A última aliança contra Sauron enfraquecia a cada batalha, muitos exércitos estavam sendo abatidos pela  horda de Orques criados do senhor do escuro.

Elyon a rainha de sangue, via a sombra maligna de Sauron pairar sobre os seus pensamentos a todo instante. Colocada no poder pelo povo élfico que se reunirá sobre uma única bandeira, Elyon sentia o peso da responsabilidade esmagar seus ombros a cada avanço do senhor das sombras. Protegida em Valfenda nas terras do senhor Elrond, a rainha elfa aproveitava aqueles momentos para descansar e planejar uma nova estratégia de ataque para defender seu povo.

— Precisamos de mais homens. - A rainha Elyon mesmo debilitada devido sua última batalha, tentava sempre estar um passo à frente do inimigo. — O apoio dos elfos silvestres seria de grande ajuda nesse momento!

— Não acredito que o grande rei elfo está disposto a nos ajudar. - O senhor Elrond estava parado na ponta da cama da rainha Elyon, enquanto ela era atendida pelos médicos do castelo.  — O rei Thranduil perdeu seu pai a poucos séculos nesta guerra, então não creio que ele irá entrar na disputa!

— Cada um aqui perdeu coisas, eu também perdi minha família e entendo os motivos que levam o rei elfo a se esconder. - Ela fala em sussurros limpando o sangue que escorre do canto dos seus lábios sentindo a dificuldade de respirar. — Mas a nossa aliança precisa de todos os exércitos que não estiverem do lado de Sauron, os elfos da floresta das trevas são necessários...

O senhor Elrond junto a outros elfos que estavam no quarto aos poucos começam a recitar um cântico de cura, colocando a rainha Elyon em uma hipótese, fazendo os olhos azuis acinzentados dela se fecharem lentamente. A medicina élfica era muito poderosa, mas levava um certo tempo até que todas as feridas fossem completamente cicatrizadas, o corpo da elfa precisava estar em uma superfície plana para que sua coluna se alinha-se outra vez, os ferimentos de espada e lança deformavam a pele perfeitamente branca da rainha, e o sangue em sua cabeça escorria manchando seus cabelos brancos perolados.

A queda do último rei elfo na batalha, causou um impacto devastador na aliança entre elfos e homens, Elrond estava lutando quando viu a lança negra de um orque atravessar o peito de Oropher o antigo rei da floresta das trevas, depois disso o seu filho Thranduil recolheu suas tropas e retornou para o mais profundo de suas terras no norte. Após a morte do rei ninguém se atreveu a tomar a frente dos exércitos élficos que ainda restavam, a esperança havia abandonado o coração daquele povo, os elfos  já estavam lutando sem motivação nas terras de Dol Guldur, até a chegada de Elyon, uma pequena elfo de cabelos brancos que carregava nas mãos uma espada luminosa de um brilho branco e puro.

Quando o bafo escaldante do dragão comandado por um general das forças de Sauron varreu  boa parte dos exércitos dos homens, todos acreditavam que aquela batalha estava perdida, até uma lança negra jogada no ar por sorte ou destino acertar uma das asas do animal, o jogando no chão.  Com um buraco do tamanho de uma roda de carroça na asa do dragão, a criatura diabólica controlada pelo mal foi forçada a ficar no chão. Em meio a batalha flechas e mais flechas foram lançadas contra a pele escamosa do dragão, e nada surtia efeito, como um lança chamas o animal cuspia fogo queimando todos. Elyon que estava montada em seu cavalo branco, ao ver o fogo de dragão engolir a todos do exército de homens e elfos, segura com firmeza a espada que carregava nas costas, fazendo a lâmina brilhar com a luz branca de uma estrela. Gritando a plenos pulmões Elyon dizia aos soldados que acertar-sem os olhos do dragão, enquanto ela cavalgava entorno da fera, mantendo uma distância segura.

O Senhor Elrond lembrava com esperança no coração, Elyon era a rainha que ele desejava seguir, uma elfa cheia de coragem e luz. No momento em que ela tomou a frente dos exércitos dos elfos, Elrond sentiu uma fagulha de esperança acender em seu peito.  A mulher que no campo de batalha lutava bravamente dando as ordens a homens e elfos, parecia tão frágil e indefesa deitada naquela cama, adormecida. O senhor de Valfenda recordava em sua memória o momento que a rainha com sua espada reluzente arranca a cabeça do dragão, e em seguida mata o general das forças de Sauron. A vitória daquela primeira batalha liderada por Elyon  foi tão clara quanto a água, o sangue do dragão que foi morto banhou o corpo de Elyon dando lhe o nome de rainha de sangue.

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Fisicamente os ferimentos da rainha Elyon estavam curados, depois de quatro dias adormecida em sono profundo, a elfo desperta vendo a luz da lua entrar por sua janela, os tempos da Terra- Média estavam a cada hora mais sombrios que nem o brilho da lua era tão forte quanto no passado.

— Minha rainha. - Um dos soldados elfos faz uma pequena reverência com a cabeça ao ver Elyon no corredor do castelo. — Devo acordar o senhor Elrond?

— Deixe o dormir, chame os meus homens... Os melhores! - Elyon dá a ordem e segue seu rumo até os estábulos de Valfenda tratar o seu cavalo.

Em pouco tempo, os soldados élficos se reuniram no pátio do castelo à espera da rainha. Elyon sempre dedicava uma parte do seu tempo para ficar com o seu cavalo, o animal era um amigo fiel que em muitas vezes retirou a elfa dos maiores riscos, e após ela preparar o cavalo para uma viagem longa. A rainha volta para a companhia dos seus soldados que a aguardavam, os elfos enfileirados permaneciam em silêncio com lanças nas mãos prontos para qualquer coisa.

—  Vocês todos estiveram comigo durante muitas batalhas, e são os meus melhores soldados. - Elyon dizia suave ao grupo que se colocava em sua frente, ela possuía força em seu olhar e mesmo adotando um tom calmo, a postura de liderança continuava ali presente. — E, por isso eu os reuni aqui para mais uma missão, vamos ao reino da floresta das trevas, pedir para que nossos irmãos elfos lutam ao nosso lado!

Muitos elfos se candidataram para a missão, mas Elyon selecionou apenas quarenta dos seus. Ela sabia que um grupo muito grande chamaria muito a atenção, e mesmo sabendo que todos lutariam por ela, a rainha precisava deixar soldados para defender as terras livres que ainda resistiam.

— Na primeira luz do sol partiremos para a Floresta das Trevas! - A rainha Elyon disse liberando os soldados da breve reunião.

Os soldados que ficariam em Valfenda faziam a ronda, enquanto dos outro quarenta elfos preparavam se para a partida, após a sua rápida conversa noturna com o seu povo, a rainha permanece no pátio do castelo apreciando a luz da lua, e rezando baixinho para os céus pedindo que sua decisão estivesse certa.

— Se eu pedisse para ficar, a minha rainha ficaria? - Senhor Elrond sai das sombras e se aproxima, ficando ao lado da pequena elfa. —Estamos vencendo sem os elfos da floresta das trevas, seguir uma jornada que te afasta dos exércitos pode ser perigoso agora.

— Você fala como o meu general... - Elyon faz uma pausa abrindo os seus olhos azuis acinzentados olhando para a figura do elfo de cabelos negros. — Ou como alguém que me ama?

— Eu te amo Elyon, minha rainha! - Senhor Elrond segura as mãos da elfa e se aproxima um pouco mais olhando no fundo dos olhos dela. — Mas eu também penso como o general dos seus exércitos, e acredito ser arriscado deixar o seu povo sem a sua liderança direta!

— Precisamos de mais soldados, e o rei elfo pode nos ajudar. - Elyon continuava com sua postura firme e sua voz serena sentindo suas mãos entrelaçadas as do elfo. — Mas quanto ao seu amor, eu não posso... Eu não sinto nada, não foi com você!

— Eu ainda acredito ser um erro partir agora! - O senhor de Valfenda toma uma distância da rainha baixando os olhos um pouco desnorteado. — A senhora não está completamente curada da última batalha, minha rainha!

— O senhor ficará como o meu representante no comando. - A rainha volta o seu olhar para o céu noturno outra vez. — Na primeira luz do dia eu e meu grupo, seguiremos para o reino da floresta das trevas!