Anuon 9999 (The Last A' prequel) escrita por Hunterx


Capítulo 27
A sacerdotisa do Templo Rayka


Notas iniciais do capítulo

Hoje iremos conhecer um pouco melhor essa importante sacerdotisa.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/778519/chapter/27

Depois de conversarem sobre o treinamento de Ethan, Kitsune os apresenta a seus respectivos quartos. Tradicionais como de qualquer templo, eram bem arejados e continham somente um pequeno armário e uma cama ao chão, com um travesseiro.

— Bem Ethan, vc irá dormir no quarto que era de Kojita, mestre de Tikai. Aproveite e leia uma de suas anotações.

— Pode deixar. Muito obrigado, Kitsune.

Anuon somente observava sua antiga aliada, chamando sua atenção em seguida:

— Mais tarde precisamos conversar, Kitsune.

— Tudo bem, Anuon. Estarei esperando próximo ao lago.

Ela então segue até Kaede, dizendo:

— Kaede, venha. Durma no quarto onde passou sua infância. Está como antigamente. 

— Puxa... e não é que está mesmo? Muito obrigada tia... digo... Kitsune.

— Hehehe... Pode me chamar de tia. Não me incomodo.

— Tudo bem, tia. Hehehe...

— Gostei de você, Kaede. Tikai tinha razão em dizer que era um amor de pessoa.

— Obrigada! Hehehe...

E Kitsune havia se esquecido de Ryoga, que estava junto com seu filho. Maeti então diz:

— Mãe... e o Ryoga?

— Ryoga?

— Sim, tia... Sou eu e este é meu nome. Onde vou dormir?

— Bem, não há mais quartos confortáveis aqui, somente um...

— Tá de boa. Topo tirar um ronco até na varanda!

— Poderia ser mais gentil? Não gosto de pessoas com esse seu palavriar.

— Desculpa aí, mas eu sou assim mesmo. E ainda fico assustado em estar falando com uma raposa.

— Eu sou uma raposa também, Ryoga. E você dialoga comigo tranquilamente.

— Mas você parece normal. Olha só sua mãe...

— Ei... Veja como fala dela, ouviu?

— Ué, mas ela não é uma raposa completa?

Kitsune não parecia estar gostando de como Ryoga se comunicava. Tanto que logo chamou sua atenção.

— Lhe pergunto: o que faz junto a Kaede e Ethan? Em nada acrescenta a sua busca aqui.

— Tia, eu só vim pra me divertir. Pensei que iria curtir o recesso da escola em Kyoto e acabei quebrando a cara. Agora te peço para que faça o favor de me mostrar o quarto pra eu dormir e acordar deste pesadelo.

— Deixa, mãe. Ele vai dormir comigo - Disse Maeti, olhando para Ryoga.

— Opa! que negócio é essa aí, raposo?

— O que foi? E é raposa!

— Que bagulho é esse de eu dormir com você? Tu tem essa cara bonita aí mas eu curto mulher, tá?

— Tem outra cama em meu quarto, que uso para meditar. Pode ser pra você?

— Ah bom... Aí sim.

— Pensou que era o que?

— Esquece...

— Você tinha interesse de dormir na minha cama junto comigo, é isso?

— Cara, esse papo ao não tá legal... Esquece...

— Tem problemas com raposas?

— Não. Eu tenho problema em dividir cama com outro cara, só isso. Mas como tu tem outra cama, tá de boa.

— Tem certeza? Eu tenho um abraço bem quente...

— Opa! Maeti... que isso, cara?! Olha, não sou disso não... - Disse Ryoga, completamente envergonhado.

— Hahaha! Você é muito divertido. Eu estou brincando com você, Ryoga. 

— Ufa... Melhor cair na zuera do que cair na toca da raposa. Porque tu fez isso?

— Já fui confundido com uma garota. Já até me lançaram cortejos, hehehe...

— Tá, tu me pegou. Andróginos...

A noite cai...

Com todos já em seus quartos, Maeti mostra a cama a Ryoga, que deita logo a seguir. Já deitados, o jovem humano diz:

— Maeti, não é estranho ser o que você é?

— Por que diz isso?

— Bem, ser uma raposa no meio de humanos, mesmo você sendo híbrido, deve ser estranho.

— Eu não acho. Basta eu colocar o lenço na cabeça e prender minha causa pé básico do kimono. E você? Sente-se estranho em ser humano?

— Claro que não. Porque?

— Da mesma forma que sou uma raposa, você é um humano. Não escolhemos nossas raças. A natureza nos trouxe a vida assim.

— Hehehe... Mas que é estranho ver você, isso é.

— Porque diz isso?

— Pô, é novidade pra mim ver você. Tô um pouco bolado e custa a aceitar isso.

— Você está me discriminando?

— Não, cara! Que isso! Só estou confuso! Só isso!

— Porque você se comporta desta forma com as pessoas?

— Que forma?

— Geralmente fala com uma certa ironia em suas palavras, como se estivesse com a língua presa...

— Isso o incomoda?

— Não... A mim não pois sei que mantém esta atitude por causa de outra coisa.

As palavras de Maeti caíram em Ryoga com uma força absurda. O jovem humano, que demonstrou inquietude, diz:

— Co-como assim?

— Ryoga, a exemplo de minh mãe, tenho poderes também e com meu instinto de raposa já percebi que você se expressa dessa forma porque quer sublimar algo...

— Cara, co-como pode afirmar isso?

— Lhe digo uma coisa, Ryoga: não se engane  Se tem problemas diga a nós, que o ajudaremos - Disse Maeti, olhando para Ryoga nos olhos.

— Eu, hein... Bo-boa noite, Maeti...

— Boa noite... E eu sei que você irá ficar pensando nisso a noite toda.

— Du-durma bem...

— Você também.

Já tarde da noite, com todos dormindo, Anuon acorda e se levanta, seguindo em direção a janela, saindo do quarto, indo para o jardim. Lá encontra Kitsune, que estava observando as estrelas segurando uma máscara de raposa.

— Kitsune, você cumpriu a promessa...

— Você já esperava por isso, reconheça. Mas venha... Veja as estrelas comigo. Estão lindas essa noite.

— Bem, devo reconhecer que estão lindas mesmo. Aqui neste templo a visibilidade delas é muito melhor que na cidade.

— Sim, claro, com tantas luzes...

— Tem razão.

— O que quer conversar comigo, Anuon?

— Bem, posso estar sendo uma péssima hóspede mas... Porque se uniu a Tikai?

— Anuon, mas eu já não contei a história toda? Você não acreditou?

— Acreditei sim, kitsune. Mas faltou coisas referentes a nós.

— A nós?

— Sim, os Anis.

— Sobre isso que quer conversar?

— Bem, eu quase matei Ethan, mas ele me fez abrir os olhos e acabei mudando meus pensamentos quanto aos humanos. Talvez existam humanos como ele, eu pensei. E pelo visto não fui a única...

— Penso da mesma forma. Não o conheço Ethan completamente, mas já percebi que tem potencial.

— Sim... mas e você?

— Bem, Anuon... Eu havia matado um humano antes de conhecer Tikai.

— Porque o matou?

— A mando de Piece 1.

— Mas Piece 1 falou do porquê do assassinato?

— Não me sinto muito bem falando sobre isso mas... Nada demais, só uma coisa.

— O que?

— Que ele era uma ameaça aos seus objetivos... E sim, Anuon: outros Anis haviam interagido com ele...

— Parece que ele está fazendo isso com todos os humanos que conseguem interagir conosco.

— Não sei, pois este humano não parecia gostar de animais.

— Não gostava?

— Não. Antes de matá-lo, eu o vi escrevendo algo relacionado a maltratou a animais.

— Muito estranho... Porque será então?

— Anuon, me desculpe mas não quero falar sobre o que fiz naquela noite.

— Mas ele era um mal caráter...

— Mal caráter ou não, ele era um ser vivo. Boa que somos os intrusos aqui.

— Impressionante como mudou, Kitsune. Não esperava que aquela raposa vingativa, que sempre sonhou em ser reconhecida por Piece 1, iria um dia se rebelar e começar a valorizar a vida de todos os seres.

— Sabe Anuon... Fui eu quem desenvolvi este texto - Disse Kitsune, se levantando e indo em direção a escrituras alí próximo – Tikai não gostava de escrever o que pensava do Maratsu-Kyoken por ter receio de que iriam entender de outra forma. Então percebi que, com estas palavras que escrevi, não há como alguém entender de outra forma.

— Sim... Eu entendo, Kitsune. E parabéns por seu empenho...

— Eu... a amava, Anuon. E apesar de tê-la em mim, ainda sinto sua falta - Disse a raposa púrpura, olhando para Anuon com um olhar de tristeza.

— Eu sinto muito, Kitsune... Mas acho que ela não gostaria de saber que está se torturando por sua morte - Disse Anuon, próxima a Kitsune.

— Porque diz isso?

— Seria melhor que esquecesse esse sentimento e valorizasse sua vida. Como você disse antes, agora há uma sacerdotisa aqui.

— Eu sei, Anuon e o faço. Mas dói em lembrar dos nossos momentos juntos.

— E ainda os tem, Kitsune. Não deixem as suas lembrançs lhe desviarem do seu objetivo.

— Obrigada, Anuon. Precisava ouvir isso de alguém.

— Bem, não precisa me agradecer... Eu... eu estou indo. Até amanhã.

— Até amanhã, Anuon.

Anuon então voltou para o quarto de onde estava e percebe que Ethan a observava pela janela enquanto conversava com Kitsune. O jovem diz:

— Ela é fenomenal, não é?

— Hã? Como assim?

— O que Kitsune fez por Tikai...

— Sim... Ela mudou muito, Ethan. Mudou de uma forma que...

— Como você mudou também, Anuon...

— Sim, mas... Se ela continuar se lamentando pela morte de Tikai, tudo o que fez por ela até hoje será em vão...

— Sei... entendo.

— Bem, vamos dormir...

— Vamos... Vem, se ajeita aqui na cobertura que está quentinho...

— Ah, não... Você precisa parar de me tratar assim. É vergonhoso.

— Larga de ser tímida, Anuon? O que tem demais?

— Ficar perto de você... Melhor não.

— Vem logo, tá quentinho aqui e você gosta. Não adianta esconder que eu sei.

—Tss... Humano, você é muito chato.

— Gata tímida!

— Chega disso!

— Hahaha!

Depois da conversa amistosa entre Anuon e Ethan, todos vão dormir em uma tranquila noite de sono.

De manhã...

Nunca confortável manhã, com pássaros cantando, Ryoga é o primeiro a acordar. Se levanta ainda sonolento, esfregando os olhos, procurando pelo banheiro. Ainda não enxergava direito, por causa da claridade e entrou no toalete. Porém, quando estava lá dentro, entrou no banheiro e tentou ligar o chuveiro e...

— Estranho... Tá mole esta torneira... E estranha, é meio oval... mole... peludo...

E, depois de ficar repetindo estas palavras, logo surta:

— PELUDO? QUE DROGA É ESSA?

E abre o box do banheiro com extrema rapidez. E adivinhem: Ryoga estava com as mãos em Kitsune, enquanto ela tomava banho.

— CARACA, MALUCO! EU COLOQUEI A MÃO EM...

— TIRE SUAS MÃOS DAÍ, SEU ABUSADO! - Disse Kitsune, bastante irritada.

E o jovem recebe um soco tão bem dado que voa uns cinco metros para fora do banheiro. Todos já haviam se levantado e viram o vôo de Ryoga. Ethan diz:

— Cara, o que houve?

— Ah... O ouvido! Caraca... que soco, meu!

Kaede, que havia acabado de acordar, notou a movimentação estranha logo de manhã, dizendo:

— Ryoga, o que você fez?

— Oi, Kaede! Tudo bem? Bom dia!

— Não mude de assunto! Diga o que fez?

— Sabe, eu tava indo pro banheiro, afinzaço pra tomar banho, mais aí a torneira... 

— Hã? Como assim? Você não disse coisa com coisa.

Maeti, a exemplo de Kaede, também havia acabado de acordar. E ficou surpreso com Ryoga.

— O que aconteveu aqui? Porque está com esta marca no rosto, Ryoga?

—Eu... Eu... Eu... caí!

— Você caiu... Mas machucou o rosto desta forma como? 

— Caí de cara no chão!

— Mas vc está de costas para o chão - Disse Kaede, ainda mais confusa.

— É que eu caí depois... de bater com a cabeça... Na pia.

— Na pia? Como conseguiu isso? - Maeti continuou.

— Eu.. Eu... Eu fui pegar minha escova de dente e acabei dando uma cabeçada na pia...

— Ah, sim... Agora está explicado. Cuidado apra não se machucar de novo.

— Ah, tá! Podem deixar!

E, saindo do banheiro, Kitsune, nervosa, tornou a olhar para Ryoga no mesmo instante. Kaede, ao vê-la, diz:

— Bom dia, tia.

— Bom dia...

— Mãe, por que você está saindo do banheiro? Ryoga tinha acabado de sair daí também... E porque está com este estado de espírito? - Perguntou Maeti, ainda confuso.

— Sabem, tive um pequeno problema esta manhã...

— Problema? 

— Sim, um problema de falta de respeito e quebra de privacidade... 

E logo todos olham para Ryoga, que já havia saído do corredor quando Kitsune saiu do banheiro. Logo todos ficam sabendo do ocorrido e Kitsune diz:

— Terei uma séria conversa com este rapaz! Bem, vamos a sala principal nos alimentar. Maeti, porém, chama sua mãe e pede para que os outros os esperem na sala principal. O jovem raposa tinha um assunto em particular a tratar com sua mãe.

— Mãe, não poderia deixar de falar isso com a senhora.

— O que foi, Maeti?

— Como falou de Ryoga, decidi chamá-la para dizer-lhe isso: Ryoga esconde algo.

— Maeti, já lhe disse para não ficar usando seus poderes em humanos. Ainda mais um descelebrado como ele.

— Mas mãe, fiz isso por me importar com ele. Parece estar escondendo alguma coisa séria...

— Bem, vou conversar com ele... Na verdade,  não sei porque mas vejo-o estranhamente.

— Ele te...

— Não diga mais nada! Já chega.

— Tudo bem... E Obrigado mãe.

— Vem, vamos... E não quero que volte com esse assunto do banheiro... nunca mais!

— Certo.

Todos tomam café tranquilamente. Maeti se encarregava do chá e sua mãe trazia os biscoitos e pães. Frutas também eram servidas, pois havia uma pequena plantação no jardim. Ao fim, todos se dirigem para o jardim, mas Kitsune logo chama Ryoga para ir com ela a um lugar. Chegando lá, era um pequeno jardim, dentro do templo, levando Ryoga ao delírio!

— Putz, você sempre nos mostra algo diferente toda hora. Ah e me desculpe pelo que fiz no banheiro. Faço mais não.

— Bem, desculpo você mas tenho algo a perguntar.

— Hã? Perguntar a mim?

— Sim... Ryoga, seu comportamento aqui nesse templo é bastante questionável...

— Olha tia... É meu jeito, tá? Não faço por maldade...

— Eu sei que não...

— Então o que...

— Você esconde um segredo, Ryoga. E estou aqui para descobrí-lo...

Continua.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como assim? Porque Maeti e agora Kitsune insistem nessa ideia que Ryoga tem um segredo? E porque sempre que é interpelado o jovem humano fica desconfortável?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Anuon 9999 (The Last A' prequel)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.