Ela também pensava assim...

— Como assim? - Perguntou Ryoga, olhando para Kaede.

— "Se o fraco não sabe se defender, que tente aprender. Mas se não aprender, deve ser protegido. Tanto o fraco como o forte devem viver, pois ambos se completam. Simbolizam a procura do equilíbrio". Era o que Tikai sempre dizia.

— Sim... Foi isso mesmo que minha mãe me disse quando aprendi o Maratsu-Kyoken - Disse Maeti, em tom de nostalgia.

— Afinal, em quanto tempo você aprendeu o Maratsu-Kyoken?

— Em duas semanas. Por que?

—O QUE? MAS COMO? Eu levei seus longos anos pra aprender...

— Me dediquei muito.

— Não seja modesto, Maeti! Sabe muito bem que o fato de ser uma raposa o ajudou a aprender mais rápido - Disse Kitsune, abraçando Maeti por trás de forma carinhosa.

— Acredito que raposas são sábias, não é? - Perguntou Kaede.

— Nem tanto assim. Raposas são ágeis. E habilidade conta para aprender o Maratsu-Kyoken de forma alígera. Nós raposas assimilamos naturalmente qualquer habilidade que assistimos.

— Resumindo: Ethan está ferrado - Disse Ryoga, com um riso.

— La vem você de novo... - Criticou Kaede.

— Mas é verdade. Se Maeti aprendeu depressa por ser uma raposa, Ethan não tem a mínima chance de aprender em duas semanas também  Falando nisso, é o nosso tempo limite.

— Como assim? - Disse Kitsune, não entendendo bem.

— Nossa escola entrou em recesso por duas semanas. Ethan decidiu aprender o Maratsu-Kyoken neste espaço de tempo, aquele maluco...

— Mas como pôde pensar nisso? - Maeti não entendeu bem.

— Gostei deste humano. Veremos do que é capaz... - Disse Kitsune, com um sorriso.

— Ih olha só... A última pessoa que gostou do Ethan foi um a garota chamada Lupa... - Ryoga entregou logo todo o segredo.

— Ryoga, fica quieto! Não levante este assunto de novo! - Disse Kaede, chamando atenção do amigo.

— Lupa? A filha de Piece 1? - Kitsune logo se surpreendeu.

— Sim. Ela tentou nos atacar e...

— Peraí... Atacar? Que parada louca é essa? - Perguntou Ryoga, surpreso.

— Lupa é uma Anis, Ryoga. Ethan não te contou?

— Não... Caraca! O Ethan beijou ela até! Putz, meu brother teve caso com um de vocês... Se bem que ela era bonita...

— Você não sabe o que fala... - Disse Kitsune, irritada.

— Quem é essa tal de Lupa, mãe - Perguntou Maeti.

— É a filha de Piece 1. Ela é uma loba que sofreu uma mudança no seu DNA, quase como eu. Só que no caso dela, não havia escolha, ao contrário de mim.

— Como assim?

—Ela havia se transformado em uma humana. Mas ainda continuava a ter instintos e pensamentos de sua natureza original. Lupa é praticamente uma tabula rasa que não expõe nenhuma emoção humana.

— Sim... Ethan e Kaede quase foram mortos por ela. Se não fosse Fhor e eu, não estariam aqui agora - Disse Anuon, de forma séria.

— Fhor, você disse? Ele estava com vocês? - Perguntou Kitsune.

— Sim mas decidiu vagar sozinho. Já não está junto a Piece 1.

— Porque? Lembro-me que tinha até orgulho em serví-lo.

— Ethan o mostrou que os métodos de se fazer justiça usados por Piece 1 só o faria ser como aqueles humanos do centro. Ou talvez pior...

— Ethan disse isso?

— Sim.

— Agora sei porque Piece 1 teme o jovem humano. Ethan a cada dia que passa ganha mais a minha confiança e respeito...

— É um humano diferenciado. Foi ele quem me salvou...

— Uma jóia rara que deve ser lapidada com cuidado.

— Ele é bem decidido mesmo. Fraco, mas decidido.

— Kaede... Essas coisas começam assim, sabia? Tu tá falando bem do guri aqui mas duvido que diria isso na frente dele, haha! - Disse Ryoga, provocando a jovem.

— RYOGA, CALE A BOCA!

A risada de Ryoga era característica única dele. E mais uma vez Maeti olha para o jovem, que fica sem graça mais uma vez. Contudo, todos seguem para a sala principal, dentro do templo.

O tempo passa...

Já era de tarde, quase anoitecendo. Kaede estava sentada na sacada de um dos corredores do templo, admirando a paisagem das montanhas. Sem perceber, se assusta com a aproximação de alguém.

— Quem está aí?

— Sou eu, Kaede, Maeti.

— Ah, é você... Que susto.

— Me desculpe. Eu não queria...

— Nada, imagina. Eu que ando assustada mesmo.

— Sabe, eu nunca havia conversado tanto com humanos!

— Nunca? Mas você não vai na cidade? Creio que lá tenha muitos e...

— Somente para fazer compras. Falava somente o básico, pois as pessoas desta cidade não gostam de membros da família Rayka.

— Entendo... Fico triste com isso. Mas Maeti, não fique em pé. Sente-se, fique a vontade.

E o jovem raposa se senta ao lado da jovem humana. Embora Kaede tenha tentado deixar o jovem a vontade, era visível que Maeti não tinha lá muita iniciativa em conversar. Ela, percebendo isso, diz:

— Você se sente só aqui?

— Não. Converso muito com minha mãe.

— Mas não sente falta de pessoas da sua idade?

— Sabe, isso nunca passou por minha cabeça. Deve ser o fato de nunca ter tido um contato maior com humanos.

— Eu, por outro lado, não suportaria ficar longe de meus amigos.

— Eu entendo. Ficar ao lado da pessoa que gosta é ótimo.

Depois do que Maeti disse, Kaede fica logo com seu lindo rosto um pouco corado, evidenciando que estava envergonhada. Maeti, percebendo isso, diz:

— Kaede, porque seu rosto está vermelho?

— Hã... Ah... Na-nada não...

— Estranho... Vocês humanos tem hábitos muito estranhos...

— Falando em estranho... Posso fazer uma coisa? Só por curiosidade?

— Hã? Bem, diga. O que seria?

— Posso colocar as mãos nas suas orelhas?

— Hã? Porque este desejo? - Disse Maeti, tornando a ficar um pouco desconfortável.

— É que são muito fofas e eu adoro acariciar meu cachorro... Tipo... Tipo... Tipo, sem ofensas a você, que é uma raposa.

— Bem... É... isso é inesperado, mas pode... Tudo bem. Pode tocá-las.

E a jovem se aproximou do raposa, levando suas mãos até as orelhas de Maeti. Enquanto as acaricia suavemente, a jovem percebeu que Maeti estava gostando, a exemplo da jovem.

— E não é que são de raposas mesmo? Bem curioso mesmo. Puxa, são tão fofas...

— Kaede... Está fazendo cócegas!

— Você está gostando, que eu sei! Hehehe...

— Kaede... Até está bom mas... acho melhor parar...

— Ah... olha... Você também está corado!

— Corado?

— Sim, com vergonha...

— Se estou também, então naquele momento você também estava... Porque?

— É... que... Sabe... Você... é muito bonito... e é gentil e amigável. Você já teve algum contato com garotas? - Disse Kaede, mais envergonhada ainda.

— Somente na cidade e falavam somente o básico, mas nenhuma procurou um contato tão próximo assim comigo como você. E você é uma bela humana.

— Maeti, obrigada. Fiquei até sem jeito agora.

—Não fique! Não combina com você.

E Kaede dá um leve sorriso enquanto olhava para Maeti que, talvez de forma inocente e ordeira, pegou em uma das mãos da jovem. Instintivamente os dois se abraçam e olham o pôr do sol, que ocorrera naquele instante. E curtindo juntos o instante propício, logo alguém os pega de surpresa.

— O mais novo casalzinho!

— RYOGA?! O que faz aqui? - Disse Kaede, soltando sua mão a de Maeti.

— Opa, desculpa por entrar assim... Mas vocês estavam demorando muito e decidi procurá-los. Tô vendo que encontrei... E que encontro...

— Será que você não tem noção do ridículo? A gente tava curtindo o por do sol e...

— Hehehe... Calma lá, minha cara! Não vi nada demais. Só vocês dois de mãos dadas e olhando o anoitecer... Qualquer casal de primos "mui" íntimos fazem isso. Na inocência...

— Do que ele está falando, Kaede? - Disse Maeti, com um tom inocente.

— Nada não, Maeti. É porque ele não perdoa o fato de você ser gentil e ele não.

— Putz! Essa doeu! Vamos, pois a raposa lá chamou pra jantar - Disse Ryoga, voltando para o corredor.

— Ryoga, poderia ser mais ponderado quando falar de minha mãe? - Disse Maeti, um pouco incomodado.

— Porque? Falei mal?

— Falou como se ela fosse um simples objeto! "A Kitsune"... seria sensato de sua parte ser mais educado.

— Tudo bem, desculpa cara.

E Kaede logo vai a frente. Ryoga iria logo a seguir, mas Maeti o puxa pelo braço, chamando-o para uma conversa.

— Escute, Ryoga, já está passando dos limites aqui neste templo. Seu comportamento incomoda a todos.

— Ei.. Tu tá estressado? Relaxa, cara. Só tô...

— Pela última vez: você passa por algum problema?

— E mais uma vez: NÃO! Tua mãe fez a mesma pergunta várias e várias vezes! Eu não estou...

— Não precisa gritar! Mais uma vez, mal educado. Vou dizer uma única vez: se voltar a tratar mal a qualquer um aqui e, principalmente, a minha mãe, verá-se comigo. Seja sincero comigo que irei ajudá-lo com todo prazer...

— Cara, vê se me esquece! Agora tu me ameaçando... Pensei que vc era legal e gostava de brincar, mas agora tô vendo que não passa de um almofadinha que nem o Ethan...

Depois do que disse Ryoga, Maeti não se conteve e coloca suas mãos sobre a cabeça dele e diz:

— O que há com você? Mostre-me agora!

— Hã?! Cara, o que tu tá fazen... Ah?! Na-não... O que você está...

E logo a cabeça de Ryoga é envolvida por uma aura branca, que emanou das duas mãos de Maeti. E o raposa, concentrado, diz:

— Mostre-me... o seu problema, Ryoga.

Continua.


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Notas finais do capítulo

Ryoga se tornou o centro das atenções pelos curadores do templo, Kitsune e Maeti.

E o jovem raposa tomou uma decisão de usar seus poderes para conseguir o que quer...



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