A Última Luz escrita por Izzy Dracula


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

_ Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/778192/chapter/2

A madrugada estava estranhamente quieta, e a sombra densa no sul continuava poderosa. Um silencio que incomodava, trazia consigo o vento gélido vindo das montanhas, Elyon após conversar com o senhor Elrond permaneceu sentada em um banco de pedra observando que ao longe morcegos voavam a favor do vento, ela sabia que aqueles animais não estavam naquela região por acaso.

— Sua preocupação é muito clara, minha rainha. - Nikol um velho amigo, e companheiro de viajem de Elyon faz a troca da guarda com outro soldado. — O medo é natural até mesmo para nós, seres imortais!

— Eu sinto, Nikol... Sinto os olhos de Sauron sobre mim todo o tempo! - Aquela madrugada parecia nunca ter fim, a luz do dia demorava cada vez mais a tocar o céu. — O senhor do escuro está pronto para começar sua caçada, eu sei, sinto isso.

Os olhos do elfo de cabelos ruivo pousou sobre os morcegos que sobrevoavam o ar noturno, e com três flechas posicionadas no arco, Nikol aguardava a melhor posição para derrubar os animais.

— Deve descansar minha senhora, a jornada sera longa e turbulenta. - Nikol lança as flechas no ar atingindo o peito dos morcegos os derrubando. — Os nossos inimigos estão a cada dia mais próximos, então nada me surpreende que sejamos atacados logo que sairmos de Valfenda!

— Você me conhece bem, e sabe que eu não poderei descansar até tudo isso acabar. - A rainha deixa a sombra de preocupação tomar conta dos seu rosto jovial, mostrando um pouco de sua fragilidade ao amigo elfo. — Muitos contam com a minha força, e não posso me expor a uma decisão errada!

As duvidas deviam ser extintas da cabeça de Elyon. E, dizer em voz alta suas preocupações poderiam colocar a clareza,que ela tanto buscava em seus pensamentos. Seria essa a melhor decisão a se tomar, deixar a frente da aliança era um risco alto.

— O que seu coração lhe ordena? - Nikol permanece olhando a tempestade de raios que brilhavam ao sul.

Mesmo temendo perder as terras que ainda resistam, a rainha sentia em seu coração a necessidade de buscar mais apóio. Essa decisão poderia ser contra as vontades do senhor de Valfenda, mas nem mesmo ele poderia negar que a aliança precisava de reforços imediatamente.

— O sol está nascendo… - A rainha suspira pesadamente, olhando com carinho para o velho amigo antes de tomar seu posto para partir. — Está na hora!

[...]

Com suas flechas, arco, e espada presas ao seu corpo a pequena elfo monta em seu cavalo e começa a seguir junto a comitiva de quarenta elfos ficando posicionada no meio deles. Usando um capuz verde escuro, Elyon se camuflava entre os seus, mesmo sabendo que ao longe Elrond acompanhava silenciosamente sua partida.

A rainha sabia que existia algo oculto nos pensamos de Elrond, mesmo ele sendo um elfo jovem, já possuía muita sabedoria, e fazemdo uso do dom da previsão, o senhor de Valfenda era capaz de ver os possíveis futuros. Elyon muitas vezes notava os esforços de Elrond para mantê-la afastada dos elfos da floresta das trevas, mas como sempre estava ocupada com os exércitos que já possuía ela nunca questionou tais esforços de Elrond.

O caminho era feito em silêncio, os cavalos seguiam ligeiros porém suaves correndo em formação. Lançando seu olhar sobre longas distâncias o primeiro grupo de elfos cobria o caminho, enquanto os outros vigiavam as laterais e a retaguarda da comitiva. A cada légua distante de Valfenda, era possível sentir a densidade do ar abraçar a imensidão, as nuvens grossas cinzas no céu cobrindo o sol da manhã, a fumaça dos incêndios provocados pela guerra, um cenário de desolação.

Para um elfo nascido em tempos de grande harmonia era o pesadelo estar vendo toda aquela destruição. Elyon sufocava a tristeza em seu coração, e voltava os seus sentidos para além do que podia ver. Já faziam algum tempo que o grupo havia deixado Valfenda, e o silêncio que os acompanhava carregava a agonia de não saber o que esperar do caminho.

Em meio a uma grande planície dotada de alguns pequenos montes e pedras, o grupo de elfos pareciam um pequeno ponto esverdeado no meio daquele vazio. Sem árvores ou ponto para se abrigar, a visão aguçada do grupo chegava a imensidão do horizonte, o céu coberto de nuvens não permitia que a luz toca-se o solo. Mas no momento em que o céu escureceu por completo, serviu de alerta para os elfos. Com o anoitecer repentino, Elyon voltou o seu olhar para o alto, retirando seu arco das costas, pegando uma flecha.

— Peguem suas flechas… - A rainha deu a ordem, enquanto continuavam cavalgando em formação. — Mantenham a distância mínima de três metrôs, e não saiam da formação!

Os cavalos corriam com sua maior velocidade, o comando era claro, os elfos apontavam suas flechas para o céu sem desviar o olhar. O inimigo fazia das nuvens grossas seu escudo, mas na parte mais irregular do terreno o ataque começou. Uma grande massa de morcegos gigantes desceu do céu, milhares deles atacando ferozmente o grupo élfico de todas as direções, enquanto flechas e mais flechas eram lançadas derrubando os grandes animais.

Enquanto era possível, os elfos lançaram suas flechas deixando no chão vários morcegos mortos pelo caminho. Os cavalos continuavam o seu caminho para a floresta das trevas, sem depender da supervisão dos cavaleiros, enquanto o grupo era coberto pelos morcegos que investiam cada vez mais perto.

— Escudos e Lanças… Agora! - Elyon esperou até o último segundo para dar a ordem, sentindo o choque vindo do alto.

Os elfos em formação protegiam seus corpos com os escudos prateados, reluzindo agora a luz do sol que brilhava nas fendas das nuvens. Com as lanças apontadas perfeitamente em cada ponto, eles perfuravão os animais que investiam, enquanto a corrida continuava.

— Abram caminho! - Elyon segurou com força sua espada, subindo sobre o cavalo em movimento saindo da proteção dos escudos.

Enquanto a formação continuava perfeitamente, a rainha recitava em voz baixa algumas palavras, segurando com as duas mãos o cabo da espada, fazendo a luz emanar do objeto como onda. O brilho mais puro, a luz mais intensa, foi o que afastou os morcegos que restavam os mandando para longe.

— Vamos sair da planície, encontar um local para descansar! - Nikol observa a sua volta que as nuvens cinzas no céu voltam ao normal, enquanto a rainha senta-se outra vez sobre o cavalo. — Precisamos verificar se os animais não foram feridos.

— O nosso inimigo voltará com mais força. - Elyon guarda sua espada manchada de sangue de morcego, olhando com atenção para o céu. — Isso foi apenas um pequeno teste, para saber quantos somos!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como estou me saindo?