— Hmm...Papai? - Um menino,de seis anos,chamava por seu pai.O menino?Peter.Peter Parker Stark,adotado pela família Stark a apenas dois anos.Com cabelo curto e olhos castanhos ele sempre buscava ficar próximo de seus pais adotivos.

Peter fora vítima de um acidente de carro.Viu com pesar seus pais biológicos morrerem na sua frente,mas psicólogos acreditam que ele pouco se lembra do real ocorrido.Mas,"o que aconteceu?" vocês devem pensar.Mas não é hora de expor o pequeno.

— Oi,garoto - Tony disse mechendo em uma de suas armaduras.Peter estava sentado em uma bancada atrás dele.

— Você...g-gosta de mim?Se arrepende de ter me trazido pra ser seu filho? - Peter perguntou.Seus olhos denunciavam que estava prestes a chorar.Tony estranhou a pergunta e deixou as ferramentas de lado para se virar na direção do menino.

— Claro que gosto,Pete.Eu te amo,por que eu me arrependeria de ter você como meu filho? - O homem cruzou os braços sobre o peitoral,uma das sobrancelhas ligeiramente mais elevada que a outra.

— É que...eu não sou normal... - O menino abaixou a cabeça.Ele juntou as penas e as abraçou.Tony se aproximou devagar.

— Como assim,Pete?

— É que... - Peter levantou a cabeça,sua voz estava normal porém seu rosto estava molhado em lágrimas - Eu não gosto de brincar de luta,nem de jogar bola igual aos meninos da escola!

— E quem decretou que você tem que fazer essas coisas para ser normal? - Tony sentou na bancada também,ao lado do corpinho esguio do menino.

— As pessoas... - Peter desviou o olhar para o chão - Eu gosto de brincar de boneca com as meninas.Nenhum menino faz isso só eu,papai.Eu sou quebrado?E-eu sou anormal?

— O que? Não! - Tony puxou o menino para seu colo e o abraçou - Peter, você não é quebrado ou anormal, filho.Você é perfeito.Não existe menino no mundo igual a você,por que você é único.E ser único é a melhor coisa do mundo.Então não se sinta mal.

— Mas e aquele moço da loja? - Peter perguntou agora apoiando a cabeça no ombro de Tony - Ele disse que eu era "jey" .O que é jey?

— Ele disse "gay",Peter - Tony fechou os olhos,seus músculos se contraíram ao lembrar de um atendente mal educado que teve que dar uma surra uma vez - Gay,Peter, são pessoas que se amam,e não se importam se o amor delas agrada ou não as outras pessoas em volta.
Peter fungou e se afastou para olhar nos olhos de Tony.

— Você e a mamãe são gays?

— Nos amamos? - Peter assentiu - Então sim.

Peter sorriu limpando as lágrimas,Tony também sorriu.Ele tinha muito orgulho de seu filho e sabia que o menino ainda teria muitos desafios a enfrentar na vida,mas de uma coisa ele tem certeza : apoiará Peter,qualquer que seja sua escolha.

— Hmm,o que estão fazendo aí embaixo? - A voz animada de Pepper ecoa pelo local.Seu semblante muda ao ver os dois sentados na bancada - Está tudo bem?Aconteceu alguma coisa? - Ela se aproxima dos dois e pega Peter em seu colo,apertando o menino.Tony ainda sorria quando se levantou da bancada e beijou a testa de Pepper.

— Está tudo bem agora. - Ele disse colocando as mãos no bolso - A propósito,eu te amo.

— Também te amo - Ela sorriu - Amo vocês dois - Ela disse beijando a cabeça de Peter,mas nesse exato momento o choro de Morgan invade os ouvidos - Vocês três - Ela riu colocando Peter no chão e indo pegar sua filha.

— Eu também amo vocês - O sorriso banguela de Peter se mostrou presente - Agora podemos terminar a sua armadura?

* * *        

— Está vendo aquela coisa que parece um feijão cabeçudo? - Dra.Lopez diz a Natasha - Aquele ali é o seu filho.

A ruiva estava tensa,era a primeira ultrassom de sua vida e de acordo com Lopez ela teria que vir aqui duas vezes todo o mês até o nascimento do bebê.Natasha assenti mordendo o lábio.Queria parecer mais animada,mas nessas circunstâncias parecia impossível.

— Você está de três meses,senhorita Romanoff - Lopez exibia um sorriso animado - No mês que vem já saberemos o sexo.

— Me chame de Natasha.Senhorita Romanoff é muito formal para uma pessoa que já me viu nua - A ruiva deu um pequeno sorriso.Estava se esforçando para agir naturalmente diante aquela situação. - No mês que vem?Uau a tecnologia é realmente incrível.

Lopez deu um suspiro.Sabia o que incomodava a ruiva.

— Natasha,me chame de Ella.Doutora Lopez é muito formal para o que eu vou dizer agora - Lopez se sentou na cadeira a fim de olhar nos olhos de Natasha enquanto falava - Eu sei que isso não é o que você queria da sua vida.Poxa,eu ouço histórias lendárias sobre suas missões - Ella deu um pequeno grito de expectativa,mas logo tratou de voltar a postura séria de antes - Então,de repente você tem uma filha! Então opa,surge outra em sua vida! - Lopez ia gesticulando enquanto falava - Então se você precisar de qualquer coisa me peça.Eu vou tentar dar um jeito de conseguir.

Natasha ficou pensando por alguns minutos em tudo o que Ella lhe disse.Talvez realmente a algo que ela precise.

— Ella, você pode conseguir um histórico para mim?

— Claro - Lopez diz - De quem?

— James Buchanan Barnes - Natasha responde - Talvez atenda pelo nome de Bucky Barnes ou soldado invernal.

— Hmm - Lopez fez uma pequena careta - Natasha,você não vai tentar caçar esse cara,vai?

— Sim,vou.

— Eu tenho que te lembrar que está grávida?E que tem uma filha?

— Não.Vou fazer isso o mais rápido possível.Aproveitar que minha barriga não cresceu tanto.

— Natasha,isso é uma péssima idéia. - Ella parecia aflita - Faça isso depois,ou ainda,peça para alguém da S.HI.E.L.D.

— Não posso,meus interesses e os da agência são bem diferentes.

* * *        

— Emma? - Natasha diz assim que abre a porta da frente de sua casa.Aparentemente estava vazia,o que preocupava Natasha - Emma?Steve? - Ela disse cautelosa,deixou sua bolsa em um gancho ao lado porta e atravessou em silêncio a casa em direção das escadas.Assim que passa pela cozinha ela ouve risadas vindas do quintal dos fundos.Ela abandona a postura séria e tira o casaco o largando sobre a bancada que divide a cozinha.Uma vez que abre a porta Emma gruda em suas pernas.

— Mamãe! Você chegou!Por que demorou? - Emma perguntava enquanto se mantinha grudada a Natasha.

— Eu estava em um lugar,mas já cheguei - Natasha sorriu para Emma,a loirinha ergueu os braços a fim de ir para o colo de Natasha.

— Steve... - Natasha murmurou apontando na direção de Emma.Ele deu um sorriso cúmplice e agarrou a menina por trás arrancando risadas por parte de Emma e latidos por parte de Tenente. - Obrigada - A ruiva sorriu e enfim deu um beijo em Emma.Sua mente gritava por estar tão próxima a Steve a fazendo travar ao olhar para as orbes azuis do loiro.Ele também ficou parado,Steve estudava o rosto de Natasha assim como já fez outras vezes mas nunca tão de perto.

— Não!Eu quero a mamãe! - Emma grunhiu se contorcendo nos braços de Steve fazendo Natasha quebrar o contato visual e se concentrar em Emma.

— Não dá,Emma - Ela disse com voz calma,mas não queria explicar a Emma agora. - Eu estou muito,muito cansada.

— Mas eu quero...

— Porque você não mostra o que ensinou ao o Tenente pra sua mãe? - Steve sorriu para Emma.A loirinha pondera por alguns segundos e concorda.

— Vou mostrar! - Steve desce Emma que corre para pegar o cachorro,depois ele se vira para Natasha que cruza os braços encarando as roupas de Emma.

— Você jogou minha filha na lama? - A ruiva pergunta divertida.

— Mais ou menos - Ele da de ombros - Foi ela quem se jogou. - Natasha riu balançando a cabeça. - Por que você não senta?

— Está se preocupando comigo,Rogers? - Ela sorri se sentando em um dos bancos da mesa de piquenique.

—Sempre me preocupei,Romanoff - Ele responde indo até Emma que tentava colocar uma gravata em seu cachorro.

Natasha suspirou diante a frase de Steve.Às vezes gostava de o contradizer só para poder ouvir esse tipo de resposta.Ela achava tão bom de se ouvir,achava tão bom a presença de Steve em sua vida nos últimos meses e em como ver ou conversar com ele havia se tornado uma coisa rotineira.Seu dia não começava sem o bom dia de Emma,ou sem as panquecas de Steve.Droga!,ela se repreendeu,Estou ficando dependente de Steve!.

— Mamãe!Olha só! - Emma enfim começa a sua apresentação.Enquanto isso Steve se acomoda no banco de Natasha a fim de assistir ao show da pequena.Mas Natasha estava com a cabeça em uma indagação irritante: Estaria  ele com essa mesma dependência?