Mater Primum escrita por Bruxinha


Capítulo 4
Non opus est te invita dicere


Notas iniciais do capítulo

tradução do título - Não preciso da sua aprovação



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— NATASHA! – Emma gritava ainda amarrada a maca móvel – STEVE! – Dois homens a levavam para um avião prestes a decolar.

— EMMA! – Natasha era a que mais corria e gritava, desesperada. Steve estava ao seu calço também gritando por Emma – EMMA! – Ela caiu de joelhos e gritou ao ver mais três homens descerem do avião e empurrar a maca para dentro, trancando a porta.

— MAMÃE! – Foi a última palavra de Emma que Natasha ouviu antes do avião decolar.

— Emma... – Natasha disse para si mesma. Steve se abaixa também e puxa Natasha para um abraço.

~ Semanas antes(dia que trouxeram Emma para casa) ~    

— Emma, bem vinda! – Steve colocou a garota no gramado da frente da casa de Natasha.

— Que casa bonita – A menina disse tímida, ainda perto das pernas de Steve, ela sorria sentindo a grama fazer cócegas em seus pés ainda descalços – É sua?

— Não não – Steve se abaixou na frente da criança – É sua e da Nat.

— Por quê eu vou mora com ela? – Emma franziu as sobrancelhas.

— Já vamos conversar sobre isso – Natasha aparece ao lado dos dois – Vamos entrar logo? Já tem gente nos olhando – Ela disse nitidamente irritada, Emma virou o rosto para a rua vendo que do outro lado da calçada uma mulher caminhava com um garoto, possivelmente de sua idade. O menino a viu e sorriu acenando com a pequena mão fazendo Emma o olhar confusa.

O que esse menino está fazendo com as mãos?

Steve concordou com a fala da ruiva e se levantou do chão. Natasha pegou um molho de chaves da bolsa e foi até a porta para abri-la, sentia que a presença da mulher ainda estava lá a observando, aquela moça a irritava demais, não por que a pobre mulher tinha feito algo mas apenas pelo fato de como aquela família parecia perfeita toda vez que passavam passeando na calçada em frente a sua casa. Emma segurou a mão de Steve e encarou mais uma vez aquele menino, ele sorriu e repetiu o gesto. A loira franziu a testa e virou o rosto enfim entrando na casa. Natasha fechou a porta com força tentando manter a calma.

— Família estúpida.

— Hm? - Steve se vira para ela confuso.

— Nada. – Natasha chacoalha a cabeça afastando sua vizinha de seus pensamentos.

Steve concorda e olha para Emma que encarava tudo com uma das mãos na boca.

— Emma... – Natasha a chama – Nós precisamos conversar com você, tudo bem?

— Sim... – Emma responde baixo. Natasha senta em dos sofás de sua sala e pede para que Steve se sente ao seu lado para que fiquem de frente para a criança que continuou de pé os encarando com a mão na boca.

— Olha... – Steve limpou a garganta e começou – Você aceitou morar com a Nat mas perguntou por que vai morar com ela. – Emma assentiu devagar alternando olhar para Steve e Natasha – É  que não tem ninguém para cuidar de você – Steve tentava tomar cuidado com suas palavras, a última coisa que ele queria era magoar aquela pequena criatura que já ameaçava chorar – A sua mãe... – Steve travou, não conseguiria dizer e Natasha notou isso. Ela fechou os olhos e respirou fundo.

— Ela foi para outro lugar. – A ruiva completou a frase de Steve – Um lugar que não podemos ir e que ela não pode sair. – Ela observou que Emma olhou para baixo e retirou a mão da boca. – Por isso que você vai morar comigo, Emma. Sua mãe precisou ir e pediu que eu não deixasse você sozinha.

Emma soluçou baixo, causando um choque na espinha de Natasha. A ruiva agiu por instinto ao estender os braços para a loira que se sentou no colo da mulher abraçando seu tórax. Natasha começou a passar a mão nas costas de Emma que continuou a soluçar baixou. Steve se levantou e foi até a cozinha de Natasha sendo acompanhado pelo olhar da ruiva, ele voltou com um copo de água e se abaixou na frente de Natasha e Emma.

— Aqui – Ele estendeu o copo para Emma – Beba um pouco, Emma. – Natasha pegou o copo da mão dele e levou até o rosto de Emma que negava a água. – Por favor, baixinha... - Emma retirou o rosto do cabelo de Natasha e olhou para Steve olhando admirada, depois aceitou o copo.

— Obigada... – Disse como um sussurro. Ela estendeu o copo para Steve que sorriu e voltou para a cozinha.

— Está com fome? – Nat perguntou olhando para o rostinho vermelho, Emma concordou e abraçou o pescoço dela novamente. A ruiva suspirou, sabia que não poderia obrigar Emma a parar de chorar depois de uma notícia assim, então deixou que a menina ficasse a vontade. Ela levantou com cuidado e apoiou o corpo de Emma com um dos baços e deixou o outro segurando as costas da pequena – Ste. – Ela foi até a cozinha e viu que Steve estava explorando os armários – O que está fazendo?

— Eu pensei que ela poderia estar com fome e vim ver se você tem ingredientes para um bolo.

— Ah...acertou em cheio – Ela disse se referindo a Emma estar com fome – Mas não tem ovos. Pensei em fazer um sanduíche para ela.

— Ok – Steve foi até a geladeira e fuçou até encontrar um pedaço de peito de peru. – Onde você guarda pão?

— No forno ao lado da geladeira – Ela disse indo até a porta para os fundos da casa. O lugar tinha uma mesa de piquenique embaixo de um quiosque de palha, alguns metros mais atrás havia uma pequena cerca branca de madeira com um portão que leva a uma praia deserta. Ela sentou Emma na mesa e se sentou no banco ainda de frente para a criança. Emma não chorava mais mas seu nariz e olhos estavam vermelhos. A pequena olhou em volta e seu olhar parou na porta a qual Steve apareceu segurando um bandeja.

— Alguém quer sanduíche? - Ele deixou a bandeja na mesa e se sentou também no banco.Steve pegou um jarro  e serviu suco em três copos de vidro oferecendo dois as meninas.

— Eu quero – Emma sorriu para Steve e mordeu o sanduíche. Natasha também pegou e tomou um gole do suco.

— Onde você achou suco de laranja? – Ela franziu o cenho.

— Tinha algumas laranjas na sua fruteira, espero que não se importe – Ele a olhou suplicante. 

— Tudo bem, eu não ia fazer mesmo.

— Se você não ia fazer, por que tinha laranjas na sua fruteira? – Ele mordeu seu sanduíche.

— Foi a Laura que deixou ai – A ruiva responde – Ela e Clint vieram na semana passada com as crianças e esqueceu.

— Laura está certa em deixar frutas para você - Steve sorri – Você não come nada saudável. Eu aprovo que você precisa comer alimentos mais saudáveis. – Piscou para a ruiva, esse lance de aprovação já havia virado uma piada entre os dois.

— Não preciso da sua aprovação, Rogers – A ruiva sorri também e olha para Emma – Tudo bem?

— Etiam (sim) – A loira respondeu sorrindo – Aqui é bonito. Podemos ir ali? – Ela apontou para a praia.

— Não sei... – A ruiva olha para o céu – Está quase de noite, Emma. – Natasha recebeu um olhar melancólico da menor – Outro dia podemos ir e passar a tarde na praia se quiser. – A loira sorriu e concordou olhando para a praia.

— Bom, já está anoitecendo – Steve pronunciou – Acho melhor eu ir, tenho uma pequena jornada até chegar no centro da cidade.

— O que?! – Emma exasperou – Para onde?

— Pra minha casa – Ele se levantou e juntou os copos na bandeja – Amanhã eu volto, eu prometo.

— Não... – Emma ameaçou chorar – Por favor... – Ela juntou as mãos fingindo rezar.

— Emma, não faz assim... – Ele suspirou e olhou para Natasha.

— Eu acho que você deveria ficar. – A ruiva surpreende-o – Você sabe cozinhar, e se ela ficar com fome?

— Você pede uma pizza – Steve sorri.

— E alimentar ela com gordura e massa? - Natasha imita ele – Eu desaprovo seu hábito alimentar, senhor Rogers.

— Ela deixou. – Emma diz – Fica!

— Ah... – O loiro olha para ela – Tudo bem...mas às vezes... – Ele começa olhando para Emma e deixando a bandeja na mesa – ....De noite, eu me transformo em um monstro... – Ele se curva na direção de Emma e rosna – AH! – A garota pula da mesa e sai correndo e gritando. Steve sorri e corre atrás dela deixando Emma correr mais rápido de propósito.

— Vocês vão me dar dor de cabeça... – Natasha balança a cabeça negando enquanto sorri. Ela vê que ambos entraram e pega a bandeja a levando para dentro.


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Notas finais do capítulo

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